Sinopse:
'Jack - O Caçador de Gigantes' conta da história de uma guerra antiga que se
reinicia quando um jovem trabalhador do campo abre inconscientemente um portal
entre o nosso mundo e uma raça de gigantes apavorantes.
Assim como
as adaptações de HQ, os filmes baseados em contos de fadas se tornaram a mais
nova pipita de ouro que os estúdios americanos almejam sugar até á ultima gota,
mas se é essa a intenção, tem que pelo menos ser bem executada. Existe bons
exemplos de filmes bem sucedidos desse gênero atualmente: Alice no País das
Maravilhas, Branca de Neve e o Caçador e recentemente OZ: O Mágico Poderoso são
exemplos, que embora aja uma gordura lá e aqui, acabaram tendo um resultado
mais do que satisfatório. Porém, sempre há um bastardo na família e João e
Maria: Caçadores de Bruxas é o típico exemplo de filme muito mal executado, mas
que curiosamente, está ganhando o titulo de “bom filme ruim”.
Com tudo isso que eu já disse,
chegamos a Jack - O Caçador de Gigantes e onde ele se encaixa nisso tudo? Para
começar, o filme não possui ambição nenhuma de mudar a vida de ninguém, tão
pouco fazer reflexões ou algo do gênero, mas sim ele existe para entreter e
nesse caso até que consegue, mesmo que em muitos momentos tenha sido mal
executado e pecado nas suas sofríveis escolhas. O filme pode soar ainda mais
decepcionante, principalmente se esperarmos demais dele, tudo porque é dirigido
por Brian Singer, o cara que deu o ponta pé inicial na onda do sucesso das
adaptações das HQ, a partir do filme X-Men.
Aqui, Singer não cria nada de novo, tão pouco inventa muita coisa no famoso conto
do pé de feijão, sendo que somente há ali e aqui uma readaptação para o publico
melhor se identificar.
No caso de readaptação, o filme cai
na previsibilidade de formulas bem manjada, para o nosso herói Jack (Nicholas
Hoult), por exemplo, se apaixonar pela princesa local (Eleanor Tomlinson), para
então somente se separarem durante a aparição do pé de feijão gigante e fazer o
mocinho subir até o desconhecido para salva-la.
Neste ponto, o mocinho ganha ajuda
de um grupo de guerreiros da guarda real, para unicamente serem dispensados logo
em seguida, sendo que somente o chefe da guarda que se destaca, mas que poderia
facilmente ser interpretado por qualquer outro ator, mas coube ao ótimo interprete
Ewan McGregor pagar o mico da vez. O que me vinha na cabeça era: como ele pode
aceitar um papel desses? Talvez esse seja o típico exemplo de que o dinheiro e
desespero por um sucesso falem mais alto. O mesmo vale para o vilão Roderick, interpretado de uma das formas mais
canastronas que eu já vi, pelo ator Stanley Tucci, cujo o seu personagem
poderia ter sido facilmente limado do roteiro. E para completar a cereja do
bolo, o talentoso ator Ian McShane (Branca de Neve e o Caçador), interpreta um
verdadeiro rei amalfadinha, que não desperta interesse nenhum com o espectador.
Com todos esses deslizes na estrutura
e do elenco, como ficam então os gigantes? Eles estão lá há todo o momento e
quando eles surgem e atacam os humanos (principalmente no ato final da trama),
até que impressiona, mas em alguns momentos nos incomodamos pelo fato que a
computação gráfica que criaram para dar vida a eles deixa e muito a desejar, já
que ficamos mal acostumados com universos de seres muito bem feitos como da
trilogia do Senhor dos Anéis. Com todos esses pontos negativos,
vale à pena assistir na tela grande? Por incrível que pareça sim, porque eu
acredito que a proposta (se é que existe) que o filme queria passar, era de
entreter dentro do possível e mesmo com todos esses pesares, consegue esse
efeito no final da sessão. Assim como João e Maria: Caçadores de Bruxas, Jack -
O Caçador de Gigantes, talvez venha a ser um “bom filme ruim”, para ser visto e
revisto com o cérebro desligado.