Esse final de semana foi na corrida, mas bem prazerosa. Levantei cedo, fui fazer o que café, sai de casa e parti para o cinema do cine Multiplex 2 que iriam passar o filme Copia Fiel e logo em seguida participei de um debate que havia sido convidado após a sessão feito pelo Cine Clube Zero Hora. Após isso, aproveitei para assistir ao vencedor do Oscar de melhor filme e no final do dia ao mais novo Cult do momento.
Já domingo foi só no descanso e digerindo o que assisti no sábado, o resultado? Acompanhem em baixo:
Cópia Fiel
Sinopse: James Miller é um filósofo inglês que vai a uma pequena cidade da Toscana apresentar seu livro sobre o valor da cópia na arte. Chegando lá encontra uma francesa que é dona de uma galeria de arte há muitos anos e vive com seu filho pré-adolescente. Eles passam a tarde juntos. Ao mesmo tempo em que vão se conhecendo começam a desenvolver um complexo jogo de interpretação de personagens e à medida que o jogo avança deixamos de saber quem é quem. Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes de 2010 para Juliette Binoche.
Por mais que eu queira ver tudo da filmografia de um diretor ou outro, sempre vai ficar um que por um motivo ou outro acabo não vendo, como no caso desse ótimo diretor Iraniano Abbas Kiarostami. O primeiro filme que vi desse diretor foi justamente neste ultimo sábado que teve a sessão e um debate feito pelo cineclube Zero Hora, que alias, foi um ótimo debate para conhecer melhor sobre ele. Voltando ao filme, Abbas Kiarostami faz um tremendo jogo mental com o espectador através do decorrer do filme, pois, graças ao simples encontro de dois personagens que se conhecem unicamente para discutir sobre determinado livro de um deles (James Miller) escreveu, se inicia então uma longa conversa de ambos que acabam debatendo sobre questões de artes e até mesmo o relacionamento atual das pessoas.
Do assunto de que a copia de uma arte pode se tornar tão maravilhosa quanto a original, acaba ao ponto se misturando com assunto sobre a relação atual de um casal. A mulher (Juliette Binoche maravilhosa e no melhor papel de sua carreira) tenta convencer de todas as maneiras o escritor Jason Miller (William Shimell em seu primeiro papel como ator) que suas teorias sobre as artes e as relações atuais podem sim estar erradas. Ambos então embarcam num jogo que acabam fingindo para ambos que são um casal de longa data, mas até que ponto isso é verdade ou mentira? Não existe a possibilidade de ambos já terem se conhecido no passado? Essa e outras perguntas o diretor deixa no ar, fazendo o espectador criar duas ou até três historias diferentes do que esta realmente acontecendo na tela, isso fora a engenhosa maneira do diretor com relação ao uso da câmera onde por muitos momentos foca todas as reações que os personagens sentem no decorrer da trama e só por isso, já torna um dos melhores filmes desse ano que chega às terras gauchas. Só me resta agora ir à caça para encontrar os outros filmes desse grande cineasta.
Sucker Punch - Mundo Surreal
Sinopse: Sucker Punch Mundo Surreal é uma fantasia épica de ação que nos apresenta à imaginação fértil de uma jovem garota cujos sonhos são a única saída para sua difícil realidade em um hospício. Desligada dos limites de tempo e espaço ela está livre para ir onde sua mente levar porém chega o momento em que suas incríveis aventuras quebram o limite entre o real e o imaginário trazendo consequências trágicas. O filme conta com um elenco de jovens estrelas incluindo Emily Browning (Navio Fantasma Desventuras em Série) Abbie Cornish (Brilho de Uma Paixão) Jena Malone (O Mensageiro Donnie Darko) Vanessa Hudgens (High School Musical) e Jamie Chung (Dragonball Evolution).
Vindo dos mundos do vídeo clipes, Zack Snyder não esconde a sua natureza quando faz filmes, seja com mortos vivos, espartanos ou heróis humanos, ele sempre mostra sua marca registrada, com muita câmera lenta, efeitos visuais e muita, mas muita pancadaria e violência. Sucker Punch - Mundo Surreal vai alem, porque, segundo nas próprias palavras do diretor, é uma historia original que já estava devendo a algum tempo, mas não a como negar que quem for assistir a esse filme irá ver referencias de tudo um pouco, como vídeo game, HQ, RPG, Senhor dos Anéis, Moulin Rouge, A Origem, Matrix e por ai vai (faltou alguma coisa?)
Dito isso, é uma salada visual, tudo batido num único liquidificador e que ambos o publico, tanto do sexo masculino como do feminino irão adorar. Pois o publico masculino ira adorar um grupo de garotas com roupas mínimas arrebentando tudo que estiver em seu caminho, já o publico feminino ira adorar as garotas fazendo trabalho de homem no qual as vezes nem eles conseguem.
Mas toda a ação se passa na cabeça da protagonista e com isso, o publico tem que comprar a idéia que suas ações no seu mundo imaginário podem sim lhe ajudar no mundo frio da realidade aonde ela corre perigo, ou seja, um filme para ser assistido com mente aberta, mas não significa que a trama fantasiosa ofende a nossa inteligência e sim ela existe unicamente para apimentar a boa historia que presta homenagem ao mundo pop, mas claro que nem todos irão comprar a idéia mas muito bem esse filme pode se tornar o mais novo Cult do momento.
Emily Browning (Desventuras em Série) é a nova promessa do momento e isso inclui todas as jovens garotas Abbie Cornish (Brilho de Uma Paixão) Jena Malone (O Mensageiro Donnie Darko) Vanessa Hudgens (High School Musical) e Jamie Chung (Dragonball Evolution) que me fascinaram pelas suas belezas de corpo e fibra nas cenas de ação, resta saber se irão longe em suas interpretações. O filme somente falho em seu ato final, quando o diretor toma uma decisão equivocada e torna o filme menos corajoso, mas não menos satisfatório e diferente do que se vê por ai. Resta saber o que Zack Snyder ira aprontar na próxima adaptação do Superman no cinema.
O Discurso do Rei
Sinopse: A história do rei George VI pai da atual rainha da Inglaterra Elizabeth II. Após ver seu irmão Edward (Guy Pearce) abdicar o trono inglês o jovem George (Colin Firth) se vê obrigado a assumir a coroa. Dono de uma gagueira que lhe deixa em maus bocados com os súditos o rei busca a ajuda do &147terapeuta da fala&148 Lionel Logue (Geoffrey Rush). Em meio a tudo isso precisa juntar forças para comandar o país na Segunda Guerra Mundial
Muito cinéfilos (incluindo eu próprio) não gostou de ver esse filme ganhar o Oscar de melhor filme, em um ano que filmes de grande calibre como A Origem, Cisne Negro, Bravura Indômita e Toy Story 3 estavam concorrendo. Mas não a como negar que o filme possui suas qualidades, principalmente com relação ao elenco.
Colin Firth finalmente ganha seu merecido Oscar, premio que havia sido negado no ano anterior no maravilhoso Direito de Amar. Aqui, pode não ser seu melhor desempenho, mas com certeza não é fácil interpretar um personagem histórico e principalmente gago em publico e que luta para tentar desfazer esse problema (algo que a academia adora premiar). Mas quem da o show aqui mesmo é realmente Geoffrey Rush, que da um verdadeiro banho com quem contra cena com ele. Não importa se for protagonista ou coadjuvante ele sempre rouba a cena e aqui não é diferente ao fazer o medico do rei e que usa os seus dons para tentar curar da sua gagueira. As cenas em que ambos trabalham nesse problema são dignas de nota e são os melhores momentos do filme.
Apesar do segundo ato meio arrastado e de Helena Bonham Carter estar apenas ok, o filme fecha com chave de ouro em seu ato final quando finalmente acontece o grande discurso do rei para o publico e é ai que tanto a direção de Tom Hooper e a interpretação de Colin Firth fazem um belo casamento.
Com uma reprodução de época impecável e com um ótimo elenco, O Discurso do Rei talvez tenha ganhado reconhecimento um tanto que exagerado, mas pelo menos não é outro Shakespeare apaixonado a ganhar Oscar que muitos imaginavam.