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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: Sangue Azul



Sinopse: O ator Daniel de Oliveira interpreta um nativo de Noronha que retorna para o arquipélago junto com o Circo Netuno, onde trabalha como homem-bala. Sangue azul mostra como a chegada dos artistas circenses altera o cotidiano dos ilhéus e mexe sobretudo com os desejos reprimidos.


A obra passa uma sensação sensorial tentadora que, tem deixado o cinéfilo surpreendido, com participações e premiações nos festivais de Berlim, Rio de Janeiro e Paulínia. As primeiras cenas do longa nos pegam desprevenidos, pois elas são  em preto e branco. Essa escolha se equipara aos protagonistas e paisagens que formam a trama como um todo.
Claro que seria previsível se aprofundar ao colorido da natureza já no princípio, mas o cineasta Lírio Ferreira (Baile Perfumado) opta por um caminho que dá de encontro com a originalidade e que leva aquele que assiste a movimentar o seu olhar para as cenas em movimentos e que ditam as regras da trama.  As cores somente irão pintar em cena depois que a lona do circo é armada e o espetáculo se tem início. A partir daí, com cenas impactantes, fisgadas pelo diretor de fotografia Mauro Pinheiro, Sangue azul torna um cenário perfeito ainda mais belo e honra o fato de ser o primeiro longa de ficção totalmente rodado em Noronha. 
Além da arte em movimento, representada no circo, afoxé, ciranda, frevo, na verborragia (representados pelos personagens interpretados por Paulo César Pereio e Ruy Guerra) e na própria 7ª arte, o amor e a luxuria (representada com altas doses de sexo) são as peças que se misturam nesse redemoinho marítimo. O romantismo sem freio é favorecido na história de amor entre o personagem de Daniel e a irmã dele, vivida pela atriz Carol Abras. O livre arbítrio sexual, em suas inúmeras camadas e interpretações, nascem entre os dois e ao mesmo tempo nos outros personagens que circulam em volta deles. Algumas cenas de sexo surgem sem aviso prévio, mas não por estarem simplesmente ali, mas sim para favorecer e reforçar o lado sedutor que o filme procura passar para aqueles que assistem.
Como um todo, Sangue Azul é belamente tentador em sua forma e cor. 



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