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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Noite do Fogo'

Sinopse: Em uma cidade solitária situada nas montanhas mexicanas, os homens não estão mais em suas casas: ou foram mortos, ou fugiram, ou foram cooptados pelas milícias. 

"Sanctorum" (2019), recentemente exibido em nossos cinemas, contava a histórias de pessoas que viviam em um vilarejo, das quais as mesmas eram ameaçadas por milicias do tráfico de drogas e, ao mesmo tempo, algo de estranho vindo da natureza acontecia em volta. O filme foi uma bela demonstração de renovar a questão da guerra contra o tráfico vista nos cinemas, que ao longo dos anos quase sempre foi retratada como grande espetáculo orquestrado por Hollywood. Do México vem novamente "A Noite do Fogo" (2021) filme que dá nova luz sobre a questão, mas através de um olhar inocente que sobrevive perante o horror.

Dirigido por Tatiana Huezo, o filme se passa em uma cidade solitária situada nas montanhas mexicanas, os homens não estão mais em suas casas: ou foram mortos, ou fugiram, ou foram cooptados pelas milícias. Com medo, as mulheres se protegem e tentam esconder as meninas dos grupos de narcotraficantes que atuam na região – sendo que uma estratégia é vesti-las como garotos.

Indicado pelo México ao Oscar de melhor filme internacional, o filme é adaptado do livro "Reze Pelas Mulheres Roubadas", da escritora mexicana-americana Jennifer Clement. O filme começa de uma forma curiosa, onde vemos mãe e filha cavando um buraco para que a última se deite nele. A resposta para isso não vem de imediato, já que Tatiana Huezo opta de nos mostrar o cenário e os acontecimentos através do olhar das três jovens protagonistas e das quais se tornam o coração do filme como um todo.

Através delas conhecemos o dia a dia daquele povo, sendo boa parte formado por mulheres que foram jogadas a própria sorte, mas que não se intimidam perante as limitações que aquela realidade sempre os aflige. Não deixa de ser curioso, por exemplo, quando vemos essas mulheres tentarem se comunicar com o restante do mundo, ao usarem o celular em um morro alto e para assim obter um sinal. As adversidades existem, mas as mesmas não são o suficiente para deterem essas mulheres que decidiram lutar perante o horror vindo do homem.

Em meio a essa luta, vemos esse trio central crescendo, aprendendo, tentando se comunicar com a realidade em volta e fazendo com que as mesmas se tornem ligadas uma na outra. Nem mesmo em meio ao cenário precário será o suficiente de impedi-las de buscarem o conhecimento, mesmo quando o desejo de ir ao mundo a fora é interrompido pelo medo de deixarem os seus entes queridos à mercê da violência que está à espreita.  Esse medo, aliás, é o que torna o filme quase uma obra de suspense, já que sempre há um temor sentido no ar e que somente é suavizado pelos momentos de paz do trio central.

O ato final reserva momentos delicados, ao vermos o horror chegando em forma de carros pretos, comandados por homens sem nenhum escrúpulo e que se acham no direito de oprimir e transformar a vida dessas pessoas em um pesadelo. Em meio a perdas e revoltas, a esperança ainda é mantida, graças ao que se aprendeu pela persistência de alguns e pelo desejo de vencer e obter uma vida melhor. "A Noite do Fogo" é sobre a inocência que precisa ser preservada e para que a mesma consiga voar e que nenhum momento precise se preocupar. 


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