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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: STAR WARS - O DESPERTAR DA FORÇA


Sinopse: Muito tempo após os fatos de "O Retorno de Jedi", encontra-se a Primeira Ordem, uma organização sombria iniciada após a queda de Darth Vader e do Império. O grupo está em busca do poderoso Jedi Luke Skywalker, mas terão que enfrentar outro grupo em busca de Luke: a Resistência, liderada por Leia.


A cruzada do herói, ou melhor, a pessoa predestinada por um bem maior, é uma história já contada há séculos, independente de qual forma ela é apresentada para um público diferente de cada época. Embora tenhamos inúmeras histórias conhecidas dessa cruzada, o que todas elas têm em comum é o velho embate do bem contra o mal, sendo que, o próprio herói, luta para não cair na tentação vinda da escuridão. Star Wars - O Despertar da Força, não só retoma a cine – série criada por George Lucas para o cinema, como também fortalece esses elementos já conhecidos, mas incorporando algo de novo e muito bem vindo. 
Dirigido por J.J. Abrams (Star Trek), a trama se situa trinta anos após O Retorno de Jedi. Os heróis se veem num novo embate perante a Primeira Ordem, mais precisamente herdeiros do antigo Império. Entre eles encontrasse um lorde sombrio chamado Kylo Ren (Adam Driver), disposto a caçar pela galáxia Luke Skywalker, que se encontra desaparecido. Liderando uma resistência, Princesa Leia (Carrie Fisher), que agora é General e está em busca do seu irmão, mas ao mesmo tempo, eventos ocorrem para fazer com que essa sua cruzada não seja solitária.
Dito isso, surgem os verdadeiros novos protagonistas do filme: Rey (Daisy Ridley) bela e forte jovem que vive de catar lixo para sobreviver e Finn ( John Boyega) ex-soldado da Primeira Ordem que decide abandonar o seu posto e buscar um novo caminho em sua vida. Ambos se cruzam no primeiro ato e que, através do pequeno robô BB-8, embarcam numa missão que podem os levar até Luke Skywalker. Pelo caminho, encontram a velha  e poderosa Millennium Falcon, para logo em seguida darem de encontro com Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca e juntos partem para uma grande aventura.
Falar mais seria estragar inúmeras surpresas que esse filme reserva, mas o que posso dizer antecipadamente é que, ele não é somente uma continuação, como também uma releitura do clássico de 1977. Todas as fórmulas já vistas na trilogia clássica estão lá, mas moldadas para serem apresentadas para um novo público, mas ao mesmo tempo respeitando o antigo. J.J. Abrams cria então uma espécie de declaração de amor e carinho por esse universo e não faz feio perante aos nossos exigentes olhos.
A todo o momento, não só surgem referencias aos filmes anteriores, como também o surgimento de velhos conhecidos e cada um deles recebe os aplausos pra lá de merecidos. Abrams constrói essas aparições de uma forma elegante, da qual nos faz rir, e meio segundo depois nos emocionar com as cenas. Em meio a isso, é preciso dar palmas pelo fato do cineasta não abusar em nenhum momento dos efeitos especiais, mas sim que eles façam parte da trama e ao mesmo tempo remetendo ao filme clássico, como se a velha e a nova tecnologia sempre estiveram juntas o tempo todo.
Mas quem acha que o filme sobrevive somente com os velhos conhecidos se engana, pois as caras novas estão ali para sucedê-los de uma forma digna. Rey (Daisy Ridley) é sem duvida a verdadeira protagonista do filme: forte e determinada, Rey espera por respostas do seu passado e na oportunidade de um dia sair do lugar em que vive. Ao mesmo tempo, uma vez em que abraça a oportunidade de seguir um novo caminho, demonstra certa fragilidade devido ao peso da responsabilidade. É a cruzada do herói (a) remodelada para as novas plateias que, em meio a inúmeros obstáculos, poderá conseguir a sua redenção e um lugar no mundo.
Finn (John Boyega)  segue pelo mesmo caminho, mais em busca por redenção e luz em sua vida, depois de ter presenciado os horrores que a Primeira Ordem causou. John Boyega se sai muito bem em cena, não só provando que o seu personagem tem potencial, como também se torna o grande alivio cômico da trama, mas de uma forma divertida e jamais boba. Tanto Daisy Ridley como John Boyega possuem ótima química juntos em cena e fazendo dos seus personagens a verdadeira alma do filme.
O mesmo não se pode dizer muito do antagonista Kylo Ren (Adam Driver), pois sua presença é boa, mas meio que desperdiçada pelos poucos momentos de cena  que possui. Driver se sai bem na interpretação, principalmente quando está sem mascara, sendo ela o único entrave de sua interpretação ser melhor e esse empecilho somente existe para a gente se lembrar de  Darth Vader a todo momento, sendo que isso poderia ser dispensável. Felizmente o seu grande momento na trama acontece quando contracena com um personagem clássico e essa cena com certeza fará com que qualquer fã perca o chão no momento que for assisti-la.
Com relação à velha guarda, tanto Carrie Fisher como Harrison Ford, embora ambos com idades avançadas se saem bem ao passar o fato dos seus personagens serem veteranos e mais sábios perante o novo mundo que eles presenciam e que precisam enfrentar. Embora ainda seja um canalha, Han Solo passa para os seus novos companheiros todo o conhecimento que adquiriu ao longo das décadas e qualquer descrença que ele tinha com relação à força deixou de existir. Portanto ele se torna uma espécie de mestre e pai, principalmente para Rey, carente pela falta de uma figura paterna.
Como eu disse acima, o filme é uma releitura prazerosa do clássico, embora algumas delas soem um tanto que repetidas. Por mais que seja empolgante o ato final, eu particularmente achei forçado demais à presença de uma antiga arma do império voltar em cena, mas muito maior e poderosa. O pior que a forma que é encontrada para destruir ela é apresentada rápida demais, dando a entender que os roteiristas tiveram e muita preguiça nesse ponto.
Se há repetições, pelo menos uma delas nos faz vibrar, principalmente quando Rey aceita o que ela estava predestinada a ser e usa pela primeira vez o sabre de luz contra o inimigo. É nesse momento que o coração de qualquer fã infla de emoção. Se na trilogia anterior (episódios I, II e III), os combates de sabre de luz pareciam já repetitivos, aguarde para esse momento e sentir novamente a emoção que era antigamente assistir esses duelos.
Batalha vencida, mas a guerra mal começou e vemos os heróis se recolhendo e colhendo o que restou. Os minutos finais da trama deixam mais perguntas do que respostas, cuja elas somente serão respondidas nas eventuais continuações. Na reta final, vemos Rey encontrar o seu destino, mais precisamente dando de encontro com a possibilidade de aprimorar os seus dons ou na possibilidade de abandonar esse fardo e seguir outro caminho.
A cena final é curta, mas ela sintetiza exatamente toda a essência do que é Star Wars, com relação à cruzada do herói, de sua luta; o seu fardo; a sua queda e sua redenção pessoal que tanto busca. Star Wars - O Despertar da Força não somente respeita esses dizeres, como também nos abre uma porta até então desconhecida sobre essa nova cruzada. Que a força esteja com nós até 2017.  

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Cine Especial: RETROSPECTIVA 2015: O MELHOR DO CINEMA NACIONAL



2015 foi um ano que novamente o cinema brasileiro provou que não se vive somente de comédias. Tivemos filmes que fizeram a gente debater, questionar, chorar e estampar um grande sorriso em nossos rostos e de sentirmos orgulho do nosso cinema. Sem mais delongas, segue a baixo o meu top 10 dos melhores filmes nacionais desse ano. Lembrando que caso desejem ler a minha crítica de cada um deles basta clicar nos títulos.
 

Um filme que foi crescendo gradualmente e conquistando o coração dos brasileiros independente de qual classe. Não se surpreenda se ele venha ser um dos cinco indicados ao Oscar de filme Estrangeiro 2016.    
 



O cinema Pernambucano mostra novamente sua força e com esse filme nos brinda com uma das cenas mais inesquecíveis do ano e embalado com a música “Fala”.   



Similar em alguns aspectos com o filme A que Horas ela Volta?, a obra  Fellipe Barbosa ganhou reconhecimento meio tardio graças ao filme de Regina Case. Porém, é uma obra que possui luz própria e que, por vezes, vai muito mais longe do que se possa imaginar.


Embora seja dirigido pelo mestre Wim Wenders (Asas do Desejo) o filme possui co-direção do brasileiro Juliano Ribeiro Salgado, filho do protagonista desse documentário, Sebastião Salgado, um dos maiores mestres da fotografia de nosso país e, portanto está mais do que certo estar nessa lista. Se a vida pessoal dele já nos fascina, seus registros através de sua maquina fotográfica nos deixa maravilhados, mas ao mesmo tempo nos assombra e mostrando o lado sombrio do ser humano devido a fome e a guerra pelo mundo.    
   
Lírio Ferreira nos brinda com inúmeras tramas, onde tudo é em volta de um circo, onde os personagens se encontram, por vezes, perdidos e presos a amarras invisíveis. Com temas espinhosos, mas muito bem dirigidos, o filme possui uma das melhores fotografias do ano
 

Morto de uma forma trágica, o mestre documentarista Eduardo Coutinho faz desse documentário uma espécie de carta de despedida para nós, onde os jovens que ele entrevista colocam para fora suas dores e altos e baixos de suas vidas. Uma despedida melancólica, mas que fecha com chave de ouro a carreira de um dos nossos melhores cineastas.        
 
                             7º) Ausência 

Grande vencedor do último  festival de Gramado, o filme é um retrato da juventude  do nosso mundo contemporâneo, onde as mazelas do início dos anos 80, e vistas em clássicos como Pixote, continuam infelizmente mais vivas do que nunca.    
 


Pequena ficção científica, mas  ao mesmo tempo uma espécie de documentário, onde mostra o quanto o povo brasileiro ainda é preconceituoso. Embora com um orçamento minúsculo, o filme surpreende pela criatividade e nos brinda com um final desconcertante.    
 


Jorge Furtado filma pouco, mas diz muito. Nesse seu pequeno filme gaúcho ele reúne de tudo um pouco, desde grandes interpretações há grandes cenas, mesmo num pequeno cenário escondido no interior do estado.  


10º) Orestes 
Meio ficção e documentário, esse poderoso filme sintetiza o povo brasileiro que se encontra rachado atualmente devido descrença com relação a política, mas procura de todo jeito dialogar sobre assuntos espinhosos como a intolerância, vingança e perdão.  


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