Quando se fala em Drácula, a primeira coisa que se vem em mente, é de seus principais interpretes do cinema, como no caso de Bela Lugosi (era Universal) e Christoffer Lee (era Hammer). Isso fora outros interpretes que, se por um lado não ficaram tão famosos como os dois titãs já citados, pelo menos renderam incríveis desempenhos, como Gary Holman (Drácula: De Bram Stoker) e do genial Klaus Kinski (Nosferatu de 1979). Mas nestes dias, estava vendo os ótimos documentários de Drácula: De Bram Stoker e Francis Ford Coppola chegou num ponto de uma das entrevistas, dizendo que a maioria dos filmes sobre Drácula, nenhum era realmente fiel, muito menos os seus interpretes se comparado ao livro e o que mais chegou perto das caracteristicas do personagem (visualmente) foi John Carradine. QUEM???
O primeiro nome não, mas o sobrenome é bem familiar não acham? Pois John Carradine foi pai de ninguém menos que David Garradine (Kill Bill) e que até a metade da década de 40, atuou por duas vezes como o famoso vampiro, nos títulos A Casa de Frankenstein (1944) e sua seqüência A Casa de Drácula (1945), ambos do diretor Erle C. Kenton e que eram filmes para alavancar mais dinheiro para o estúdio da Universal, que estava vendo sua cine serie de monstros decair com o tempo e com isso, tiveram a idéia brilhante de reunir as principais criaturas do estúdio. Mas com a produção meio precária e roteiro cheio de furos, as duas produções, meio que ficaram esquecidas pela maioria do publico e somente lembradas mais pelos cinéfilos de olhar mais atento como Coppola. Indo na opinião dele, fui conhecer o ator nestas duas produções. No primeiro (o melhor dos dois) Carradine aparece como o personagem, mas como um mero coadjuvante e seu desempenho fica completamente ridículo se comparado ao mestre Boris Karloff que interpreta um cientista louco em cena e que é a melhor coisa do filme. Já A Casa de Drácula, ele tem muito mais destaque (como o titulo sugere), mas é meio que prejudicado pela produção precária e um roteiro que salta a vista a falta de idéias criativas. Carradine em si, até que se esforça, passando um ar charmoso, misterioso e com um olhar maquiavélico quando quer hipnotizar suas vitimas, mas que fica meio caricato, se comparado a Bela Lugosi que havia feito o mesmo personagem anos antes.
Fora isso, Carradine teve sorte de participar de duas grandes obras primas de John Ford que foram As Vinhas da Ira e No Tempo das Diligencias. O ator viria a falecer aos 82 em 1988. Ao morrer deixou cinco filhos, dos quais quatro também atores: David Carradine, Keith, Robert e Bruce. A neta de John e filha de Keith, Martha Plimpton também seguiu a carreira de atriz.
Pode nao ter sido um dos melhores Draculas, mas teve seu desempenho lembrado, graças aos cinefilos de plantam, que sabem escavar certas reliquias do passado como Francis Ford Coppola bem soube fazer. Cinefilo fominha como eu e que adora vasculhar um pouco da era de ouro do cinema, tenho mais que agradecer.