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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Cine Dica:CineBancários estreia filme baseado na história real de Pepe Mujica no dia 27 de setembro


*Confira o trailer: https://youtu.be/9tMcnZrIvqs

**Filme marca presença no Festival Internacional de Cinema de Veneza 2018

 diretor hispano-uruguaio, o longa conta a história de superação de três homens que resistiram à prisão durante 12 anos no período da ditadura militar uruguaia.
 

O longa fez sua estreia mundial no 75º Festival Internacional de Cinema de Veneza no dia 31 de agosto, competindo na seção Horizontes, que aconteceu de 29 de agosto a 08 de  setembro.

Sinopse
Durante a ditadura militar no Uruguai, José Mujica, que viria a se tornar um dos mais admirados presidentes sul-americanos de todos os tempos, (Antonio de la Torre), Mauricio
 Rosencof (Chino Darin) e Eleuterio Fernández Huidobro (Alfonso Tort) são presos e juntos enfrentaram uma verdadeira jornada de sobrevivência. Confinados e torturados por mais
 de 12 anos, sobreviveram às condições mais adversas em nome de suas crenças.

"É uma grande honra e uma grande alegria ter sido selecionado para apresentar ‘Uma Noite de 12 Anos’ no Festival Internacional de Cinema de Veneza. É um filme que fala sobre
 nosso mundo, nossas esperanças e pesadelos, e não consigo imaginar um lugar mais ideal, maravilhoso e mágico que o Festival de Veneza. Depois de tantos anos de trabalho, é
 quase um sonho que agora será visto por tantas pessoas, no festival mais antigo do mundo. É um fiel testemunho de amor ao cinema que passa por suas telas”, afirma o diretor
 Alvaro Brechner.    


Inspirada na história real de José Mujica, Mauricio Rosencof e Eleuterio Fernández Huidobro, “Uma Noite de 12 Anos” é uma narrativa de superação e resistência, mas, sobretudo, é
 uma história da luta existencial de três homens que, em suas horas mais sombrias, se agarraram a seus espíritos para manter sua humanidade e esperança. E, após serem
 libertados, tiveram uma notável trajetória na vida política e cultural do país.


José Mujica, interpretado por Antonio de la Torre, foi eleito deputado e senador em 2010 e, aos 75 anos, tornou-se presidente do Uruguai. Já Maurício Rosencof, romancista, poeta,
 jornalista e ex-diretor de cultura da Intendência de Montevideo, ganha vida por Chino Darín. E Eleuterio Fernández Huidobro, interpretado por Alfonso Tort, foi eleito senador e,
 posteriormente, assumiu o cargo de Ministro da Defesa do Uruguai. Ele faleceu em 2016.


Uma Noite de 12 Anos” é uma produção argentina–espanhola–uruguaia, dirigida por Alvaro Brechner, reconhecido por filmes como “Mau Dia para Pescar” (seu primeiro longa-
metragem que competiu na Seção Oficial da Semana da Crítica do Festival de Cannes) e “Sr. Kaplan”.
Protagonizado por Antonio de la Torre (“O Autor”, “Que Deus nos Perdoe”, “Tarde para a Ira”), Chino Darín (“O Anjo”, “As Leis da Termodinâmica”) e Alfonso Tort (“As Ondas”,
 “Crônica de uma Fuga”, “Mau Dia para Pescar”). O elenco inclui ainda Soledad Villamil (“O Segredo dos Seus Olhos”, “Todos Temos Um Plano”) e Silvia Pérez Cruz (“Cerca de tu
 casa”).

Grade de Horários:
Não abrimos nas segundas-feiras

De 27 de setembro a 03 de outubro:

Dia 27 de setembro:
15h: Uma noite de 12 anos
17h: Missão 115
19h: A moça do calendário

Dia 28 de setembro:
15h: Uma noite de 12 anos
17h: Missão 115
19h: A moça do calendário

Dia 29 de setembro:
15h: Uma noite de 12 anos
17h: Missão 115
19h: A moça do calendário

Dia 30 de setembro:
15h: Uma noite de 12 anos
17h: Missão 115
19h: A moça do calendário

Dia 02 de outubro:
15h: Uma noite de 12 anos
17h: Missão 115
19h: A moça do calendário

Dia 03 de outubro:
15h: Uma noite de 12 anos
17h: Missão 115
19h: A moça do calendário

Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema ou no site ingresso.com . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam
 R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.


C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331204

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Cine Dica: Em Blu-Ray - DVD – VOD: Privatizações: a Distopia do Capital

Sinopse: Privatizações: a Distopia do Capital é um documentário com a duração de 56 min., lançado em 2014 e dirigido por Silvio Tendler. O filme trata da história da venda de ativos públicos no Brasil desde a Era Vargas.

O filme de Silvio Tendler (Dedo na Ferida) dá uma luz e explica a  lógica da política em tempos marcados pelo pelo enorme desmontamento do Estado brasileiro. O olhar do Estado mínimo; a venda de ativos públicos ao setor privado; o ônus decorrente das políticas de desestatização traduzidos em fatos e imagens que nos quebra emocionalmente e se constituem em uma verdadeira aula sobre a história recente do país. Assim é Privatizações: a Distopia do Capital. Realização do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ) e da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), com o apoio da CUT Nacional, o filme traz a assinatura da produtora Caliban e a força da filmografia de um dos mais respeitados nomes do cinema brasileiro.
Em menos de uma hora, intelectuais, políticos, técnicos e educadores relembram, desde a era Vargas, uma linha do tempo de sentimentos e momentos terriveis da vida nacional. A perspectiva da produtora e dos realizadores é promover um diálogo em todas as regiões do país como forma de seguir em frente “na construção da consciência política e denunciar as verdades que se escondem por trás dos discursos hegemônicos”, afirma Silvio Tendler.
Vale como nota, o fato dos patrocinadores deste trabalho, fruto de ampla pesquisa, serem as entidades de classe dos engenheiros. Movido pelo permanente combate à perda da soberania em espaços estratégicos da economia, o movimento sindical tem a clareza de que “o processo de privatizações da década de 90 é a negação das premissas do projeto de desenvolvimento que sempre defendemos”.
É um documentário esclarecedor, que mostra como o Brasil foi roubado em bilhões de dólares pelos golpistas da história. Muitos deles são os mesmos que continuam hoje o avanço da destruição que não conseguiram realizar no passado.  Vale uma conferida no documentário que se encontra logo abaixo. 


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Cine Dica: Mostra Ira Sachs e Raros David Hockney (25 de setembro a 03 de outubro)

MOSTRA O CINEMA DE IRA SACHS E EDIÇÃO ESPECIAL DO PROJETO RAROS COM FILME SOBRE O ARTISTA INGLÊS DAVID HOCKNEYSÃO DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
  

A partir de terça-feira, 25 de setembro, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a mostra O Cinema de Ira Sachs, com exibições de três filmes do realizador norte-americano e de obras clássicas que o influenciaram.
A programação reúne os três longas-metragens mais recentes de Sachs, Deixe a Luz Acesa (2012), O Amor é Estranho (2014) e Melhores Amigos (2016) e filmes memoráveis da história do cinema que inspiraram a criação de cada um deles: A Bigger Splash, de Jack Hazan (Projeto Raros)A Cruz dos Anos, de Leo McCarey Bom Dia, de Yasujiro Ozu.
Com entrada franca, a sessão de Deixe a Luz Acesa da terça-feira, 02 de outubro, às 19h40, será comentada por Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, realizadores dos longas Beira-Mar e Tinta Bruta. Os dois são integrantes da produtora Avante Filmes, idealizadora dos festivais CLOSE – Festival Nacional de Cinema da Diversidade Sexual e Diálogo de Cinema.
Na sexta-feira, 28 de setembro,às 20h,o Projeto Raros apresenta uma sessão especial com o filme A Bigger Splash (1974, 106 minutos), dirigido por Jack Hazan e protagonizado pelo artista britânico David Hockney. Após a exibição, acontece um debate com a pesquisadora Paula Trusz. Com projeção em HD e legendas em português, a sessão tem entrada franca. Ira Sachs cita A Bigger Splash como um dos modelos para a realização de Deixe a Luz Acesa, destacando o modo como a atmosfera pode revelar mais sobre a separação de um casal do que as intrigas bem delineadas de uma trama convencional.

INGRESSOS
O Amor é Estranho, Melhores Amigos (R$ 16,00)
A Cruz dos Anos e Bom Dia (R$ 10,00)
Deixe a Luz Acesa e A Bigger Splash (entrada franca)
  
Ira Sachs é um dos principais nomes do cinema político contemporâneo dos Estados Unidos. Intimistas e repletas de elipses delicadas, suas obras lidam com questões privadas e públicas relacionadas à homossexualidade masculina na sociedade norte-americana, em diferentes gerações e contextos econômicos. Temas atuais como a crise financeira global e a gentrificação dos bairros populares de Nova York fazem parte do painel construído pelo diretor, sempre baseado em roteiros co-escritos com o brasileiro Mauricio Zacharias.

Sachs é um cineasta radicado em Nova York. Seu último lançamento, Melhores Amigos (Little Men), com Greg Kinnear, Jennifer Ehle e Paulina Garcia, estreou no Brasil em 2016. Sua filmografia anterior conta com filmes como O Amor é Estranho, Deixe a Luz Acesa e Forty Shades of Blue, vencedor do Grande Prêmio do Juri no Festival de Sundance de 2005. Seu curta Last Address, que homenageou um grupo de artistas de Nova York que morreram em decorrência de complicações causadas pela AIDS, foi incluído nas coleções permanentes do Museu Whitney e do MoMA. Gachgenheim, Sachs é também fundador e diretor executivo da Queer/Art, uma organização de artes sem fins lucrativos com sede em Nova York, que fornece suporte para artistas LGBTQ em várias disciplinas e faixas etárias. Atualmente está produzindo o longa A Family Vacation, rodado em Portugal, com Isabelle Huppert e Marisa Tomei no elenco.

FILMES

DEIXE A LUZ ACESA
(Keep the Lights On)
Estados Unidos, 2012, 100 minutos
HD
Direção: Ira Sachs

A trajetória emocional e sexual percorrida por dois homens que vivem experiências de amor, dependência e amizade. O documentarista Erik (Thure Lindhardt) e o enrustido advogado Paul (Zachary Booth) se conhecem casualmente em Nova Iorque. Oque a princípio poderia ser apenas um encontro sexual fortuito, torna-se um relacionamento sério.

O AMOR É ESTRANHO
(Love is Strange)
Estados Unidos, 2014, 95 minutos
HD
Direção: Ira Sachs

Ben (John Lithgow) e George (Alfred Molina) formam um casal há quatro décadas. Quando finalmente decidem se casar, a cerimônia é aprovada por amigos e familiares, mas acaba levando George a perder o seu emprego. Sem dinheiro, os dois são obrigados a viver separadamente até conseguirem vender a casa e comprar outra, mais barata. A nova vida em lares provisórios torna-se bastante desgastante para o casal e para os amigos envolvidos.

MELHORES AMIGOS
(Little Men)
Estados Unidos, 2017, 85 minutos
HD
Direção: Ira Sachs

Jake está de mudança junto com a sua família para a casa onde vivia o seu avô, que faleceu recentemente. No novo bairro, ele faz amizade com Tony e os dois se tornam grandes amigos com o passar do tempo. Mas junto com a fraternidade dos dois, as suas família também se aproximam, mas de maneira negativa, em uma discussão sobre o aluguel da loja localizada no térreo da casa.

A CRUZ DOS ANOS
(Make Way for Tomorrow)
Estados Unidos, 1937, 91 minutos
Exibição digital
Direção: Leo McCarey

Quando perde sua casa, um casal de idosos é obrigado a se separar temporariamente e se dividir nas casas de seus filhos

BOM DIA
(Ohayô)
Japão, 1959, 93 minutos
HD
Direção: Yasujiro Ozu

Num pequeno bairro do Japão dos anos 50, uma novidade vem abalar a tranquilidade habitual. Um jovem casal compra uma televisão, e as crianças do bairro rumam religiosamente à sua casa para assistir às lutas de sumo, em vez de estudarem. Isamu e Minoru, duas das crianças fascinadas pela caixinha mágica, reclamam uma televisão só para eles.

GRADE DE HORÁRIOS
25 de setembro a 3 de outubro de 2018

25 de setembro (terça)
14h - Histórias Que o Nosso Cinema (Não) Contava
16h - Yonlu
18h – A Cruz dos Anos
20h – O Amor é Estranho

26 de setembro (quarta)
14h - Takara - A noite em que nadei
16h - Yonlu
18h – Bom Dia
20h – Melhores Amigos

27 de setembro (quinta)
14h – Yonlu
16h – Melhores Amigos
18h – Nico 1988
20h – A Cruz dos Anos

28 de setembro (sexta)
14h – Yonlu
16h – O Amor é Estranho
18h – Nico 1988
20h – Projeto Raros (A Bigger Splash, de Jack Hazan)

29 de setembro (sábado)
14h – Yonlu
16h – Bom Dia
18h – Nico 1988
20h – Melhores Amigos

30 de setembro (domingo)
14h – Yonlu
16h – A Cruz dos Anos
18h – Nico 1988
20h – O Amor é Estranho

2 de outubro (terça)
14h – Yonlu
16h – O Amor é Estranho
18h – Nico 1988
19h40 – Deixe a Luz Acesa + debate com Filipe Matzembacher e Márcio Reolon

3 de outubro (quarta)
14h – Yonlu
16h – Melhores Amigos
18h – Nico 1988
20h – O Amor é Estranho

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Cine Especial: Sonho Cinema & Psicanálise: Parte 1


Nos dias 06 e 07 de Outubro eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre participando do curso Sonho Cinema e Piscanálise, criado pelo Cine Um e ministrado pelo piscanalista Leonardo Della Pasqua. Enquanto os dias da atividade não chegam por aqui eu irei falar um pouco sobre os seis filmes que serão analisados na atividade. 

O Amante Duplo

Sinopse: Chloé (Marina Vacht) é uma mulher reprimida sexualmente que, constantemente, sente dores na altura do estômago. Acreditando que seu problema seja psicológico, ela busca a ajuda de Paul (Jérémie Renier), um psicólogo. Só que, com o andar as sessões de terapia, eles acabam se apaixonando. Diante da situação, Paul encerra a terapia e indica uma colega para tratá-la. Chloé, no entanto, decide ir a outro profissional.

O cineasta François Ozon fez inúmeras pesquisas para a elaboração desse filme, onde boa parte de sua duração traz de assuntos sexuais, dos quais não admitimos que temos, que  acabam guardados no subconsciente, onde se debatem para se libertar em fantasias e momentos de fraqueza. Ozon também se preocupa em se entregar ao total perfeccionismo em sua obra, ao ponto de guardar significados ocultos, retomados em diversas cenas da mesma forma que acontece com nossos sonhos. Há uma preocupação em apresentar elementos quase não vistos, para que depois são  absorvidos pela trama por sua importância para tudo aquilo que a protagonista reprime. Os deslizamentos de linguagem e sentido permitem a criação de um filme cheio de linhas subliminares. Para quem conhece Freud e a psicanálise, O Amante Duplo é cheio de referências minuciosamente construídas.
Sem alguma experiência com os conceitos com os quais o filme trabalha, ou ao menos experiência no cinema que trata de pulsões e do subconsciente, o mais provável é que O Amante Duplo permaneça indecifrável, ao menos sem um esforço genuíno do cinéfilo. E essa é a pior coisa que pode acontecer em um filme de suspense, onde a resolução do mistério é um dos principais atrativos da trama.
O Amante Duplo é um filme produzido com a segurança de um diretor experiente, desde suas escolhas estéticas até a forma de conduzir o elenco a realizar performances realistas e perturbadoras. Entretanto, a trama do filme irá dividir o público, já que, ao brincar com realidade e ilusão sem respostas claras, O Amante Duplo não se preocupa com a acessibilidade de sua trama. Para quem está habituado com cinema convencional, é preciso ter certa paciência, mas para aqueles que se interessam pela psicanálise, o o filme é rico em metáforas e significados ocultos.


Saiba mais sobre o curso clicando aqui. 


Cine Dica: Sonho Cinema & Psicanálise

INSCRIÇÕES ABERTAS!

 Curso:
“SONHO, CINEMA & PSICANÁLISE: A REPRESENTAÇÃO DO ONÍRICO"
de Leonardo Della Pasqua

6 FILMES – 6 TEMAS – 6 ABORDAGENS
O curso Sonho, Cinema & Psicanálise: A Representação do Onírico, ministrado por Leonardo Della Pasqua, aborda alguns aspectos sobre a relação entre cinema e o sonhar e analisa filmes recentes com a temática dos sonhos através da ótica psicanalítica. Nesta proposta, a ideia é apresentar três importantes obras em cada dia do curso, com o objetivo de analisarmos em profundidade o modo como os cineastas contemporâneos trabalharam os sonhos em suas realizações. Serão apresentadas cenas de filmes que servirão de base para a reflexão sobre os símbolos e as possibilidades de significado das obras.
Cidade dos Sonhos 

Público Alvo
O curso é aberto a qualquer pessoa interessada em psicanálise, sonhos e cinema. Não é necessário nenhum pré-requisito de formação e/ou atuação profissional para participar desta atividade.

Inclui: Certificado de participação e Apostila

 Curso
“SONHO, CINEMA & PSICANÁLISE: A REPRESENTAÇÃO DO ONÍRICO"
* Data:
06 e 07 / Outubro (sábado e domingo)
* Horário:
14h às 17h
* Local:
Cinemateca Capitólio Petrobras (Porto Alegre - RS)

 INSCRIÇÕES AQUI

sábado, 22 de setembro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Buscando

Sinopse: Após uma jovem de 16 anos desaparecer, seu pai David Kim (John Cho) pede ajuda às autoridades locais. Sem sucesso, após 37 horas, David decide invadir o computador de sua filha para procurar pistas que possam levar ao seu paradeiro. 

Ao longo de mais de um século, o cinema tem nos brindado com diversas formas de se apresentar uma história, seja ela de formas previsíveis ou genuinamente  criativas. Em Janela Indiscreta, por exemplo, Alfred Hitchcock fez mais do que levantar questões sobre o voyeurismo, mas sim prestar uma homenagem ao próprio cinema, já que cada janela observada pelo personagem de James Stuart contava a sua própria história. Buscando conta uma história de começo, meio e fim, mas montada de uma forma raramente vista e muito bem vinda.
Dirigido pelo estreante Aneesh Chaganty, o filme conta a história de uma família em harmonia e da qual conhecemos através do computador de sua filha Margot (Michelle La). Porém, a esposa vêm a falecer e cabe ao pai David Kim (John Cho, o Sulu dos novos filmes de Star Trek) cuidar de sua filha da melhor forma  possível. Porém, Margot desaparece e desencadeando uma busca que irá levar David a situações reveladoras e surpreendentes.
Em termos de originalidade o roteiro em si soa a todo momento familiar, já que ele não é muito diferente do que é visto em outros suspenses clássicos do gênero. Porém, é na sua maneira de  apresentação em que o filme ganha voz própria, já que  toda a trama se passa na frente do computador. Há desde uma criação de uma linha narrativa, como apresentação dos personagens, atos e consequências na trama, mas tudo moldado através de fotos, vídeos, redes sociais, imprensa e tudo isso e muito mais visto pelo olhar do protagonista na frente da tela.
A criatividade aqui fica nítida e a ilusão cinematográfica colabora para que compremos de um modo mais fácil a proposta vinda da obra. Isso se deve também ao que tudo que é visto na tela nos pareça  familiar, desde ao fato de testemunharmos na tela as ferramentas como, por exemplo, Google, das redes sociais, FaceTime, livestreaming e por aí vai. E, como uma ou outra “licença poética”, o resultado se torna até mesmo verossímil e muito bem feito.
Outro grande feito é o seu lado dinâmico, cuja a edição em que apresenta as imagens vistas no computador se crie um verdadeiro balé perante os nossos olhos e fazer com que não nos desgrudemos da poltrona por nenhum momento. Isso ainda melhora cada vez mais quando surge em cena a trilha sonora composta por Torin Borrowdale, da qual faz um belo casamento com as sequências vistas na tela e fazendo até mesmo me lembrar dos melhores momentos do filme A Rede Social de David Fincher. São dois filmes distintos, mas que falam sobre o papel da  interatividade das redes sociais em tempos contemporâneos.
Aliás, é notório que Aneesh Chaganty busque dialogar com o cinéfilo com relação as inúmeras questões que são abordadas dentro da história, ao ponto de fazer com que a pessoa se identifique facilmente com elas. Assuntos como, por exemplo, amizades virtuais, celebridades instantâneas nas redes, midía sensacionalista e demais assuntos que são cada vez mais debatidos hoje em dia. Isso se cria uma gangorra que balança para os dois lados, onde se explora, tanto os bons recursos que a tecnologia pode nos  oferecer, como também os males que podem vir a surgir.
É claro que, mesmo com toda a criatividade na apresentação da trama, onde possui inúmeras camadas a serem descascadas, ela não viria a funcionar sem um bom protagonista. Em seu primeiro grande papel de destaque, John Cho se sai muito bem em cena, onde o seu personagem vai mudando aos poucos, tanto fisicamente, como também mentalmente  e tentando se sustentar para não enlouquecer perante a sua cruzada em busca de sua filha. Pelo olhar de incrédulo de David, por exemplo, testemunhamos alguém ao não acreditar nas situações que vão acontecendo, mas das quais existem e sintetizando tempos onde cada vez é mais fácil colecionar amigos pelas redes virtuais, mas nunca termos a total certeza sobre suas reais identidades. 
Buscando é um filme  criativo em sua proposta e provando que a magia do cinema pode sim nos brindar ainda com novas formas de apresentar uma boa história. 


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Missão 115

Sinopse:Partindo do atentado frustrado ao show do Primeiro de Maio de 1981 no Riocentro, Missão 115 aborda o momento político da abertura, os atos terroristas do grupo contrário à democratização e as consequências de sua impunidade, que até hoje dificultam a plenitude de um Estado Democrático de Direito. A narrativa do documentário está apoiada em entrevistas com personalidades atuantes no período, usando ainda imagens de época e curtas sequências encenadas do trabalho de um terrorista. O diretor, que foi preso político nos anos 1960, participa da abertura e encerramento do filme.

Uma vez que alguém tenta contestar o passado é o mesmo que colocar uma venda nos olhos. Dizer que não houve ditadura no Brasil, do qual prendeu e eliminou inúmeras pessoas, é o mesmo que também colaborar com os torturadores e sujar as mãos com sangue. Missão 115 dá uma nova luz aos eventos de um passado nebuloso e revelando uma realidade absurda, porém, verdadeira.
Dirigido por Silvio Da-Rin (Hercules 56), o filme aborda sobre atentado no Riocentro ocorrido em primeiro de maio de 1981. O fato aconteceu próximo ao local em que ocorria um show com inúmeras pessoas e celebridades cantando as suas musicas no palco. O que aparentou ser um crime contra aqueles que se encontrava dentro de um carro onde ocorreu a explosão, por sua vez, logo se descobriu que o caso era muito mais surpreendente e tenebroso do que se imaginava.
Além de obter jornais e imagens que reconstituem os fatos para ser levada a tela, Silvio Dan-Rin consegue a proeza de obter a entrevista de 19 pessoas, desde a jornalista, políticos, historiadores, advogados e cientistas sociais, para analisar o quadro da época e discutir seus reflexos nas décadas seguintes. Porém, o mais surpreendente, é a presença do ex-policial Claudio Guerra, participante direto daquele e de muitos outros crimes da repressão e que solta palavras reveladoras e desconcertantes. Curiosamente, a ideia da realização do documentário surgiu graças ao próprio esse ex – policial, já que a obra é inspirada no livro Memórias de uma Guerra Suja de sua autoria.
Tanto o documentário como o livro deixa muito claro que esse atentado desastroso foi uma tentativa desesperada dos militares se manterem no poder, já que os terroristas, intitulados "Grupo Secreto", estavam incrustados clandestinamente no aparelho de informação e segurança do governo militar, que não queriam processo de abertura da redemocratização e tentavam criar um clima de pânico para justificar a continuidade do estado de exceção. Através uma edição dinâmica, com uma pequena reconstituição dos eventos, Silvio Dan-Rin coloca na tela as principais vitimas dessa tentativa desesperada dos militares que não estavam aceitando tão fácil o povo voltar as ruas e exigir justiça e o direito de votar novamente nó país. Talvez a maior atrocidade aconteceu mesmo quando tiraram a vida de  D. Lyda Monteiro da Silva, secretária do presidente da seção carioca da OAB; através de uma bomba, sendo que o mesmo artefato explosivo mutilou o assessor parlamentar José Ribamar Freitas, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.
Isso desencadeou o surgimento da lei da Anistia que, se por um lado trouxe de volta pessoas que se encontravam no exílio desde os primeiros anos de chumbo, por outro lado, o decreto beneficiava os torturadores e autores das principais atrocidades do tempo da ditadura e que até hoje continuam impunes. Não deixa de ser erroneamente simbólico, por exemplo, ver o ex presidente Figueiredo assinar essa lei, já que, segundo as investigações vistas na tela, ele foi diretamente responsável pela maioria daqueles atentados daquele tempo. Aliás, o documentarista foi engenhoso em alinhar aqueles eventos com os ocorridos em 2014, em que surgiu a Comissão Nacional da Verdade e que serviu de muita inspiração para ele realizar essa obra.
Curiosamente, algum dos entrevistados deixam mais do que claro que a ditadura não foi exatamente derrotada, mas sim dando lugar a democracia através de acordos, mas dos quais jamais irão corrigir inúmeros erros que ocorreram no passado. Com isso, há um paralelo preciso sobre os eventos recentes da nossa política, já que o golpe de 2016 do qual sofreu até então a Presidenta Dilma aconteceu somente porque os pequenos resquícios, porém, poderosos daqueles tempos continuam persistindo e vivendo nos bastidores desse círculo vicioso. Ao vermos, por exemplo, os cantores Simone, Chico Buarque, Gonzaguinha e tantos outros, que cantavam naquela fatídica noite músicas em prol da liberdade, mas que por pouco não se tornaram vítimas de uma grande armação, sintetiza uma luta que ainda não se encerrou e que perdurará um bom tempo.
Missão 115 comprova que as teorias de conspiração dentro da história política acabam por ser tão ou mais verossímil do que a própria viagem a lua.   

Onde assistir: Cinebancários: Rua General da Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre. Horário: 19h.   


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