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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Mudança'

Sessão Comentada Clube de Cinema

com a presença do diretor Fabiano de Souza

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 29/10/2022, sábado, às 10:15 da manhã


"Mudança"

Brasil, 2021, 88 min, 16 anos

Direção: Fabiano de Souza

Elenco: Gustavo Machado, Guili Arenzon, Rosanne Mulholland, Fernando Alves Pinto.  

Sinopse: Reinaldo (Gustavo Machado) e seu filho adolescente voltam do litoral para Porto Alegre a fim de comemorar o fim da ditadura militar. O pai espera uma promoção no trabalho e nutre grandes esperanças para o futuro, enquanto o garoto só deseja que o tempo passe logo.

Sobre o Filme:  

Fabiano de Souza tem despertado o interesse do cinéfilo gaúcho através dos seus dois títulos realizados que foram "A Última Estrada na Praia" (2011) e "Nós Duas Descendo a Escada" (2015). Em ambos os casos são obras que retratam o espirito de uma juventude brasileira ainda se perguntando em qual caminho irá trilhar antes dos eventos políticos que mudariam os rumos do país a partir de 2016. Com "Mudança" (2022) ele faz uma viagem no tempo, onde uma geração lutava pela democracia, mas fazendo se perguntar o que viria logo em seguida.

A trama se passa em 1985, onde o Congresso elege Tancredo Neves como presidente do Brasil por meio do voto indireto. Nesse contexto de mudança, Reinaldo (Gustavo Machado) e seu filho adolescente voltam do litoral para Porto Alegre a fim de comemorar o fim da ditadura militar. O pai espera uma promoção no trabalho e nutre grandes esperanças para o futuro, enquanto o garoto só deseja que o tempo passe logo. O país todo sonha com a mudança.

Por eu ter nascido no ano de 1980 eu tinha pouca ou nenhuma noção sobre o que era a política naquele momento e tão pouco sobre a transição em que o país estava passando. Ao ver o funeral de Tancredo Neves, por exemplo, mal tinha ideia dos novos rumos em que o país estava passando, sendo que as eleições diretas viriam posteriormente em alguns anos, mas o povo já queria uma mudança radical naquele momento. O filme sintetiza muito bem isso, onde os protagonistas principais buscam novas mudanças em suas vidas, enquanto o país se encontra em uma espécie de metamorfose, mas da qual ninguém previa o que viria.

Os protagonistas da trama, pai e filho, são dois lados da mesma moeda, porém, com expectativas diferentes mesmo que ambos se encontrem no mesmo cenário de incerteza. Mesmo com o roteiro não nos dando informações precisas é notório que Reinaldo enfrentou e viu de perto o lado negativo da Ditadura Militar e esperava de forma imediata uma forma de começar a trabalhar para os novos rumos do Brasil, nem que para isso possa correr o sério risco de ter que se vender para um novo sistema capitalista que irá dominar dentro de sua Democracia tão sonhada. Já o seu filho, muito bem interpretado pelo jovem ator Guili Arenzon, se encontra em uma fase de descobertas, tanto com relação aos desejos como também tentar enxergar essa nova utopia em que tanto o seu pai prega.

Fabiano de Souza surpreende na reconstituição de Porto Alegre do ano de 1985. Mesmo com poucos recursos ele consegue em pequenos planos sintetizar o calor daquele momento, sem muitos artifícios técnicos, mas sim com criatividade e belo empenho. Ao vermos os porto alegrenses daqueles tempos comemorando a vitória de Tancredo Neves com as suas bandeiras verde amarelo sentimos dentro de nós uma espécie de conflito interno, pois a pessoa atual de sintonia com o mundo real sabe muito bem o que esse desgoverno fez com a nossa bandeira e cujo o estrago é por demais complexo e criando assim um verdadeiro paradoxo.

Do segundo ao terceiro ato da trama, concluímos que ambos os protagonistas enfrentem as suas incertezas de uma forma distinta e individual. Se por um lado o pai consiga administrar o lado amargo de que nem tudo o que ele imaginava será concretizado, por outro lado, o seu filho irá trilhar um caminho ainda mais perigoso, do qual a sua ingenuidade é estilhaçada logo cedo, mas que talvez isso sirva como aprendizado e para esse futuro indefinido. Curiosamente, é simbólico o primeiro plano desse filme e do qual se alinha com o plano de encerramento.

No primeiro plano, por exemplo, vemos um casal de namorados na praia, escondidos dentro de uma guarita em um momento de intimidade enquanto o jovem protagonista testemunha o ato. Já no plano de encerramento vemos o jovem no mesmo local e observando os seus pais indo de encontro com as ondas da praia. Ao fundo vemos um letreiro dizendo "Brasil o País do Futuro".

Se no primeiro plano vemos um jovem ainda imaturo e curioso em descobrir sobre certas incertezas da vida, no plano final testemunhamos um jovem mais disposto em encarar os ventos da mudança, mesmo quando a mesma traga algo que não é bem o que o próprio esperava. Ao final, constatamos que aquela geração estava disposta em abraçar um novo futuro, mesmo quando o mesmo tenha decepcionado a maioria para dizer o mínimo. "Mudança" fala sobre uma geração brasileira que se encontrava em transição, mas cujo os ventos da mudança não corresponderam bem com as nossas expectativas. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 27 DE OUTUBRO A 02 DE NOVEMBRO

 MEU TIO JOSÉ

Direção: Ducca Rios

Brasil/ Animação/ 2021/ 90min.

Elenco: Wagner Moura, Tonico Pereira, Lorena Comparato

Sinopse:Meu Tio José é uma animação que conta história de José Sebastião Rio de Moura, membro do movimento de esquerda "Dissidência da Guanabara". Ele participou do sequestro do embaixador estadunidense Charles Elbrick em 1969 e ficou exilado no exterior por 10 anos. Quando retorna ao Brasil, ele é vitíma de um atentado que culmina em sua morte. No mesmo dia de seu assassinato, seu sobrinho Adonias precisa escrever uma redação na escola. O menino precisa lidar com o luto de perder o tio e decide transformar a tristeza em homenagem a José através de seu trabalho.


ENQUANTO ESTAMOS AQUI

Direção:Clarissa Campolina, Luiz Pretti

Brasil/ Drama-Documentário / 2019/ 75min.

Sinopse: Um diário de viagem de duas vidas que se cruzam em Nova York. Lamis, uma libanesa, acaba de se mudar para a cidade e descreve suas impressões, enquanto o brasileiro Wilson já mora lá há 10 anos. Nunca os vemos na tela, mas o relacionamento deles é descrito por meio de dublagens poéticas em árabe e português, que contrastam fortemente com as imagens —filmadas em Nova York, Berlim e Brasil. Desta maneira, o filme aguça a imaginação, já que os eventos ocorrem entre o que vemos e o que ouvimos.

Elenco:Mary Gatthas, Marcelo Souza e Silva, Grace Passô


SOCIEDADE DO MEDO

Direção:Adriana Dutra

Brasil/ Documentário/ 2022/ 76 min.

Sinopse: Sociedade do Medo aborda a pandemia de medo que assola o homem contemporâneo. A diretora Adriana L. Dutra investiga a construção da sociedade pela ótica do medo, a sua presença ao redor do mundo e discute o tema com personalidades e especialistas. O documentário propõe uma reflexão crítica, buscando as origens de uma sociedade absorta em seus medos e, consequentemente, no consumo feroz de possíveis paliativos que contribuem para nos levar à solidão e à barbárie.


HORÁRIOS DE 27 DE OUTUBRO A 02 DE NOVEMBRO :

(não há sessões nas segundas-feiras)


15h: ENQUANTO ESTAMOS AQUI

17h: MEU TIO JOSÉ

19h: SOCIEDADE DO MEDO


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: (51) 34331205

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Cine Dica: Streaming - 'Dahmer: O Canibal Americano'

Sinopse: Por mais de uma década, Jeffrey Dahmer conseguiu matar 17 jovens rapazes sem levantar suspeitas da polícia. Descubra como ele conseguiu evitar a prisão por tanto tempo. 

A primeira vez que eu tive conhecimento sobre o serial killer Jefferey Dahmer foi pelo lançamento da premiada Graphic novel "Meu Amigo Dahmer" (2017) que recontava adolescência do mesmo nos tempos de escola e sobre os seus primeiros passos para ao que ele viria a se tornar um dia. Com um caprichado texto do jornalista Ticiano Osório pelo jornal zero hora, eu logo fui comprar o volume e fiquei perplexo sobre a construção gradual de um ser humano para uma entidade fora do normal e que até hoje não se tem uma explicação clara sobre o que levava o mesmo a cometer tais atrocidades. Porém, a minissérie " Dahmer: O Canibal Americano” (2022) traz uma nova luz sobre os fatos, muito embora cada um levante a sua própria interpretação sobre a verdadeira origem do mal vinda de dentro de Dahmer.

Dirigido por Ryan Murphy e Ian Brennan, acompanhamos na minissérie a trajetória do infame serial killer Jeffrey Dahmer (Evan Peters). A produção explora a juventude do assassino até sua vida adulta e traz um retrato complexo da mente por trás do monstro que tirou a vida de 17 homens e meninos. Nascido na cidade de Milwaukee, Dahmer aterrorizou o estado de Wisconsin na década de 1980. Além dos brutais assassinatos, Jeffrey também cometia violência sexual e tortura contra suas vítimas. Seus crimes hediondos o tornaram um dos seriais killers mais conhecidos e temidos dos Estados Unidos.

Sinceramente eu nunca tinha ouvido falar sobre esse terrível caso que abalou os EUA no início dos anos 90, pois não havia filmes ou documentários sobre o assunto na época. Porém, após a poeira baixar, era inevitável que houvesse alguma adaptação sobre os fatos, sendo que "Meu Amigo Dahmer" teve a sua adaptação para o cinema em 2019. Contudo, essa minissérie da Netflix vai mais longe, ao retratar um pouco da infância de Dahmer, assim como a desajustada vida de seus pais e sendo cada um responsável em parte pela formação do seu filho para se tornar em um futuro assassino. Ao chegar na adolescência, constatamos que Dahmer age de forma estranha, mas ao mesmo tempo compreendemos que é uma pessoa solitária, da qual não queria ficar só, mas tornando isso uma obsessão e o levando aos desejos nada convencionais para dizer o mínimo.

Vale destacar a incrível direção de cada um dos episódios, sendo que o primeiro é disparado o melhor deles, onde vemos Dahmer em seu apartamento e se preparando para cometer mais uma atrocidade contra uma vítima. A tensão é tamanha nas cenas que sentimos uma sensação claustrofóbica, como se estivéssemos naquele local ao lado da vítima e nascendo em nós o desejo para que ele pudesse fugir dali o quanto antes. Os desdobramentos desse primeiro episódio são imprevisíveis e abrindo um leque de situações inimagináveis.

A minissérie também escancara o desleixo da policial local onde ocorria os assassinatos, sendo que dois oficiais tiveram a capacidade de não fazerem nada para ajudar uma vítima que estava drogada na frente do prédio e permitindo que Dahmer o levasse para de volta ao seu apartamento. Dahmer somente conseguiu ser capturado, não somente pelo fato de a última vítima ter se salvado, como também da persistência da sua vizinha em tentar denuncia-lo. Niecy Nash está ótima como a vizinha que sente o horrível cheiro que vem do apartamento ao lado e sendo uma das primeiras a descobrir o que realmente Dahmer estava fazendo.

Curiosamente, a produção toca em assuntos espinhosos e que perduram até nos dias de hoje, sobre a discriminação contra os imigrantes, contra os negros e a comunidade LGBT, sendo que esses eram os principais alvos do assassino e cuja a justiça não se preocupava com os seus desaparecimentos. Acredito eu que os familiares das vítimas atualmente não tenham gostado de novamente reverem seus entes queridos na tela serem mortos pelo assassino, mas acredito também que a produção sirva como uma denúncia contra o preconceito e cuja as vozes que se calaram devido ao desleixo das autoridades locais não devam se calar tão cedo. Em um momento em que vivemos diversos retrocessos em inúmeros locais pelo mundo cabe nos lembrarmos que houve tempos piores, mas que não devem retornar em hipótese alguma.

Com um conteúdo tão pesado e polêmico como esse era preciso ter um ator que se entregasse de corpo e alma para o lado sombrio da mente humana e coube a Evan Peters a pesada tarefa.  Conhecido mundialmente como o velocista Peter da segunda trilogia de X-Men, Evan Peters tem se destacado nos mais diversos papeis, tanto para o cinema como para a tv e provando cada vez mais o seu lado versátil e não temendo pelas suas escolhas ao longo do percurso. Ao interpretar Jeffrey Dahmer, o interprete simplesmente se transforma no assassino, ao criar um tom de voz completamente semelhante e passando para nós uma imagem que transita entre a lucidez e a loucura e da qual a mesma explode toda vez que tudo foge do seu controle.

Ao final, concluímos que a história de Jeffrey Dahmer é triste e cujo o seu final é previsivelmente chocante. Infelizmente a sua busca pela satisfação do seu modo de viver acabou gerando dor e tristeza para diversas pessoas e cuja essa saga sangrenta poderia ter sido evitada, desde que Dahmer tivesse tido uma melhor orientação com relação aos passos em falsos da vida. Resta somente torcer para que atualmente tipos como ele sejam identificados o mais breve possível, para que não haja mais perdas e sofrimento.

" Dahmer: O Canibal Americano" é pesado, complexo, reflexivo e que fala sobre o que leva um ser humano em tonar um verdadeiro monstro. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 25 a 29 de outubro de 2022

SESSÃO ESPECIAL DE OS MUCKER

27 de outubro é o Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual! A Cinemateca Capitólio celebra a data com uma sessão gratuita, às 19h, de Os Mucker, marco do cinema brasileiro realizado no Rio Grande do Sul por Wolf Gauer e Jorge Bodanzky, em 1978. Entrada franca.

A sessão celebra o legado da grande atriz Marlise Saueressig, protagonista de Os Mucker ao interpretar a personagem Jacobina Mentz. Pelo trabalho no filme, a atriz gaúcha ganhou o Kikito no Festival de Gramado de 1979.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5527/dia-da-preservacao-audiovisual-os-mucker/


HORROR IUGOSLAVO NO PROJETO RAROS

Na sexta-feira, 28 de outubro, às 19h30, a Cinemateca Capitólio apresenta uma edição do Projeto Raros para aquecer o Dia das Bruxas com o cultuado Leptirica (1973, 63 minutos), de Dorde Kadijević considerado o primeiro filme de horror realizado na Iugoslávia. A sessão será apresentada pelo crítico e pesquisador Cristian Verardi. Antes do longa-metragem, será exibido um curta surpresa de uma grande diretora da história do cinema! Entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5529/projeto-raros-leptirica/


EXIBIÇÃO DE ZIGGY STARDUST AND THE SPIDERS FROM MARS

Neste sábado, 29 de outubro, às 20h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial do lendário documentário Ziggy Stardust & The Spiders from Mars, de D. A. Pennebaker, que registra um dos concertos mais importantes da carreira de David Bowie. Antes do filme, será exibido O Eclipse do Sol com a Lua, de Georges Méliès. O valor do ingresso é R$ 10,00.

Um lote de ingressos (80) será vendido a partir desta quinta-feira, 27 de outubro, nos horários de abertura da bilheteria da Cinemateca Capitólio (15h, 17h30, 19h).


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/5519/ziggy-stardust-and-the-spiders-from-mars/


GRADE DE HORÁRIOS

25 de outubro a 2 de novembro de 2022


25 de outubro (terça-feira)

15h – As Patricinhas de Beverly Hills

17h30 – Mudança

19h – Nanook do Norte + debate


26 de outubro (quarta-feira)

15h – Procura-se Susan Desesperadamente

17h30 – Mudança

19h – Furyo: Em Nome da Honra


27 de outubro (quinta-feira)

15h – Mudança

17h – Tempestade de Gelo

19h – Dia da Preservação Audiovisual: Os Mucker


28 de outubro (sexta-feira)

15h –  Mudança

17h – Furyo: Em Nome da Honra

19h30 – Projeto Raros: Leptirica


29 de outubro (sábado)

15h – Mudança

17h – A Dama na Água + debate

20h – O Eclipse do Sol com a Lua + Ziggy Stardust and the Spiders from Mars


30 de outubro (domingo)

NÃO HÁ SESSÃO


1 de novembro (terça-feira)

15h – Fome de Viver

17h – Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer

19h30 – Esquadrão 51 contra os Discos Voadores

22h – Especial Dia das Bruxas: Zumbi, a Legião dos Mortos + Sangue de Pantera


2 de novembro (quarta-feira)

15h – Labirinto - A Magia do Tempo 

17h – As Patricinhas de Beverly Hills

19h – Velvet Goldmine

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Mulheres'

 Nota: Filme exibido para os associados no último Domingo (23/10/2022).

Sinopse: Três ex-colegas de classe, agora na casa dos trinta, que se encontram em uma reunião escolar. Depois de uma noitada de bebedeira, elas tomam a decisão repentina de fugir de suas famílias e responsabilidades. 

É sempre interessante quando conhecemos um cinema quase desconhecido vindo de outros países, pois na maioria dos casos somos sempre mal acostumados com o cinema norte americano e fazendo a gente não aproveitar um novo cenário. Pouco conhecido para o olhar do cinéfilo, o cinema Norueguês talvez não seja muito diferente de um cinema mais autoral sueco do qual nós testemunhamos nas mãos de Ingmar Bergman, ou do que viria a se tornar o movimento Dogma 95. Assistindo "Mulheres" (1975) é um filme que você se encanta não somente pelas personagens, como também do modo em que foi filmado e despertando em nós o desejo de conhecermos mais a fundo aquele universo cinematográfico quase desconhecido.

Esse é o segundo longa-metragem de Anja Breien e surgiu como resposta a “Maridos” de John Cassavetes, que conta a história de três ex-colegas de classe, agora na casa dos trinta, que se encontram em uma reunião escolar. Depois de uma noitada de bebedeira, elas tomam a decisão repentina de fugir de suas famílias e responsabilidades. Vagando por Oslo, elas discutem sexo, feminilidade e responsabilidades familiares.

Segundo o crítico Peter Cowie ele descreveu Breien como uma pioneira do Dogma 95, 20 anos à frente do movimento de von Trier e Vinterberg, o que corresponde com o meu pensamento no início deste texto. Na abertura, por exemplo, vemos diversas mulheres se reunindo em uma mesa para comemorar a sua reunião após vários anos não terem se visto. Repare que a câmera segue um movimento continuo, como se fosse quase um documentário, pois uma vez que é apresentado as personagens vemos também retratos das próprias atrizes quando ainda eram meninas. Essa improvisação inicial me lembrou rapidamente do filme "Festa em Família" (1998) de Thomas Vinterberg e fazendo me preparar por alguma situação imprevisível que poderia acontecer.

Após esse prólogo, três personagens decidem não retornar as suas rotinas e decidem passar um dia juntas e desfrutarem um pouco da vida. É nesta mudança de curso que as três praticam que o filme nos conquista como um todo, principalmente pelo fato da câmera da diretora se tornar uma representação do nosso olhar, como estivéssemos acompanhando o trio central neste dia em que elas tomam novos rumos juntas e fazendo a gente se perguntar o que virá logo em seguida. Reparem, por exemplo, nas cenas em que elas começam a parar determinadas pessoas nas ruas, provocando em nós uma sensação de que tudo aquilo é bem espontâneo e fazendo a gente crer que aqueles cidadãos não faziam ideia do que estava acontecendo.

Durante a jornada, logicamente, elas começam a questionar as suas vidas, seja pelo fato delas estarem envolvidas ou não com os seus respectivos maridos, ou pelo fato se vale mesmo a pena seguirem a vida rotineira de casada e viver somente dentro de casa e cuidando dos seus filhos. É a metade da década de setenta, onde o feminismo está mais do que aflorado dentro da sociedade e o filme se encarrega de sintetizar o calor desse momento de questionamento a todo momento. Curiosamente, esse movimento dá de encontro com uma ala mais conservadora da própria Noruega e a Anja Breien consegue nos passar isso em momentos em que as três protagonistas ficam frente a frente com os "tais bons costumes" daquele país e que não aceitam determinadas mudanças na curva.

Na reta final, ficamos apreensivos quando as discussões começam aflorar mais seguidamente, pois desejamos que elas não se separem e que sigam com esse dia, mesmo que para algumas isso possa custar caro. Neste último caso, por exemplo, uma delas perde o emprego por ter faltado no dia, revelando não somente o cenário trabalhista da mulher naqueles tempos, como também preconceitos que ainda hoje nós enfrentamos. Tudo isso moldado em um filme que nos faz refletir o quanto é bom saímos da rotina, revisitar velhos amigos(a) e questionar sobre os rumos que tomaram e quais deveriam a ser seguidos dali em diante.

"Mulheres" é um filme que nos conquista ao não nos apresentar algo convencional, mas sim algo que nos faz pensar sobre o papel da mulher dentro da sociedade de ontem e hoje e de como é bom saímos do sistema rotineiro e abraçarmos de vez em quando o mundo real que quase sempre ignoramos. 

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sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Ennio, O Maestro'

Sinopse: O cineasta Giuseppe Tornatore presta homenagem a Ennio Morricone e relembra a vida e a obra do lendário compositor italiano: desde a sua estreia com Sergio Leone até o filme "Os Oito Odiados", que conquistou o Oscar de melhor trilha sonora. 

Certa vez eu estava assistindo ao documentário sobre como foi complexa as filmagens de "Tubarão" (1975) de Steven Spielberg. Em certo ponto o diretor diz que metade do sucesso da obra se deve a sua trilha sonora e da qual foi criada pelo compositor John Williams. No filme, o artista faz com que a trilha se torne um elemento crucial, já que toda vez que a fera se aproximava a trilha dispara e servindo de alerta para quem assistia.

A música existe dentro da história do cinema desde quando essa arte foi criada, onde os pianistas tocavam os seus pianos atrás da tela enquanto o público assistia a história. Com o passar do tempo as trilhas sonoras começaram a serem criadas especialmente para serem inseridas no filme, mas para isso precisaria de compositores que soubessem captar a essência de cada cena e para sim criar uma música que se casasse com ela. Ennio Morricone, talvez, tenha sido o melhor a captar essa tarefa, ao criar melodias fantásticas e que faziam com que cada cena se sobressaísse muito além do que os cineastas haviam criado para as suas obras.

Em “Ennio, o Maestro” (2022) dirigido por Giuseppe Tornatore, do maravilhoso "Cinema Paradiso" (1988) é sobre o lendário compositor Ennio Morricone. Indicado inúmeras vezes ao Oscar e autor de mais de 500 faixas de música, a obra segue a carreira do compositor com entrevistas e depoimentos de artistas e diretores como Quentin Tarantino, Quincy Jones, Bruce Springsteen, John Williams, Clint Eastwood, Hans Zimmer e outros. O longa também traz outros fatos não revelados sobre o compositor, como seu amor por xadrez, que pode ter ajudado em suas composições, seu pensamento e motivos por trás de cada faixa.

Tornatore abre o documentário com diversos depoimentos curtos com realizadores que trabalharam com o compositor ou com aqueles que simplesmente buscavam na figura do artista uma forma de inspiração. Começando a vida como trompetista, Morricone foi logo chamado para trabalhar na tv italiana, onde fazia diversas trilhas sonoras e já despertando atenção dos cineastas da época. Não demorou muito para que ele fosse chamado por um velho conhecido de tempos de escola, mais precisamente por Sergio Leone.

Spaghetti western dos anos 60 foi um subgênero que revitalizou o faroeste em uma época que estava enfraquecido nos EUA e coube aos jovens diretores italianos em mudar esse quadro. Quando Leone chamou Morricone para criar a trilha de "Por Um Punhado de Dólares" (1964) mal imaginava o quanto ele ajudaria dentro do gênero, ao criar trilhas que se misturavam com os efeitos sonoros, fazendo delas melodias que se sincronizavam com os duelos e criando assim temas para os seus respectivos protagonistas. Só mesmo Morricone para criar um tema para o personagem de Clint Eastwood, do qual entrou para a história do cinema e avançaria para outras casas através de "Por Uns Dólares a Mais" (1965) e "Três Homens e um Conflito" (1966).

Embora seja uma passagem curta, o documentário não esconde a expressão de emoção de Morricone com relação a sua maior obra prima que foi a trilha para "Era Uma Vez no Oeste" (1968), filme que fala sobre a morte e um novo começo para oeste americano. Curiosamente, o compositor trabalhou com cineastas autorais como Pier Paolo Pasolini ou Federico Fellini que poderiam contrariar algumas passagens de suas trilhas, pois estamos falando de realizadores que ajudaram a mudar a cara do cinema italiano. Porém, uma vez que escutavam as suas melodias e sendo incorporadas nas cenas, não tinha como eles não serem convencidos pela autoria do gênio e que faziam com que os seus filmes ganhassem um novo significado.

Outro ponto significativo do documentário é mostrar o lado mais humano do realizador, do qual o mesmo gostava de jogar xadrez com os seus colegas de profissão, assim como também ao lado dos cineastas enquanto ele pensava na melhor maneira de construir as suas melodias. Vale destacar que por detrás de todas as suas obras sempre havia uma avaliação através de sua esposa Maria Travia, da qual a mesma esteve com ele em praticamente em todos seus trabalhos e que com certeza o seu amor lhe dava um grande fortalecimento. Essa força, aliás, nunca se esgotou durante a sua vida, nem mesmo quando ele pensava que achava que estava chegando perto de sua aposentadoria.

Quando parecia que o compositor iria parar de trabalhar eis que inúmeros diretores sempre o chamavam para voltar a trabalhar. Sergio Leone, por exemplo, chamou Morricone para compor a trilha da qual seria pertencente ao seu último filme, "Era Uma Vez na América" (1984). Leone estava tão encantando pela trilha sonora de Morricone que fazia questão com a mesma fosse tocada durante as gravações do projeto. Portanto, ao vermos o Robert De Niro entrar em cena enquanto a música é tocada ao vivo constatamos que o mesmo está se emocionando realmente e fazendo com que a sua atuação se eleve ainda mais do que se poderia imaginar.

É claro que Giuseppe Tornatore não poderia deixar de sitar no seu documentário a sua maior obra prima que foi "Cinema Paradiso" e do qual Morricone esteve envolvido. Com um filme que sintetiza o temor sobre o fim do cinema que já existia naqueles tempos, o realizador criou uma das cenas finais mais impactantes dos anos 80, mas qual se torna ainda mais poderosa graças a trilha de Morrione e fazendo da sequência, não uma carta de despedida, mas sim de puro amor ao cinema. Com toda essa proeza é de se pensar que o realizador viria a ganhar inúmeras indicações ao Oscar e vencer, mas a realidade foi outra.

Indicado pela academia pelos seus trabalhos em "Cinzas no Paraíso" (1978), "A Missão" (1986), "Os Intocáveis" (1987) e Malena (2000) o realizador não ganharia a cobiçada estatueta por nenhum desses trabalhos e fazendo disso uma das maiores injustiças da história. Morricone somente viria a ganhar um prêmio honorário pela carreira em 2006, sendo uma espécie de pedidos de desculpas atrasada, porém, merecida. Porém, e isso graças ao Quentin Tarantino, o compositor veio a finalmente ganhar um prêmio pelo seu trabalho em "Os Oito Odiados" (2015).

Ennio Morricone viria a morrer em 6 de julho de 2020, deixando um trabalho irretocável para a posteridade e da qual muitos compositores até hoje buscam inspiração através dele. Sendo reconhecido por diversas gerações, o compositor faz parte da nossa cultura, onde nascemos já ouvindo as suas músicas, mesmo quando não sabemos de qual filme a mesma pertencia.

Enfim, a música que representa o cinema tem nome e ela se chama Ennio Morricone. 


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quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (20/10/2022)

 Adão Negro

Sinopse: Dotado dos poderes onipotentes dos deuses, Teth Adam está preso por 5.000 anos, passando de homem, mito, lenda: Adão Negro. Agora livre, um vingativo Adão Negro exerce seu senso único de justiça, nascido da raiva, mais uma vez. 



Outras Estreias: 

Rir Para Não Chorar

Sinopse: Flavio (Rafael Cortez) era um comediante de sucesso, até que sua mãe descobre um câncer e ele entra em crise. Durante esse difícil período, Flavio percebe o quanto é apegado emocionalmente à matriarca.


Piggy

Sinopse: Sara (Laura Galán) é uma adolescente que sofre bullying na escola por ser considerada acima de seu peso. Tentando escapar de suas perseguidoras, em um dia de sol escaldante ela se esconde no açougueiro dos seus pais e acaba sendo testemunha do sequestro de uma das meninas.


Purgatório

Sinopse: As Revelações Secretas do Padre Pio e Fulla Horak .Desde o início dos tempos, as pessoas se perguntam o que as espera após a morte. Embora ninguém tenha conseguido desvendar este mistério, muitas pessoas, ao longo dos tempos, puderam ver além– como Fulla Horak, Santa Faustina Kowalska ou São Padre Pio. 


O Menino Mais Solitário do Mundo

Sinopse: Após a morte repentina de sua mãe, Oliver (Max Harwood), um adolescente protegido e solitário, precisa fazer novos amigos. No entanto, ele acaba decidindo literalmente desenterrar pessoas para ter companhia.


A Escola do Bem e do Mal

Sinopse: Sophie (Sophia Anne Caruso) e Agatha (Sofia Wylie) são duas melhores amigas que cresceram juntas. Certa noite, elas são levadas para a Escola do Bem e do Mal, onde todos os contos de fada tiveram início e adolescentes são treinados para se tornarem heróis ou vilões.


O Desconhecido

Sinopse:Henry Teague (Sean Harris), um homem desgastado por uma vida inteira de trabalho físico e crime, se torna grande amigo de Mark (Joel Edgerton), realizando seu sonho de ter uma amizade verdadeira.


Rir Para Não Chorar

Sinopse: Flavio (Rafael Cortez) era um comediante de sucesso, até que sua mãe descobre um câncer e ele entra em crise. Durante esse difícil período, Flavio percebe o quanto é apegado emocionalmente à matriarca.

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