Sinopse: Após conseguir retirar o máximo de crianças da República de Gilead, June se vonta para novamente escapar da opressão e conseguir uma forma de alcançar o solo canadense.
A primeira temporada de "The Handmaid´stale" (2017) foi extremamente fiel ao clássico literário da Margaret Atwood. Já a segunda e a terceira temporada, ao meu ver, buscaram se inspirar nas poucas páginas do epilogo daquele livro e correndo o sério risco de fazer com que a série sempre voltasse ao mesmo ponto onde havia começado. Porém, a quarta temporada provoca reviravoltas inéditas e fazendo com que tenhamos um certo vislumbre do final da saga da aia.
A temporada começa com June (Elizabeth Moss) se recuperando de ferimentos graves após conseguir enviar inúmeras crianças ao governo do Canada. Ao lado de suas companheiras aias, ela tenta de alguma forma sair desse governo opressor, mas ao mesmo tempo sabota-lo. Porém, novos desafios surgem no caminho e fazendo com que o seu destino se torne cada vez mais incerto.
Diferente das temporadas anteriores, o quarto ano começa intenso, principalmente com a entrada de novas pedras do tabuleiro desse jogo de matar ou morrer, como no caso da atriz McKenna Grace, de apenas 14 anos, que interpreta a esposa de um dos comandantes que está ajudando a refugiar as aias. Atuação da jovem é estupenda e roubando a cena nos primeiros capítulos e fazendo com que a gente queira revê-la posteriormente. Até lá, desdobramentos acontecem a todo momento e testando a força e o modo de pensar de June.
Elizabeth Moss novamente nos brinda com uma de suas melhores atuações de sua carreira. Graças a personagem June ela consegue nos brindar com expressões que nos dizem mais do que meras palavras e fazendo com que até tenhamos pena com relação ao futuro de seus opressores que tanto a perseguiam nos episódios anteriores. Atenção para alguns episódios, pois além de atuar Elizabeth também dirige alguns capítulos e provando o seu grande potencial tanto a frente como atrás das câmeras.
Embora seja uma série baseada em uma ficção dos anos oitenta, tanto o programa como a obra literária continuam mais atuais do que nunca, principalmente em tempos em que a extrema direita pelo mundo cada vez mais se sente seduzida em oprimir os seus povos. Não deixa de ser curioso, por exemplo, ao vermos seguidores de Serena Joy (Yvonne Strahovski) e Fred Waterford (Joseph Fiennes), principais autoridades da República de Gilead sendo idolatrados como mitos, mesmo quando já foram divulgadas pela mídia as atrocidades que eles haviam provocado contra June e inúmeras aias. A realidade influencia a ficção e que se torna uma representação perfeita desses tempos em que são idolatrados falsos líderes no que se dizem a serviço de Deus.
Ao menos, a reta final nos diz que a hora do opressor está chegando ao seu final, mesmo quando corremos sério risco de nos tornarmos animais animalescos quando colocarmos para fora toda a nossa dor e raiva acumulada ao longo do tempo. June tem total consciência disso, mas não lhe tira o prazer em seu rosto com a possibilidade de, enfim, eliminar aqueles que um dia transformaram a sua vida em um inferno. Torcemos para que ela se vingue, mas tememos que ela perca suas reais virtudes.
"The Handmaid´stale - 4ª Temporada" supera as nossas expectativas, fazendo com que a gente torça pela protagonista, mesmo quando ela corra o sério risco de se perder em meio a sua dor e ódio acumulados ao longo da história.
Onde Assistir: Paramount+