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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: ' O Dilema das Redes'

Sinopse: O Dilema das Redes. Especialistas em tecnologia e profissionais da área fazem um alerta: as redes sociais podem ter um impacto devastador sobre a democracia e a humanidade. 

Devido aos inúmeros escândalos propagados pelas fake news envolvendo diversos governos ao redor do mundo era inevitável que o cinema não ficaria para trás para debater sobre isso. Se por um lado o documentário "Privacidade Hackeada" (2019) escancara os responsáveis pela armação virtual que elegeu Donald Trump para a presidência dos EUA, do outro, a ficção "Rede de Ódio" é uma síntese sobre as inúmeras nações saindo do controle unicamente por serem persuadidas pelas mentiras virtuais criadas pelo submundo do crime cibernético. "Dilema das Redes" vai ainda mais a fundo, ao entrevistar pessoas que já haviam trabalhado nas redes sociais e revelando como as mesmas interferem em nosso dia a dia.

Dirigido por Jeff Orlowski, o documentário "O Dilema das Redes" nos mostra como os magos da tecnologia possuem o controle sobre a maneira em que pensamos, agimos e vivemos. Frequentadores do Vale do Silício revelam como as plataformas de mídias sociais estão reprogramando a sociedade e sua forma de enxergar a vida. O resultado é uma "Matrix" dentro da "Matrix".

Não é muito exagero comparar esse documentário com o clássico dirigido pelas irmãs Wachowski, pois a obra escancara o fato que somos controlados por uma rede de informações a todo momento. Se por um lado as redes sociais deram um passo a frente em termos de comunicação, do outro, foram responsáveis pela disseminação de ódio que anda aumentando dia após dia nos últimos anos e desencadeando danos irreversíveis na medida em que o tempo vai passando. O grande charme da obra, por exemplo, é vermos pessoas envolvidas na criação das principais redes sociais do mundo, mas admitindo que ninguém imaginava o quanto isso teria o seu lado negativo.

Curiosamente, o documentário transita entre as entrevistas para uma ficção, onde nos é apresentado uma família que sofre com o vício dos celulares e como esse problema afeta o dia a dia de cada um deles. O grande acerto do documentário é também escancarar as principais potências do mundo terem sido afetadas pelas fake news e gerando governos que antes pareciam impossíveis de serem imaginados. O ápice da obra é vermos a lista dos principais países do mundo sendo afetados pelas redes da mentira e nem preciso dizer que o Brasil lidera esta questão com a cara de Bolsonaro saltando da tela.

Com pouco mais de uma hora e meia, "O Dilema das Redes" nos mostra os fatos, mas não nos dando uma solução fácil sobre a questão das fake news e fazendo com que a nossa visão com relação ao futuro se torne cada vez mais incerto. 


Onde Assistir: Netflix  

NOTA: O filme fez parte da última Live Cinema Para Pensar. 



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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Enola Holmes'

 Sinopse. O filme narra as aventuras da irmã mais nova de Sherlock Holmes, Enola. 

Basta você nascer para já conhecer Sherlock Holmes, talvez um dos personagens mais conhecidos da literatura e que nos últimos tempos teve novas adaptações para outras mídias como, por exemplo, "Sherlock Holmes" (2009) para o cinema ou a série "Sherlock" (2010) que colocava o personagem nos dias atuais. Porém, não faltam ideias criativas para trazer o personagem de volta diversas vezes, principalmente quando se pode dialogar com a gente com relação ao cenário político de ontem e hoje, mas de uma forma leve e que atraia todas as idades. "Enola Holmes" segue bem esse meu raciocínio, ao apresentar uma nova personagem dentro do universo do personagem detetivesco e conquistando assim novos fãs.

Baseado na obra de Nancy Springer, e dirigido por Harry Bradbeer, o filme conta a história de  Enola Holmes (Millie Bobby Brown),  uma adolescente cujo irmão, 20 anos mais velho, é o renomado detective Sherlock Holmes (Henry Cavill). Quando sua mãe (Helena Bonham Carter) desaparece, fugindo do confinamento da sociedade vitoriana e deixando dinheiro para trás para que ela faça o mesmo, a menina inicia uma investigação para descobrir o paradeiro dela. Ao mesmo tempo em que precisa ir contra os desejos de seu irmão, Mycroft (Sam Claflin), que quer mandá-la para um colégio interno só de meninas.

Para não repetir a fórmula de outras adaptações, "Enola Holmes" já começa diferente do habitual, ou seja, a protagonista começa a falar com a gente sobre a sua origem e quebrando assim a quarta parede. Esse momento, aliás, irá se repetir diversas vezes, mas não se tornando cansativo graças a boa atuação da jovem atriz Millie Bobby Brown. Pode-se dizer que ela vai cada vez mais se afastando da imagem da personagem Eleven "Stranger Things" e do qual ela havia obtido a sua consagração. Por aqui, ela não só carrega todo o filme nas costas, como também nos faz até mesmo esquecer da imagem do seu famoso irmão literário.

Neste último caso, Sherlock é colocado no segundo plano de forma proposital, já que a protagonista é Enola, mas isso não o torna menos importante e Henry Cavill cumpre com louvor o seu trabalho ao dar um pouco mais de humanidade ao personagem. Curiosamente, o filme não tem pressa ao apresentar a origem, tanto da protagonista, como os demais de sua família e que, curiosamente, cada um representa um pensamento diferente com relação ao mundo da política. Se por um lado Holmes jamais quis adentrar nesta questão, por outro lado, tanto a sua mãe como o seu irmão são dois lados da mesma moeda, sendo que esse último é uma representação de interesses em manter o conservadorismo da Inglaterra.

Curiosamente, o filme se economiza na ação e dando mais espaço para o debate político da época, como no caso, por exemplo, o papel do feminismo daqueles tempos, mas dialogando com o mesmo assunto sobre os dias atuais em que vivemos. Por conta disso, é fácil as jovens de hoje se identificarem com Enola, principalmente por ela ser uma personagem em busca de sua independência em uma época em que as mulheres ainda sofriam com o conservadorismo e preconceito vindo dos homens. Mas para aqueles que acham que esse debate torna o filme monótono se enganam, pois a obra possui uma edição bastante ágil, onde o passado e presente se entrecruzam a todo momento, além de uma fotografia e edição de arte caprichada e que enche os nossos olhos.

Embora seja uma trama que possua começo, meio e fim, é notório que há em seu ato final alguns elementos que nos dá uma ligeira sensação que não será a última vez que veremos Enola Holmes. Obviamente a Netflix deseja fazer uma franquia de sucesso em sua grade, mas para obter isso, basta manter o que funcionou nesta primeira aventura e que pode sim muito a nos oferecer a longo prazo. "Enola Holmes" é uma grata surpresa para quem achava que as ideias vindas do universo literário de Sherlock Holmes haviam se esgotado e provando que sempre pode se conquistar um novo público. 

Onde Assistir: Netflix. 

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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Cine Curiosidade: “Jovens Bruxas – Nova Irmandade” ganha trailer legendado

 Filme estreia no Brasil no dia 05 de novembro nos cinemas.


A Sony Pictures divulga o trailer legendado de “Jovens Bruxas – Nova Irmandade”. A nova versão do clássico de 1996 estreia no dia 05 de novembro nos cinemas. 

A produção é da Blumhouse, responsável por sucessos como “O Homem Invisível” e “Fragmentado”, e da RedWagon. É estrelado por Cailee Spaeny, Gideon Adlon, Lovie Simone, Zoey Luna, Nicholas Galitzine e por Michelle Monaghan e David Duchovny. A direção e roteiro são de Zoe Lister-Jones. 

 O lançamento é mais uma opção da distribuidora em oferecer um produto inédito neste momento de retomada dos cinemas. Recentemente, a Sony Pictures também ofereceu ao mercado o terror “A Ilha da Fantasia”, que ainda estava inédito no Brasil.  

Sinopse: Na nova versão da Blumhouse para o clássico cult Jovens Bruxas, um eclético quarteto de adolescentes aspirantes à bruxas recebem mais do que jamais esperavam ao se aprofundar no uso de seus recém descobertos poderes.


 Fonte: Primeiro Plano.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: #Alive

Sinopse: Um jovem gamer precisa lutar por sua vida diante de um apocalipse zumbi, se encontrando cercado em seu apartamento. 

O gênero de horror zumbi gerou grandes sucessos de público e de crítica nestes últimos vinte anos, ao mesclar altas doses de críticas sociais com momentos de pura tensão com filmes de sucessos como, por exemplo, “Madrugada dos Mortos” (2004), “Todo Mundo Quase Morto” (2004), “REC” (2007) e tantos outros. O problema é que a ficção atravessou a nossa própria realidade, onde atualmente convivemos com o Coronavírus e fazendo com que a figura do monstro zumbi se torne cansada perante aos nossos olhos em frangalhos. Porém, "#Alive" vem justamente para dar novo fôlego ao gênero, ao conseguir resgatar os mesmos ingredientes sucesso, mas falando dos nossos tempos de medo e isolamento em que vivemos.

Dirigido por  Hyung-cho Il, a "#Alive" conta a história de um jovem gamer (Ah-In Yoo) que precisa lutar por sua vida diante de um apocalipse zumbi, se encontrando cercado em seu apartamento. Mas a situação complica ainda mais quando a energia é cortada. Assim, ele não pode mais acessar parentes e amigos online, jogar seu game ou se conectar com o mundo exterior.

O que torna "#Alive" indispensável dentro do gênero é conseguir dialogar atualmente com um público que vive com medo de sair de casa, se isolando ao máximo com o que tem e usando os recursos tecnológicos que tem disponível. É aí que se encontra o grande acerto do filme, ao retratar o personagem como alguém próximo de nós, consumido pela tecnologia via internet, mas tendo que se adaptar aos novos tempos e até mesmo usando velhos recursos de comunicação. O filme, portanto, não foge da regra em fazer uma crítica a nossa própria realidade, onde todos os recursos do mundo se tornam banais quando tudo foge do controle e fazendo com que o protagonista se reinvente para que possa sobreviver mais adiante.

Em determinados momentos, por exemplo, o filme começa a se tornar cada vez mais claustrofóbico, principalmente pelo fato de boa parte da trama se passar no mesmo cenário. O filme ganha até mesmo certo alívio quando entra a segunda personagens em cena chamada Kim Yu-bin (Shin-Hye Park), uma sobrevivente que vive no outro apartamento. Com aparição da nova personagem, o filme ganha contornos mais dramáticos e se enveredando para momentos de pura tensão quando pequenos barulhos já se tornam os suficientes para atrair um mar de zumbis nos corredores dos apartamentos.

É claro que haverá alguns que irão acusar o filme de não possuir um final mais corajoso, ou até mesmo mais verossímil dentro da trama. Porém, a mensagem final é a que fica, que é sobreviver haja o que houver, mesmo quando a maré está contra você. Em tempos em que vivemos com medo e temendo pelo futuro, nunca é demais aproveitarmos uma mensagem mais esperançosa,  mesmo dentro dentro de um gênero de horror sangrento.

Portanto, "#Alive" dá um novo passo ao gênero zumbi, ao nos apresentar uma ficção que não foge muito do nosso novo normal.   

Onde Assistir: Netflix 

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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'O Último Amor de Mr. Morgan'

Sinopse: Desde o dia em que Pauline lhe deu uma ajuda no ônibus, o teimoso e cansado Mr. Morgan voltou a sorrir.  

Não deve ser fácil para a Hollywood tocar no assunto sobre a terceira idade, principalmente em uma Hollywood atual cada vez mais preocupada no rendimento das bilheterias do que na qualidade dos seus longas metragens. Porém, é nos pequenos frascos que se encontram os melhores perfumes e acredito que, ao menos, nunca é demais uma vez ou outra tocar em assunto que até mesmo no mundo real as pessoas comuns querem evitá-lo. "O Último Amor de Mr. Morgan" não só toca no assunto sobre a velhice, como também sobre laços familiares, perdas e a busca por um sentido na vida.

Dirigido por Sandra Nettelbeck, do filme "Sem Reservas" (2007), a trama mostra Matthew Morgan (Michael Caine) que não conhece a língua local e muito disso se deve a esposa, Joan (Jane Alexander), que sempre foi sua intérprete pelas ruas da capital francesa. Entretanto, Joan faleceu há três anos e, desde então, Matthew vive triste e solitário, ocupando seu tempo com aulas de inglês ocasionais. Um dia, ele é ajudado no ônibus por Pauline (Clémence Poésy), uma simpática professora de dança. Não demora muito para que eles se tornem amigos.

Embora o primeiro minuto já comece pesado ao vermos o protagonista perder a sua esposa, logo em seguida o filme ganha novos contornos, ao se transformar em uma espécie de comédia dramática que tanto faz falta hoje em dia. O que torna especial o filme é quando o mesmo faz com que a gente compreenda sobre o que leva duas pessoas, aparentemente, diferentes uma da outra logo ganharem afinidade e o prazer de se sentirem felizes quando estão juntas. Aliás, Jane Alexander obtém uma ótima atuação aqui, ao passar para nós certa ambiguidade com relação aos seus reais sentimentos por Morgan, mas que logo vamos compreendendo as suas motivações não muito diferentes do protagonista.

Infelizmente o filme perde um pouco do seu humor a partir do momento em que entra em cena os filhos de Morgan, interpretados pelos atores Gillian Anderson e Justin Kirk. Não que isso prejudique a obra como um todo, mas ao meu ver a personagem de Anderson, por exemplo, simplesmente caiu de paraquedas dentro da trama e logo saiu de cena sem mais nem menos. Felizmente, esse problema é um pouco contornado pelo ator Justin Kirk, ao fazer um personagem que precisa acertar as contas com o seu pai devido ao passado de ambos, mesmo que isso custe o tom mais bem humorado da obra como um todo.

O filme vai ficando mais sensível na medida em que chegamos ao seu ato final da trama, onde se coloca determinados assuntos delicados em pratos quentes na mesa. O filme, portanto, toca em assuntos espinhosos sobre qual é o verdadeiro papel da família atualmente e até que ponto os laços de sangue são realmente relevantes. No final das contas é um filme refinado, com boas atuações e que nos identificamos com os personagens na medida em que a trama avança até o seu inevitável clímax.

"O Último Amor de Mr. Morgan" fala sobre o amor e amizade de dois mundos distintos, mas que descobrem que tem muito que aprender um com o outro.  


Onde Assistir: DVD e Google Play Filmes.  

NOTA: O filme será tema da próxima live do Cine Debate. Saiba mais clicando aqui. 


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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'O Diabo de Cada Dia'

Sinopse: O filme narra gerações conectadas pela violência um conto sobre como em um microcosmo rural várias famílias e gerações se conectam pela violência. 

Observo que o cinema norte americano de hoje cada vez mais se sujeita a olhar para trás e fazer uma dura crítica sobre tempos mais conservadores e que a violência ficava por detrás das cortinas. Se por um lado temos "Suburbicon: Bem Vindo Ao Paraíso" (2017) que escancara o lado hipócrita de uma sociedade perfeita dos anos cinquenta, do outro, temos o recente "Viveiro", que usa uma trama de ficção cientifica como metáfora sobre o sistema controlador norteamericano que passava uma sociedade perfeita dos anos cinquenta para os olhos do mundo. "O Diabo de Cada Dia" escancara mais uma vez um lado violento, hipócrita e do qual a religião é o ópio vindo da igreja para viciar uma sociedade cega. 

Dirigido por Antônio Campos, do filme "Christine-Uma História Verdadeira" (2017), o filme é ambientado  entre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã. "O Diabo de Cada Dia" acompanha diversos e bizarros personagens num canto esquecido de Ohio, nos Estados Unidos. Cada um deles foi afetado pelos efeitos da guerra de diferentes maneiras. Entre eles, um veterano de guerra perturbado, um casal de serial killers e um falso pregador.

Começando simbolicamente no cenário de horror da Segunda Guerra Mundial, o filme nos apresenta a construção de laços familiares, mas moldados pela violência da guerra e da fé cega que move os homens para um precipício sem fim. Curiosamente, existe uma interligação entre os personagens principais, como se houvesse um círculo desenhado por coincidências, mas que realmente elas poderiam acontecer. Aliás, essas coincidências é o que moldam os caminhos dos personagens principais, seja elas pela fé, descrença religiosa ou do desprezo por um governo que jogou o cidadão comum para a vala dos lobos.

O filme é encabeçado por elenco ilustre e onde cada um possui um papel fundamental. Se por um lado temos um Tom Holland cada vez mais maduro ao interpretar um personagem moldado pela violência e os horrores da fé, do outro, temos um Robert Pattison monstruoso, anos luz de sua fase “Crepúsculo”, ao interpretar um pastor complexo, mas que facilmente podemos enxergar a sua real pessoa por dentro. Atenção para a cena entre os dois intérpretes dentro da igreja que é disparado um dos melhores momentos da trama.

No terceiro ato final as subtramas se entrechocam, fazendo com que o círculo iniciado no prólogo do filme dê por encerrado, mas deixando feridas que jamais se fecham. No final, observamos um determinado personagem entrando em um sono profundo após uma saga cheia de violência e representando uma sociedade norte americana cansada de tantas promessas vazias nunca alcançadas. Pode ser uma reconstituição de uma época, mas que fala sobre dilemas sobre a fé, ignorância e violência que perdura até hoje nos EUA e no mundo.

"O Diabo de Cada Dia" fala sobre o monstro interior de cada um, mas do qual desperta devido a negligência vinda do estado, assim como também criada pela palavra de falsos profetas que não devem nada em termos de comparação ao próprio Diabo. 


Onde Assistir: Netflix. 


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quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Arkansas - Rei do Crime'

Sinopse: Acompanha Kyle (Liam Hemsworth) e Swin (Clark Duke) que estão sob a vigilância minuciosa de um chefão das drogas da cidade chamado Frog (Vince Vaughn). Quando um acordo dá totalmente errado, ambos se tornam alvos de Frog e seus homens.

Quando Quentin Tarantino mudou a cara do cinema independente a partir dos anos noventa não faltou na época cineastas que tentassem imita-lo, ou ao menos comprassem a ideia de usarem o humor sombrio com altas doses de cultura pop e diálogos afiados. Ao mesmo tempo, havia também os irmãos Coen fazendo algo parecido, mas possuindo desde o princípio a sua visão autoral com relação ao mundo em que eles viviam. "Arkansas - Rei do Crime" transita entre esses universos autorais, mas conseguindo, mesmo que na superfície, obter algo criativo diga-se de passagem.

Dirigido pelo ator Clark Duke, o filme conta a história de Kyle, interpretado pelo ator Liam Hemsworth da franquia "Jogos Vorazes" (2012) e Swin, interpretado pelo próprio Clark Duke, que estão sob a vigilância minuciosa de um chefão das drogas da cidade chamado Frog, interpretado pelo ator Vince Vaughn. Quando um acordo dá totalmente errado, ambos se tornam alvos de Frog e seus homens.

Embora seja um estreante, Clark Duke até que se sai bem em sua primeira empreitada como cineasta, pois ele consegue obter a nossa atenção com relação ao que irá acontecer em seguida aos dois protagonistas. Ao mesmo tempo nos chama atenção a sua trilha sonora, da qual possui os grandes sucessos dos anos oitenta e fazendo ligar em nós aquele lado de nostalgia que tanto desperta hoje em dia. Contudo, se tem aquela sensação de Déjà vu com relação a trama, como se já tivéssemos visto, por exemplo, em algum filme dos irmãos Coen, mas que acaba não prejudicando a trama como um todo.

O grande acerto do filme é retratar pessoas comuns sendo inseridas no mundo do crime meio que por acidente, mas aceitando essa realidade não a contra a gosto, mas sim porque o destino quis isso. O grande charme disso é testemunharmos a maneira em que os protagonistas lidam em situações absurdas, pois a realidade no final das contas já é muito estranha. Neste caso, o personagem de Vince Vaughn sintetiza muito bem isso, ao se inserir neste universo perigoso por curiosidade, mas logo se dando conta que sabe se virar em um negócio até então desconhecido para os seus olhos.

Logicamente há os atos e consequências dentro da trama, mas dos quais nos coloca em situação de neutros com relação em qual lado escolher, pois não há mocinhos e bandidos aqui, mas sim pessoas comuns em situações em que eles próprios decidiram trilhar. Não há, portanto, lição de moral, mas sim somente pessoas sobrevivendo em uma terra selvagem do crime escondida em cartões postais. Com uma participação hilária do ator John Malkovich, "Arkansas - Rei do Crime" é uma curiosa história sobre o submundo do crime da qual é moldada por elementos já conhecidos, mas obtendo a nossa curiosidade de forma simples e nenhum pouco exigente. 



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