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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'O Diabo de Cada Dia'

Sinopse: O filme narra gerações conectadas pela violência um conto sobre como em um microcosmo rural várias famílias e gerações se conectam pela violência. 

Observo que o cinema norte americano de hoje cada vez mais se sujeita a olhar para trás e fazer uma dura crítica sobre tempos mais conservadores e que a violência ficava por detrás das cortinas. Se por um lado temos "Suburbicon: Bem Vindo Ao Paraíso" (2017) que escancara o lado hipócrita de uma sociedade perfeita dos anos cinquenta, do outro, temos o recente "Viveiro", que usa uma trama de ficção cientifica como metáfora sobre o sistema controlador norteamericano que passava uma sociedade perfeita dos anos cinquenta para os olhos do mundo. "O Diabo de Cada Dia" escancara mais uma vez um lado violento, hipócrita e do qual a religião é o ópio vindo da igreja para viciar uma sociedade cega. 

Dirigido por Antônio Campos, do filme "Christine-Uma História Verdadeira" (2017), o filme é ambientado  entre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã. "O Diabo de Cada Dia" acompanha diversos e bizarros personagens num canto esquecido de Ohio, nos Estados Unidos. Cada um deles foi afetado pelos efeitos da guerra de diferentes maneiras. Entre eles, um veterano de guerra perturbado, um casal de serial killers e um falso pregador.

Começando simbolicamente no cenário de horror da Segunda Guerra Mundial, o filme nos apresenta a construção de laços familiares, mas moldados pela violência da guerra e da fé cega que move os homens para um precipício sem fim. Curiosamente, existe uma interligação entre os personagens principais, como se houvesse um círculo desenhado por coincidências, mas que realmente elas poderiam acontecer. Aliás, essas coincidências é o que moldam os caminhos dos personagens principais, seja elas pela fé, descrença religiosa ou do desprezo por um governo que jogou o cidadão comum para a vala dos lobos.

O filme é encabeçado por elenco ilustre e onde cada um possui um papel fundamental. Se por um lado temos um Tom Holland cada vez mais maduro ao interpretar um personagem moldado pela violência e os horrores da fé, do outro, temos um Robert Pattison monstruoso, anos luz de sua fase “Crepúsculo”, ao interpretar um pastor complexo, mas que facilmente podemos enxergar a sua real pessoa por dentro. Atenção para a cena entre os dois intérpretes dentro da igreja que é disparado um dos melhores momentos da trama.

No terceiro ato final as subtramas se entrechocam, fazendo com que o círculo iniciado no prólogo do filme dê por encerrado, mas deixando feridas que jamais se fecham. No final, observamos um determinado personagem entrando em um sono profundo após uma saga cheia de violência e representando uma sociedade norte americana cansada de tantas promessas vazias nunca alcançadas. Pode ser uma reconstituição de uma época, mas que fala sobre dilemas sobre a fé, ignorância e violência que perdura até hoje nos EUA e no mundo.

"O Diabo de Cada Dia" fala sobre o monstro interior de cada um, mas do qual desperta devido a negligência vinda do estado, assim como também criada pela palavra de falsos profetas que não devem nada em termos de comparação ao próprio Diabo. 


Onde Assistir: Netflix. 


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