Sinopse: Realizado a
partir de entrevistas feitas com jovens estudantes brasileiros pelo cineasta
Eduardo Coutinho antes de sua morte (em fevereiro de 2014), o filme busca
entender como pensam, como sonham e como vivem os adolescentes de hoje. O
material foi editado por sua parceira de longa data, a montadora Jordana Berg,
e a versão final é assinada por João Moreira Salles.
Em seu ultimo filme como
cineasta, Eduardo Coutinho se sente cansado, mas ao mesmo tempo disposto a
continuar filmando, pois como ele mesmo disse no início da obra: “o que mais eu
poderia fazer na vida”?
A sensação que se dá é
que, embora não prevendo o futuro, ele se sentia que estava em sua reta final,
mas antes de guardar as suas ferramentas de trabalho, decide então fazer uma
entrevista com jovens brasileiros de hoje. Nas entrevistas assistimos depoimentos
que contem de tudo um pouco, desde as vidas mais simples, ou até mesmo as mais
sofridas e ferrenhas.
Diferente do que se
vê em certos filmes que, tentam reconstituir o que é o jovem brasileiro, vemos
aqui pessoas reais, falando de tudo, desde os seus sonhos, dores familiares e certa
carga de incerteza com relação ao futuro de cada um. Embora com mais de oitenta
anos, Coutinho deixa a vontade os jovens para entrevista, pois embora não
conheça a cultura ou até mesmo os costumes dessa geração de hoje, demonstrou
total sensibilidade e ao mesmo tempo curiosidade para compreender o do porque da
moda deles, o que eles ouvem de música e do porque de certas profissões que
eles escolheram para estudar mais pra frente. As entrevistas começam a ficar tão
boas, que nos identificamos facilmente com aqueles jovens, pois cada passagem
de suas vidas, por vezes, soa que familiares para nós, para não dizer idênticas.
E quando a gente
achava que ele somente chamou jovens de classe média para as entrevistas, eis
que ele deixa uma menina chamada Luiza, de apenas seis anos e de classe média
alta para o final. Talvez ela não tenha sido ultima a ser entrevistada, mas as
suas palavras selam o filme de uma forma maravilhosa. Ambos travam um diálogo
filosófico e teológico, encerrado com a frase dela: “O Homem que morreu, a
gente chama de Deus”
E então rindo,
Coutinho pede ao assistente para abrir a porta e ela se caminhar para a saída
em contra-luz, como se fosse levada pela eternidade. Um encerramento brilhante,
mas que, após essas entrevistas, daríamos tudo para voltarmos no tempo e termos
uma tarde de conversas descompromissadas com o nosso inesquecível cineasta.
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