Nos dias 13 e 14 de
Junho eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre participando do curso
Desconstruindo Woody Allen, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Doutor em
Ciências da Informação e da Comunicação Josmar Reyes. Enquanto os dois dias da
atividade não chegam, estarei postando por aqui sobre os filmes que eu assisti
desse gênio e neurótico diretor de cinema.
A Rosa Púrpura do
Cairo (1985)
Sinopse: Em área
pobre de Nova Jersey, durante a Depressão, uma garçonete (Mia Farrow) que
sustenta o marido bêbado e desempregado, que só sabe ser violento e grosseiro,
foge da sua triste realidade assistindo filmes. Mas ao ver pela quinta vez
"A Rosa Púrpura do Cairo" acontece o impossível! Quando o herói da
fita sai da tela para declarar seu amor por ela, isto provoca um tumulto nos
outros atores do filme e logo o ator que encarna o herói viaja para lá,
tentando contornar a situação. Assim, ela se divide entre o ator e o
personagem.
A situação de base é
delirante, mas Woody Allen consegue combinar habilmente a comédia com a
fantasia, gerando uma bela sátira social aos anos 30 nos EUA, que é também um
dos seus filmes mais originais. É exatamente a situação surreal que gera
grande parte dos momentos divertidos: a multiplicidade de dimensões acaba
também por criar um jogo inteligente e delicioso de ficções cruzadas.
Amplamente premiado,
o filme foi nomeado para o Oscar de Melhor Argumento, tendo vencido o Globo de
Ouro na mesma categoria. Venceu ainda os BAFTA de Melhor Filme e de Melhor
Argumento, o césar para o Melhor Filme Estrangeiro e o prémio FIPRESCI do
Festival de Cannes.
Hannah e Suas Irmãs (1986)
Sinopse: A amizade e o relacionamento de três
irmãs vivendo em Nova York. No dia de Ação de Graças seus conflitos amorosos e
existenciais são evidenciados no meio de um grupo de amigos e parentes não
muito homogêneo. Lee (Barbara Hershey) é uma velha pintora casada com Frederick
(Max von Sydow), Holly (Dianne Wiest) sonha em ser uma escritora e Hannah (Mia
Farrow) é uma famosa atriz, perfeita em tudo na vida.
Geralmente
classificado como comédia, na realidade ele se acha entre a comédia e o
drama. Por um lado, não se pode negar o
diálogo extremamente engraçado, característica dos filmes de Woody Allen. Por outro lado, entretanto, trata de temas
potencialmente trágicos, como o adultério e a depressão suicida.
Cuidadosamente
escrito e dirigido por Allen, o filme conta ainda com uma bela trilha sonora e
as magníficas atuações de um elenco estelar. Mia Farrow está ótima como a dedicada Hannah, mas o maior destaque
feminino fica por conta do excepcional desempenho de Dianne Wiest, que dá uma
maior dimensão à sua personagem. Em
relação aos atores, o maior destaque é o do veterano inglês Michael Caine,
seguido pela atuação de Woody Allen.
Merecem ainda ser mencionadas as atuações de Barbara Hershey, Max von Sydow e Julie
Kavner, todas muito boas.
Crimes e Pecados (1989)
Sinopse: Duas histórias seguem paralelamente.
Na primeira um oftalmologista (Martin Landau) de sucesso se depara com o fim do
seu casamento e da carreira, pois sua amante (Anjelica Huston), cansada da
situação, ameaça revelar o caso e também os atos ilícitos cometidos por ele.
Ele decide, então, mandar matá-la. Na outra história, um produtor de
documentários (Woody Allen) casado ama outra mulher (Mia Farrow), que, no
entanto, prefere um outro produtor (Alan Alda). Apenas na cena final as
histórias se encontram.
Crimes e Pecados na
realidade é fruto da adoração que Woody Allen tem com a obra do sueco Ingmar
Bergman, conhecido por produções densas e perturbadoras como Persona, ou Gritos
e Sussurros. Prova de que Crimes e Pecados evoca Bergman está na escolha do
mesmo diretor de fotografia de ambos, Sven Nykvist. Porém, o filme não é de
todo sério. Ele se divide em duas narrativas distintas, uma densa e séria,
outra mais leve e complexa (o que remete a outro filme de Woody dividido na
dualidade sério/engraçado: Melinda & Melinda, muito bom). Crimes e Pecados
aprofunda alguns pontos mais obscuros da própria obra do diretor, como
moralidade, ética, fé, e o sentido da vida.
Poderosa Afrodite (1995)
Sinopse: Em Nova York, um casal adota um
menino e com o tempo o pai adotivo (Woody Allen) decide saber quem é a sua mãe
biológica do seu filho. Ele descobre que ela é uma prostituta chamada Linda
(Mira Sorvino), que em filmes pornográficos usa o nome Judy Cum e que nem sabe
quem é o pai do garoto. O pai adotivo decide então aconselhá-la a abandonar
este tipo de vida.
O que esperar de um filme de
Woody Allen? Roteiro magnífico, diálogos afiados e divertidos, um belo cenário
e ótimas atuações. Um diferencial fantástico que esse filme traz é sua
narração. Ele é narrado por um coro grego que se compõe, entre outros, de
Jocasta e Édipo. Personagens marcantes nas fantásticas tragédias gregas. As
cenas de Allen e Sorvino são incríveis e provoca muitas risadas. A ingenuidade
da prostituta e a forma como encara as situações é hilária. Mira foi indicada ao
Oscar de atriz coadjuvante por esse papel e levou a estatueta. Com todo
merecimento deixo claro, pois sua composição do papel é impecável. Sem dúvida é
seu melhor papel já feito.
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