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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 11 de junho de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'LILO & STITCH'

Sinopse: Stitch, um alienígena, chega ao planeta Terra após fugir de sua prisão e tenta se passar por um cachorro para se camuflar.   

Quando "Lilo & Stitch" (2002) chegou no início deste século o estúdio Disney estava sofrendo com os fracassos dos seus longas de animação tradicional e se sustentando somente graças a Pixar na época. O longa foi um sucesso até mesmo inesperado e fazendo com que a simpática criatura azul se tornasse mundialmente conhecida. Portanto, é interessante que essa nova versão de "Lilo & Stitch" (2025) vem em um momento que o estúdio está fracassando com as suas últimas versões dos seus clássicos em live action, mas pelo visto o pequeno alienígena faz a diferença a diferença de novo.

Dirigido por Dean Fleischer Camp, o filme conta a história da amizade entre uma jovem menina humana e um alienígena fugitivo que parece um cachorro. Stitch (Chris Sanders), o experimento 626, é um extraterrestre que é adotado como animal de estimação por Lilo (Maia Kealoha), uma imaginativa menina havaiana, e juntos eles descobrem o significado de família. Porém, eles terão que enfrentar certos problemas que a irmã Nani (Sydney Elizabeth Agudong) está passando, além da vinda de alienígenas que estão caçando Stitch.

Embora seja fiel ao clássico há, porém, um fator determinante que faz desta versão se tornar não descartável se compararmos as últimas tentativas do estúdio. Para começar, o visual dos personagens é extremamente fiel se compararmos ao longa de 2002, além do fato dos personagens criados em CGI realmente nos passarem vida e não buscando realismo que acaba somente se tornando artificial. Stitch é talvez o personagem mais próximo de sua fonte original, nos transmitindo fofura como era vista no passado e ao mesmo tempo sendo o mesmo endiabrado como um todo.

Porém, é preciso reconhecer que a peça principal do filme se encontra na escalação das atrizes que fazem as irmãs Lilo e Nani. Tanto a pequena Maia Kealoha como a atriz Sydney Elizabeth Agudong possuem uma química perfeita juntas em cena, sendo que aqui Nani possui mais profundidade além de passar por dilemas com relação em ter que cuidar de sua pequena irmã. Já Maia Kealoha é um verdadeiro achado e faz com que a gente torça que esse pequeno talento não se perca.

E como é bom rever depois de muito tempo a atriz Tia Carrere, que aqui faz Sra. Kekoa, sendo que na versão original ela havia trabalhado como dubladora. Curiosamente, talvez devido por problemas de orçamento, o vilão Capitão Gantu não aparece nesta nova versão, muito embora ele seja um personagem que no clássico somente apareceu no início e no final do filme. O antagonismo ficou por conta dos já conhecidos Dr. Jumba e Pleakley, sendo que o primeiro é interpretado pelo comediante Zach Galifianakis.

Embora com uma alteração aqui e ali como está citada acima, o filme se torna ainda mais fresco principalmente para aqueles que faziam tempo que não tinham assistido ao clássico. Além disso, o final é emocionante, onde as jovens atrizes dão tudo de si e fazendo parecer que elas não imitaram o que já estava feito, mas sim acrescentando algo a mais nestas personagens já tão conhecidas pelo público. Pelo visto a Disney aprendeu que não basta copiar, mas sim precisa ter coração e personalidade própria se quiser continuar fazendo novas versões dos seus clássicos animados.

"Lilo & Stitch" é um belo exemplo de live action de um clássico que dá realmente certo, ao ter alma própria e conquistando facilmente o público. 

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Cine Dica: Cinemateca Capitólio - PROGRAMAÇÃO 12 a 18 de junho de 2025

 

SESSÃO DA MEIA-NOITE: O DIA DOS NAMORADOS MACABROS

A AAMICCA e a Cinemateca Capitólio convidam pombinhas apaixonados para curtir uma sessão da meia-noite na sexta-feira 13 de junho, às 23h59, com o clássico slasher Dia dos Namorados Macabro, de George Mihalka. Os ingressos serão vendidos no dia da sessão, nos horários de abertura da bilheteria (sempre trinta minutos antes de cada sessão). O valor é R$ 16,00.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/8934/dia-dos-namorados-macabro/


CARLOS REICHENBACH: 80 ANOS

A Cinemateca Capitólio apresenta uma homenagem aos 80 anos do saudoso Carlos Reichenbach com duas sessões especiais. Na sexta-feira, 13 de junho, às 20h, uma edição especial do Projeto Raros apresenta No Vale das Deusas Acromegálicas, de Russ Meyer, um dos filmes favoritos de Reichenbach. No domingo, 15 de junho, será exibido Filme Demência, obra-prima que o diretor realizou em 1986. As sessões têm entrada franca.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/8929/projeto-raros-no-vale-das-deusas-acromegalicas/


https://www.capitolio.org.br/eventos/8933/filme-demencia/


FILME SOBRE O BOM FIM NA SESSÃO AAMICCA

No dia 14 de junho, sábado, às 18h30, a AAMICCA, com o apoio da Cinemateca Capitólio, promove mais uma Sessão AAMICCA, desta vez homenageando os 10 anos de lançamento do documentário Filme sobre um Bom Fim (Boca Migotto, 2015). Após a sessão, teremos um bate-papo com o diretor Migotto e o historiador Lúcio Fernandes Pedroso, estudioso do tema, cuja mediação ficará a cargo do jornalista e morador do Bom Fim Cristiano Zanella.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/8937/sessao-aamicca-13/


CINEMA JACOBEU

A partir de quinta-feira, 12 de junho, a Cinemateca Capitólio recebe a programação da mostra Cinema Jacobeu, que apresenta filmes de importantes diretores de ontem e de hoje, que mostram que a importância do Caminho de Santiago no cenário cultural espanhol e internacional. O grande destaque da mostra é a sessão de A Via Láctea, um dos filmes mais ousados de Luis Buñuel. Entrada franca.


Mais informações: https://prefeitura.poa.br/smc/noticias/programacao-cultural-sobre-o-caminho-de-santiago-tera-exposicao-palestras-e-filmes


GRADE DE HORÁRIOS

12 a 18 de junho


12 de junho (quinta-feira)

15h – Caiam as Rosas Brancas!

17h – A Procura de Martina

19h – Cotolay (O Menino e o Lobo)


13 de junho (sexta-feira)

15h – Três no caminho

17h30 – Caiam as Rosas Brancas!

20h – Projeto Raros: No Vale das Deusas Acromegálicas

23h59 – Dia dos Namorados Macabro


14 de junho (sábado)

15h – A Via Láctea

17h – A Procura de Martina

18h30 – Sessão AAMICCA: Filme sobre um Bom Fim


15 de junho (domingo)

15h – Caiam as Rosas Brancas!

17h – Filme Demência

19h – Caminho de Santiago. A Origem


17 de junho (terça-feira)

15h – Caiam as Rosas Brancas!

17h – A Procura de Martina

19h – The Way


18 de junho (quarta-feira)

15h – Caiam as Rosas Brancas!

17h – A Procura de Martina

19h – Footprints – O Caminho da Vida

terça-feira, 10 de junho de 2025

Cine Dica: Streaming - 'Predador: Assassino de Assassinos'

Sinopse: Uma viking, um ninja e um piloto da Segunda Guerra encontram um caçador intergaláctico. 

Mesmo tendo já tendo se passado quase quarenta anos, "O Predador" (1987) é ainda apontado como uma obra prima do gênero de ação e ficção e cuja maioria das suas continuações não conseguiram obter o mesmo equilíbrio. Porém, em 2022, o diretor Dan Trachtenberg surpreendeu com o filme "Predador - A Caça", elevando a franquia a um novo patamar e explorando ainda mais a mitologia desses seres alienígenas. O realizador retorna a franquia, mas desta vez em uma animação, "Predador: Assassino de Assassinos" e que novamente dá um passo à frente.

Na trama, três guerreiros de épocas distintas vivem em suas guerras pessoais. Uma viking, um samurai e um piloto da Segunda Guerra Mundial — viram presa de uma criatura que supera os três juntos em força, agilidade e raiva. Porém, algo a mais se espera além dessa guerra particular.

Com o mesmo tipo de animação realizado em filmes recentes como "Tartarugas Ninja - Caos Mutante" (2023), o longa nos conquista já em seus primeiros planos, onde cada cenário é um verdadeiro mosaico de detalhes em serem explorados. Na trama onde se passa nos tempos dos Viking é impressionante o seu visual, cuja neve se mistura com fogo e sangue na medida em que a trama avança. Falando em sangue, novamente o diretor Dan Trachtenberg dá destaque a esse elemento extraído do Predador em si e fazendo desse elemento algo que sintetiza o fato da criatura não pertencer àquele mundo, mas que acaba se inserindo devido ao conflito.

Curiosamente, é interessante observar que os três protagonistas vistos na trama já se encontram tão acostumados com os seus próprios conflitos que a presença do Predador se torna um novo desafio, mas do qual eles já se encontram preparados. Cada segmento possui armas distintas uma da outra, mas que, usadas com sabedoria, acabam se tornando primordial na luta contra o ser. Não há como negar que o segmento que se passa no Japão acaba se tornando o melhor ponto do longa, principalmente quando ele remete ao melhor do cinema do Japão e principalmente nos fazendo lembrar das obras de Akira Kurosawa.

É interessante observar também como o roteiro nos prega uma peça, principalmente com relação ao encerramento de cada segmento. Quando achamos que tudo se trata de uma manipulação dos Predadores, eis que o ato final nos prega uma peça ainda maior e fazendo com que os três segmentos da história se encontrem em novo desafio final é surpreendente. Vale destacar, principalmente, que o ato final não só se entrelaça com elementos vistos nos filmes anteriores, como até mesmo no recente "Predador - A Caça" e fazendo com que as expectativas somente aumentem com relação ao próximo capítulo da franquia que chega em novembro.

"Predador - Assassino de Assassinos" é uma eletrizante e bela animação que se insere com perfeição dentro da franquia e cujo seu único defeito é não ter sido lançado no cinema.  

Onde Assistir: Disney+

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 12 a 18 DE JUNHO

 ESTREIAS:

PRÉDIO VAZIO

Brasil/ Terror / 2024 /80 min.

Direção: Rodrigo Aragão

Sinopse: A jovem Luna embarca junto ao namorado em uma jornada para procurar sua mãe, que desapareceu no último dia do Carnaval em Guarapari. Sua busca a leva até um antigo prédio aparentemente vazio, mas que na verdade é habitado por almas atormentadas.

Elenco: Lorena Corrêa, Caio Macedo, Gilda Nomacce, Rejane Arruda, Telma Lopes, Walter Filho e Leonardo Magalhães.


EROS

Brasil/ Documentário/ 2024 /108 min.

Direção: Rachel Daisy Ellis

Sinopse: EROS explora as arquiteturas do amor, sexo e intimidade por meio de uma das mais infames e adoradas instituições brasileiras: o Motel. Frequentadores foram convidados a se filmar durante uma noite e compartilhar os seus vídeos para fazer parte de um filme.


EM CARTAZ:


LAMPIÃO, O GOVERNADOR DO SERTÃO

Direção: Wolney Oliveira

Brasil/ Documentário/ 2023 /90 min

Sinopse: Lampião, Governador do Sertão" traça a trajetória de Virgulino Ferreira da Silva, o lendário Lampião, desvendando os caminhos entre o homem, o mito e as controvérsias que o envolvem. O filme contrapõe a imagem do temido líder cangaceiro à força simbólica e cultural que seu nome carrega até os dias de hoje. Ao mergulhar na complexidade de sua figura, a obra revela como Lampião transcendeu a história para se tornar um ícone duradouro da identidade nordestina.


HORÁRIOS DE 12 A 18 DE JUNHO(não há sessões nas segundas-feiras):

15h: LAMPIÃO – O GOVERNADOR DO SERTÃO

17h: PRÉDIO VAZIO

19h: EROS


Ingressos: Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14,00 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7,00. São aceitos PIX, cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas. EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 7,00.


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Cine Dica: Streaming -'Andor - 2ª Temporada'

"Rogue One: Uma História Star Wars" (2016) é apontado por muitos como uma das melhores e mais corajosas obras do universo criado por George Lucas. Já a série "Andor", que mostra eventos anteriores ao filme, não só cumpriu as expectativas, como também atraiu um público interessado por algo mais adulto e que desafiasse as nossas expectativas. Eis que a segunda e última temporada da série aposta ainda mais alto e temos o que talvez seja uma das melhores coisas já feitas para a franquia desde "O Império Contra-ataca" (1980).

Acompanhamos novamente Cassian Andor (Diego Luna), envolvido até o pescoço em ajudar os rebeldes contra o império. Ao mesmo tempo, a senadora Mon (Genevieve O'Reilly) e o vendedor de antiguidades Luthen (Stellan Skarsgård) seguem dentro do coração do império para enfrentá-lo ao seu modo. Não demorou muito para esses personagens se encontrarem e desencadeando eventos que veríamos em "Rogue One".

Diferente de uma série como "The Mandalorian", aqui não há uma ação incessante, ou uma guerra espacial acontecendo a todo momento, mas sim uma trama bem mais pé no chão do que se imagina, com o direito a jogos políticos bem ao estilo "Game of Thrones". É neste cenário que ocorrem os pontos altos da série como um todo, pois a qualquer momento um infiltrado da aliança rebelde pode ser pego, ou alguém se revelando de uma maneira que jamais suspeitávamos. Chega um ponto que ocorrem diversas reviravoltas em um único episódio e gerando maior tensão quando estamos assistindo.

Não há como negar que a série chega em um momento em que muitos países se encontram em conflito, onde a palavra democracia só se encontra na superfície e cujo fascismo cada vez mais cresce. Portanto, a cena de um protesto que culmina em um verdadeiro massacre, não é somente um dos pontos altos da série, como também ela nos soa verossímil e do qual temos a sensação de já termos visto até mesmo no nosso mundo real. Uma obra feita de acordo com o que está acontecendo no mundo e os realizadores obtém aqui um grande feito.

Embora Diego Luna seja o verdadeiro protagonista da série, é preciso reconhecer que a sua ala de coadjuvantes rouba a cena a todo momento. Stellan Skarsgård dá um verdadeiro show sempre quando o seu Luthen aparece e sintetiza um personagem que não descansará até que a sua luta silenciosa contra o império seja concluída. E o que dizer da incrível atuação de Genevieve O'Reilly como senadora Mon, cuja sua cena em que faz um discurso corajoso perante um Senado manipulado é digna de um Emmy. Um momento sublime, cuja cena não fala somente contra o Imperador Palpatine, como também contra todos os governos autoritários do mundo.

Na reta final, vemos todos os elementos que culminam em "Rogue One", mas ao mesmo tempo fortalecendo ainda mais a imagem dos heróis do clássico de 1977. Acima de tudo, é uma série que fala sobre coragem, sacrifícios e o desejo de um mundo livre e sem a sombra da opressão. Uma série digna de nota, adulta e que atrai não somente os fãs da franquia, como também aqueles que procuram algo mais desafiador e digno de nota.

"Andor - 2ª Temporada" é desde já uma das melhores coisas da franquia "Star Wars", ao saber atrair os fãs de longa data, mas ao mesmo tempo atraindo um público que nunca havia se interessado por essa saga de uma galáxia distante.   

Onde Assistir: Disney+

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Sessão Clube de Cinema (10/06): "Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll" na Sala Redenção

Na próxima terça às 19h, nossa sessão será dedicada a um dos nomes mais icônicos da animação brasileira: Otto Guerra. Com uma carreira marcada por irreverência e traço inconfundível, Otto nos presenteou com Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll (2006), uma adaptação livre e alucinada dos quadrinhos de Angeli.

A exibição integra nosso Ciclo de Cinema de Animação, que reúne obras de diferentes continentes produzidas nos últimos 30 anos — e nada mais justo do que reservar espaço para esse legítimo exemplar da animação gaúcha, feito em Porto Alegre, com sotaque, psicodelia e muito rock'n'roll.


Confira os detalhes da sessão:

SESSÃO DE TERÇA NO CLUBE DE CINEMA

📅 Data: Terça-feira, 10/06/2025, às 19h

📍 Local: Sala Redenção

(R. Eng. Luiz Englert, 333 - Farroupilha)


Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll

(Brasil, 2006, 80 minutos, 16 anos)

Direção: Otto Guerra

Vozes de: Rita Lee, Tom Zé, Zé Victor Castiel, Janaína Kremer, entre outros

Sinopse: Na virada para 1972, um grupo de jovens vive o auge do flower power. Trinta anos depois, carecas e barrigudos, eles tentam sobreviver num mundo consumista e careta que parece não ter mais lugar para seus ideais libertários. A solução? Ressuscitar a velha banda de rock’n’roll — e o espírito de Raul.

Esperamos te ver por lá para celebrar o talento de Otto Guerra e mergulhar nessa psicodelia bem-humorada.



Nos vemos lá!

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sábado, 7 de junho de 2025

Cine Especial: Conhecendo 'Fuga do Século 23'

Sinopse: Um policial que vive em um mundo idílico e hedonista, onde cidadãos são mortos aos 30 anos de idade, conhece uma mulher e decide fugir com ela.  

A distopia é um conceito usado em tramas fictícias, onde retrata uma sociedade diferente da nossa, mas que possui elementos do nosso presente e dos quais serviram de influência para a construção dessa realidade. Clássicos literários como "1984" e "Fahrenheit 451" são exemplos dignos de nota, pois retratam um futuro, por vezes, ditatorial, onde a população convive com um sistema cheio de regras e não conhecendo uma realidade livre como deveria ser. Em ambos os casos a tecnologia se encontra em abundância, mas servindo mais como controle ao invés de ajudar a humanidade.

É curioso observar como esses contos revistos hoje se encontram cada vez mais atuais do que nunca, pois querendo ou não vivemos em uma realidade em que a tecnologia está cada vez mais avançando, mudando cada vez mais os hábitos das pessoas, mas trazendo certos questionamentos sobre até que ponto isso se tornaria um benefício. Em tempos de IA esse pensamento se torna cada vez mais assustador, pois até mesmo os pensamentos de algumas pessoas são facilmente persuadidos pela facilidade da comunicação, mas ao mesmo tempo sendo inundada pela onda das fake news. "Fuga do Século 23" (1976) é uma ficção digna de nota, onde uma população sendo distraída pelos prazeres que a tecnologia trás mal sabendo onde podem parar.

Dirigido por Michael Anderson, do clássico "A Volta ao Mundo em 80 Dias" (1956), o filme é baseado na obra de William F. Nolan e George Clayton Johnson. Na trama, a vida não poderia ser mais perfeita no século 23. Todos têm direito ao bom e ao melhor. Porém, não podem ultrapassar a idade de 30 anos. Logan (Michael York) é a pessoa responsável por repreender os que não cumprem a regra. Até o dia em que ele atinge a idade permitida, decide fugir.

Por eu ter conhecido tarde esse filme eu acabei conhecendo antes longas e livros com temática similar. "O Preço do Amanhã" (2011), por exemplo, possui talvez a trama mais semelhante, onde as pessoas tinham um prazo de vida, mas ao menos tinham uma chance de renová-la através da troca de valores e assim podendo obter mais vida. Não é o que acontece aqui, já que a pessoa chega aos trinta e é condenada a morte, mas tendo a população persuadida com a ideia de que elas são renovadas para uma nova vida.

Além disso é um futuro em que ninguém trabalha, onde as pessoas são entretidas com todos os recursos tecnológicos e ao mesmo tempo tendo a liberdade de fazerem sexo sem restrição alguma. Com essa liberdade ao menos, parece haver uma tremenda alienação, onde a maioria não se importa nem sequer com o que há fora daquela cidade que se encontra dentro de uma grande redoma. Ou seja, há uma referência clara à filosofia de Platão e da qual a mesma serviu de inspiração para diversos livros e longas que viriam posteriormente como "Matrix" (1999).

Visualmente o filme remete o lado colorido e psicodélico que estava incrustado nos anos sessenta e setenta. Ao mesmo tempo, a sua fotografia e edição de arte são tão bem alinhados que faz uma referência ambígua a droga LSD, uma substância sintética pertencente ao grupo dos alucinógenos e que estava na moda naqueles tempos entre os jovens. Se há alguma dúvida com relação a isso, aguarde a cena em que o casal central entra em um local em que as pessoas se entregam aos prazeres em meio a muita substância e cores em abundância.

Em termos de efeitos visuais até que o filme não envelheceu mal, já que a cidade principal da trama é toda moldada por uma grande maquete convincente, sendo que ela me fez relembrar do clássico alemão "Metropolis" (1927). Vale destacar a sequência do carrossel, onde as pessoas ficam flutuando em círculos para logo depois explodirem. Embora perceptível os fios em alguns momentos não me surpreenderiam se a cena serviu de inspiração para a criação da tecnologia de voo da época para o clássico "Superman" (1978).

Tanto Michael York como Jenny Agutter se saem bem nos papéis centrais, mesmo quando me passa a sensação deles estarem presos por demais em termos de fidelidade com relação ao livro. Já Peter Ustinov se sai muito bem como a pessoa idosa que os protagonistas descobrem fora da redoma e se tornando peça principal para a grande virada da história. Curiosamente, Farrah Fawcett, uma das grandes musas dos anos setenta, faz uma pequena participação na trama.

Uma coisa que me surpreendeu e muito foi o cenário Washington descoberto pelo casal central, tendo se tornado uma cidade abandonada e sendo quase toda coberta por plantas que nasceram ao longo dos séculos. A descoberta da estátua de Abraham Lincoln, por exemplo, se torna uma espécie de símbolo de curiosidade para os personagens, pois eles testemunham um retrato de uma pessoa mais velha e da qual nunca haviam conhecido. Uma vez que eles conhecem o idoso que mora sozinho por lá é então que eles descobrem uma realidade em que a vida se estende muito além do sistema imposto contra eles.

Ao final, constatamos que o conto serve como alerta para que a sociedade não caia facilmente nas possibilidades infinitas da tecnologia, pois ela pode facilmente persuadi-la. Em tempos em que vivemos com uma geração z cada vez mais dependente de suas redes sociais, não me admira que o longa esteja mais atual do que nunca, mesmo quando a sua estética pode ter ficado datada em alguns momentos. Acima de tudo, é um filme para ser visto de mente aberta, para que então possamos refletir sobre até que ponto a tecnológica pode se tornar peculiar e nos prender em um sistema cheio de regras e para nos persuadir.

"Fuga do Século 23" foi uma grata surpresa para mim, sendo um longa até mesmo a frente do seu tempo e servindo de alerta até mesmo com relação ao nosso próprio futuro. 

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