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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Cine Dica: Raros, Twin Peaks, Miyazaki e Lav Diaz

CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS RECEBE SESSÕES ESPECIAIS NO FIM DE SEMANA

Na sexta-feira, 12 de maio, às 20h, o Projeto Raros leva o terror à Califórnia psicodélica dos anos 1970 com a exibição comentada de Zumbis do Mal (também conhecido pelo título original, Messiah of Evil), de Willard Huyck Gloria Katz. Entrada franca.
E se a terceira temporada de Twin Peaks se aproxima, vamos relembrar a delirante trama da série original no sábado, 13 de maio, às 19h30, com a exibição do episódio piloto da primeira temporada, dirigido por David Lynch. Após a sessão, acontece um debate conduzido pela equipe de jornalistas do site Nonada. O valor do ingresso é R$ 10,00.

No domingo, 14 de maio, às 16h, a Sessão da Tarde exibe a versão dublada de Porco Rosso - O Último Herói Romântico, um dos clássicos de Hayao Miyazaki. O valor do ingresso é R$ 10,00.
Também no dia 14, às 18h, acontece a pré-estreia de A Mulher Que Se Foi, novo filme do filipino Lav Diaz, vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza de 2016. O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

A MULHER QUE SE FOI
Direção: Lav Diaz
(2016, 228 minutos)

Horacia passou os últimos 30 anos numa penitenciária feminina. Ex-professora de escola primária, ela leva uma vida tranquila ajudando suas companheiras a praticarem a leitura e a escrita. Quando outra detenta confessa ter cometido o crime original, Horacia é libertada e parte em busca de sua família então distante. Enquanto procura pelo filho desaparecido, Junior, Horacia descobre novamente sua terra natal – as Filipinas do final dos anos 1990 –, apenas para concluir que seus habitantes vivem aterrorizados pela corrupção e sequestros desenfreados. Sua personalidade generosa fica contaminada por sentimentos de vingança. A mulher que se foi recebeu o Leão de Ouro na Mostra de Cinema de Veneza, em 2016.

Roteiro: Lav Diaz Fotografia: Lav Diaz Montagem: Lav Diaz Elenco: Miss Charo Santos-Concio, John Lloyd Cruz, Michael de Mesa, Shamaine Centenera-Buencamino, Nonie Buencamino, Marj Lorico, Mayen Estanero, Romelyn Sale, Lao Rodriguez, Jean Judith Javier, Mae Paner, Kakai Bautista Produção: Ronald Arguelles Título Original: Ang babaeng humayo | The woman who left Classificação indicativa: 12 anos

PROJETO RAROS
12 de maio – 20h (entrada franca)
Zumbis do Mal
(Messiah of Evil)
90 min., Estados Unidos, 1973
Direção: Willard Huyck e Gloria Katz
Uma jovem mulher está à procura de seu pai, um artista desaparecido. A viagem leva-a a uma estranha cidade californiana à beira-mar, governada por um misterioso culto de mortos vivos. Exibição em HD com legendas em português. Após a sessão, debate com os pesquisadores Carlos Thomaz Albornoz e Cristian Verardi. Entrada franca.

CLÁSSICO EM DEBATE
TWIN PEAKS (R$ 10,00)
Episódio Piloto: Northwest Passage
13 de maio – 19h30
94 min., Estados Unidos, 1990
Direção: David Lynch
Distribuidora: MPLC
A cidade de Twin Peaks é abalada quando o corpo da estudante colegial Laura Palmer é encontrado próximo à margem de um rio. Primeiro episódio da inesquecível série de televisão criada por David Lynch e Mark Frost. Exibição em HD. Após a sessão, acontece um debate organizado pela equipe de jornalistas do site Nonada.

SESSÃO DA TARDE
14 de maio – 16h (R$ 10,00)
Porco Rosso - O Último Herói Romântico
(Kurenai no buta)
92 min., Japão, 1992
Direção: Hayao Miyazaki
Distribuidora: Versátil
Costa do Mar Adriático, início dos anos 1930. Marco Porcellino, mais conhecido como Porco Rosso, é um aviador caçador de recompensas, que luta contra piratas aéreos. Gina, cantora e proprietária do Hotel Adriano, não desiste de tentar convencê-lo de que vale a pena procurar a humanidade, mas Porco resiste a falar do passado e detesta o único vestígio desses tempos – uma fotografia de seu rosto antes de assumir sua nova persona. Uma nostálgica e poética homenagem do mestre da animação japonesa, Hayao Miyazaki, ao universo da aviação, um dos seus temas prediletos. Exibição dublada em HD.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Alien: Covenant



Sinopse: Os tripulantes da nave Covenant seguem em direção a um planeta remoto do outro lado da galáxia. Mas no meio do caminho, eles se deparam com um paraíso, que esconde seus mistérios e é habitado apenas pelo androide David (Michael Fassbender), único sobrevivente da expedição da nave Prometheus.
Quando o cineasta Ridley Scott criou o projeto Prometheus, ele não somente queria lançar uma luz sobre os eventos que acontecem antes do clássico Alien: 8º Passageiro, como também explorar a possibilidade dos seres humanos terem sido criados por extraterrestres. Porém, o filme dividiu a opinião do público e da crítica, pois lançou mais perguntas do que respostas e dando a entender que elas somente iriam ser respondidas numa eventual sequência. Chega então Alien: Covenant, que, aparentemente, era para dar continuidade e enlaçar as pontas soltas dos eventos vistos no filme anterior, mas não é bem isso que acontece.
Novamente dirigido pelo cineasta, acompanhamos a missão dos tripulantes da Covenant, cuja missão é transportar duas mil pessoas para um novo mundo e assim habitá-lo. Porém, após um desastre que quase vitimou toda a tripulação, eles são colocados em nova rota pela galáxia e dando de encontro com um novo planeta do qual mais parece um paraíso. Porém, ao chegarem ao local, irão se dar conta que o paraíso pode ser até mesmo pior do que o próprio inferno.
Antes desses eventos citados acima, o filme começa com um prólogo engenhoso, onde ele enlaça esse filme com o anterior, mas ao mesmo tempo, explorando embate do criador com a criatura. É nessa cena que assistimos os primeiros passos do androide David (Michael Fassbender, espetacular), do qual começa a dialogar e a discordar de pensamentos vindos do seu criador Peter Weyland (Guy Pearce), e fazendo desse embate uma salada de referências, que vai desde a uma simples comparação ao conto de Frankenstein, como também sobre o papel de Deus na vida do homem. Por meio desses pensamentos, podemos enxergar David como uma espécie de referência ao anjo Lúcifer, sendo o primeiro e mais belo anjo do céu, mas que desafiou o seu próprio criador, desejando destruir o paraíso e sendo condenado então ao inferno.
Com todas essas referências, tanto vindas da literatura como também da própria bíblia, é uma pena então que Scott prefira logo se concentrar em tentar ligar esse longa metragem ao clássico de 1979, sendo que até mesmo a trilha sonora daquele filme ecoa em muitos momentos aqui. Com essa preocupação em querer nos lembrar que, tanto o primeiro Alien, como também do recente Prometheus são ligados a esse novo capítulo, o filme acaba perdendo um pouco de sua identidade própria, mesmo quando o cineasta tenta fazer algo de original no decorrer de mais de duas horas de projeção. Contudo, uma vez que os personagens colocam os pés no planeta, já temos uma idéia sobre o que vira em seguida, o que acaba soando previsível.
Mas se há previsibilidade sobre o que irá acontecer, Ridley Scott consegue ao menos injetar boas doses de tensão nesses momentos que nos soam familiares, mas bem dirigidos e de uma forma da qual nos passe algo novo. A primeira aparição da criatura (numa forma inédita), por exemplo, é desde já o momento mais sinistro e angustiante do filme. É uma pena portanto que ao decorrer do filme não haja cena que supere esse momento e ponto chave da trama.
E se muitos ainda tinham esperanças de que o filme pudesse responder as inúmeras perguntas das quais ficaram no ar no longa metragem anterior, Ridley Scott faz questão de destruir elas numa única tacada só, numa cena emblemática e cheia de prepotência. No meu entendimento, Scott não gostou de nenhuma das críticas que sofreu ao lançar Prometheus, decidindo então pulverizar qualquer possibilidade de nascimento de uma nova teoria e construindo a partir disso tudo do zero. Com isso, o cineasta novamente se concentra na velha história do criador e criatura, dando continuidade ao prólogo do filme e armando o palco para a primeira aparição do Alien do qual nós conhecemos.
É nesse ponto que o cineasta concentra todas as suas fichas no desempenho de Michael Fassbender, sendo que aqui ele interpreta tanto o já conhecido androide David, como também o androide Walter e que veio junto com a nave Covenant. Fassbender dá um verdadeiro show de interpretação, pois tanto David como Walter, embora idênticos, possuem personalidades distintas e o que desencadeia um debate acalorado sobre o papel de ambos em meios aos homens que os criaram. Se antes as motivações de David poderiam ser comparadas ao do próprio Lúcifer, aqui essa comparação se torna ainda mais explicita, pois é neste ponto que a trama lembra até mesmo o poema de Paraíso Perdido, de John Milton, onde o texto explora a história cristã sobre a expulsão de Lúcifer do Jardim do Éden. 
Mas se o desempenho de Fassbender é o que dá gás ao filme, por outro lado, isso faz com que a maioria do elenco se torne opaco mesmo com todo o esforço de cada um deles em cena. Nem mesmo o esforço de Katherine Waterston (Animais Fantásticos) dá bom resultado, pois a sua transição de mulher guerreira contra o Alien soa meio que inverossímil. Isso faz então com que a ausência da personagem Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) de Prometheus seja ainda mais sentida, sendo que o seu desaparecimento é explicado, mas sendo algo que poderia ter sido facilmente evitado. 
Com um final do qual dá entender que teremos mais um capítulo adiante, Alien: Covenant é aquele tipo de filme que irá fazer surgir alguns adoradores, como também muitos detratores, mas que somente o tempo é o que irá julgá-lo da forma como ele merece.  


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Cine Dicas: Estreias do final de semana (11/05/17)



Alien: Covenant


Sinopse: Os tripulantes da nave Covenant seguem em direção a um planeta remoto do outro lado da galáxia. Mas no meio do caminho, eles se deparam com um paraíso, que esconde seus mistérios e é habitado apenas pelo androide David (Michael Fassbender), único sobrevivente da expedição da nave Prometheus.

 

A Promessa

Sinopse: Michael (Oscar Isaac) é um jovem armênio que sonha em estudar medicina, mas não tem dinheiro para arcar com os estudos. Por isso, ele promete se casar com uma garota de seu vilarejo, na intenção de receber o dote. Com o dinheiro em mãos, Michael viaja à Turquia e faz seus estudos durante os meses finais do Império Otomano. Neste contexto, conhece a armênia Ana (Charlotte Le Bon) e se apaixona, embora a professora namore o fotógrafo americano Chris (Christian Bale), enviado à Turquia para registrar o genocídio dos turcos contra a minoria armênia. Um triângulo amoroso se instaura em meio à guerra.
 

Crônica da Demolição

Sinopse: Documentário resgata a história do Rio de Janeiro de 40 anos atrás. O foco é um ponto da cidade, uma praça que abrigou o Palácio Monroe, que era sede do Senado Federal. Entrevistados comentam a época em que a construção acabou sendo derrubada para dar lugar a uma praça com um chafariz seco e a um estacionamento subterrâneo.
 

IMPEACHMENT: O BRASIL NAS RUAS


Sinopse: Obra reúne mais de 30 de entrevistas realizadas em dois meses de gravação, além de cenas colhidas na capital gaúcha, São Paulo e Rio de Janeiro.

 

O Cidadão Ilustre


Sinopse: O escritor argentino Daniel Mantovani (Oscar Martínez) vive na Europa e é badalado por ter vencido o Prêmio Nobel. Quarenta anos depois, ele recebe o título de Cidadão Ilustre em sua terra natal. Sua presença na cidade desperta alegrias, mas também desavenças.
 

O Dia do Atentado

Sinopse: No feriado do Dia do Patriota sempre é realizada a Maratona de Boston. Na comemoração de 2013, o policial Tommy Saunders (Mark Wahlberg) fica incubido de supervisionar a região próxima a linha de chegada da corrida. Uma explosão acontece. Não demora muito para se constatar que foi um atentado terrorista e Davis parte na caçada dos suspeitos, os irmãos Dzhokhar e Tamerlan Tsarnaev.



Taego Awa


Sinopse:Na faculdade, uma dupla de cineasta encontrou cinco fitas VHS contendo registros culturais da tribo Ãwa. Reunindo outros materiais, eles partem em busca do grupo, apresentando as imagens pela primeira vez e descobrindo a trajetória de enfrentamento com o povo branco desde 1973. Hoje, os Ãwa lutam pela demarcação e restituição de suas terras.



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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: A Autópsia



Sinopse: Tommy Tilden (Brian Cox) e Austin Tilden (Emile Hirsch), seu filho, são os responsáveis por comandar o necrotério de uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Os trabalhos que recebem costumam ser muito tranquilos por causa da natureza pacata da cidade, mas, certo dia, o xerife local (Michael McElhatton) traz um caso complicado: uma mulher desconhecida foi encontrada morta nos arredores da cidade - "Jane Doe", no jargão americano. Conforme pai e filho tentam descobrir a identidade da mulher morta, coisas estranhas e perigosas começam a ocorrer, colocando a vida dos dois em perigo.
 
Existem filmes que levam séculos para chegar aos nossos cinemas, independente de suas qualidades ou defeitos. Portanto, é um milagre que A Autópsia não tenha chegado ao país direto para vídeo, pois num primeiro momento, o filme pode ser enquadrado como um terror qualquer, mas está longe disso. Na verdade, A Autópsia se torna uma prova que ainda há vida inteligente dentro desse gênero.
Embora eu tenha ouvido muito bem a respeito desse filme, sempre vou assistir a qualquer obra com um pé atrás para não me decepcionar, mas não é o que acontece aqui. A Autópsia chega ao Brasil quase seis meses depois de seu lançamento nos EUA. Exibido pela primeira vez em Setembro do ano passado no Festival Internacional de Cinema de Toronto, o filme foi bem repercutido e acabou se espalhando pelo mundo. Para um filme independente parar nos cinemas, significa algo de muito valor hoje em dia, principalmente num período que as salas são dominadas por superproduções inchadas e que, por vezes, se tornam com o tempo dispensáveis.
Dirigido por pelo desconhecido André Øvredal, o filme conta a história de Tommy (Brian Cox) e Austin Tilden (Emile Hirsch), legistas de uma pequena cidade e que são responsáveis por comandar um necrotério e crematório. Em certo fim de expediente o xerife traz uma emergência: o corpo de uma desconhecida, encontrado no porão de uma casa, sendo que o local onde a encontraram houve um múltiplo homicídio sem nenhuma pista. Nada parece estranho demais para quem lida com corpos sem vida todos os dias, certo? Bem, na medida em que eles fazem a autópsia, coisas estranhas e assustadoras começam a acontecer, e eles começam a descobrir quem foi essa desconhecida.
Como quase todo projeto pequeno como esse, o orçamento curto faz parte da obra, mas em nenhum momento sentimos isso na tela. O elenco não é formado por astros, mas por bons interpretes, os cenários são limitados, mas de uma forma proposital, já que o roteiro foi elaborado para causar uma sensação de limitação e até mesmo claustrofobia. A direção é bem conduzida, os efeitos visuais também são engenhosos e resultando tudo de uma forma positiva.
O susto é a palavra chave do sucesso dessa obra. Além de uma trama criativa, o filme possui uma mitologia bem formada, mesmo quando ela soe extremamente familiar. Não é aquele terror que provoque ânsia, (mesmo com boas doses de sangue), mas o medo que ele nos provoca vem da mais pura tensão criada pelos inúmeros elementos inseridos dentro da trama. Assim como o filme A Bruxa, ficamos mais do que satisfeitos ao vermos um filme como A Autópsia se sobressair no cenário do cinema independente e ao mesmo tempo dando novo gás ao gênero de horror.