Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: O Filme da Minha Vida



Sinopse: Serras Gaúchas, 1963. Tony cresceu sem a presença do pai francês (Vincent Cassel). Os anos passam e ele se torna professor de francês. Tony é apaixonado por livros e começa a frequentar um cinema. Com o passar do tempo, o professor descobre informações sobre seu passado, o forçando a tomar importantes decisões.
Não é pela sua originalidade na trama em que um filme alcança os seus status de qualidade, mas sim na forma como ele foi conduzido.  Em alguns casos, a parte técnica rouba a cena, mas não para superar a trama, mas sim para torná-la ainda melhor. O filme da Minha Vida é um desses casos em que a parte técnica, assim como na maneira em que o cineasta dirige as cenas, é o que nos faz prestar mais atenção na obra, mesmo quando ela não tenha nenhuma pretensão de mudar as nossas vidas através de sua história.
Baseado na obra do escritor chileno Antonio Skármeta (O Carteiro e o Poeta), o filme se passa nas Serras Gaúchas do ano de 1963, onde acompanhamos a vida do jovem Tony (Johnny Massaro, de Divã), do qual tinha uma infância feliz ao lado do seu pai francês (Vicent Cassel). Porém, ao voltar da faculdade, seu pai decide ir embora, abandonando não só ele como também a sua mãe. Para afogar suas dores, Tony se torna professor de língua francesa, lendo inúmeros livros, frequentando cinema, mas através dessa sua jornada de autoconhecimento será por onde ele consegue aos poucos compreender a partida de seu pai.
Após ter dirigido o maravilhoso O Palhaço, muitos se perguntavam se Selton Mello continuaria ou não dirigindo filmes. Esperando pelo momento certo para voltar atrás das câmeras, Selton se apaixonou pela obra de Antonio Skármeta e isso é muito visível na forma em que ele conduz o longa. O filme da minha vida pode ser simplificado como um retrato da transição da juventude para a fase a adulta, mas o cineasta vai muito além, ou ao menos na forma como ele conduz a sua criação.
Apaixonado pelo cinema como ninguém, Selton Mello bebeu da fonte do cinema francês na criação desse filme, mais precisamente em um dos períodos mais prolíficos daquele país que foi o movimento Nouvelle vague. Digo isso porque o seu protagonista Tony é uma espécie de Antoine Doinel, o alter ego do cineasta François Truffau, que havia surgido no clássico Os Incompreendidos e sendo interpretado pelo então jovem ator Jean‑Pierre Léaud. Assim como a sua contra parte francesa, Tony vive numa cruzada de descobertas, onde enxerga arte através do amor e do amor enxerga a beleza saindo dos poros das mulheres das quais ele enxerga.
Dessas mulheres, ele se apaixona pela jovem Luna (a bela e talentosa Bruna Linzmeyer de A Frente Fria Que a Chuva Traz), sendo que essa corresponde pelos seus desejos. Aliás, através Bruna Linzmeyer que Selton Mello conduz na criação de uma belíssima cena, da qual é uma representação do olhar que Tony tem e sente por ela ao observá-la no pátio da escola. Plasticamente eficaz, a cena é um belíssimo casamento entre fotografia, montagem, edição de arte e se tornando um dos pontos altos do filme.
A cena é na realidade um exemplo do que é o filme como um todo, onde o cineasta nos brinda com uma belíssima reconstituição de época, alinhada com uma belíssima fotografia e que nos passa uma época mais inocente e dourada. Aliás, a fotografia se torna uma representação do amadurecimento e mudança das quais o personagem Tony vai passando: de cores quentes reconfortantes, o clima muda para um tom mais pálido, sombrio e se tornando uma representação do caminho do qual Tony terá que trilhar para descobrir a verdade sobre o seu pai.
É através das duas figuras paternas que Tony começa a ser conduzido para sua fase adulta. Na ausência do seu pai (Cassel), temos então Paco (o próprio Selton Mello), homem do campo, mas tendo um olhar crítico com relação ao mundo do qual vive e não escondendo certos conflitos internos dos quais ele mantém dentro de si. Mesmo que de uma forma indireta, é através de Paco que Tony descobre um passado até então desconhecido do seu pai e cabe a ele saber administrar tamanhas informações das quais ele então receberá.
Não que o filme se prende ao politicamente correto, mas ele nos passa a ideia de termos que aceitar os erros do próximo, pois querendo ou não, isso faz parte do que é ser humano. Uma vez aceitando essa realidade, Tony se encaminha para um novo estágio de sua vida, do qual irá dar de encontro com uma nova estrada, mas que somente ele poderá atravessá-la. Tudo isso moldado de uma forma que, tecnicamente, faz com que a gente saia da sala com uma sensação de conforto, mesmo quando a trama não tenha apresentado nada de extraordinário, mas visualmente sendo tudo bem feito. 
O Filme da Minha Vida é uma obra visualmente bela, cinematograficamente falando, mesmo quando ela não traga em sua trama nada que vá mudar as nossas vidas como um todo. 


Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

Cine Dica: INFORMATIVO FÊNIX FILMES:(semana 03/8 a 09/8)


Narda Staël Gracine
Assessoria de Imprensa
Fênix Distribuidora de Filmes
Telefones: 21 2533-7069 / 2283-5166

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: RIFLE



Sinopse: Dione (Dione Ávila de Oliveira) é um jovem com hábitos estranhos, que vive isolado com sua família em uma região rural e remota. Mas toda a tranquilidade do local é abalada quando um rico proprietário tenta comprar a pequena propriedade onde ele e sua família vivem. O jovem então começa a carregar sempre um rifle, de forma a defender seu território.


Conheço pessoas que trabalhavam no interior e que até mesmo poderiam se tornar donos de suas próprias terras futuramente. Porém, a ideia de enriquecer na cidade grande sempre atrai aqueles que querem mudar de vida, mas que nem sempre isso acontece como num passe de mágica. Sem nenhuma expectativa, a pessoa retorna então para o interior, pois os poderosos da cidade grande não lhe aceitam, mas esses últimos decidem então invadir o interior para conquistar determinados pontos de terra.
Tem-se então um quadro indefinido para o indivíduo, do qual não é aceito na cidade grande, mas corre o sério risco de ser expulso de suas próprias raízes. A escolha é defender o que é seu, nem que para isso sofra sérias consequências e das quais tornam o seu futuro como indefinido. Em Rifle, observamos um reflexo de uma realidade nua e crua e da qual esta muito mais próxima do que a gente imagina.
Dirigido por Davi Pretto (Castanha), acompanhamos a história de Dione (Dione Ávila de Oliveira), rapaz sem muita expectativa e que vive com a sua família numa região rural do interior do RS. O comodismo de todos da região começa a mudar no momento que certo rico dá sinais que tem interesse por aquelas terras e fazer com que Dione e sua família partam de lá. O protagonista então usa o seu velho rifle para afugentar aqueles que se aproximam sempre do seu território.
Existe aqui elementos que lembram alguns títulos do nosso cinema recente como, por exemplo, Aquarius, do qual retrata o desejo de posse de alguns, mas não se importando com a história e com o futuro de outros. Contudo, Davi Pretto incrementa sua visão particular com relação a esse assunto, incrementando até mesmo velhos elementos do gênero faroeste, mas que não se desprende da realidade do interior do estado do RS. Ao mesmo tempo, a mesma sensação de falta de uma boa perspectiva com relação ao presente e ao futuro visto em Castanha, é usado aqui no mesmo peso e medida, mesmo se passando em cenários distintos se comparados um ao outro.
Seguindo a tendência do movimento “ficção/documentário” visto nos melhores títulos do cinema independente brasileiro recente, como Branco sai, Preto fica, assim como também o próprio Castanha, Davi Pretto usa não atores para a realização desse filme e resultando numa atmosfera realística e até mesmo da qual nos identifiquemos facilmente com ela: a cena em que vemos, por exemplo, a família de Dione revisitando o passado através de fotografias, vemos então o cruzamento entre ficção e realidade, como se não houvesse roteiro, tudo criado no improviso, mas tendo resultado verdadeiramente positivo.
Embora atuando pela primeira vez, Dione Ávila de Oliveira se sai bem em cena, pois o seu modo na criação do seu respectivo personagem acaba se casando com proposta principal do cineasta e nascendo então um personagem trágico e de múltiplas camadas. A meu ver, Dione seria uma representação da resistência contra os poderosos do capitalismo atual, do qual deseja posses, mas que destrói vidas e histórias das quais poderiam ser contadas. Se num primeiro momento as suas ações contra aqueles que vêm de fora possa soar como inconsequente, por outro lado, compreendemos que ele chegou num estagio em que não anda nem pra frente e nem para traz, pois ele acredita que o seu modo de agir seja uma defesa e uma espécie de válvula de escape para sair toda a sua revolta.
Como em Castanha, Davi Pretto usa todos os elementos acima citados, para se criar então um drama sobre o vácuo existencial contemporâneo de hoje. Se ele existe, talvez ele seja formado pelas engrenagens políticas atuais, mesmo quando na trama não se mostre elas de uma forma explicita. Porém, quando vemos, por exemplo, o protagonista adentrar um casarão cheio de utensílios, mas sem ninguém no local, a cena tornasse então simbólica, pois ela representa o poder da posse, mas sem nada para acrescentar a história.
Curto, mas profundo, Rifle é uma pequena experiência sensorial sobre a realidade contemporânea, da qual cada vez mais se encontra indefinida e movida pela incerteza sobre o nosso real papel no mundo atual.

Abaixo momentos da exibição especial do filme que aconteceu no último sábado na Cinemateca Capitólio e com a participação do cineasta Davi Pretto.  
 

Leia também: Castanha.

Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

Cine Dica: Ouvindo filmes: Trilhas e Tramas no Cinema





John Williams

No mês de agosto a sala da Redenção da Ufrgs  de Porto Alegre irá se dedicar aos filmes em que a trilha sonora é o verdadeiro coração do filme. Dos clássicos de Hitchcock, aos filmes recentes como Birdman, a sala irá oferecer um cardápio para aqueles que apreciam um belo filme e embalado com uma bela trilha sonora.
Programação completa você confere clicando aqui.



Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Cine Dicas: Estreias do final de semana (04/08/17)



Planeta dos Macacos: A Guerra

Sinopse:Após o grande confronto entre os humanos e os macacos, o símio Caesar (Andy Serkis) fortalece sua ascensão. Caesar se torna uma figura seminal na história dos macacos e lidera seu bando rumo a uma guerra que ele lutou para evitar.



Dégradé

Sinopse: Na Faixa de Gaza, um salão de beleza está cheio de clientes. Mas a calmaria é interrompida quando tiros são disparados e um leão é preso próximo da porta. Tudo isso é feito pelo ex-namorado da dona do salão que não se conforma com a separação e faz terror, transformando todas as mulheres em prisioneiras.

 

O Filme da Minha Vida


Sinopse: Serras Gaúchas, 1963. Tony cresceu sem a presença do pai francês (Vincent Cassel). Os anos passam e ele se torna professor de francês. Tony é apaixonado por livros e começa a frequentar um cinema. Com o passar do tempo, o professor descobre informações sobre seu passado, o forçando a tomar importantes decisões.

 

Os Campos Voltarão


Sinopse: A Primeira Guerra Mundial está chegando ao fim. Soldados italianos não veem a hora de deixar o front, o frio e chance de morrerem. Mas enquanto não recebem novas ordens, o que resta a esses soldados é esperar.

 

Os Meninos que Enganavam Nazistas


Sinopse:Durante a Segunda Guerra Mundial, a França está ocupada pelos nazistas. Em meio ao medo, os irmãos judeus Joseph e Maurice se separam da família. Os dois têm de encontrar coragem para fugirem dos alemães, enquanto tentam reencontrar seus pais.



Rifle

Sinopse:O jovem solitário Francis vive numa região rural com sua família. No verão, o lugar é tomado por turistas que fazem muita arruaça. Francis fica muito incomodado com a situação e começa a andar com um rifle para afastar qualquer invasor de sua propriedade.



Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram