Sinopse: Leonardo (Guilherme Lobo), um adolescente cego, tenta lidar com a mãe super protetora ao mesmo tempo em que busca sua independência. Quando Gabriel (Fabio Audi) chega na cidade, novos sentimentos começam a surgir em Leonardo, fazendo com que ele descubra mais sobre si mesmo e sua sexualidade.
A adolescência é um período bem complicado da vida de um ser humano, pois a pessoa nessa época vive cheio de conflitos internos e sem saber qual o caminho irá escolher para se seguir em frente. Por vezes, se não consegue um amigo(a) fiel em tempos nebulosos, periga ficar ainda mais perdido na estrada da vida. Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é mais ou menos isso: a busca de sua identidade propia e o caminho certo para se trilhar e caminhar em frente.
Baseado no curta do mesmo nome, o diretor Daniel Ribeiro cria um um simples conto sobre o amor e amizade de três adolescentes, que de uma simples amizade, gradualmente se descobre que cada um guarda um sentimento especial um pelo outro. Salto a vista, Leonardo (Guilherme Lobo) é o principal foco da trama, que além de ser cego, começa a se questionar qual o seu lugar no mundo e começa a pensar em ter uma nova vida em outro lugar. Ao mesmo tempo se desperta nele sentimentos ainda desconhecidos pelo seu amigo Gabriel (Fabio Audi) e que ao mesmo tempo acaba meio que abalando a sua amizade que tem por Giovana (Tess Amorim).
Embora com a temática gay inserida na trama, não espere algo forte como foi visto em outros filmes recentes, mas sim uma relação homossexual que se aflora de uma maneira delicada, ingenua e muito bem arquitetada pelas lentes do cineasta. Mesmo com o preconceito, tanto da opção sexual, como da cegueira do personagem estejam presentes, nada soa forte demais e que gere o principal foco da trama, mas sim sobre como ficará a relação dos três após cada um decidir botar para fora as dores e sentimentos que estão sentindo.
Esse filme brasileiro segue a nova onda de filmes adolescentes atualmente, em que as tramas não caem num verdadeiro besteirol como foi visto na década passada. Como a adolescência é uma época cheia de duvidas e escolhas que precisa se tomar, os roteiristas estão cada vez mais se dando conta disso e criando então historias como essa, cada vez mais criativas e que fazem com que o jovem contemporâneo se identifique rapidamente com elas. Não me surpreenderia então, se o cinema nacional cada vez mais investisse nisso, independente do retorno financeiro ou não, mas sim algo de bom que tenha a dizer para esses jovens de hoje em dia.
Embora um pouco longo em alguns momentos, mas nada que se prejudique, Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é uma pequena grata surpresa do nosso cinema nacional, provando que a vida adolescente não se vive da comedia e que tem muito mais a dizer do que se pode imaginar.
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