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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Cine Especial: Cinema Marginal Brasileiro: Parte 1




 Na minha ultima participação desse ano, dentro dos cursos de cinema elaborados pelo Cena Um (dias 11 e 12 de dezembro), o assunto será sobre o Cinema Marginal Brasileiro, que será ministrado pelo jornalista Leonardo Bomfim. Enquanto a atividade não chega, estarei por aqui postando sobre os principais filmes desse movimento que bateu de frente com a censura da ditadura da época.

O BANDIDO DA LUZ VERMELHA 


Sinopse: Jorge, um assaltante de residências de São Paulo, apelidado pela imprensa de "Bandido da Luz Vermelha", desconcerta a polícia ao utilizar técnicas peculiares de ação. Sempre auxiliado por uma lanterna vermelha, ele possui as vítimas, tem longos diálogos com elas e protagoniza fugas ousadas para depois gastar o fruto do roubo de maneira extravagante.

Rogério Sganzerla, em seu segundo trabalho como diretor (o primeiro foi o curta Documentário de 1966) realiza um filme surpreendente, usando e abusando com o mito da crônica policial paulistana dos anos 60. Seu filme é uma espécie de “faroeste do terceiro mundo”, caótico e desconexo.  Com sua linguagem visual muito a frente do seu tempo, O Bandido da Luz Vermelha pode ser visto como o ponto de transição entre a estética do Cinema Novo (influenciado pela nouvelle vague do cinema francês) e a ruptura do Cinema Marginal. Um clássico inesquecível e que foi relembrado novamente, graças à sua sequência, intitulada  Luz das Trevas.

 

Matou a família e foi ao cinema



Sinopse: Rapaz da classe média mata a navalhadas o pai e a mãe e vai assistir ao filme "Perdidas de Amor", no qual um homem mata uma mulher por amor. Ao mesmo tempo, duas jovens se amam e uma delas mata a mãe que as critica; o marido mata a mulher que reclama das dificuldades financeiras.

Matou a família e foi ao cinema (1969), de Júlio Bressane, definitivamente é  uma das obras mais importantes da historia do nosso cinema brasileiro. Com um talento incomum, o diretor consegue fazer o filme oscilar, o tempo todo e de uma forma bem perigosa, entre o  drama, o clichê e o sublime, a vida cotidiana e um olhar pessoal na intimidade dos personagens  que, no entanto, jamais são desvendados por completo.
Os planos, melancólicos, aliado a uma impressionante fotografia em  preto-e-branco,  lembram muito mais o cinema mudo, do que o tão conhecido  nouvelles vagues francês daquele período. A montagem mistura as tramas  ao longo do filme, fazendo o espectador assistir por um momento uma trama, para então ser jogado em outra sem mais nem menos, exigindo maior atenção para aquele que assiste. 
Um filme corajoso em pleno regime da ditadura militar do Brasil, pois retrata um pouco a  desorganização da moral cotidiana, de destruição da família e a falta de afeto, mantêm seu impacto e sua emoção. Não tanto pelo registro histórico ou pela clarividência sociológica, mas pelo visionarismo cinematográfico do diretor, que foi capaz de transformar um argumento de base naturalista e melodramática numa das mais belas tragédias brasileiras.

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Cine Dicas: Estreias do final de semana (04/12/14)



Homens, Mulheres e Filhos

Sinopse: Adultos, adolescentes e crianças amam, sofrem, se relacionam e compartilham tudo, sempre conectados. A internet é onipresente e, nesta grande rede em que o mundo se transformou, as ideias de sociedade e interação social ganham um novo significado. Algumas situações como um casal que não tem intimidade; uma garota que quer ser uma anoréxica melhor; um adolescente que vive em num mundo de pornografia virtual, fazem o expectador repensar a relações humanas.

Quero Matar Meu Chefe 2

Sinopse: Após o trauma vivido no filme anterior, os amigos Nick (Jason Bateman), Dale (Charlie Day) e Kurt (Jason Sudeikis) resolvem abrir seu próprio negócio, de forma que eles mesmos sejam seus chefes. O problema é que, quando a companhia começa a deslanchar, eles sofrem um golpe do investidor (Christoph Waltz) que bancou o negócio. Sem ter como recorrer através dos meios legais, o trio decide partir para um ato desesperado: sequestrar o filho do investidor (Chris Pine) e, com o dinheiro do resgate, pagar a dívida contraída e manter a empresa.  

À Procura
Sinopse: Canadá. Matthew (Ryan Reynolds) estava dirigindo seu carro e parou para fazer uma rápida compra, deixando a filha de nove anos, Cass (Peyton Kennedy/Alexia Fast), no banco de trás. Ao retornar, ela havia desaparecido sem deixar pistas. Os policiais Nicole (Rosario Dawson) e Jeffrey (Scott Speedman) assumiram o caso, mas nada descobriram. A primeira pista sobre a garota apenas surge seis anos depois, quando os policiais estão investigando uma grande rede de pedofilia. Para a surpresa de todos, Cass tem um importante papel na organização, já que é ela quem entra em contato com as crianças pela internet para atraí-las. Apesar disto, ela segue sendo mantida em cativeiro por seu raptor, Mika (Kevin Durand).

As Aventuras de Paddington
 
Sinopse:Paddington (voz de Ben Whishaw) foi criado na floresta do Peru pelos tios Pastuzo (voz de Michael Gambon) e Luzy (voz de Imelda Staunton), mas um terremoto acaba separando o trio. Diante disto, o pequeno urso é enviado pela tio para Londres, local onde mora um explorador que visitou o Peru décadas atrás. Paddington faz a viagem clandestinamente e, ao chegar, acaba indo para uma estação de trem. Lá ele conhece a família Brown, que decide ajudá-lo a encontrar o tal explorador. Só que a vida na civilização e entre humanos não é tão simples assim.

Caçada Mortal
 
Sinopse: Nova York. Matt Scudder (Liam Neeson) é um ex-policial que agora trabalha como investigador privado, muitas vezes agindo fora da lei. Com uma certa relutância, ele aceita ajudar um traficante de drogas (Dan Stevens) que está atrás do homem que sequestrou e matou sua esposa. Não demora muito para que Matt descubra que o procurado já havia cometido este tipo de crime.

  
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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: Meninos de Kichute



Sinopse: A  história universal de um garoto que sonha ser jogador de futebol. No caso de Beto (Lucas Alexandre), goleiro. O pano de fundo da trama tem um colorido especial ao retratar com fidelidade os costumes nas pequenas cidades brasileiras dos anos 70: o machismo, as relações familiares, a infância que brinca na rua, bate figurinha, assiste aulas de Educação Moral e Cívica e canta o Hino na escola estadual. 
Ontem (02/12/14) no Cinebancários de Porto Alegre, assisti Meninos Kichute que, embora eu não tenha vivido no período do qual a trama se passa (1975), é um filme que facilmente a pessoa se identifica, já que a trama protagonizada por crianças acaba por fazendo com que muitas pessoas se lembrem de algo parecido visto na tela. O filme se passa no interior de São Paulo. Somos apresentados a Beto, o filho do meio de uma família simples de um bairro operário, que sonha em ser goleiro de futebol e superar os obstáculos – o principal deles, a resistência do pai, autoritário e religioso, para o qual competição é pecado. Porém, o próprio pai pratica um pecado muito maior, o que torna então uma pessoa hipócrita perante as outras pessoas com quem vive.
Enquanto isso acompanhamos os jovens criando o Meninos de Kichute Futebol Clube,( kichute era o tênis conhecido entre os garotos que cresceram entre o fim dos anos 1960 e o início dos 1980). Embora seja um filme protagonizado por crianças, a trama possui alguns momentos de drama que, mesmo não sendo o foco principal, ele engloba também o papel político brasileiro da época, sob o regime da ditadura militar. Produzido em 2008 e exibido em alguns festivais em 2010, o filme infelizmente chegou tardiamente por aqui, mas antes tarde do que nunca.
A trilha sonora ajuda também a direcionar a pessoa cada vez mais ao filme e fazê-la se identificar, pois ela possui inúmeras canções de sucesso e criando-se então uma sensação de pura nostalgia que são elas: "Que Fim Levaram todas as Flores" de Secos e Molhados, "Filho Maravilha" de Jorge Ben e "Eu Quero Botar meu Bloco na Rua" de Sergio Sampaio. Mesmo com poucos recursos na mão, a direção de arte também faz um trabalho primoroso, especialmente mostrando os carros, a moda de se vestir da época e os cortes dos cabelos dos garotos que, aliás, eram os mesmos que eu usava nos meus primeiros anos de vida nos anos 80.
Independente de qual geração a pessoa nasceu, a força principal mesmo do filme é a  identificação que ele nos provoca. Vemos disputa nos campinhos de futebol, as curiosidades do mundo adulto através de revistas para maiores de 18 anos, brigas durante uma pelada, o bullying na escola (que na época nem tinha esse nome), e é impossível não reviver com nostalgia registros de uma infância que a cada dia se torna mais distante e dourada para nós.
O filme é uma adaptação do livro homônimo de Márcio Américo, comediante e escritor. No filme, o autor dividiu o roteiro com o diretor Lucas Amberg. Acreditasse que foram mais de 600 crianças que passaram pelo processo de seleção de atores e foram escolhidas 20 para a criação do elenco mirim.
Elas se destacam nas cenas da escola, no ferro velho e no campinho. Por ser um filme agradável e nostálgico em assisti-lo, o filme ganhou o Prêmio do Público na categoria Melhor Filme Brasileiro da Mostra Internacional de Cinema der São Paulo. 




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Cine Dica: CineBancários exibe o filme "Os Amigos"

 O CineBancários irá exibir, a partir do dia 4 de dezembro (quinta-feira), o longa metragem "Os Amigos", de Lina Chamie. O filme irá dividir o espaço de cinema com "Meninos de Kichute", de Luca Amberg, ficando nas sessões das 15h e 19h.
Na história de "Os Amigos", Téo (Marco Ricca) é um arquiteto solitário que passa por uma fase difícil na vida, devido ao falecimento de seu melhor amigo na infância. Sua melhor amiga na atualidade é Majú (Dira Paes), mãe de duas crianças que vive tentando arranjar uma namorada para ele. Ao longo do dia Téo se perde em meio às lembranças do passado, o que faz com que visite a viúva Lígia (Sandra Corveloni), e as atribuições do trabalho.

GRADE DE HORÁRIOS
2 de dezembro (terça-feira)
15h – Castanha, de Davi Pretto
17h – Meninos de Kichute, de Luca Amberg
19h – Meninos de Kichute, de Luca Amberg

3 de dezembro (quarta-feira)
15h – Castanha, de Davi Pretto
17h – Meninos de Kichute, de Luca Amberg
19h – Meninos de Kichute, de Luca Amberg

4 de dezembro (quinta-feira)
15h - Os Amigos, de Lina Chimie
17h - Meninos de Kichute, de Luca Amberg
19h - Os Amigos, de Lina Chimie

5 de dezembro (sexta-feira)
15h - Os Amigos, de Lina Chimie
17h - Meninos de Kichute, de Luca Amberg
19h - Os Amigos, de Lina Chimie

6 de dezembro (sábado)
15h - Os Amigos, de Lina Chimie
17h - Meninos de Kichute, de Luca Amberg
19h - Os Amigos, de Lina Chimie

7 de dezembro (domingo)
15h - Os Amigos, de Lina Chimie
17h - Meninos de Kichute, de Luca Amberg
19h - Os Amigos, de Lina Chimie

9 de dezembro (terça-feira)
15h - Os Amigos, de Lina Chimie
17h - Meninos de Kichute, de Luca Amberg
19h - Os Amigos, de Lina Chimie

10 de dezembro (quarta-feira)
15h - Os Amigos, de Lina Chimie
17h - Meninos de Kichute, de Luca Amberg
19h - Os Amigos, de Lina Chimie

Os ingressos podem ser adquiridos no local a R$6,00. Estudantes, idosos, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$3,00.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: DE VOLTA AO JOGO



Sinopse: John Wick (Keanu Reeves) já foi um dos assassinos mais temidos da cidade de Nova York, trabalhando em parceria com a máfia russa. Um dia, ele decide se aposentar, e neste período tem que lidar com a triste morte de sua esposa. Vítima de uma doença grave, ela já previa a sua própria morte, e deu de presente ao marido um cachorro para cuidar em seu período de luto. No entanto, poucos dias após o funeral, o cachorro é morto por ladrões que roubam o seu carro. John Wick parte em busca de vingança contra estes homens que ele já conhecia muito bem, e que roubaram o último símbolo da mulher que ele amava.


Sinceramente Keanu Reeves não atuava num filme bom desde o cultuado Constantine de 2005, mas também não se pode esperar muito desse, que é um regresso do astro aos filmes de ação. Porém, o filme não é dele, mas sim dos dublês e agora diretores Chad Stahelski e David Leitch. São as coreografias e cenas de ação, cheio de clichês batidos, mas com certo estilo é que roubam a cena do filme.
Ex-assassino de aluguel extremamente eficiente, sendo que todos o temem, mas quando ainda tenta se recuperar da perda da mulher, que morre por causas naturais, John Wick (Reeves) é obrigado a voltar à ativa depois que um playboy sem noção rouba seu carro e mata seu pequeno cachorro de estimação. Acontece que o incauto Iosef (Alfie Allen) é filho do chefão da máfia russa Viggo (Michael Nyqvist), antigo patrão de Wick. E o conhecendo mais do que ninguém, o patriarca sabe que vem uma grande tempestade.
O nome do personagem dá uma pista do registro que se pretende: John Wick, João Pavio (curto) ou ainda, por uma pronúncia aproximada, João Fraco. Só a partir da chave da ironia é que se pode entender que De Volta ao Jogo é uma paródia de filmes de ação com  vingança, em que seu perpetrador tem direito de eliminar quem não respeita o código de ética da classe.Wick é uma máquina adormecida, despertada pelo roubo de um automóvel antigo e pela morte do pequeno cão. 
Por isso também o velho hotel no centro da cidade, que funciona como uma espécie de clube, em que o staff sabe que está lidando com uma classe especial de profissionais, sem deixar de mencionar a eficientíssima equipe de limpeza, faz seu complicado trabalho sem nada perguntar. Esse humor sutil e as muitas referências, além do elenco, que inclui Willem Dafoe, John Leguizamo e Adrianne Palicki, é que faz o filme um despretensioso passatempo, desde que desligue o seu cérebro.


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