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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Cine Curiosidade: Atriz Cris Lopes curte o verão brasileiro com piquenique à francesa

A atriz de cinema Cris Lopes está curtindo o verão brasileiro antes de começar a rodar os 03 filmes de 2017 que a atriz vai atuar no Brasil e na Argentina.
Cris esteve no Parque Estadual Carlos Botelho no município de São Miguel Arcanjo/SP, um dos maiores complexos de Mata Atlântica preservada localizado na região sudeste do estado de São Paulo.
A atriz aproveitou o contato com a natureza com um piquenique à francesa na margem de uma das cachoeiras, com queijos e vinho francês para brindar 2017 e relembrar suas temporadas dos últimos anos em Paris, onde é hábito fazer piqueniques com amigos nas margens do Rio Sena para assistir ao por do sol.
 
Canal Youtube Cris Lopes Oficial - Trailers Cinema Tv https://m.youtube.com/c/CRISLOPES_Atriz_Apresentadora_Artista_Actress/videos
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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Cine Especial: O 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos



24. Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro

Sinopse: Na noite de núpcias, um homem descobre que sua mulher não era virgem e, enfurecido, a mata. Absolvido, vai para uma pequena cidade, contratado para prestar serviços de construção e acaba apaixonando-se por uma jovem inocente.

Em sua primeira exibição, Ganga Bruta renderia pouco menos de 15 mil réis, sendo que os cinéfilos cariocas da época chamaram o filme de “Abacaxi da Cinédia”, “o pior filme de todos os tempos”. Humberto Mauro ficou conhecido como “Freud de Cascadura” (referindo-se a cidade onde nasceu) e sobre a Cinédia diziam que daria uma “esplêndida fábrica de goiabada”. Assim eram recebidos os filmes que fugiam do senso comum, ditos de vanguarda, consequentemente o filme logo saiu de circulação e caindo no esquecimento. Porém, foi preciso que os anos passassem e o acaso para que Ganga Bruta tivesse outra chance na história. Carl Scheiby, remexendo nos arquivos da Cinédia encontrou os negativos, remontou-os (com aprovação de Humberto Mauro) e exibiu-os, no ano de 1952, na 1a Retrospectiva do Cinema Brasileiro e, finalmente, obtendo sua consagração. 
Ganga Bruta é um dos mais belos filmes já feitos. Não apenas pelo roteiro que apresenta a trama de forma não linear, através de Flashbacks, como também pelo apuro técnico, pela inventiva utilização de técnicas cinematográficas de vanguarda em união com uma linguagem sensorial, instintiva, sensual. Usavam pela primeira vez três câmeras para filmar uma sequência, além do criativo uso do som, pontuado de ruídos, sussurros e uma intervenção musical. Curiosamente o filme transita pelo mudo e o sonoro, já que naquele o cinema falado estava começando a dar os seus primeiros passos no Brasil e no mundo.  


 

25. BANG BANG (1971)



Sinopse:Nas palavras de um dos personagens “Era uma vez três bandidos muito maus. Dizia-se que um deles era a mãe dos outros, mas nada se sabia ao certo. Roubavam tudo, matavam tudo, comiam tudo. Mas isso também não se sabia ao certo”.


Experimental, confuso, desconexo, dinâmico, alucinado. O filme de  Andrea Tonacci esbanja planos sequências de longa duração que, quase sempre, não estão diretamente relacionados com o plano anterior ou seguinte. Um espectador desatento poderia até pensar que não existe relação alguma, o que não estaria de todo errado. O grande segredo de Bang Bang, para mim, é justamente esse caos narrativo. A história é o que menos importa, e Tonacci deixa isso bem claro no final quando pela primeira vez a “mãe” dos ladrões começa contar a história do filme, mas é interrompida por uma torta sem remetente. O destinatário é claro: a todos aqueles que precisam e procuram uma narrativa transparente. Para eles o diretor manda uma torta, a lá "Gordo e Magro ou os Três Patetas".



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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE CINEMA NA SALA MULTIMÍDIA

                                                         filme Atlantic City

Após um período de recesso em função das festas de final de ano, a Cinemateca Capitólio retoma sua programação regular de cinema a partir da próxima semana. Mas devido ao processo de adaptação da sala principal (hoje equipada apenas com projetores em 35mm) para o formato digital DCP, as sessões irão acontecer apenas na Sala Multimídia, localizada no terceiro andar.
A aquisição do projetor DCP, possível graças ao patrocínio da Petrobras, através do sistema LIC, irá representar um enorme ganho para a Cinemateca Capitólio, hoje impossibilitada de lançar títulos novos devido à limitação do 35mm, cujas cópias são cada vez mais raras. O processo de aquisição e instalação do novo equipamento deve ser iniciado nos próximos dias e será seguido por um período de testes e treinamento dos projecionistas. A programação regular na sala principal está prevista para o mês de março, quando a Cinemateca Capitólio comemora seu segundo ano de inauguração.

LOUIS MALLE NA SALA MULTIMÍDIA

A primeira programação da Sala Multimídia em 2017 é um ciclo com cinco obras do consagrado diretor francês Louis Malle. O valor único do ingresso para cada sessão é R$ 5,00. A lotação da Sala Multimídia é de 30 lugares. Exibições em DVD.

GRADE DE PROGRAMAÇÃO
Atlantic City
(1980, 104 minutos)

Lou (Burt Lancaster) é um gângster decadente que vive de recordações do passado, época em que foi grande e temido por todos. Em suas andanças pela cidade, encontra Sally (Susan Sarandon), uma garota que sonha trabalhar em Monte Carlo como croupier.

Lacombe Lucien
(1974, 137 minutos)

Em junho de 1944, durante a II Guerra Mundial, os aliados desembarcam na Normandia, numa cidadezinha do sudoeste da França. Lucien, um rapaz de dezessete anos, trabalha num asilo de idosos e passa por vários dissabores; ao visitar sua cidade natal é rejeitado pela família e também não é aceito pela Resistência. Ao retornar à cidade onde mora, Lucien é preso pelos auxiliares franceses da polícia alemã.

Menina Bonita
(Pretty Baby, 1978, 110 minutos)

A filha de uma prostituta é criada em um bordel, onde cuida do seu irmão e se prepara para seguir os passos da mãe. Com doze anos tem sua virgindade leiloada e logo depois se casa com um fotógrafo bem mais velho do que ela.

Viva Maria!
(1965, 122 minutos,)

O filme conta a história de Maria II, a filha de um terrorista irlandês que acabou de perder o pai, que se encontra com Maria I, uma cantora de circo, no interior de um país imaginário da América Latina, em 1907.


Adeus, Meninos
(Au Revoir, Les Enfants, 1987, 103 minutos,)

França, inverno de 1944, Julien Quentin (Gaspard Manesse) é um garoto de 12 anos que freqüenta o colégio St. Jean-de-la-Croix, que enfrenta grandes dificuldades devido à 2ª Guerra Mundial. Lá ele se torna o melhor amigo de Jean Bonnett (Raphael Fejto), introvertido colega de classe que Julien posteriormente descobre ser judeu. A tragédia chega à escola quando a Gestapo invade o local, prendendo Jean, outros dois alunos e ainda o padre responsável pelo colégio.

GRADE DE HORÁRIOS
10a 15 de janeiro de 2017

10 de janeiro (terça)
17h – Atlantic City
19h – Lacombe Lucien

11 de janeiro (quarta)
17h – Menina Bonita
19h – Viva Maria!

12 de janeiro (quinta)
17h – Adeus, Meninos
19h – Lacombe Lucien

13 de janeiro (sexta)
17h – Menina Bonita
19h – Atlantic City

14 de janeiro (sábado)
17h – Atlantic City
19h – Lacombe Lucien

15 de janeiro (domingo)
17h – Adeus, Meninos
19h – Viva Maria!

A Cinemateca Capitólio é um equipamento da Secretaria da Cultura de Porto Alegre. O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da Cultura. O projeto também contou com recursos daPrefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização da Fundação CinemaRS –FUNDACINE.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: EU, DANIEL BLAKE



Sinopse:O marceneiro Daniel Blake (Dave Johns) sofre um ataque cardíaco enquanto trabalha. Ele quase morre e agora tem de enfrentar a burocracia do governo para conseguir o benefício a que tem direito. Mas a situação fica menos dolorosa quando Daniel conhece uma mãe solteira cheia de problemas.

Embora eu não tenha muito conhecimento sobre a filmografia do cineasta Ken Loach, eu sei que ele se destacou pelo mundo em 1969 com o filme Kes e que a classe trabalhadora sempre se destaca em suas obras. Eu, Daniel Blake, novo filme do cineasta, acabou se tornando a sua segunda obra a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, sendo que a primeira havia sido Ventos da Liberdade. Chegando agora em cartaz, há indícios aqui que, o seu mais novo filme, tenha ganhado o grande prêmio do festival por questões políticas, mas ao mesmo tempo, é uma obra que nos mexe do começo ao fim e faz com que nos identifiquemos facilmente. 
Eu, Daniel Blake é um longa bastante humano, criado em situações familiares e que faz com compreendemos as motivações dos personagens de uma forma rápida. Tendo pontos em comum com o belga Dois Dias, Uma Noite, o filme nos brinda com uma atmosfera mórbida, como se não houvesse saída para esses personagens, mesmo quando ocorram situações da qual nasça uma esperança. Não é um cinema autoral, onde você não encontrará truques de movimento de câmera ou até mesmo trilha da qual nós iremos nos lembrar, sendo que o trabalho do compositor Gerge Fenton aqui é bem contido e discreto.
Já o diretor de fotografia Robbie Ryan cria uma atmosfera fria e de pouca esperança naquele universo particular daquelas pessoas, que vivem em busca de um objetivo na vida e de um pouco de respeito que se havia perdido. O roteiro de Paul Laverty, embora simples, consegue extrair o melhor das atuações de cada um dos atores. Dave Johns, ao interpretar Daniel, criou-se então um dos personagens mais queridos do cinema recente e do qual faz a gente torcer por ele do começo ao fim, mesmo estando numa situação que é um verdadeiro precipício.
Contudo, é preciso reconhecer a grande interpretação da atriz Hayley Squires que, ao construir para si a personagem Katie, ela consegue passar todo o grande peso do mundo do qual a sua personagem passa: a cena da qual ela abre um pote de comida de um supermercado para matar a fome é marcante e desconcerta qualquer um que se preze quando assiste.
Diferente do que se acontece em determinados filmes, Ken Loach deu ao seu elenco um espaço do qual fez com que as suas interpretações soassem verossímeis, como se alguns momentos os interpretes saem de cena e dando lugar aos seus personagens como um todo. Dito isso, o filme nunca cai na armadilha de cair no melodrama, mas sim obtendo pontos dramáticos convincentes e transitando em alguns momentos de humor, principalmente em situações das quais é preciso rir para não chorar quando o protagonista sofre na sua cruzada em busca de seus direitos.
Embora torçamos pelo melhor, o filme se encaminha para um desfecho do qual até mesmo já prevíamos, embora torcêssemos para que determinada situação  não acontecesse. Quando ela ocorre, nos damos conta então de como somos frágeis perante um sistema hipócrita e cada vez mais preso em uma realidade capitalista, da qual somente enriquece os poderosos, mas se esquece das pessoas que moram num nível abaixo deles, mas que merecem todo o direito de serem tratados como semelhante. Um filme que, para o bem ou para o mau, ecoa em nossa realidade cada vez mais sendo invadida por um conservadorismo intolerante e ambicioso. 
Eu, Daniel Blake é um filme alerta com relação ao nosso tempo atual, do qual se encaminha por um futuro cada vez mais sombrio e indefinido para nós e para as próximas gerações.  





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