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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Cine Dica: Streaming: ‘Emicida AmarElo - É Tudo Pra Ontem’

Sinopse: O documentário mescla animações, entrevistas e cenas dos bastidores do álbum Amarelo, do rapper Emicida lançado em   2019. Ao mesmo tempo, conta história da cultura negra brasileira nos últimos 100 anos. 

Por mais que a gente aprecie monumentos históricos de nossa arquitetura é preciso lembrar também que muitas delas foram levantadas por sangue de escravos, que foram retirados há muito tempo de suas casas para servirem ao poderio do homem branco. O tempo passa, mas a história é implacável contra aqueles que se achavam os donos do mundo e valorizando o povo negro que colaborou na construção da cultura brasileira como um todo. "Emicida AmarElo - É Tudo Para Ontem" (2020) não é somente um mero documentário, como também recapitulação de nossa história e da qual merece ser apreciada.

Dirigido por Fred Ouro Preto, o documentário explora todo o processo de criação do projeto AmarElo, do músico e militante negro, Emicida. Criado em estúdio, AmarElo foi apresentado no Theatro Municial, em São Paulo, 2019, em um show que abordou a história da cultura negra no Brasil.

Quando nós achamos que iremos ver um documentário sobre a vida do cantor, eis que ele nos brinda com uma verdadeira aula de história, nos mostrando as raízes do rapper assim como do próprio samba. Com isso, temos o direito de degustar de várias cenas, onde nos é apresentado grandes artistas das mais diversas áreas, sendo que todos são homens e mulheres negras que a classe conservadora branca tentou silenciar, mas não tendo força o suficiente para manter. Se formos resumir, o documentário é uma verdadeira árvore genealógica com diversos talentos e que cada um deles serviu de inspiração para os talentos que viriam a nascer no futuro próximo.

Tudo isso apresentado em meio ao cenário da cidade de São Paulo, da qual a sua história foi erguida com diversos talentos, sendo o mais representativo pelo arquiteto Joaquim Pinto de Oliveira, mais conhecido como Tebas. Portanto, é mais do que justo ter acontecido o show que ocorreu no  Theatro Municial, em São Paulo em 2019 e onde foi abordado a história da cultura negra no Brasil. Um feito histórico do qual foi registrado com êxito e cujo o documentário nos brinda com os melhores momentos.

Tecnicamente a obra é um colírio para os olhos, cujo os desenhos cartunescos representam diversos pontos da história do Brasil e fazendo do documentário ainda mais dinâmico e bem compreendido. Ao mesmo tempo há um cuidado especial com a edição de cenas, das quais as mesmas formam um verdadeiro balé de luzes, cores e sintetizando o calor da cultura negra que moldou e lutou para fazer parte de nossa história.  Uma aula de história digna de nota e que merecia ser vista e revista em todas as escolas.

Curiosamente, o documentário foi elaborado justamente no momento em que surgiu a pandemia do coronavírus e fazendo um paralelo surpreendente com a gripe espanhola no último minuto. Embora todos nós estejamos sofrendo nestes tempos de isolamento, o documentário nós dá ânimo quando nos diz que tudo é um círculo e do qual sobreviveremos assim como a nossa cultura como um todo. Em tempos em que há somente notícias ruins nada melhor do que assistir algo que revigore a nossa esperança de um futuro melhor e que ele venha logo.

Com uma justa homenagem a Marielle Franco no último minuto de projeção, “Emicida AmarElo - É Tudo Pra Ontem" é uma bela aula de como se faz um documentário e que fortalece ainda mais a nossa cultura brasileira em meio a esses tempos nebulosos. 

Onde Assistir: NETFLIX.

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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Cine Dica: Próximo encontro do Cine Debate: Primavera, verão, outono, inverno e primavera (2004).

O próximo encontro do Cine Debate – Filmes para pensar a vida será no dia 29.12.2020 com o filme: Primavera, verão, outono, inverno e primavera (2004).

Assim como as estações, cada aspecto de suas vidas é introduzido com uma intensidade que conduz ambos a uma grande espiritualidade e a tragédia. Eles também estão impossibilitados de escapar da roda da vida, dos desejos, sofrimentos e paixões que cercam cada um de nós. Sobre os olhos atentos do velho monge vemos a experiência da perda da inocência do jovem monge, o despertar para o amor, o poder letal do ciúme e da obsessão, o preço do perdão, o esclarecimento das experiências. Assim como as estações vão continuar mudando até o final dos tempos, na indecisão entre o agora e o eterno, a solidão será sempre uma casa para o espírito.

O filme está disponível em: Filme disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1RbRWEdouzk ative a legenda.

Quer participar? Entre em contato com Emília (54) 991574594.

Att,

Dra. Maria Emília Bottini

Confira o meu especial sobre o cineasta Kim Ki Duk

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Cine Especial: KIM KI-DUK (1960 - 2020)

Vítima de Coronavírus, Kim Ki-Duk foi um cineasta sul-coreano. Foi um dos melhores e mais conhecidos representantes da vanguarda cinematográfica desse país. Provém de uma família de classe operária e não recebeu formação técnica como cineasta, começando sua carreira a uma idade relativamente tardia de 33 anos como roteirista e diretor.

Autor de uma dezena de obras às vezes altamente experimentais, é sensível o ritmo pausado de seu cinema, o forte conteúdo visual muitas vezes sangrento, o parcimonioso uso do diálogo e a ênfase em elementos criminais ou marginais da sociedade. Este último reflete a posição de Kim dentro da sociedade sul-coreana em general, e o âmbito fílmico em particular. Foi agraciado com um Urso de Prata de Melhor Diretor no Festival Internacional de Cinema de Berlim em 2004 por Samaria e um Leão de Prata em Veneza por Bin-jip no  

Morreu em 11 de dezembro de 2020 de COVID-19 na Letônia.    

Abaixo, segue os filmes essenciais de sua carreira.  

'Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera' (2003) 

Sinopse: Em um pequeno monastério flutuante sobre um lago vivem um velho monge e seu jovem aprendiz. Enquanto o menino explora os arredores, ele se deixa levar por seus instintos e crueldades infantis. Porém, o mestre sempre está pronto para ensinar suas lições, e mostra para o garoto que as consequências de pequenos atos podem durar a vida toda. 

Do cineasta Kim Ki-duk, “Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera”, as estações do ano são uma metáfora para os estágios, não só da vida, como também de desenvolvimento humano: nascimento, crescimento e declínio. Dois monges budistas, um mais velho que exerce a função de mestre; e outro mais novo, jovem aprendiz, convivem em uma casa no meio de um lago entre as montanhas. O filme é dividido em cinco partes de acordo com as estações do ano, como destacado pelo título: há a primavera, o nascimento; o verão, o despertar; o outono, o declínio; o inverno, a queda; e o renascimento com a primavera, novamente. Na obra fica evidente o eterno retorno da situação humana, mas em um plano metafísico, de constituição da essência humana nos seus estágios de desenvolvimento.  


'Casa Vazia' (2004)  

Sinopse: Um jovem vagabundo invade a casa de estranhos e mora nelas enquanto os donos estão fora. Para pagar a estadia ele realiza pequenos consertos ou faz limpeza na casa. Ele costuma ficar um ou dois dias em cada lugar, trocando de casa constantemente. Até que um dia encontra uma bela mulher em uma mansão, que assim como ele também está tentando escapar da vida que leva. 

O Cineasta Kim-Ki Duk chamou a atenção mundial com seu filme anterior que eu citei acima. O mundo ficou deslumbrado com a carga cheia de filosofia apresentada na relação entre mestre e discípulo. Quando "Casa Vazia" foi lançado à expectativa era enorme e muitos esperavam algo na mesma linha. De forma certeira e imprevisível, Kim-Ki Duk tomou um rumo completamente diferente. Desta vez ele conta a história de Hee-Jae (Hyun-kyoon Lee), um jovem que invade casas cujos donos estão viajando e lá fica por algum tempo. Ele não rouba nada e, para compensar a "hospedagem", procura algo dentro da casa que precise ser arrumado. Certo dia, em uma das casas que ele invadiu, Hee-Jae presencia a bela modelo Sun-hwa (Seung-yeon Lee) levar uma surra do marido. A partir daí se estabelece uma forte relação entre os dois sem que eles troquem uma única palavra sequer. A narrativa que o diretor imprime aqui não segue um padrão convencional. A trama é, antes de tudo, romântica, porém, vem impregnada de poesia, de realismo fantástico, de questões sobrenaturais. Parece uma salada que não combina bem seus ingredientes, no entanto, tudo o sentido nesta belíssima história de amor.


'Pieta' (2012) 

Sinopse: Kang-do (Lee Jung-Jin) é um homem implacável e bastante cruel, que trabalha como cobrador para agiotas. Caso o devedor não tenha como pagar a quantia devida, ele quebra ou esmaga algum osso de seu corpo, já que desta forma o acidentado receberá um seguro de saúde que servirá para cobrir a dívida. A vida de Kang-do é bastante solitária, até que um dia surge em sua vida uma mulher que afirma ser sua verdadeira mãe.  

É de uma beleza paradoxal a forma com que Kim Ki-Duk consegue tratar a natureza humana de forma íntima e poética. Cruel, como em boa parte de seus longas, ele não coloca limites na complexa construção de seus personagens ao passo que filma de modo simples, deixando a câmera muitas vezes vacilar, tremendo ou até mostrando um zoom automático que vem e volta. Apesar de ser uma ficção, faz lembrança ao espectador que está mergulhado no realismo íntimo daquelas pessoas em um cenário que se aproxima muito do real, sendo quase possível sentir a dor delas.

Não há como sair impune de um longa de Kim ki-duk e Pietá não foge da regra de uma obra aparentemente cruel e fria, construída sobre a base das relações humanas nada simplórias, mas que vistas pelo olhar do espectador, ganham contornos de fábula. 


'Moebius' (2013) 

Sinopse: Uma família inicia um ciclo destrutivo quando começa a questionar seus desejos sexuais, nutrindo relações nocivas para todos, levando-os a um destino trágico. Um dos trabalhos mais controversos do diretor Kim Ki-Duk.

Provocador Kim Ki-duk volta com uma conturbada crônica familiar, uma mistura de thriller psicológico, comédia grotesca e uma perversa ode ao sadomasoquismo. Nesta metáfora sobre a obsessão contemporânea com a própria sexualidade, conduzida por personagens sem nomes e narrada sem auxílio de diálogos, o diretor coreano acompanha a briga entre um casal que, observado pelo filho adolescente, discute sobre a infidelidade do marido. O conflito se desdobra em uma cadeia de eventos violentos, culminando em um epilogo dramático de destruição.

Atenção para o surpreendente desempenho de Lee Eun-Woo que é a alma do filme. Ela interpreta a mãe e a amante com uma transformação impressionante. Sinceramente não havia notado que era a mesma pessoa. 


Filmografia Completa: 

2018 Humano, Espaço, Tempo e Humano

2016 A Rede

2015 Stop

2014  Dente por Dente

2013  Moebius

2013 Venice 70: Future Reloaded

2012  Pieta 

2007  Sem Fôlego

2006  Time - O Amor Contra a Passagem do Tempo

2004  A Casa Vazia

2003  Primavera, Verão, Outono, Inverno e Primavera 


NOTA: O filme "Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera" será debatido na próxima live do Cine Debate. Informações e como participar entre em contato com  Maria Emília Bottini clicando aqui. 


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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Cine Dica: Streaming: 'Se Algo Acontecer... Te Amo'

Sinopse: casal enfrenta o vazio emocional e o luto devido a perda de um ente muito querido.  

Não é preciso necessariamente de diálogos para se criar uma narrativa, pois as imagens, se elas forem bem dirigidas, nos dizem muito mais do que meras palavras ditas. Se no primeiro ato de "Up: Altas Aventuras" (2009) as imagens falam por si, por outro lado, o curta "O Avião de Papel" (2012) era uma prova que uma boa história pode sim ser moldada para um curto espaço de tempo. Em apenas 12 minutos, "Se Algo Acontecer...Te Amo" (2020) nos arranca lágrimas com facilidade e nos deixa sem chão por alguns minutos após a sua exibição.  

Produzido pela atriz Laura Dern, e escrito e dirigido por Michael Govier e Will McCormack – este último co-roteirista de Toy Story 4 -, "Se Algo Acontecer… Te Amo" abre com um casal fazendo uma refeição em lados opostos da mesa, distantes. Através de suas sombras, que simbolizam as emoções, o filme passa a impressão de que será sobre as cicatrizes e o afastamento de um relacionamento matrimonial. Aos poucos, o espectador vai percebendo o que os levou a chegar em tal situação. 

Feito com desenho tradicional, onde os traços limpos e simples nos chamam atenção, a história transita de forma simbólica, onde as sombras do casal principal seriam na realidade os seus sentimentos dos quais os mesmos não conseguem colocar para fora. Na medida em que a trama avança, as sombras conseguem, gradualmente, fazer com que o casal libere os seus sentimentos, mas tendo um alto preço a ser enfrentado. É nesse momento que sabemos a verdade do porquê de ambos estarem distantes um do outro e cuja a revelação nos pega desprevenidos em cheio.   

O filme sintetiza, portanto, o quanto é difícil lidar com a dor da perda, principalmente quando ela é provocada de uma forma tão tola, mas da qual estraçalha inúmeras famílias. Sendo uma pessoa muito por dentro em questões políticas, Laura Dern não se inspirou em uma, mas sim em várias histórias de famílias que foram afetadas diretamente devido a violência vindo de um ato irracional e do qual poderia ser impedido se houvéssemos líderes capazes de serem, ao menos, mais humanos. 

Moldado em preto e branco, as cores vão surgindo ao longo da trama conforme ela vai avançando, seja ela aparecendo na vida atual do casal, ou em lembranças de um passado mais feliz e dourado. Ao final da trama, constatamos que o amor venceu a dor, mas não eliminando a dor por completo, mas sim somente amenizando ela como um todo. Um soco no estômago para os que assistem do lado de cá da tela e fazendo a gente valorizar ainda mais os momentos de felicidade que nos fortalecem no dia a dia.  

Com uma certeira inserção da música "1950" de King Princess, "Se Algo Acontecer... Te Amo" é uma pequena obra prima em todos os sentidos e que merece ser vista e revista por todos. 

Onde Assistir: Netflix. 


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quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (17/12/20)

 "Mulher Maravilha - 1984", um dos filmes mais esperados do ano, chega finalmente aos cinemas. Porém, essa alegria não será para todos. Devido a pandemia muitas salas de cinema se encontram fechadas, como no caso da região Sul. Só nos resta aguardar para elas reabrirem e aqueles que puderem ir ao cinemas e, por favor, sigam os protocolos de segurança. 

Acessem os sites Cinemark, Cineflix, Itau Cinema e dentre outros sites para conferir se há cinemas abertos em sua região. 

'Mulher Maravilha - 1984'

Sinopse: Mulher-Maravilha 1984 acompanha Diana Prince/Mulher-Maravilha (Gal Gadot) em 1984, durante a Guerra Fria, entrando em conflito com dois grande inimigos - o empresário de mídia Maxwell Lord (Pedro Pascal) e a amiga que virou inimiga Barbara Minerva/Cheetah (Kristen Wiig) - enquanto se reúne com seu interesse amoroso Steve Trevor (Chris Pine).



'O Mensageiro do Último Dia'


Sinopse: Em O Mensageiro do Último Dia (The Empty Man), quando um grupo de adolescentes de uma pequena cidade começa a desaparecer misteriosamente, os moradores acreditam que é obra de uma lenda urbana local. Enquanto um policial aposentado investiga os desaparecimentos, ele descobre um grupo secreto e suas tentativas de evocarem uma entidade sobrenatural, colocando a vida de todos em perigo.




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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Destruição Final O Último Refúgio'

Sinopse: Uma família luta pela sobrevivência quando um cometa destruidor de planetas chega à Terra. 

Se olharmos para trás, muitos filmes catástrofes estão cada vez mais ficando datados, principalmente em tempos em que enfrentamos uma espécie apocalipse real devido ao coronavírus. Cabe os estúdios agora serem mais criativos com relação ao assunto, pois a realidade anda superando a ficção em todos os sentidos. Enquanto isso, "Destruição Final O Último Refúgio" (2020) é um filme que chega um tanto que atrasado, já que trama sobre asteróides caindo na terra está ultrapassada e meio que cansada perante aos nossos olhos.  

Dirigido por Ric Roman Waugh, do filme "Invasão ao Serviço Secreto" (2019), o filme conta a história de uma família que luta para sobreviver enquanto um cometa segue em direção à Terra. John Garrity (Gerard Butler), sua esposa Allison (Morena Baccarin) e seu jovem filho Nathan (Roger Dale Floyd) fazem uma perigosa jornada à procura de um local seguro para se estabelecerem. Nessa jornada, eles enfrentarão o pior da humanidade em um momento de crescimento do pânico, desbravando um cenário onde a lei não existe mais. 

Assim como em outros filmes dentro desse subgênero, a trama se concentra somente nos protagonistas principais, ou seja, nos três protagonistas que formam a família. Enquanto acompanhamos a luta deles em salvar suas vidas o mundo começa aos poucos sendo destruído e não havendo muito tempo para olhar para o que ficou para trás. É preciso reconhecer que nesta questão o filme ganha pontos, ao destacar o lado o humano dos personagens e fazendo que a pirotecnia dos efeitos visuais que moldam a destruição da terra fique em primeiro plano.  

O problema está em algumas fórmulas falhas na construção do roteiro, principalmente em situações que nos dá aquela sensação de déjà vu devido aos filmes do passado. Em um determinado momento, por exemplo, a família se separada, criando assim duas linhas narrativas e fazendo a gente esperar pelo previsível reencontro em um determinado ponto da história. Qualquer semelhança com o filme catástrofe "Impossível" (2012) não é mera coincidência. 

Com relação ao elenco, Gerard Butler fez o que pode neste tipo de filme, principalmente em situações que se exige, tanto um porte físico, como também um apelo dramático. Por outro lado, não foi desta vez que Morena Baccarin obteve um desempenho que provasse ser uma atriz versátil e sua atuação não é muito diferente do que foi visto, por exemplo, em filmes como "Deadpool" 1 e 2. Os demais personagens que surgem na tela pouco têm destaque, pois em meio a eles sempre ocorre um corre e corre.  

O filme tinha todas as chances de, ao menos, obter um final que ficasse em aberto com relação ao destino dos personagens principais. Ao invés disso, os realizadores se entregaram a soluções fáceis e os minutos finais do filme não é muito diferente do que foi visto em títulos como, por exemplo, "O Dia Depois do Amanhã" (2004) ou "2012" (2009). O filme que começa com uma promessa, mas termina de forma sonolenta.  

"Destruição Final O Último Refúgio" é um filme atrasado dos filmes catástrofes, principalmente em tempos de coronavírus que faz uma chuva de meteoros digitais se tornarem bem ultrapassados. 


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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Freaky - No Corpo de um Assassino'

Sinopse: Millie Kessler, de 17 anos (Kathryn Newton, Os Empatas, Big Little Lies), tenta apenas sobreviver aos corredores sedentos de sangue da escola secundária de Blissfield e à crueldade dos miúdos populares. 

O slasher é um gênero que evoluiu através do tempo desde que o "Massacre da Serra Elétrica" (1974) e amedrontou o mundo. Usado ao extremo durante a década de oitenta, o gênero deu uma decaída na entrada dos anos noventa, mas se revitalizando através da franquia "Pânico" (1996). Quando parecia que estava morto e enterrado, eis que ele retorna através do divertido "A Morte Te Dá Parabéns" (2017).

Em tempos em que hollywood está cada vez mais presa devido a franquias, o correto é, ou seguir o líder, ou ir para um caminho diferente. A  Blumhouse Productions, por exemplo, se especializou em olhar para o passado, ao reviver alguns dos gêneros de terror que deram certo e conseguindo assim andar com as próprias pernas e sem muita ajuda de outros grandes estúdios. "Freaky - No Corpo de Um Assassino" (2020) é a mais nova grata surpresa vinda do estúdio, ao conseguir fazer do filme uma verdadeira piada de horror, porém, divertida e que nos prende atenção até o final dela.

Dirigido por Christopher Landon, do já citado "A Morte Te Dá Parabéns", o filme conta a história de um punhal místico, que faz com que Millie (Kathryn Newton) e um serial killer (Vince Vaughn) troquem de corpo e jovem descobre que possui apenas 24 horas para ter seu corpo de volta antes que a troca se torne permanente e ela fique presa na forma de um maníaco de meia-idade para sempre. O grande problema é que, agora, ela parece uma psicopata imponente que é alvo de uma caçada humana por toda a cidade, enquanto o psicopata se parece com ela e planeja libertar seu apetite por carnificina.

Antes de mais nada é preciso destacar que você somente irá curtir o filme se não levar o próprio a sério, já que a trama é absurda, mas não muito diferente como de outras pérolas vindas de outros filmes. A trama começa de forma típica, onde vemos o assassino serial mascarado pronto para esquartejar as suas vítimas. Logicamente, há todos os ingredientes de slasher estão impregnados neste primeiro ato e já fazendo a gente ter uma ideia de quem vive e quem morre ao longo do percurso.

Porém, a trama entra em um novo cenário, a partir do momento em que a mocinha e o assassino trocam de corpos e fazendo o filme se transformar uma verdadeira comédia a partir desse momento. O cinéfilo antigo, logicamente, irá se lembrar de filmes antigos sobre a troca de corpo, que vai desde "Sexta Feira Muito Louca" (2003) ou até mesmo o filme de ação "A Outra Face" (1997). Tudo isso alinhado com momentos de puro sangue e situações que beiram ao absurdo.

Nesta brincadeira quem se sai melhor nessa é Vince Vaughn, que tem porte para ser um assassino serial, mas se coloca em uma situação imprevisível ao interpretar uma jovem presa em um corpo de um assassino. O resultado é vermos o ator brincar consigo mesmo, desde ao fato dele ter uma grande estatura, como também em fazer piadas de banheiro que irá fazer muitos rirem dessa situação absurda. O ato final pode até ser previsível, mas é compensado pelo fato de termos curtido o longa até aquele momento.

"Freaky - No Corpo de um Assassino" é uma nova guinada do gênero slasher, mas de uma forma que diverte, mesmo beirando no exagero a todo momento.     


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