Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Sinopse: Enquanto aproveitam seu primeiro encontro, Queen e Slim são parados por uma pequena infração de trânsito. Quando a parada descontrola e Slim mata o policial em um ato de autodefesa, o casal é forçado a fugir.
O roadie movie (ou filme de estrada) é um subgênero que não fala somente da jornada dos protagonistas, como também da realidade em sua volta. Se por um lado "Sem Destino" (1969) falava de uma sociedade norte americana cansada do seu conservadorismo hipócrita, por outro lado, "Bonnie e Clyde" (1967) falava sobre uma população tentando sobreviver da sua maneira em meio a depressão dos anos trinta. É aí que chegamos a "Queen Slim" filme que fala da população negra cada vez mais perseguida pelo preconceito devido a era Donald Trump.
Dirigido pela estreante Melina Matsoukas, o filme conta a história de Queen, interpretada pela atriz Jodie Turner-Smith do filme "Demônio de Neon" (2016), e Slim, interpretado pelo ator Daniel Kaluuya do filme "Corra" (2017), um casal negro que a pouco haviam se conhecido, mas que são detidos por uma pequena infração de trânsito. A situação se agrava, com resultados repentinos e trágicos, quando Slim mata o policial em legítima defesa. Aterrorizados e com medo da destruição de suas vidas pessoais e profissionais, são forçados a fugir. Mas o incidente é registrado em vídeo e viraliza na internet, e o casal involuntariamente se torna um símbolo de trauma, terror, pesar e dor para pessoas de todo o país.
O filme poderia se passar em qualquer época dos EUA, já que o país ainda é uma das nações mais preconceituosas do mundo contra a comunidade negra. Contudo, devido ao fato de vivermos em uma época de perseguição da extrema Direita, o filme vem em um momento mais do que apropriado, principalmente pelo fato de os últimos assassinatos ocorridos terem sido orquestrados por policiais racistas por lá. Porém, é um tema para ser discutido de forma universal, já que o Brasil não fica muito atrás com relação a essa questão, principalmente nos tempos de governo fascista em que nos domina.
Ao se defenderem contra a intolerância imposta por um policial, Queen e Slim adentram em uma corrida contra o tempo e acabam conhecendo a verdadeira face dos EUA. Na medida em que a trama avança, os protagonistas conhecem diversos personagens, onde cada um tem um ponto de vista sobre eles e fazendo assim levantar diversos debates. Não deixa de ser curioso, por exemplo, que através dos protagonistas e dos personagens que surgem em sua jornada é que se levanta opiniões similares com as de Malcolm x e de Martin Luke King e cujo esse debate perdura até hoje.
Já o casal de protagonistas eles seriam uma espécie de representação da comunidade negra atual, da qual se divide entre ficar em silêncio ou se levantar contra o preconceito. Durante a jornada, ambos acabam aprendendo certos valores até então desconhecido e, aos poucos, começando a se apaixonarem um pelo outro. Tanto Daniel Kaluuya como Jodie Turner-Smith estão ótimos em seus respectivos papéis e fazendo com que o nascimento da paixão entre ambos se torne realmente verossímil.
Em termos de direção, Melina Matsoukas demonstra total controle no que faz, ao passar para nós uma direção segura e fazendo a gente ter interesse em seus próximos projetos que poderão vir em seguida. Com uma boa edição, o filme transita entre a calmaria para momentos de pura tensão e embalados por uma ótima trilha sonora que remete até mesmo aos tempos dos anos setenta. O final da obra não é muito diferente dos clássicos citados no início do texto, mas acaba sendo mais do que satisfatório, pois nos faz pensar diversas horas sobre o que nós testemunhamos.
"Queen e Slim" é sobre resistir contra os tempos de intolerância, mesmo quando a causa parece perdida.
Sinopse: A trama acompanha um grupo de ativistas acusado de começar uma batalha em Chicago durante a Convenção Nacional Democrata de 1968. Os ativistas foram para cidade, seguidos por milhares de pessoas, para se manifestar pacificamente
Em tempos em que a extrema direita domina as diversas potências do mundo é notório como a Hollywood atual anda olhando cada vez mais para trás e percebendo que o sistema de controle deles sempre esteve lá. Ao tentar acobertar as inúmeras mortes de soldados norte-americanos durante a guerra do Vietnã, o então governo do Presidente Nixon direcionava a sua atenção para os manifestantes que lutavam pela vida, pelo direito de protestar e homenagear as vítimas dessa guerra absurda. "Os 7 de Chicago" foi uma história de muitas de uma época em que EUA se diziam um país democrático, mas que as ações governamentais não ficavam muito atrás de um país autoritário.
Dirigido por Aaron Sorkin, do filme "A Grande Jogada" (2017), o filme é baseado em uma história real, onde acompanhamos a manifestação contra a guerra do Vietnã que interrompeu o congresso do partido Democrata em 1968. Ocorreram diversos confrontos entre a polícia e os participantes. No total, dezesseis pessoas foram indiciadas pelo ato.
Os protestos de Maio de 68 na França fizeram acordar um gigante adormecido, onde se revelou a outra face de uma sociedade presa as regras de um sistema movido sempre por engrenagens humanas, mas das quais os poderosos nunca deram bola. O movimento serviu para que se alastrasse em outros países e culminando nestes eventos vistos neste filme. Embora não seja uma história verídica conhecida para o público atual, ao menos, é sempre importante os mesmos testemunharem que os dilemas políticos atuais em que enfrentamos não eram muito diferentes do que os nossos pais ou avós enfrentaram no passado.
Tecnicamente o filme é um colírio para os olhos para aqueles que gostam de uma reconstituição de época e nisso Aaron Sorkin consegue acertar em cheio. Com uma edição de arte e fotografia de cores que sintetizam a época, o filme possui uma edição ágil, entrelaçada com uma contagiante de trilha da época e fazendo a gente jamais desviar da tela. Nada mal para um filme sobre um julgamento, do qual necessita de um ritmo, mas nisso o filme obtém e com gosto.
Outro ponto a favor do filme está em seu elenco estelar, formado por Yahya Abdul-Mateen II, Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Michael Keaton, Frank Langella, John Carroll Lynch, Eddie Redmaye, Mark Rilance e tantos outros que brilham em seus respectivos papéis e que cada um deles são peças essenciais para trama. Destaco o desempenho de Sacha Baron Cohen, cujo o seu personagem transita entre os momentos de humor com dramaticidade e provando que o intérprete não viverá para sempre da sombra de seu maior sucesso que foi "Borat" (2007).
Infelizmente o filme se perde um pouco em seu discurso em fazer com que o público se emocione, quando na realidade a intenção principal é criar um debate para que essas novas gerações reflitam sobre as reais intenções de seus governantes. Os minutos finais, aliás, não foge do típico final hollywoodiano, sendo que a obra estava indo muito bem até ali, muito embora isso não desconstrói a sua proposta principal para nós. Em suma, o filme levanta a questão sobre determinados julgamentos, se eles nascem através de um crime verdadeiro, ou se é fruto de poderes políticos e cuja a intenção é mudar o percurso de determinados eventos futuros.
"Os 7 de Chicago" é sobre tempos em que havia julgamentos políticos explícitos, mas não muito diferentes dos que ocorrem em nosso tempo.
Sinopse: A história sombria de um jovem órfão que em 1967, vai viver com a sua Avó numa cidade rural do Alabama, Demopolis. Quando o rapaz e a Avó encontram umas bruxas encantadoras, mas diabolicamente traiçoeiras, a avó decide levar o neto para um luxuoso resort à beira-mar.
A refilmagem não é algo novo na história do cinema, pois basta lermos os livros de história para descobrimos que elas sempre estiveram lá. Basta pegarmos, por exemplo, "Ben-Hur" (1926), ou então "Os Dez Mandamentos" (1923), clássicos do cinema mudo, mas que tiveram as suas refilmagens lançadas nos anos cinquenta e se tornando melhores e muito mais bem lembradas. Contudo, nem todo o clássico precisa de uma refilmagem, pois sempre haverá o risco dela se tornar dispensável para os olhos de um cinéfilo mais exigente.
O problema dos produtores de cinema atualmente é subestimar a inteligência do cinéfilo, pois eles acreditam que o público atual não terá interesse de assistir a um filme mais antigo. Pegamos um exemplo recente da nova versão de "Rebecca", lançado recentemente pela Netflix e sendo uma refilmagem do clássico criado por Alfred Hitchcock em 1940. O resultado é uma refilmagem econômica, sem nenhum brilho e tão pouco ambicioso.
Outro fator determinante para existir mais refilmagens atualmente é devido à falta de ideias criativas dos produtores atuais, dos quais não conseguem criar uma história original e assim recorrendo ao passado e vendo o que já deu certo. Alguns lançamentos acabam se tornando bem sucedidos, outros um fracasso e há aqueles que dividem bastante a opinião do público. A nova versão de "Convenção das Bruxas" vem para fazer muito barulho, dividindo opiniões e ofuscando os seus pontos positivos como um todo.
Dirigido pelo consagrado diretor Robert Zemeckis, o filme é uma refilmagem do clássico de 1990, onde acompanhamos um garoto (Jahzir Bruno) de sete anos que se depara com uma conferência de bruxas em um hotel. Lá, ele acaba descobrindo que um grupo de bruxas está fazendo uma convenção, pretendendo transformar todas as crianças do mundo em ratos. Unindo forças com a sua avó, interpretada pela atriz Octavia Spencer, o pequeno protagonista luta contra o tempo para derrotar a grande Bruxa, interpretada pela atriz Anne Hathaway.
É curioso o filme ser dirigido por Robert Zemeckis, já que a primeira versão de 1990 tinha todos os ingredientes dos filmes de aventura de sucesso dos quais ele havia comandado na época como, por exemplo, a trilogia "De Volta para o Futuro", "Uma Cilada para Roger Rabbit" (1988) e tantos outros filmes que conquistaram uma geração inteira. Por conta disso, se o diretor tivesse comandado esse conto anos antes, talvez não passaria por certos vícios do diretor sofre atualmente, do qual cada vez mais se encontra obcecado na elaboração de efeitos visuais, mas esquecendo do ingrediente principal que é criar uma boa história. Ambas as tramas são quase identificas, mas é em sua elaboração que a coisa se complica.
Porém, é preciso reconhecer que o primeiro ato é muito mais bem elaborado nesta nova versão do que a anterior, principalmente na apresentação do neto e de sua avó e dos quais simpatizamos com eles rapidamente. Mas a situação se torna meio que complexa, justamente quando ocorre a convenção de bruxas em um hotel e ocorrendo, enfim, a tão famosa cena da conferência. Se na versão anterior esse momento foi muito bem orquestrado pela direção de Nicolas Roeg e pela atuação incrível de Anjelica Huston, por outro lado, essa nova versão sofre com os vícios de Robert Zemeckis.
Anne Hathaway fez o que pode para criar uma ótima versão da grande Bruxa para si, mas o seu visual acaba se tornando prejudicado por um CGI dispensável e que perde de longe se comparado a pesada e incrível maquiagem de Anjelica Huston. A situação se torna ainda pior na transformação das crianças para ratos, pois se na versão anterior ela era muito bem elaborada, aqui a situação é simplificada e nenhum pouco significativa. Os ratos em si, por mais fofos que sejam, acabam soando em alguns momentos artificiais e não superando a versão animatrônica do clássico.
Curiosamente, o final do filme acabou sendo ainda mais fiel ao livro do que a versão do clássico de 1990. O problema é os contornos que os realizadores fizeram para deixar tudo mais suave e menos sombrio para os novos olhos dessa nova geração. Enfim, o que falta talvez nesta nova versão seja coragem, ousadia e que tanto isso tinha no clássico e que acabou não envelhecendo ao longo dos anos.
O novo "Convenção das Bruxas" talvez seja melhor apreciado futuramente, mas que ainda assim sofrerá da grande sombra que o clássico original obteve.
Sinopse: O enredo de Mank segue a história tumultuosa do roteirista Herman J. Mankiewicz da obra-prima icônica de Orson Welles, Cidadão Kane (1941) e sua luta com o autor Orson Welles pelo crédito do script do grandioso longa. Sinopse oficial ainda não divulgada.
Convenção das Bruxas
Sinopse: Um menino descobre uma conferência de bruxas enquanto fica hospedado em um hotel com a avó.
Enquanto Estivermos Juntos
Sinopse: História de vida de Jeremy Camp (K.J. Apa), famoso cantor de rock cristão, indicado ao Grammy.
Casa de Antiguidades
Sinopse: Isolado em uma sociedade com a qual não se identifica, um homem se sente infeliz trabalhando em uma fábrica de laticínios. Ao encontrar uma casa que parece estar viva, ele, apos poucos, vai se reconectando com sua cultura e ancestralidade.
Sinopse: A história de jovens super dotados e dos quais futuramente se tornam membros da escola do professor Xavier.
Dentro da história do cinema há diversos filmes problemáticos, dos quais tiveram o milagre de obter a luz do dia, mas que a maioria fracassou no meio do seu percurso. O recente "Liga da Justiça" (2017), por exemplo, sofreu maus bocados durante as filmagens, tendo o seu diretor demitido e sua edição prejudicada por pessoas que não sabiam o que fazer com o material já filmado. "Os Novos Mutantes" é mais um caso de carreira problemática, desde refilmagens, adiamentos, troca de estúdios, pandemia, mas que enfim estreia em meio a tantas pedras.
Dirigido por Josh Boone, do filme "A Culpa é das Estrelas" (2014), o filme conta a história de cinco jovens mutantes (Maisie Williams, Blu Hunt, Anya Taylor-Joy, Charlie Heaton e Henry Zaga) que descobrem o alcance de seus poderes e lidam com traumas do passado. No entanto, eles são mantidos presos contra a vontade em uma instituição controlada pela Dr. Cecilia Reyes (Alice Braga). Enquanto a médica promete controlar as habilidades do grupo, nada é o que parece.
Fui assistir ao filme filme com as expectativas bem baixas, pois acompanhei os altos e baixos dessa obra que nunca estreava. Curiosamente, o filme até que que me agradou, pois ele foge um pouco do convencional dentro do gênero e inserindo pinceladas de suspense e a questão psicológica de cada um dos personagens. Por conta disso, o lado da ação fica em segundo plano e dando tempo para a construção dos personagens de forma gradual e até mesmo convincente.
Tudo o que acontece na trama envolve a personagem Dani, sendo que os seus poderes, aparentemente, são desconhecidos para ela e para as pessoas em sua volta. Porém, no momento em que ela chega na instituição, coisas estranhas começam acontecer, fazendo com que o tom do filme ganha contornos interessantes e obtendo a nossa atenção até o final da projeção. Rapidamente acabamos nos simpatizando com a personagem, principalmente quando ela começa a ter um forte laço de intimidade com Rahne e que com certeza irá arrancar suspiros do público LGBT.
Claro que nem todos personagens tiveram a melhor sorte para obter bons momentos em cena. Se por um lado as personagens de Anya Taylor Joy e de Alice Braga obtém ótimos momentos em cena, por outro lado, Charlie Heaton e Henry Zaga não tem a mesma sorte, mas não pela falta de esforço de ambos, mas sim pela falta de inspiração dos roteiristas com relação a isso. Aliás, se nota uma mudança de tom do filme do segundo ao terceiro ato e fazendo a gente perceber que o roteiro foi reescrito a todo momento.
O filme tranquilamente se sustentaria com a exploração do lado psicológico e humano dos personagens. Porém, estamos falando de Hollywood, onde os donos do dinheiro acreditam que um filme se vende bem se fizer dele um verdadeiro videogame e é aí que o filme se perde. Do final do segundo ato em diante o filme ganha efeitos visuais desnecessários, cujo o dilema dos protagonistas poderia ser facilmente resolvido de outro jeito, mas pelo visto os realizadores optaram pelo lado convencional e prejudicando o resultado final.
É fácil imaginar como o filme seria se o mesmo não fosse tão modificado ao longo do tempo. Vale salientar que o filme foi lançado em meio a essa transição toda entre a Fox para a Disney e não me surpreenderia se foi justamente a casa do Mickey a principal peça problemática da obra como um todo. Uma pena, pois o filme é a despedida oficial dos heróis mutantes saindo da Fox e só o futuro irá dizer qual será os destino dos mesmos de volta a casa da Marvel, porém, tendo a Disney como a toda poderosa e cheia de regras.
Resumindo, "Os Novos Mutantes" é um filme assistível após tantos problemas durante o seu percurso, mas que poderia ter se tornado melhor se não fosse pelas ambições e os erros de alguns poderosos do estúdio.
É a primeira vez que um documentário é escolhido para representar o país. Filme chega aos cinemas do Brasil dia 26 de novembro distribuído pela Imovision.
“BABENCO – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou”, é o indicado do Brasil ao Oscar 2021. É a primeira vez que um documentário é escolhido para representar o país na premiação. O documentário traça um paralelo entre a arte e a doença do diretor Hector Babenco. O filme revela medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e a fragilidade física que marcou sua vida. O filme chega aos cinemas do Brasil na próxima quinta-feira, 26 de novembro.
“É uma maravilha isso, é o primeiro documentário a ser escolhido pelo Brasil a competir. É uma surpresa maravilhosa, o Hector merecia muito isso. Eu acho que o amor venceu”, comenta a diretora Bárbara Paz.
"Recebemos com enorme alegria a escolha do BABENCO pra representar o Brasil na corrida pelo Oscar. Ao mesmo tempo que é uma enorme alegria, é uma enorme responsabilidade. É uma disputa com os melhores 80, 90 filmes do ano... Faremos essa campanha com muita dedicação e orgulho. Temos um filme lindo e muito especial nas mãos”, afirma o coprodutor Fabiano Gullane.
O filme já foi selecionado para mais de 20 festivais internacionais e estreou mundialmente no Festival de Veneza de 2019, recebendo o prêmio de Melhor Documentário na Mostra Venice Classics e o prêmio Bisato D’Oro 2019 (Prêmio Paralelo ao 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza dado pela crítica Independente). No início do ano o filme conquistou o prêmio de Melhor Documentário no Festival internacional de Cinema de Mumbai, na Índia. O filme também já foi selecionado para o festival do Cairo, Festival de Havana, Festival de Mar del Plata, Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival do Rio, Mostra de Tiradentes, Festival de Aruanda, FIDBA (Festival Internacional de Cinema Documental), na Argentina,Baltic Sea Docs, na Letônia e para o Mill Valley Film Festival, nos Estados Unidos.
“BABENCO – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou” é uma produção HB Filmes e produzido por Bárbara Paz. A coprodução é da Gullane (pelos irmãos Caio Gullane e Fabiano Gullane), Ava Filmes, Lusco Fusco, Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil. No Brasil a distribuição é da Imovision.
“Eu já vivi minha morte, agora só falta fazer um filme sobre ela” – disse o cineasta Hector Babenco a Bárbara Paz, ao perceber que não lhe restava muito tempo de vida. Ela aceitou a missão e realizou o último desejo do companheiro: ser protagonista de sua própria morte. Nesta imersão amorosa na vida do cineasta, ele se desnuda, consciente, em situações íntimas e dolorosas. Revela medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e fragilidade física que marcou sua vida. Do primeiro câncer, aos 38 até a morte, aos 70 anos, Babenco fez do cinema remédio e alimento para continuar vivendo. Tell me when I die é o primeiro filme de Bárbara Paz mas, também, de certa forma, a última obra de Hector - um filme sobre filmar para não morrer jamais.
FICHA TÉCNICA:
Direção: Bárbara Paz
Elenco: Hector Babenco, Willem Dafoe, Bárbara Paz
Roteiro: Maria Camargo, Bárbara Paz
Direção de fotografia: Stefan Ciupek, Carolina Costa, Bárbara Paz
Montagem: Cao Guimarães e Bárbara Paz
Consultoria de montagem: Yael Bitton e Karen Harley
Supervisão de Edição de Som: Miriam Biderman, ABC ; Rodrigo Ferrante
Trilha Sonora Original: O Grivo
Produtor associado: Willem Dafoe e Petra Costa
Produção: HB Filmes
Coprodução: Gullane e Ava Filmes, Lusco Fusco, Globo Filmes, GloboNews, Canal Brasil
Produzido por: Bárbara Paz
Coproduzido por: Caio Gullane e Fabiano Gullane
Produtora: HB Filmes - Myra Babenco
Distribuição Brasil: Imovision
SOBRE A DIRETORA
Bárbara Paz é atriz, diretora e produtora. Brasileira, se formou pela Escola de Teatro Macunaíma e pelo Centro de Pesquisa Teatral CPT de Antunes filho e atualmente faz parte do grupo 'TAPA'. No teatro, trabalhou em mais de 25 peças, protagonizando espetáculos de Oscar Wilde a Tennessee Williams. Em 2013, pela sua trajetória como atriz, recebeu do Ministério da Cultura a Medalha Cavaleiro 2013, Honra ao Mérito Cultural do Ministério da Cultura. Bárbara, que também é contratada da TV Globo, onde participou de diversas séries e novelas. Apresenta o programa A Arte do Encontro, no Canal Brasil, onde conversa com grandes nomes do cenário artístico brasileiro.
No cinema, como atriz participou de vários longas e curtas-metragens incluindo Meu amigo Hindu, último filme de Hector Babenco ao lado de Willem Dafoe, Como diretora adentrou o universo dos curtas-metragens, produzindo e dirigindo programas e filmes. O Documentário “Babenco - Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou” é seu primeiro longa-metragem.
SOBRE A HB FILMES
A HB Filmes é uma empresa de produção cinematográfica, fundada por Hector Babenco nos anos setenta. É internacionalmente conhecida, tendo produzido e sido consultora especial de inúmeras produções internacionais que foram realizadas no Brasil.
Desde sua fundação, a HB Filmes tem se dedicado à atividade, tendo em seu currículo a honra de ter um filme, “O Beijo da Mulher Aranha”, com quatro indicações ao prêmio máximo da indústria cinematográfica mundial, o OSCAR, inclusive tendo sido indicado à Categoria de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, vencendo na categoria de Melhor Ator (William Hurt). A empresa também produziu “Ironweed” indicado ao Oscar de Melhor Atriz e Melhor Ator e ao Globo de Ouro de Melhor Ator.
Também tem em seu currículo a produção de “Pixote, a Lei do Mais Fraco” que, entre inúmeros prêmios internacionais, é considerado “um dos dez melhores filmes da década de 80” numa enquete realiza pela revista norte-americana ‘Première’ .
O filme “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia”, teve mais de oito milhões de espectadores em salas de cinema no Brasil, um recorde raras vezes superado por ouras produções nacionais ou estrangeiras. HB produziu ainda “Brincando nos Campos do Senhor” com Kathy Bates, John lithgow, Tom Waits e Daryl Hannah .
Além destes filmes, a HB Filmes também produziu “O Rei da Noite” (1975), “Besame Mucho” (1986) e “O Passado”, com Gael Garcia Bernal. A empresa também produziu os filmes “Coração Iluminado” e ”Carandiru” ambos tiveram estreia mundial no Festival de Cannes.
A última produção foi “Meu Amigo Hindu”, estrelado por Willen Dafoe, que recebeu 5 indicações no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. Após a morte de Hector, a filha Myra Babenco assumiu a direção da produtora, trabalhando nos restauros de seus filmes.
SOBRE A GULLANE
Em 1996, os irmãos Caio e Fabiano Gullane fundaram a Gullane, hoje somando mais de 50 filmes com destaque no Brasil e no exterior, 30 séries de televisão, inúmeros especiais e documentários. “Carandiru”, “Bicho de Sete Cabeças”, “O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias”; a franquia “Até Que a Sorte Nos Separe”; “Que Horas Ela Volta?”, "Como Nossos Pais”, “Bingo - O Rei das Manhãs”; as séries “Alice” (HBO), “Unidade Básica” (Universal Canal), “Ninguém Tá Olhando” e “Boca a Boca” (Netflix), “Carcereiros” (Globoplay), “Irmãos Freitas” (Space e Amazon Prime) são algumas das obras realizadas pela Gullane nos últimos anos. Uma produtora ativa no crescimento do audiovisual brasileiro que compõe seus projetos com os melhores talentos e parceiros do entretenimento. Sua capacidade e empenho em todas as etapas de realização a garantiu importantes coproduções internacionais e a comercialização de suas obras para mais de mais de 60 países, levando a identidade do cinema nacional mundo a fora.
Caracterizada por sensibilizar e movimentar reflexões através de suas histórias a Gullane já acumulou mais de 500 prêmios e nomeações em sua carreira, além de ter seus projetos reconhecidos nas seleções oficiais dos festivais mais importantes do mundo como: Oscar, Cannes, Berlim, Sundance, Toronto, Veneza e o prêmio Emmy.
COPRODUÇÕES GLOBO FILMES, GLOBONEWS E CANAL BRASIL
A Globo Filmes, a GloboNews e o Canal Brasil assinam, juntos, a coprodução de diversos documentários, que transitam pelos mais diversos assuntos relacionados à cultura brasileira e que apresentam olhares únicos sobre personagens, épocas e fatos da nossa história. A parceria pretende fomentar a produção, a exibição e a divulgação de filmes do gênero, que ainda tem pouca visibilidade no mercado brasileiro, mas representa muito mais do que uma fonte de entretenimento: é essencial para a preservação da memória de uma nação.
Juntos, Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil já investiram em mais de 40 documentários, entre eles “Libelu – Abaixo a Ditadura”, de Diógenes Muniz (vencedor do É Tudo Verdade de 2020); “Babenco - Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, de Bárbara Paz (premiado como melhor documentário sobre cinema da Venice Classics, mostra paralela do 76º Festival de Veneza em 2019); “Cine Marrocos”, de Ricardo Calil (vencedor do É Tudo Verdade 2019 e ainda inédito em circuito); "Barretão", de Marcelo Santiago (ainda inédito em circuito); “Henfil”, de Ângela Zoé (vencedor do Cine PE de 2018); “Menino 23”, de Belisário Franca (melhor doc do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2017); “Tá Rindo de Quê”, de Claudio Manoel, Álvaro Campos e Alê Braga; “Fevereiros”, de Marcio Debellian; “Mussum - Um Filme do Cacildis”, de Susanna Lira; “Setenta”, de Emília Silveira (melhor doc da Mostra São Paulo de 2014).
Atualmente, mais de 15 documentários estão em produção, em diferentes regiões do país
Sinopse: Beth é uma personagem que tem suas emoções exploradas de forma bem aprofundada. Quando criança, Beth foi parar em um orfanato, após perder a mãe em um acidente de carro. Lá começa a praticar xadrez de uma forma jamais vista.
Seja no cinema, ou nas séries de tv, os produtores que são os verdadeiros donos do dinheiro subestimam a inteligência do público e achando que os mesmos sempre serão comprados pelo obvio. Porém, há casos que o público dá uma resposta altura, fazendo que determinado filme ou série com nenhuma expectativa surpreenda e pegando todos de surpresa. "Gambito da Rainha" parecia um patinho feio em meio a tantas opções da Netflix, mas foi rapidamente conquistando a crítica e público.
Dirigido por Scott Frank e Allan Scott e baseado no conto escrito Walter Tevis, "O Gambito da Rainha" conta a história de Beth Harmon (Anya Taylor-Joy), uma menina órfã que se revela um prodígio do xadrez. Mas agora, aos 22 anos, ela precisa enfrentar seu vício para conseguir se tornar a maior jogadora do mundo. E quanto mais Beth aprimora suas habilidades no tabuleiro, mais a ideia de uma fuga lhe parece tentadora.
Como a temática central é o jogo de xadrez, a série explora ao máximo esse universo, ao ponto de algumas regras serem muito bem detalhadas e fazendo despertar em nós e desejo de buscar o jogo em uma loja mais próxima. Porém, a edição criada pelos realizadores torna os capítulos dinâmicos e fazendo até mesmo referências a filmes como, por exemplo, "Uma Mente Brilhante" (2001). Vale salientar a ótima reconstituição de época, da qual tanto explora os tempos rebeldes dos anos cinquenta, como também os anos mais Hippie que foram os anos sessenta.
Mas essa minissérie não teria chegado aonde chegou se não fosse pela atuação assombrosa de Anya Taylor-Joy. Se consagrando pelo filme "A Bruxa" (2015), a jovem atriz surpreendeu no filme "Fragmentado" (2016) e se tornando a mais nova promessa de Hollywood. Pelo "Gambito da Rainha", ela constrói uma personagem complexa, da qual luta contra os seus próprios demônios, mas conseguindo obter o melhor de sua pessoa através do jogo de Xadrez.
Atuação dela é tão encantadora que os demais do elenco ficam ofuscados perante ela. Porém, deve se destacar personagens secundários no mínimo curiosos, como no caso de sua mãe adotiva, interpretada com intensidade pela atriz Marielle Heller, como também do seu rival no jogo interpretado por Thomas Brodie Sangster. Talvez algum ou outro episódio soe dispensável, mas a minissérie jamais perde a nossa atenção e fazendo a gente desejar acompanhar até o fim a jornada da protagonista.
"Gambito da Rainha" é sem dúvida uma das melhores surpresas do ano e com certeza irá conquistar mais fãs ao longo do tempo.