Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'O Segredo de Madeleine Collins'

Nota: Filme exibido para os associados no dia 25/09/2022.

Sinopse: Judith leva uma vida dupla: dois amantes, duas famílias. Emaranhada entre segredos e mentiras, suas vidas começam a desmoronar.

São raros os casos de dois gêneros se cruzarem e renderem bons frutos para um determinado filme. Quando acontece, porém, tudo se torna surpreendente, principalmente quando achávamos que nesta mistura pudesse dar tudo errado. "O Segredo de Madeleine Collins" (2021) é um desses casos em que os gêneros se cruzam para moldar uma história surpreendente, mas que nos soa verossímil perante esse mundo cada vez mais complexo.

Dirigido por Antoine Barraud, o filme conta a história de Judith, interpretada pela atriz Virginie Efira e vista recentemente em "Benedetta" (2021), que se divide entre a Suíça e a França, vivendo uma vida dupla com dois amantes e filhos diferentes. Em um lugar, com Abdel ela cria uma menina, e em outro, com Melvil, tem dois meninos mais velhos. Todavia, essa frágil harmonia é quebrada, e toda teia de mentiras, segredos e idas e vindas começa a ser revelada.

Em sua abertura, Antoine Barraud busca inspiração através de Alfred Hitchcock, já que nela nos é apresentado a protagonista em um dia qualquer comprando umas roupas. Toda essa parte é apresentado em um plano-sequência, como se o realizador quisesse que a gente se prepare para algo de peculiar venha acontecer. Algo realmente acontece, mas as respostas surgem mais adiante.

Aos poucos vamos conhecendo o dia a dia de Judith, mas não demora muito para a gente notar que a sua vida é mais complexa do que a gente imagina. No primeiro ato, por exemplo, conhecemos os seus dois lados da mesma moeda, os seus trabalhos do qual ela se sustenta e que é através deles que ela consegue contornar e manter as suas mentiras. Aos poucos percebemos em seu olhar que ela possui um conflito interno, pois sabe que a qualquer momento tudo aquilo que ela havia construído pode desmoronar a qualquer momento.

Virginie Efira nos brinda com uma das melhores atuações do ano, cuja a sua expressão sintetiza toda ação e reação que sua personagem provoca para si e para as pessoas em sua volta. Não deixa de ser espantoso, por exemplo, a cena em que ela assiste ao concerto do seu marido, para logo percebemos que a sua expressão vai mudando e fazendo a mesma sair do local antes que acontecesse algo de pior para dizer o mínimo. Um momento simples, porém, poderoso, muito bem dirigido e que somente obteve esse feito graças ao desempenho da atriz que se entregou na cena como um todo.

Curiosamente, a trama em alguns momentos vem e volta no tempo, fazendo com que a gente tenha uma atenção redobrada para não ficarmos no meio do caminho. Quando a situação foge do controle para Judith as coisas começam a fazer maior sentido, mesmo quando desejamos no fundo que tudo se amenize, pois já sentimos que a protagonista não conseguirá manter tudo o que construiu por muito tempo. Na medida em que as revelações são jogadas ao nosso colo percebemos também uma Judith cada vez mais se desequilibrando e partindo por situações que fogem do seu raciocínio.

O filme, portanto, se torna um suspense psicológico de proporções arrasadoras, não somente para a protagonista, como também para as pessoas das quais ela ama, porém, que sofrem pelas suas ações e consequências. Neste último caso, por exemplo, ficamos com o coração partido ao vermos a inocência de uma criança diante da complexidade da vida adulta e tentando compreender algo que nem os adultos envolvidos conseguem explicar de forma coerente. De forma resumida, o filme é uma síntese atual do ser humano que se encontra sempre correndo contra o relógio, escolhendo caminhos errados e não conseguindo achar o caminho de volta para recomeçar do zero.

"O Segredo de Madeleine Collins" é um eficiente suspense dramático com contornos surpreendentes e que nos levam junto com a protagonista ao fim iminente. 


    Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Marte Um'

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.


SESSÃO CLUBE DE CINEMA 

Local: Sala Paulo Amorim, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana. Data: 01/10/2022, sábado, às 10:15 da manhã 


"Marte Um"

Brasil, 2021, 115 min, 16 anos

Direção: Gabriel Martins 

Elenco: Cícero Lucas, Carlos Francisco, Camilla Damião 

Sinopse: Os Martins, uma família negra de classe média baixa, vivem na periferia de uma grande cidade brasileira – e, apesar da situação do país, tentam equilibrar suas expectativas e dificuldades. A mãe, Tércia, acha que está amaldiçoada depois de levar um susto, enquanto a filha mais velha planeja ir morar com a namorada. O pai, Wellington, que trabalha como porteiro, sonha com o dia em que o filho mais novo será um jogador de futebol, mas Deivinho sonha mesmo em viajar para Marte. O filme foi um dos destaques do Festival de Gramado 2022, com o prêmio especial do júri e os Kikitos de melhor roteiro e júri popular. É o indicado pelo Brasil para concorrer a uma vaga na disputa pelo Oscar de melhor filme internacional.

Sobre o Filme: É curioso observar que, após o resultado das eleições de 2018, o cinema brasileiro tem nos brindado com tramas em que retratam protagonistas em tempos em que o futuro se encontra completamente indefinido. No recente "O Debate" (2022), por exemplo, testemunhamos um casal de jornalistas que debate sobre o antes e o depois das eleições daquele ano e ao mesmo tempo tentam manter o que havia restado do casamento. "Marte Um" (2022) é sobre sonhos há serem conquistados em um futuro próximo, mesmo quando os rumos do país nos levam para o cenário da incerteza e até mesmo de desespero.

Confira a minha crítica completa já publicada clicando aqui. 


Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Queda'

Sinopse: Para as melhores amigas Becky (Grace Caroline Currey) e Hunter (Virginia Gardner), a vida é sobre vencer medos e ultrapassar limites. Mas depois de escalarem 2000 pés até o top de uma torre de rádio remota e abandonada, elas encontram-se presas e sem saída. 

O subgênero “filme de sobrevivência” já rendeu alguns títulos curiosos dentro da história do cinema e que fizeram muitos ficarem aflitos na medida em que a trama ia avançando e fazendo a gente crer que o protagonista não poderia como sair vivo.  Mas se por um lado temos o exagerado "Limite Vertical" (2000), do outro, temos algo mais coerente como "127 Horas" (2010) que vale a pena ser lembrado. Pode-se dizer que "A Queda" (2022) transita entre os clichês, exageros, mas que é compensado por momentos de pura tensão e que fará muitos prenderem a respiração.

Dirigido por Scott Mann, o filme conta a história da alpinista emocionalmente abalada, Becky, que relutantemente decide enfrentar seus medos quando sua amiga, outra alpinista experiente, a convence a embarcar em uma aventura de escalada de alto risco, até o topo de uma torre de TV abandonada. No entanto, quando a escalada perigosa não sai como planejado, as mulheres devem reunir toda a coragem e força para elaborar um plano para um retorno seguro para casa - ou morrer tentando.

Quando eu assisti ao filme "King Kong" (2005) de Peter Jackson eu fiquei espantando com o ato final em que o gorila gigante enfrenta os aviões no alto da torre do Empire State Building e provocando em mim uma verdadeira sensação de vertigem. E olha que estamos falando de uma época que nem sequer havia ainda o 3D nos cinemas, mas as cenas muito bem filmadas e efeitos visuais caprichados fizeram com que o momento fosse praticamente verdadeiro. Essa foi a minha sensação ao assistir "A Queda", pois é preciso dar o braço a torcer pelas impressionantes sequências de eventos que ocorrem com as duas protagonistas no alto de uma grande torre de energia.

Antes disso acontece os clichês básicos, desde ao fato da protagonista sofrer devido a uma grande perda no passado, mas tendo que se reanimar para sobreviver em uma situação que exige a sua força de vontade em querer sobreviver até o último minuto. Neste último caso, infelizmente, o filme nos passa aquela costumeira sensação de Déjà vu, já que a trama possui elementos narrativos já usados até de forma melhor em outros títulos. Há, por exemplo, um grande segredo envolvendo a personagem Hunter e do qual me lembrou por demais o filme de horror "Abismo do Medo" (2005) e quem for cinéfilo de olho atento sabe do que eu estou falando.

Tanto Grace Caroline como Currey Virginia Gardner fazem o que podem para nos convencer no primeiro ato da trama, mas as suas atuações nestes primeiros momentos não agradam e fazendo tudo parecer um tanto que forçado demais em um primeiro momento. Porém, o trabalho delas dá uma melhorada quando ambas se encontram no cenário principal da trama e é aí que os seus desempenhos realmente se encaixam com a proposta principal da obra. Em termos de ação e pura tensão, as interpretes nos convencem e fazendo a gente torcer pelas suas personagens mesmo quando a gente percebe que será quase impossível que ambas saem vivas desta enrascada.

O filme realmente engrena quando elas se encontram no topo do mundo, onde os efeitos visuais convincentes nos passam uma verossimilhança extraordinária e nos provocando até mesmo vertigens em alguns momentos em que nos é apresentado. Claro que há também alguns elementos clichês vindos de outros filmes sobre sobrevivência, desde a falta de comida, água e um perigo que se encontra à espreita. Eles funcionam para provocar mais tensão no espectador que assiste, mesmo quando nos passa aquela sensação de que há uma forçada de barra em determinados momentos da história.

Neste último caso, há uma situação que nos pega desprevenidos na reta final da trama, pois embora ela nos soe forçada em alguns momentos, ao mesmo tempo, ela possui também pistas que nos revela o que realmente está acontecendo. Quando a revelação acontece ficamos à deriva e nos dando a entender que tudo parece perdido para as protagonistas. Mas é claro que estamos falando de Hollywood, a máquina de sonhos que deseja que saiamos da sala um tanto que aliviados e isso acontece graças ao surgimento de uma solução surgida nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, mas quando acontece já estamos mais do que esgotados dos nervos.

"A Queda" possui todos os clichês básicos dos filmes de sobrevivência, mas que funcionam quando nos empurram junto com as protagonistas em um cenário mortal e inesquecível. 

Nota: O filme estreia na próxima Quinta. 

    Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 29 de setembro a 5 de outubro de 2022

Mudança

 ESTREIA DE NOVO FILME DE FABIANO DE SOUZA

Mudança, novo longa-metragem de Fabiano de Souza, entra em cartaz na Cinemateca Capitólio no dia 29 de setembro. O diretor e integrantes da equipe participam de um debate na terça-feira, 4 de outubro, às 19h30. Marte Um, de Gabriel Martins, segue em exibição até o dia 5.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5436/mudanca/


SESSÃO VAGALUME APRESENTA A PRINCESA E O SAPO

A próxima edição da Sessão Vagalume irá exibir a produção da Disney A Princesa e o Sapo. As sessões na versão dublada serão realizadas nos dias 1º e 02 de outubro, às 15h, na Cinemateca Capitólio. Antes, a partir das 14h30min, o público poderá conhecer os bastidores do prédio histórico erguido em 1928, incluindo a área do acervo e a sala de projeção, nas visitas guiadas. Os ingressos populares custam R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia-entrada).


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5440/sessao-vagalume-a-princesa-e-o-sapo/


FILME DE VINGANÇA DE NIKI DE SAINT PHALLE É ATRAÇÃO DO PROJETO RAROS

Na sexta-feira, 30 de setembro, às 19h30, o Projeto Raros apresenta Daddy, fantasia de vingança criada pela artista francesa Niki de Saint Phalle, em parceria com o cineasta britânico Peter Whitehead. A sessão será apresentada pela pesquisadora Thainá Maria. Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5434/projeto-raros-daddy/


OS MARIDOS DE JOHN CASSAVETES EM EXIBIÇÃO

Um dos longas-metragens mais celebrados de John Cassavetes, Os Maridos (1970) ganha exibições na Cinemateca Capitólio a partir do dia 28 de setembro. O valor do ingresso é R$ 10,00. A exibição do filme é um aquecimento para a mostra Anja Breien e suas irmãs, em torno da filmografia da diretora norueguesa que recriou a premissa do filme de Cassavetes repensando o gênero das protagonistas em Mulheres (1975), marco do cinema setentista que será exibido na sessão de abertura da programação, no dia 07 de outubro.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5438/os-maridos/


GRADE DE HORÁRIOS

29 de setembro a 05 de outubro de 2022


29 de setembro (quinta)

15h – Os Maridos

17h30 – Marte Um

19h30 – Mudança


30 de setembro (sexta)

15h – Marte Um

17h30 – Mudança

19h30 – Projeto Raros: Daddy


01 de outubro (sábado)

15h – Sessão Vagalume: A Princesa e o Sapo

17h30 – Marte Um

19h30 – Mudança


02 de outubro (domingo)

15h – Sessão Vagalume: A Princesa e o Sapo

17h30 – Marte Um

19h30 – Mudança


04 de outubro (terça)

15h – Os Maridos

17h30 – Marte Um

19h30 – Mudança + debate


05 de outubro (quarta)

15h – Os Maridos

17h30 – Marte Um

19h30 – Mudança

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Gran Torino'

Sinopse: Trabalhador aposentado e veterano da Guerra da Coreia, preenche sua vida com cerveja e reparos em casa, desprezando famílias asiáticas, negras e latinas no bairro histórico onde mora. Ele se torna um herói relutante quando fica ao lado de um adolescente asiático que foi forçado por uma gangue a roubar seu precioso automóvel, um Gran Torino.  

Clint Eastwood é um realizador completo dentro da indústria cinematográfica e onde o próprio aprendeu a caminhar em meio as mudanças que ocorriam no seu devido tempo. Conservador, o realizador é dos tempos em que interpretava o durão que atirava primeiro e perguntava depois, mas tendo consciência ao longo do tempo que isso ficou para trás, mesmo estando lá registrado e para ser conferido pelos fãs. Quando "Gran Torino" (2018) foi lançado ele havia declarado que poderia ser o seu último filme em que atuaria e se tivesse cumprido a promessa o encerramento seria em grande estilo e bastante poético.

Dirigido e protagonizado pelo próprio, o filme conta a história de Walt Kowalski (Clint Eastwood), um inflexível veterano da Guerra da Coréia, agora aposentado. Para passar o tempo ele faz consertos, bebe cerveja e vai mensalmente ao barbeiro (John Carroll Lynch). Sua vida é alterada quando passa a ter como vizinhos imigrantes hmong, vindos do Laos. Ressentido e desconfiando de todos, Walt apenas deseja passar o tempo que lhe resta de vida. Até que Thao (Bee Vang), seu tímido vizinho adolescente, é obrigado por uma gangue a roubar o carro do veterano, um Gran Torino retirado da linha de montagem pelo próprio.

Walt Kowalski é o típico personagem durão que Eastwood interpretou ao longo da vida, cuja as suas características nos faz lembrar do seu "estranho sem nome" da trilogia dos dólares comandada pelo mestre Sergio Leone, ou do tira durão visto em "Perseguidor Implacável" (1971). Porém, a figura de Walt está ficando para trás, cujo o seu preconceito com relação aos coreanos e aos demais imigrantes em solo americano já não é mais visto com bons olhos e fazendo com que o mesmo se isole cada vez mais em sua bolha após o falecimento de sua esposa. O seu Walt é um cidadão que já viu o pior lado do ser humano em tempos de guerra e fazendo o mesmo se perguntar qual é o seu lugar em um mundo em que o preconceito racial é crime e a diversidade é hoje a palavra dominante?

Com os seus vizinhos coreanos, os irmãos Tao e Sue, ele acaba obtendo o seu lugar no mundo no local onde ele jamais imaginava, mas sendo melhor bem vindo do que dentro da sua própria família. Vendo Tao sendo perseguido e humilhado por uma gangue local Walt vê ali a oportunidade de praticar algo de significativo na reta final de sua vida, mesmo quando não admita para consigo próprio. A relação entre os dois é o coração pulsante do filme como um todo e sendo algo similar ao que foi visto em "Menina de Ouro" (2004) e cuja a temática o veterano trás novamente com estilo.

Falando em estilo, o realizador poderia facilmente encerrar os seus trabalhos na atuação através desse filme, pois o ato final seria uma espécie de um abraço para a redenção em que ele procura dar para esse tipo de personagem que ele soube melhor do que nunca interpretar ao longo de sua vida. Após "Gran Torino" ele se dedicou por algum tempo somente na direção e lançando obras significativas como "A Troca" (2008), "Invictos" (2009), "Além da Vida" (2010), "J. Edgar" (2011) e tantos outros. Porém, ele achava que poderia ainda dizer alguma coisa na área da interpretação e nos brindando com o ótimo "A Mula" (2018) e com o seu último e sereno "Cry Macho - O Caminho Para a Redenção" (2021).

Ao meu ver, Clint Eastwood tem a grande possibilidade de morrer trabalhando em algum set de filmagem, pois não demonstra sinais de aposentadoria e seguindo em frente com a força que lhe resta. O durão anti-herói ainda continua impregnado em sua alma, mas pelo visto ainda quer aprender sobre esse novo mundo antes de ir embora e morrer tranquilo sabendo que soube lidar com essas mudanças. "Gran Torino" é sobre o próprio Clint Eastwood tendo que lidar com relação a esse novo mundo e procurando saber qual é o seu lugar antes que seja tarde demais.


   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Cine Especial: Próximo Clube de Cinema de Porto Alegre - ‘Fome de Viver’

Nota: O filme será exibido para associados no próximo sábado, às 10:15 da manhã, no Cine Farol Santander , Porto Alegre. 

Sinopse: John é o amante da linda vampira Miriam, que existe desde a época dos faraós. Ele acha que viverá para sempre, mas começa a envelhecer rapidamente e Miriam procura um novo companheiro. 

Tony Scott não teve uma carreira tão sublime quanto do seu irmão Ridley Scott, mas foi mais do que o suficiente para chamar atenção. Realizador do clássico “Top Gun” (1986), o diretor começou a carreira dirigindo vídeo clipes, sendo um dos primeiros a testar o que viria a seguir com a entrada da MTV, onde as músicas de sucesso eram embaladas com criativas imagens e que moldavam o canal da música como um todo. Graças ao seu trabalho nesta área ele acabou sendo chamado para dirigir "Fome de Viver" (1983), seu primeiro longa-metragem na carreira, sendo uma obra horror que envelheceu muito bem no seu devido tempo e que possui visual gótico que influenciaria outros projetos futuros.

A trama se passa em Manhattan, Nova York. Miriam Blaylock (Catherine Deneuve) é uma vampira que consegue se manter "viva" e bela através dos séculos com o sangue dos seus amantes. Em retribuição, os jovens e as moças que se envolvem com ela não envelhecem, até Miriam ter tirado bastante sangue deles. Infelizmente seu atual parceiro, John (David Bowie), está tendo um envelhecimento extremamente rápido e a expectativa de vida é de apenas 24 horas. Desesperado, ele procura a ajuda da médica Sarah Roberts (Susan Sarandon), que é especialista em envelhecimento prematuro e que logo se sente atraída por Miriam.

O filme possui uma trilha sonora que nos soa familiar a todo momento, da qual nos remete aos outros clássicos daqueles anos. O longa se passa em um momento em que o mundo estava passando por uma certa transição, já que a “paz e amor” dos anos setenta meio que se encerrou quando vieram as consequências da AIDS e fazendo com que a maioria das pessoas até mesmo temessem em fazer sexo por um bom tempo. A figura do vampiro aqui, portanto, é de um ser imortal que não deseja a morte, mas ela vem para eles e de uma forma peculiar e fazendo com que esses seres jamais descansem.

Em meio a isso, há um curioso estudo sobre o sangue comandado pela personagem de Sarandon, justamente fazendo experiências com macacos e sendo, logicamente, uma referencias sobre a busca pela cura que os cientistas estavam fazendo naquele momento com relação a AIDS. No caso do filme o envelhecimento é um tabu a ser combatido e do qual se torna um pesadelo para o personagem de David Bowie. É curioso observar que o artista somente participa do primeiro ato da trama, mas é tempo o suficiente para fazer com que as suas ações movimentem os demais personagens dentro da história.

A partir daí o filme entra em uma verdadeira espiral gótica, onde a fotografia que transita entre azul e o escuro criam um visual surpreendente e que ia de contramão com a tendência do cinema de horror da época. Com uma trilha sonora sublime, porém, peculiar, o filme consegue nos passar uma sensação incomoda e ao mesmo tempo sedutora, como se quisesse nos puxar para aquela realidade em que os personagens lutam contra a solidão e sempre desejando uma companhia eterna. Não é a toa, portanto, que o longa não foi muito bem recebido pelo público da época, mas logo ganhando status de cult graças ao advento do VHS e hoje entra facilmente na lista dos filmes mais interessante da década de oitenta.

Embora tenha optado por uma carreira mais diversificada em outros países, Catherine Deneuve se sai muito bem em solo americano como a protagonista que anseia pela companhia dos seus amados, nem que para isso os deixa embalsamados mesmo quando se encontram decrépitos. Com Susan Sarandon ambas criam uma química perfeita e cheia de atração em cena e que com certeza tocou no imaginário de uma geração inteira. David Bowie voltaria em outros papeis durante aquela década em filmes como "Labirinto" (1986) e "A Última Tentação de Cristo" (1988), porém, esse é um dos seus papeis mais lembrados.

"Fome de Viver" é um filme que sintetiza os medos e as metamorfose que a década de oitenta estava nos apresentando e só por causa disso merece ser bastante lembrado. 


   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (22/09/2022)

 A MULHER REI

Sinopse: A história memorável da Agojie, uma unidade de guerreiras composta apenas por mulheres que protegiam o reino africano de Dahomey nos anos 1800, com habilidades e uma força diferentes de tudo já visto. Inspirado em eventos reais.



ACAMPAMENTO INTERGALÁCTICO

Sinopse: Ronaldo e sua irmã viajam ao Acampamento Intergaláctico para se tornarem grandes inventores, mas lá eles descobrem um alienígena malvado que irá sabotar os seus planos. Agora viverão aventuras cheias de ciência, diversão e música para salvar o mundo.


CORDIALMENTE TEUS

Sinopse: Dez histórias ou uma só. Dez momentos na linha do tempo: 1972, 1999, 1550, 2083, 1891, 2012, 1618 - e uma mesma realidade: a violência dando a cara final às relações no Brasil. 


NÃO SE PREOCUPE, QUERIDA

Sinopse: Alice (Florence Pugh) e Jack (Harry Styles) têm a sorte de viver na comunidade planejada de Victory, cidade experimental que abriga os trabalhadores do ultrassecreto Projeto Victory e suas famílias. O otimismo social da década de 1950, defendido pelo CEO da empresa, Frank (Chris Pine) — um visionário coach tanto da vida corporativa como pessoal — fundamenta todos os aspectos da vida em Victory, uma utopia no deserto. 


   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.