Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - ‘Ensina-me a Viver’

Nota: Filme exibido para associados e não associados na Sala Redenção, Campus Central da UFRGS no último sábado (05/11/2022).

Sinopse:  Baseado num roteiro que foi lançado como romance por Collin Higgins, o filme conta a história de Harold e Maude, que formam um estranho casal. Ele é jovem e obcecado pela morte. Ela é uma septuagenária apaixonada pela vida. Harold faz Maude rir com os relatos de seus suicídios fracassados e ela ensina ao jovem algumas lições de vida. 

Hal Ashby foi uma peça interessante e do qual fez parte da "Nova Hollywood", período contestador do cinema americano e fazendo aflorar maior liberdade para os seus cineastas autorais. O realizador possuía uma maneira um tanto que peculiar em transitar entre o gênero comédia com pinceladas de humor, por vezes, mórbido e bem reflexivo. "Muito Além do Jardim" (1979), por exemplo, é uma sátira de uma sociedade movida por regras do sistema capitalista enquanto o seu protagonista enxerga aquela realidade por outra perspectiva.

Antes disso, porém, ele havia lançado "Ensina-me a Viver" (1971), filme que a crítica especializada da época detestou, o público mal teve tempo de assisti-lo no cinema e ficando apenas uma semana em cartaz. Porém, logo o filme foi ganhando exibições nas cinematecas, ganhando status de cult e hoje figura em diversas listas dos melhores filmes de todos os tempos. Mas porque tanta polêmica no início?

Embora o filme tenha estreado em uma época em que o cinema americano estava totalmente livre do Código Hays, já que o mesmo havia sido extinto em 1968, a indústria ainda enfrentada uma boa parcela da sociedade bastante conservadora, da qual a mesma não via com bons olhos a relação de um jovem rapaz com uma mulher de quase oitenta anos. No meu entendimento, o filme é uma sátira com relação aristocracia norte americana, onde os mesmos acreditavam que tinham tudo, mas obtendo uma vida vazia para se dizer o mínimo. Por conta disso, não é de se estranhar ao vermos o jovem protagonista Harold, brilhantemente interpretado pelo ator Bud Cort, agir como um personagem que mais parece extraído da "A Família Addams", já que ele simula diversas formas de suicídio e provocando assim atritos dentro do seu universo familiar.

Ao encontrar Maude, interpretada pela atriz Ruth Gordon e cuja a mesma ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por "O Bebê de Rosemary" (1969), ele consegue obter através dela um outro lado da vida da qual ele não havia experimentado ainda. Maude aprecia visitar funerais, pegar carros de outros sem maior cerimônia e aproveitando os acontecimentos que ocorrem em volta. O ápice do filme é quando ambos protagonistas driblam um policial com a sua moto e cuja a conclusão se torna bastante imprevisível.

Com relação a figura do policial, por exemplo, se percebe que ele é pertencente a lei e a ordem da era Nixon, a serviço dos EUA livre, mas do qual o mesmo se encontrava preso em conflitos sem nenhum sentido.  O país na época ainda estava vivendo dentro da Guerra do Vietnã, da qual acabou se estendendo mais do que devia para o norte americano e somente provocando um número maior de mortes dos quais diversos familiares sentiram. A figura do tio militar do protagonista, por exemplo, é uma verdadeira caricatura da propaganda da era Nixon, da qual não tem como leva-la a sério e rendendo os momentos mais hilários da obra como um todo.

O interessante também é o momento que Harold anuncia para a sua mãe que irá se casar com Maude e fazendo desencadear uma reação de, ao menos, de três controladores deste sistema da época: padre, o tio do exército e o psiquiatra. Cada um desses três personagens representa uma autoridade maior, representadas pela figura presente nos quadros que se encontram atrás deles. Um é Deus, representado pelo Papa, o Estado, representado pela foto do presidente Richard Nixon, e pela ciência, no caso o psicanalista Sigmund Freud. Nenhuma das instâncias consegue entender qual o problema dele, refletindo bem o estado da juventude contestadora da época e sua relação com os pilares da civilização moderna.

Aliás, essa geração contestadora segue em frente mesmo quando ocorre algo que faz com que Harold se desespere, mas não perdendo o que havia sido ensinado para ele. Maude agia na sua forma de acordo com que havia enfrentado no passado, sendo que uma cena em que foca uma determinada numeração em seu braço sintetiza bastante esse meu pensamento. Em sua reta final, optou por enxergar o lado positivo da vida e abrindo as portas para que Harold pudesse esquecer um pouco da morte pois ainda terá bastante tempo para desfrutar e contestar a sua própria realidade.

Com uma ótima trilha sonora composta pelo artista Cat Stevens,  "Ensina-me a Viver" é um grande sobrevivente ao teste do tempo, ao contestar a realidade da época e quebrando tabus antiquados criados pelo sistema.   

 

Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Especial: 'A Cruz de Ferro – No Outro Lado do Front'

Sinopse: Uma frente de soldados alemães luta para sobreviver aos ataques soviéticos na Segunda Guerra Mundial, contando com a liderança do novo comandante, o condecorado oficial Steiner, que busca apenas uma coisa: a Cruz de Ferro para honrar sua família. 

O recente filme alemão "Nada de Novo no Front" (2022) mostra o outro lado da 1ª Guerra Mundial, mais precisamente adentrando ao dia a dia de um grupo de soldados alemães que são jogados dentro do conflito como gado e serem abatidos ao longo do percurso. Já no outro lado do mundo, por muito tempo, o cinema norte americano sempre orquestrou em retratar os seus soldados como os grandes heróis de guerra enquanto os alemães era o puro mal vindo direto do inferno. Porém, independente de qual lado a pessoa esteja, a guerra sempre trará dor e sofrimento para ambos os lados, já que são seres humanos persuadidos em lutar por uma ideia, quando na verdade somente servem como peças descartáveis para lideres autoritários e que não possuem nenhum pingo de humanidade presente para dizer o mínimo.

Claro essa simplicidade com relação entre o bem e o mal dentro das grandes guerras é algo que foi encravado pela própria Hollywood. Na sua era de ouro dos anos 30 e 40, por exemplo, a 2ª Guerra estava a recém se alastrando pela Europa e fazendo com a própria indústria cinematográfica não tivesse tempo para debater sobre o assunto, mas sim correndo contra o tempo para endeusarem os soldados americanos e fazendo dos soldados alemães os verdadeiros agentes do Diabo. Contudo, "A Cruz de Ferro" (1977) é uma produção que se difere das outras, já que os protagonistas são soldados alemães contra os russos e revelando assim o outro lado da história tão pouco explorado.

Dirigido por Sam Peckinpah, realizador do clássico "Meu ódio será tua herança" (1969), a trama se passa em 1943, onde o líder condecorado Rolf Steiner (James Coburn) é promovido a sargento após outra missão bem sucedida, enquanto o arrogante capitão Hauptmann Stransky (Maximilian Schell) torna-se o novo comandante de sua equipe. Após uma batalha sangrenta contra as tropas russas, o covarde Stransky, que não liderou o pelotão, clama que ele comandou o grupo após a morte do verdadeiro tenente que tomou a frente, e pede a condecoração da Cruz de Ferro para satisfazer suas ambições e sua família.

Sam Peckinpah ganhou notoriedade justamente no momento em que o cinema norte americano se tornou mais contestador no período em que muitos de hoje chamam de " Nova Hollywood". Se no clássico "Meu Ódio Será Tua Herança" (1969) ele retratava um grupo de foras da lei que não sabiam fazer nada além de serem ladrões profissionais, aqui ele mostra um grupo de soldados já tendo encarado os horrores da guerra e fazendo com que os mesmos não consigam mais fazer nada, a não ser lutarem e tentarem proteger as suas vidas. Neste caso isso é muito bem representado pelo condecorado Rolf Steiner, brilhantemente interpretado por James Coburn e que começa a enxergar a guerra como uma grande piada pronta.

Para Steiner, não faz mais nenhum sentido obter medalhas, ou tão pouco lutar em nome de Hitler, mas chegando ao ponto que não tem como mais abandonar o conflito, pois o cenário de horror lhe atrai sem ao menos entender o porquê. O ápice nesta questão se encontra em um momento em que ele se vê recuperando-se em um hospital, chegando ao ponto de se relacionar com a sua enfermeira, mas logo tendo o desejo de abandonar essa luz de esperança e embarcar novamente no inferno na terra. Aliás, a cena do hospital é bastante enigmática, já que não sabemos ao certo se o protagonista se encontra em um hospital ou se ainda se vê no meio do tiroteio e sofrendo com os seus próprios delírios.

Revendo o filme hoje se percebe que Sam Peckinpah foi revolucionário na construção das cenas de ação do cinema, pois as mesmas em suas mãos se tornam um verdadeiro balé sangrento e do qual ficamos até mesmo nos perguntando como tudo foi feito. Embora com um orçamento limitado é graças a sua visão autoral que faz toda a diferença, principalmente nas cenas de tiroteio, onde cada bala nós quase vemos sendo disparadas graças a sua câmera lenta, além de testemunharmos os soldados caindo lentamente que nem folhas. Não me surpreenderia se o realizador tenha servido de modelo para o diretor Chinês John Woo, autor de filmes como "A Outra Face" (1997), já que o mesmo se tornaria famoso, tanto no ocidente como no oriente, ao orquestrar diversas cenas de ação em câmera lenta e com muito poesia.

O filme é baseado no livro "The Willing Flesh", de 1955, de Willi Heinrich, que foi rodado na Iugoslávia e teve dinheiro arrecadado de um produtor de filmes pornô. Com esse financiamento, Sam Peckinpah deu uma verdadeira aula de como se faz um verdadeiro filme de guerra e que ficou no mesmo patamar de superproduções da época como no caso de "Patton - Rebelde ou Herói?" (1970). Além de James Coburn o filme possui uma penca de astros conhecidos, como James Mason, David Warner e Santa Berger.

Lançado recentemente em DVD pela Classicline, "A Cruz de Ferro" é um filme que entra facilmente em qualquer lista dos melhores filmes de guerra da história, mas isso graças a coragem e ousadia de Sam Peckinpah ao retratar o outro lado dessa trincheira. 


   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Touro Indomável'

 Segue a programação do Clube de Cinema na próxima terça-feira.

CICLO NOVA HOLLYWOOD
Sessão comentada Clube de Cinema
ENTRADA FRANCA

Local: Sala Redenção, Campus Central da UFRGS
Data: 08/11/2022, terça-feira, às 19:00 horas

"Touro Indomável" (Raging Bull)
EUA, 1980, 124 min, legendado, 16 anos

Direção: Martin Scorsese
Elenco: Robert De Niro, Cathy Moriarty, Joe Pesci

Sinopse: O pugilista peso-médio Jake LaMotta (Robert De Niro), chamado de "o touro do Bronx", sobe na carreira com a mesma rapidez com que sua vida particular se degrada, graças ao seu temperamento violento e possessivo. Todos ao seu redor são afetados por seu comportamento auto-destrutivo, como seu irmão e empresário Joey LaMotta (Joe Pesci) e sua esposa Vickie (Cathy Moriarty).

Atenciosamente,
Carlos Eduardo Lersch
Diretor de Programação CCPA.

   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: Curso Trilha Sonora nos filmes


 O som que produz magia

APRESENTAÇÃO

O Cinema nasceu mudo, mas nunca foi silencioso. Desde o final do século XIX, quando os filmes começaram a ser exibidos em sessões públicas e coletivas, a experiência da apreciação fílmica era frequentemente acompanhada de orquestras ou pianistas solo em apresentações ao vivo na sala de exibição. Desde aqueles tempos pioneiros houve o entendimento que a música é um excelente recurso técnico para captar a emoção do espectador e transportá-lo para dentro da narrativa.

A Trilha Sonora torna a narrativa mais densa e rica, harmonizando-se com as outras técnicas cinematográficas e gerando uma experiência emocional original. Compor uma trilha sonora exige que os responsáveis por ela meditem com cuidado sobre seu desenvolvimento e utilizem ferramentas e recursos teóricos compatíveis com o trabalho que está sendo empreendido. Uma produção bem realizada – ao equilibrar cuidadosamente o som, a imagem e as falas dos personagens - permite que a música imprima o caráter de um filme, a sua face específica, seja qual for o estilo musical empregado na obra.


OBJETIVOS

O Curso online OUVINDO CINEMA, ministrado por Beto Strada, fará uma grande imersão no incrível mundo do Som no cinema, que, sem dúvida, é o um grande fator na construção do espetáculo fílmico. A proposta é estimular a percepção auditiva dos participantes aos sons dos filmes e série, analisando a grande importância que há nos ruídos ambientes, nas dublagens, e finalmente na maravilhosa música de pontuação, ou a música de cinema.


CONTEÚDOS

- Origens dos sons e sinais sonoros presentes nos filmes e séries de TV.

- O uso criativo do “Foley”, a arte de dublar os ruídos de uma cena.

- Exercício de imaginação auditiva: uma história contada somente por ruídos.

- O pioneiro na arte de pontuar ou descrever imagens com música: Ludwig Van Beethoven.

- Grandes compositores:

John Williams, Henry Mancini, Nino Rota, Ennio Morricone.

- Análise de composições de filmes de sucesso:

Tubarão; Indiana Jones; E. T. - O Extra Terrestre; Harry Potter; Star Wars, entre outros.


Ministrante: BETO STRADA

Compositor, arranjador, maestro, com uma vasta história no cinema nacional. Divulgador da arte da composição para filmes e professor de cinema. Já percorreu todo o Brasil com seus Cursos, Oficinas e Workshops, levando conhecimentos importantes sobre o som dentro do audiovisual. No Cinema musicou mais de 30 longas-metragens para diversos diretores, como Anselmo Duarte, Nelson Pereira dos Santos, Jece Valadão, Adriano Stuart, entre outros. Ganhador do APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como melhor compositor de trilha sonora de 1976 para o filme Excitação, dirigido por Jean Garrett.


Curso online

"OUVINDO CINEMA"

de Beto Strada


Datas

12 e 13 / Novembro (sábado e domingo)


Horário

14h às 17h


Duração

2 encontros online (6 horas / aula)


Plataforma

Zoom

* VALOR PROMOCIONAL PARA AS PRIMEIRAS INSCRIÇÕES

INSCRIÇÕES / INFORMAÇÕES

https://cinemacineum.blogspot.com/2022/10/ouvindo-cinema.html

Realização

Cine UM Produtora Cultural

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Cine Especial: Sessão Vagalume - 'Sherlock Jr.'

Sinopse: Um projecionista (Buster Keaton) está estudando para ser detetive e está apaixonado por uma moça. ... Ele sonha que é o detetive Sherlock Jr.

Embora seja um média metragem é de se espantar o quanto esse filme possui ingredientes diversos em uma única história e nos brindando com momentos inesquecíveis. Dirigido e estrelado pelo próprio Keaton, pode-se dizer que "Sherlock,Jr." é a primeira grande homenagem que um filme faz ao cinema, ou seja, um filme dentro de um filme. Se por um lado a trama começa de uma forma um tanto que discreta, do outro, logo vai tomando proporções absurdas no momento em que o seu protagonista dorme e começa a sonhar.

Antes disso, o protagonista é acusado de um pequeno crime que não cometeu. Triste, ele está trabalhando como projetista em uma sala de cinema e começa a sonhar e imaginar o filme que está passando na sua maneira. É nesse momento que o filme quebra as regras do convencional, onde vemos Keaton entrando dentro da tela do cinema e interagindo com diversos cenários a todo momento.Usando os velhos recursos de cinema que impressionam até hoje, acompanhamos o protagonista em um plano sequência mágico, até o ponto em que a câmera decide avançar a adentrar na trama em que se passa na tela. Algo parecido somente aconteceria anos mais tarde quando Woody Allen faria o mesmo no seu clássico "Rosa Purpura do Cairo" (1985).

Vale lembrar que tudo que estamos testemunhando é um sonho, uma forma do personagem manifestar os seus desejos de sucesso para adquirir a mão da mocinha da trama. Assim como "A General" (1926), Buster Keaton quase sempre interpreta o sujeito sério que busca se tornar bem sucedido na vida, mas que acaba se metendo em diversas enrascadas. O filme sintetiza uma época em que o cidadão norte americano buscava abraçar a terra das oportunidades, mas que nem sempre era correspondido.

Voltando ao sonho dentro da trama, Keaton novamente mostra porque foi pioneiro nas cenas de ação. Embora seja uma comédia, o filme não deve em nada em momentos de pura adrenalina, seja quando o protagonista está em cima de um trem, ou quando está sentado em cima de uma motocicleta em pleno movimento. Atenção para a cena em que ele é quase atropelado por um trem em momento em que a gente prende a respiração de tão espetacular.

Mais do que uma homenagem que Buster Keaton faz ao personagem Sherlock Holmes, "Sherlock,Jr." é uma declaração de amor ao próprio cinema, onde a sala de projeção se torna um ponto de fuga da realidade e fazendo a gente sonhar mesmo que brevemente. 


Sobre a Sessão Vagalume:

A próxima edição da Sessão Vagalume terá uma programação especial com três filmes: um clássico estrangeiro do cinema mudo e dois curtas-metragens brasileiros. O principal destaque é Sherlock Jr., dirigido e protagonizado por Buster Keaton. Os outros títulos são A Velha a Fiar, de Humberto Mauro, e Lipe Vovô e o Monstro, de Felippe Steffens e Carlos Mateus. As sessões serão realizadas nos dias 6 e 7 de novembro, às 15h, na Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico, Porto Alegre). Os ingressos populares custam apenas R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia-entrada). 

Lançado em 1924, Sherlock Jr. é uma das obras-primas de Buster Keaton. Eleita como uma das cem melhores comédias de todos os tempos pelo American Film Institut, essa película emociona crianças e adultos até hoje. 

Estamos diante de um filme clássico e, portanto, atemporal. Os grandes gênios do cinema mudo, como Charles Chaplin e Keaton, tinham a capacidade de fazer filmes que dialogavam com públicos diversos, de diferentes idades, classes sociais e formação cultural. Capacidade essa que se mantém intacta, passados quase 100 anos de sua realização - explica Marcus Mello, programador da Cinemateca Capitólio.

Produzido em 1964 por Humberto Mauro, A Velha de Fiar é a adaptação para as telas da antiga canção popular do interior do Brasil com aspectos, tipos e costumes das velhas fazendas em decadência. Animais reais participaram da produção, rodada em preto e branco e montada em ritmo frenético. O título chegou a ser considerado como um dos primeiros videoclipes do mundo. 

É importante dizer que o curta de Humberto Mauro nunca teve a pretensão de ser um filme de vanguarda. Pelo contrário, foi realizado no âmbito de um projeto educativo, que tinha o objetivo de introduzir o cinema nas escolas brasileiras e produziu dezenas de títulos curtos. No entanto, ao traduzir em imagens um clássico do cancioneiro nacional, Mauro acabou por antecipar um gênero que se tornaria muito popular anos depois, que é o videoclipe. Nesse sentido, podemos dizer que se trata de uma obra à frente de seu tempo - comenta Marcus Mello.

Para completar o passeio, o público poderá conhecer os principais espaços da cinemateca nas visitas guiadas. Na sala de projeção, será possível ver de perto os antigos rolos de filme. O roteiro inclui ainda a biblioteca e a sala do acervo. Os passeios pelo prédio histórico inaugurado em 1928 terão início antes das sessões, a partir das 14h30min. 

Criada em julho de 2019, a Sessão Vagalume tem como objetivo oferecer um circuito alternativo de cinema infantojuvenil, ampliando a programação regular também para essa faixa etária. Outras informações podem ser obtidas pelo site www.capitolio.org.br e pelas redes sociais (Facebook e Instagram - @alfabetizacaoaudiovisual) 


INFORMAÇÕES SOBRE OS FILMES:


LIPE, VOVÔ E O MONSTRO 

SINOPSE: Um menino vai passar o final de semana no sítio dos avós. Durante uma pescaria, ele conhece um segredo de seu avô, e acaba fazendo uma nova e inusitada amizade.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS: Lipe, Vovô e o Monstro, de Felippe Steffens e Carlos Mateus (Brasil, 2016, 9 minutos). Elenco: Pedro Yan, Milton Gonçalves e Lázaro Ramos. 

VERSÃO PROJETADA: Original em português


 A VELHA A FIAR


SINOPSE: Baseado em conto popular e também em divertidas parlendas tradicionais, o curta-metragem conta a aventura de uma mulher, tão velha quanto o mundo, que vive até hoje a fiar em sua roca. Bichos participam da história: mosca, aranha, gato, cachorro, boi e uma infinidade de seres que constroem a história que a velha fia. Uma pequena jóia do cinema brasileiro, este curta-metragem, dirigido pelo pioneiro Humberto Mauro, é tido como um dos primeiros videoclipes do mundo, bem como um clássico do cinema infantil brasileiro.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS: A Velha a Fiar, de Humberto Mauro (Brasil, 1964, 6 minutos). Elenco: Mateus Colaço

VERSÃO PROJETADA: Original em português


SHERLOCK JR.

SINOPSE: Um projetista e faxineiro de cinema (Buster Keaton) está apaixonado por uma garota bonita (Kathryn McGuire). Contudo, ele possui um rival, o "Sheik Local" (Ward Crane). Nenhum dos dois têm muito dinheiro. O projetista também deseja ser um detetive, e coloca suas poucas habilidades em prática quando é acusado por um rival de roubar o relógio do pai de sua namorada.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS: Sherlock Jr., de Buster Keaton (EUA, 1924, 45 minutos). Elenco: Buster Keaton, Kathryn McGuire, Joe Keaton, Erwin Connelly e Ward Crane. 


Assessor de Imprensa:

Léo Sant´Anna

(21) 97613.4462 ou (21) 3988.0561

leosantanna@hotmail.com

    Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (03/11/2022)

 A CONFERÊNCIA

Sinopse: Em 20 de janeiro de 1942, representantes de alto escalão do regime nazista alemão se reuniram em uma idílica vila no Great Wannsee, no sudoeste de Berlim, para uma reunião que ficou para a história como a Conferência de Wannsee, por causa de seu alcance, fatalidade e consequências, talvez a conferência mais terrível da história humana. 



KEVIN

Sinopse: É a primeira vez que Joana, uma brasileira, visita sua amiga Kevin na Uganda. Elas se tornaram amigas há 20 anos quando estudaram juntas na Alemanha e faz muito tempo que não se veem. A partir desse encontro, o filme tece a fina trama que é uma conversa entre duas amigas: as histórias do passado, os desejos, os caminhos trilhados, os diferentes modos de encarar a matéria do vivido e um elo de amor e sororidade que resiste à distância e ao tempo.

A Luz do Demônio

Sinopse: O longa narra a história da Irmã Ann, que é atormentada por um demônio desde a sua infância. Com a alta dos casos de possessões demoníacas, a Igreja Católica cria escolas de exorcismo destinadas somente para padres. Um professor enxerga potencial de Ann em expulsar demônios e decide ensiná-la a dominar o seu dom, a tornando a primeira freira exorcista. Classificação indicativa 14 anos, contém violência, medo e drogas lícitas.


   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 03 A 09 DE NOVEMBRO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim.

COM AMOR E FÚRIA 


 Segunda-feira não há sessões.


Na Sala Eduardo Hirtz, às 14h45min

COM AMOR E FÚRIA (Avec Amour et Acharnement – França, 2022, 120min). Direção de Claire Denis, com Juliette Binoche, Vincent Lindon, Grégoire Colin. Synapse Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Sara e Jean estão juntos há 10 anos e têm um bom relacionamento. Mas Sara começa a questionar sua vida quando François reaparece – ele foi uma antiga paixão dela e é um dos melhores amigos de Jean. Prêmio de melhor direção no Festival de Berlim 2022.


Na Sala Norberto Lubisco, às 17h30min

O CLUBE DOS ANJOS (Brasil/Portugal, 2022, 100min). Direção de Angelo Defanti, com Otávio Müller, Matheus Nachtergaele, Paulo Miklos, Marco Ricca, Augusto Madeira, André Abujamra. Vitrine Filmes, 16 anos.

Sinopse: Sete amigos mantêm, há anos, o Clube do Picadinho, com encontros mensais regados a bom vinho e boa comida. Quando acham que a confraria já não faz mais sentido, surge um cozinheiro misterioso que começa a preparar banquetes inesquecíveis. O filme é baseado na novela homônima obra de Luis Fernando Verissimo.


Na Sala Norberto Lubisco, às 14h

SEGREDOS EM FAMÍLIA (Algunas Bestias – Chile, 2019, 100min). Direção de Jorge Riquelme Serrano, com Paulina García, Alfredo Castro, Consuelo Carreño. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Uma família viaja para uma ilha deserta no sul do Chile, com o sonho de construir um hotel no local. Quando o homem que os ajudou a atravessar desaparece, a família fica presa na ilha. Com frio, sem água e sem expectativas de serem salvos, os ânimos se exaltam, revelando o lado animal que existe em cada um.


Na Sala Norberto Lubisco, às 15h50min

PETER VON KANT (França, 2021, 90min). Direção de François Ozon, com Denis Ménochet, Isabelle Adjani, Khalil Ben Gharbia. Bonfilm, 16 anos. Drama.

Sinopse: O diretor francês revisita a peça “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant” (1972), do dramaturgo alemão Rainer Werner Fassbinder, trocando o gênero do seu protagonista. Agora, o personagem principal é Peter von Kant, um artista egocêntrico que maltrata as pessoas que o cercam. Tudo muda quando Peter se apaixona pelo jovem ator Amir, a quem promete abrir as portas da indústria cinematográfica. O plano funciona, mas assim que Amir ganha fama, ele obriga Peter a lidar com seus próprios demônios.


Na Sala Norberto Lubisco, às 19h30min

NOITES DE PARIS (Les Passagers de la Nuit – França, 2022, 110min). Direção de Mikhaël Hers, com Charlotte Gainsbourg, Quito Rayon Richter, Noée Abita. Vitrine Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: No início dos anos 1980, a eleição do socialista François Mitterrand é festejada com esperança pelos franceses – mas Elizabeth acaba de se separar do marido e precisa cuidar sozinha dos dois filhos adolescentes. O emprego noturno em uma rádio surge como fonte de renda alternativa e também como uma possibilidade de recomeçar, principalmente depois que a protagonista decide levar para casa uma jovem problemática chamada Talulah. O filme faz várias citações à obra do cineasta francês Jacques Rivette (1928 – 2016), que Hers considera seu grande mestre.


Na Sala Eduardo Hirtz, às 17h

O LIVRO DOS PRAZERES (Brasil, 2019, 105min). Direção de Marcela Lordy, com Simone Spoladore e Javier Drolas. Vitrine Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Professora do ensino fundamental, melancólica e reservada, Lóri vive só. Num acaso, ela conhece Ulisses, um reconhecido professor de filosofia, argentino egocêntrico e provocador, mas que ainda não entendeu nada sobre as mulheres. É com ele que Lóri aprende a amar enfrentando sua própria solidão. O filme é baseado no romance “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector.


Na Sala Eduardo Hirtz, às 19h

MARTE UM (Brasil, 2021, 115min). Direção de Gabriel Martins, com Cícero Lucas, Carlos Francisco, Camilla Damião. Embaúba Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Os Martins, uma família negra de classe média baixa, vivem na periferia de uma grande cidade brasileira – e, apesar da situação do país, tentam equilibrar suas expectativas e dificuldades. A mãe, Tércia, acha que está amaldiçoada depois de levar um susto, enquanto a filha mais velha planeja ir morar com a namorada. O pai, Wellington, que trabalha como porteiro, sonha com o dia em que o filho mais novo será um jogador de futebol, mas Deivinho sonha mesmo em viajar para Marte. O filme foi um dos destaques do Festival de Gramado 2022, com o prêmio especial do júri e os Kikitos de melhor roteiro e júri popular.


Acesse nossas plataformas sociais:

https://linktr.ee/cinematecapauloamorim