Martin Scorsese presta homenagem ao cinema noir e ao expressionismo alemão numa trama que leva o protagonista num caminho sem volta
Sinopse:1954. Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) investiga o desaparecimento de um paciente no Shutter Island Ashecliffe Hospital, em Boston. No local, ele descobre que os médicos realizam experiências radicais com os pacientes, envolvendo métodos ilegais e anti-éticos. Teddy tenta buscar mais informações, mas enfrenta a resistência dos médicos em lhe fornecer os arquivos que possam permitir que o caso seja aberto. Quando um furacão deixa a ilha sem comunicação, diversos prisioneiros conseguem escapar e tornam a situação ainda mais perigosa.
Martin Scorsese já havia namorado um pouco o gênero do suspense e terror com o filme "Cabo do Medo" no inicio da década de 90, mas em vez de seguir esse gênero ele acabou indo para os lugares conhecidos que ele tanto gosta de dirigir que são filmes policiais, gângster e etc..
Se continuasse neste gênero de horror no decorrer da decada passada, talvez ele iria nos brindar com inúmeros filmes desse gênero no mínimo interessantes, pois aqui Martin Scorsese nos apresenta com um filme tenso, visual sombrio e onírico e com uma trama que é uma verdadeira montanha russa de terror pisicologico e que faz o espectador se perguntar o que é real e o que alucinação no decorrer da projeção. Com um prólogo brilhante onde mostra o protagonista chegando ao manicômio da ilha para solucionar o desaparecimento de uma paciente, a câmera e a trilha sonora nos agarra com força e dita as regras, dizendo para nos que ali, bom lugar não é. Ao lado de Teddy Daniels (Leonardo Dicaprio, espetacular) conhecemos os personagens enigmáticos dessa ilha, do Dr. John Crawley (Ben Kingsley) a Dr. Jeremiah Naehring (Max Von Sydow), isso fora os lunáticos do lugar, um mais enigmático do que o outro e faz tanto o espectador como o protagonista ficar desconfiado de cada um deles, contudo o que aconteceria se nem ao menos podemos confiar no próprio protagonista em estar ali naquele lugar???
Dizer mais seria estragar a surpresa do ato final da trama, contudo adianto que o espectador desavisado terá um final que o pegara de calças curtas, contudo o cinéfilo bom de olho ira adivinhar o final da trama muito antes, principalmente se ele curte expressionismo alemão, já que o filme presta uma homenagem escancarada ao clássico "O gabinete do Dr. Caligari" e com isso a grande revelação não me surpreendeu muito, contudo Martin Scorsese nos brinda com segundos finais bem arrasadores onde o protagonista toma uma decisão inusitada e fora dos padrões dos filmes convencionais.
Com grande elenco onde cada um tem os seus méritos (Mark Ruffalo e Michelle Williams crescem cada vez mais em cada filme), "Ilha do Medo" por enquanto se figura na lista dos melhores lançamentos do ano e mostra que o velho Martin Scoseses não perdeu a mão e não perdera tão cedo, para o nosso bom proveito. .
curiosidades:
baseado em obra de Dennis Lehane (autor de do livro que deu origem Sobre Meninos e lobos)
Inicialmente o diretor seria Wolfgang Petersen, que tinha feito diversas modificações no livro de Dennis Lehane para que o filme se tornasse um blockbuster de ação;- Quando a Paramount Pictures passou a trabalhar em Ilha do Medo, a intenção era que David Fincher fosse o diretor e Brad Pitt o protagonista. Entretanto ambos deixaram o projeto devido a outros compromissos;- Robert Downey Jr. e Josh Brolin estiveram cotados para o personagem Chuck Aule
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