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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Cidades Fantasmas



Sinopse:Cidades Fantasmas conta a história de cidades prósperas, que abrigaram populações inteiras e hoje estão abandonadas e consumidas pelo tempo. Catástrofes naturais, motivações econômicas, embates políticos, guerras, são algumas das condições que levaram esses lugares ao total despovoamento.
Epecuén, na Argentina

No filme francês de Gaspar Noé, intitulado Irreversível, há uma frase que sintetiza aquela obra como um todo: “o tempo destrói tudo”. Embora com temáticas diferentes, não tem como não deixar de pensar nessa frase após assistir ao documentário Cidades Fantasmas, onde revela cidades das quais se concentra inúmeras histórias, mas que foram abandonadas no decorrer do tempo.
Dirigido por Tyrell Spencer, o filme revela a situação real de algumas cidades da América Latina, das quais se tornaram abandonadas e praticamente riscadas do mapa. Catástrofes naturais, motivações econômicas, embates políticos, guerras, são algumas das condições que levaram esses lugares ao total despovoamento. Porém, ainda há pessoas que se encontram nesses locais, unicamente para manter vivo um tempo já muito esquecido.
Se inspirando em documentários realizados pelo cineasta Werner Herzog (Homem Urso), e do recente Nostalgia da luz de Patricio Guzmán, Tyrell Spencer cria um minucioso retrato da situação real dessas cidades que, embora em ruínas, o seu documentário prova que há muito para se contar sobre elas. Com a sua câmera, Spenser perambula pelas ruas, casas, sepulturas dessas cidades e registrando imagens espantosas de como elas foram consumidas pelo tempo, seja pelo descaso de determinados governos, como também da força da própria natureza. Além disso, as cenas filmadas são entre cortadas por fotografias, das quais se tem registros do tempo em que essas cidades ainda viviam na sua era de ouro e obtendo então um verdadeiro contraste de quando são comparadas com a sua situação atual.
Mas o que dá alma ao projeto é o relato de pessoas que ainda vivem em meio aos destroços. Embora com poucos recursos, muitas delas se contentam com o pouco, desde que a história daqueles locais não seja esquecida. O ápice da obra é o relato de uma mulher da cidade Armero, na Colômbia, onde á trinta anos sofreu com uma erupção vulcânica e que acabou, não somente destruindo a cidade, como dizimando toda a sua família.
E se existe até mesmo alguma lógica ao testemunharmos esses lugares sendo devorado pela própria natureza, testemunharmos elas sendo destruídas pela incompetência do homem é algo inadmissível. A situação se torna ainda mais gritante é constatarmos que tudo começou com uma simples ação do homem e que, posteriormente, se transformou num cenário de filme catástrofe. Esse pensamento se fortalece no ato final da obra, onde testemunhamos o que sobrou da cidade Epecuén, na Argentina, onde foi consumida pelas águas, mas não devido à imprevisibilidade da natureza, mas pelo desleixo e de uma política autoritária da época.
Cidades Fantasmas é um documentário que desvenda a vida por detrás das tragédias e das quais não adormece mesmo com o passar das décadas.  




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