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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'Super Quem?'

Sinopse: Cedric é um ator que, após anos tendo sua carreira vista como chacota, encontra uma oportunidade que promete mudar sua vida: dar vida ao personagem super-herói Badman! Nome familiar, não? 

O gênero de super-heróis de HQ para o cinema atingiu ao seu ponto perigoso, onde os estúdios Marvel/Disney e DC/Warner optam em fazer grandes franquias com esses personagens, mas sem se preocupar muito com a falta de criatividade. Não que os filmes e séries estejam ruins, mas já se sente que o poço anda secando e cabe alguém renovar o gênero. Enquanto o salvador não chega para esse tal feito aparece então filmes como o francês "Super Quem?" (2022) que satiriza o gênero do qual se encontra na situação que é preciso rir para não chorar.

Dirigido por Philippe Lacheau, o filme conta a história do ator (Philippe Lacheau), que tem o azar quando a questão é trabalho. E quando, por obra do destino, consegue o protagonismo em um filme de super-herói chamado BadMan, ele sofre um acidente e começa a viver como se fosse o personagem da história. Imerso em alucinações de sua nova vida, ele e seus amigos se veem no meio de uma grande confusão com bandidos reais e um caso para solucionar.

É engraçado que a comédia de antigamente se encontra meio que morta em meio ao cenário atual dominado por superproduções com os seus heróis uniformizados. Curiosamente, na própria Marvel se usa uma fórmula que, mesmo nos seus altos e baixos, dá certo que é introduzir humor em meio ação e efeitos visuais vertiginosos. Já a comédia escrachada, ou politicamente incorreta, se encontra em frangalhos, já que fica cada vez mais difícil fazer humor sem ofender alguém e fazendo com que todos tenham uma crise de identidade. É mais ou menos isso em que se encontra o protagonista dessa trama, já que ele não sabe quem é, ao ponto que ao achar que é um super herói isso o torna uma verdadeira piada ambulante em cena diga-se de passagem.

O filme é uma sátira onde brinca com o gênero a todo o momento, com o direito de o roteiro fazer graça com as cenas de luta, assim como as posições de super-heróis que hoje estão cada vez mais se tornando uma verdadeira piada dentro dos filmes oficiais. O filme nos faz rir das situações absurdas, desde o protagonista ir atrás de uma fantasia do qual ele acredita, como também os personagens coadjuvantes que são afetados pelas suas ações imprevisíveis. Mas é claro que o filme pertence a Philippe Lacheau.

Diretor, roteirista e ator, Philippe Lacheau vem se tornando o queridinho da França na questão de filmes autorais em que a comédia é a sua arte, mesmo quando a mesma soe forçada em algumas vezes. Aqui a sátira pesa, mas de forma proposital, já que a figura do herói atual do cinema está cada vez mais se tornando uma peça, porém, fundamental para o mercado vender e ganhar dinheiro, seja através dos ingressos do cinema ou das bugigangas baseadas no produto. Ao final, concluímos que o realizador acertou em cheio ao nos revelar que esse gênero corre sério risco de se esgotar nos próximos anos, ou até meses diga-se de passagem.

"Super Quem?" é uma sátira do seu começo ao fim do universo dos super heróis do cinema, pois o próprio gênero já se encontra em estágio de fórmula exaustivamente repetida. 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 20 A 26 DE OUTUBRO

Confira a minha crítica sobre o filme clicando aqui. 


SOCIEDADE DO MEDO

Direção:Adriana Dutra

Brasil/ Documentário/ 2022/ 76 min.

Sinopse: Sociedade do Medo aborda a pandemia de medo que assola o homem contemporâneo. A diretora Adriana L. Dutra investiga a construção da sociedade pela ótica do medo, a sua presença ao redor do mundo e discute o tema com personalidades e especialistas. O documentário propõe uma reflexão crítica, buscando as origens de uma sociedade absorta em seus medos e, consequentemente, no consumo feroz de possíveis paliativos que contribuem para nos levar à solidão e à barbárie.


ALÉM DA LENDA

Direção: Marília Mafé e Marcos França

Brasil/ Animação/ 2022 / 86min.

Com direção de Marília Mafé e Marcos França, primeiro longa de animação pernambucano conta com vozes de Gabriel Leone e Hugo Bonemer, na dublagem

Sinopse: Um livro sagrado reúne todas as lendas do folclore brasileiro, e é mantido em segredo e escondido na MontanhaCoração do Brasil, que só é revelada uma vez por ano, justamente no dia 31 de outubro, dia do Saci. Só que adata está esquecida por muitos brasileiros, que preferem comemorar o Halloween. Um trio símbolo do Dias dasBruxas, gata-bruxa Witchka, o espantalho Jerry Moon e o espectro Midnight, vêm ao país com a ideia de capturaro secreto livro e assim “dominar” as lendas brasileiras. Eles não esperavam, no entanto, é encontrar no caminho atravessura de três dessas lendas. Numa brincadeira de criança, Comadre Fulozinha, Negrinho do Pastoreio eCurupira acabam perdendo o livro, que, meio por acaso, chega às mãos do garoto Lucas, um fã de super-heróis,quadrinhos e games. Mesmo sem saber, o menino será o responsável por proteger parte do nosso folclore, o que acaba criando um forte laço de amizade entre ele e as lendas brasileiras.

Elenco de vozes: Gabriel Leone, Hugo Bonemer, Marcello Trigo, Bruna Cortez, Robson Ugo, Írina França, Jr Blacke Pablo Ferreira, Anderson Macário, Gabriela Melo, Alex Lima, Mônica Feijó


É E FÚRIA

Direção:

Marcos Pimentel

Brasil/ Documentário/2019/103min.

Sinopse: Documentário que aborda os conflitos religiosos existentes em favelas e subúrbios do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte. O crescimento desenfreado das igrejas evangélicas e suas relações com os traficantes que comandam as comunidades tem provocado um desequilíbrio de forças religiosas nos morros e favelas, resultando em inúmeros casos de intolerância religiosa que interferem não somente na prática de cultos, mas também na estruturação do território e no comportamento de seus habitantes. FÉ E FÚRIA aborda a conduta dos “traficantes evangélicos”, revelando como religião e poder caminham juntos nas periferias das grandes cidades brasileiras e alimentam a crescente onda conservadora que paira sobre o paíS.


HORÁRIOS CINEBANCÁRIOS DE 20 A 26 DE OUTUBRO (não há sessões nas segundas-feiras):


15h: ALÉM DA LENDA

17h: SOCIEDADE DO MEDO

19h: FÉ E FÚRIA


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.


CINEBANCÁRIOS

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'Sociedade do Medo'

Sinopse: O documentário propõe uma reflexão sobre a forma como o medo domina a humanidade e o sistema se aproveita deste sentimento para manipular as massas, explorando as vertentes adequadas em cada ambiente para atingir seu objetivo. 

A sociedade atual se encontra-se em declínio, seja por guerra, doenças ou pelo preconceito que aflige ainda milhares de pessoas pelo mundo. Isso é tudo provocado pelo medo, onde muitos temem pela da mudança, do diferente, das novidades que surgem e que se acham no direito de extingui-los para não mudar os seus próprios costumes. "Sociedade do Medo" (2022) fala sobre os temores atuais cada vez mais acentuados, onde vemos uma sociedade despreparada pela resposta da própria natureza e pelo lado irracional do próprio ser humano que se alimenta cada vez mais do medo e do ódio.

"Sociedade do Medo" aborda a pandemia de medo que assola o homem contemporâneo. A diretora Adriana L. Dutra investiga a construção da sociedade pela ótica do medo, a sua presença ao redor do mundo e discute o tema com personalidades e especialistas. O documentário propõe uma reflexão crítica, buscando as origens de uma sociedade absorta em seus medos e, consequentemente, no consumo feroz de possíveis paliativos que contribuem para nos levar à solidão e à barbárie.

Em Tóquio, Nova York, Los Angeles, Londres, Paris, Amsterdam e outras cidades, a documentarista entrevista especialistas de diferentes realidades socioculturais. Os professores David Carrol e Jason Stanley, os filósofos Francis Wolff e Cyrille Bret, o historiador Marcelo Jasmin, os sociólogos Frank Furedi, Barry Glassner e Paula Johns, o padre Júlio Lancellotti, o escritor e filósofo indígena Ailton Krenak, a jornalista Flávia Oliveira, o físico Amit Goswami, a vereadora Benny Briolly, a pesquisadora Ivana Bentes, a professora Tamsin Shaw, a economista Linda Yueh, a deputada federal Talíria Petrone, entre outros, dão seus depoimentos sobre variadas vertentes do medo.

A realizadora surpreende ao construir um verdadeiro mosaico de imagens sobre os principais eventos que ocorreram no mundo nas últimas décadas, seja devido a guerra, ao consumo capitalista, ou ao desmatamento e descuido que o ser humano tem perante a natureza. Todas essas peças se tornam os pontos de ignição para que uma sociedade se sinta cada vez mais insegura, ao ponto de não saber ao certo como será o seu amanhã e de quanto tempo irá viver. Curiosamente, o documentário se inicia com o fato de que a religião, por exemplo, foi criada para amenizar o medo da morte que muitos tem no decorrer da vida e que a fé seja uma espécie de freio para que a pessoa possa prevalecer perante os pensamentos apreensivos.

É bem da verdade que, talvez, o medo da morte iminente não seja o principal problema do mundo atual, mas sim da maneira que vários líderes pelo mundo andam conduzindo as suas principais potencias, seja através de fake news, mentiras e cada vez maior a proliferação do ódio contra aqueles que eles acreditam serem uma ameaça. Não deixa de ser curioso, por exemplo, estes lideres fascistas enxergarem em seus inimigos os seus principais defeitos, como se fosse uma forma de usar os mesmos como um espelho onde se reflete o seu lado negativo, mas sempre atribuindo contra os seus oponentes.

O pior de tudo é vermos esses líderes megalomaníacos ainda no poder justamente em um momento em que a humanidade foi surpreendia com a chegada do Covid. Curiosamente, a própria Adriana L. Dutra foi pega de surpresa com a chegada desse vírus enquanto produzia esse documentário e fazendo com o restante das entrevistas fosse feito via móvel. A reta final, portanto, sintetiza um temor cada vez maior, pois a humanidade de nada aprendeu com a chegada do vírus e ao mesmo tempo estamos diante de uma possível 3ª Guerra Mundial devido o conflito entre Rússia e Ucrânia.

Mas como certo personagem diz nos momentos finais do documentário, independente do que aconteça a natureza continuará existindo, mesmo que nós sejamos riscados do mapa, pois ela não depende de nós para continuar existindo. Resta saber se a mesma será forte o suficiente para ainda sobreviver perante a imbecilidade e o temor irracional do ser humano. "Sociedade do Medo" fala da humanidade cada vez mais doente devido ao temor que sente pelo desconhecido, quando na verdade deveria era temer a sua própria falta de conhecimento.


Confira o trailer oficial clicando aqui.    

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Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Mulheres'

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA 

Local: Cinemateca Capitólio

Data: 22/10/2022, sábado, às 10:15 da manhã

"Mulheres" (Hustruer)

Noruega, 1975, 84 min

Direção: Anja Breien

Elenco: Anne Marie Ottersen, Katja Medbøe, Frøydis Armand

Sinopse: O segundo longa-metragem de Anja Breien surgiu como resposta a “Maridos” de John Cassavetes e conta a história de três ex-colegas de classe, agora na casa dos trinta, que se encontram em uma reunião escolar. Depois de uma noitada de bebedeira, elas tomam a decisão repentina de fugir de suas famílias e responsabilidades. Vagando por Oslo, elas discutem sexo, feminilidade e responsabilidades familiares. O crítico Peter Cowie descreveu Breien como uma pioneira do Dogma 95, 20 anos à frente do movimento de von Trier e Vinterberg.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

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segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'O Solista'

Sinopse: Um colunista do Los Angeles Times precisa dar um rumo à sua vida. Seu casamento não anda bem e ele não está feliz com seu trabalho. Um dia, andando pelas ruas de LA, ele encontra um mendigo talentoso tocando um violino de apenas duas cordas e se interessa por sua história. 

Joe Wright estreou na direção de um longa-metragem em 2005 e, com o ótimo "Orgulho e Preconceito" e já demonstrando que pretendia fazer o que muitos cineastas não conseguem que é trazer um pouco de frescor do cinema norte americano que anda precisando. Após o sucesso "Desejo e Reparação" (2009), Wright volta-se a uma história em tempos atuais, seguindo mostrando que ainda há bons conteúdo a serem apresentados e analisados e "O Solista é uma prova disso.

O filme conta a história de Steve Lopez (Robert Downey Jr.) é um colunista famoso do Los Angeles Times e vive em busca de uma história incomum. Em um dia como outro qualquer, não exatamente em sua busca por uma matéria, ele ouve na rua uma música e descobre Nathaniel, tocando muito bem num violino de apenas duas cordas. Seu nome é Nathaniel Ayers (Jamie Foxx), um dos milhares de sem teto das ruas de Los Angeles, ex-músico que sofre de esquizofrenia, sonha em tocar num grande concerto e é um eterno apaixonado por Beethoven. Lopez prepara uma coluna sobre sua descoberta e recebe de um leitor, como doação, um instrumento para o músico.

As reportagens de Lopez despertam a atenção da comunidade numa época em que o jornalismo impresso começa a entrar em crise com a crescente popularização da internet. Mas esta não é a principal proposta de "O Solista", mas sim a forma também de mostrar a forma degradante e miserável que os sem-tetos vivem nas ruas de uma metrópole na proporção de Los Angeles, mas que poderia ser em São Paulo. Ou seja, qualquer semelhança com a nossa Cracks Orlândia não é mera coincidência.

Da mesma forma que Ayers tira beleza de seu miserável violino, Wright é capaz de encontrá-la numa história triste como esta. Fugindo da armadilha de abusar do tom piegas ao explorar esta história, da qual poderia cair facilmente, o filme aborda essa amizade improvável desenvolvida entre os dois protagonistas, ao mesmo tempo em que desenvolve um drama conduzido pelo problema mental de Ayers que, como tantos outros sem-teto reais que surgem no decorrer do  filme, é incapacitado de seguir com seus planos de ser músico profissional, ou mesmo viver em sociedade, por conta da esquizofrenia não-medicada, comprometendo qualquer tipo de relação, até com seus familiares. Mas ainda é capaz de se relacionar com a música. Aliás, uma das mais belas cenas do filme se encontra no momento quando Ayers assiste ao ensaio de uma orquestra. O coração acelera e, por meio de luzes coloridas, Wright traduz em imagens o que o protagonista poderia estar visualizando com os olhos fechados e o estímulo da poderosa música que ouve.

Mesmo abordando a beleza da arte e a forma como ela tem impacto na vida dos protagonistas, "O Solista" também não tem receio em mostrar a crueldade da vida miserável nas ruas de Los Angeles, mais precisamente no Skid Row, que, além de nomear banda de hard rock que costumava ser liderada por Sebastian Bach e fez sucesso no início dos anos 90, também é o bairro onde os sem-teto vivem na cidade. As filmagens, aliás, realmente ocorreram por lá.

"O Solista" é aquele típico filme para concorrer as premiações do Oscar, mas que foge muito bem do lado piegas e nos brindando com uma interessante lição de vida.    


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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'O Desprezo'

Nota: O filme será exibido para os associados e não associados na Sala Redenção, Campus Central da UFRGS. Data: 15/10/2022, sábado, às 10:15 da manhã. 


“Os Deuses não criaram o homem, mas sim homem criou os Deuses” 

Essa frase dita no clássico “O Desprezo” (1963), de Jean Luc Godard, talvez, tenha relação ao próprio cinema, já que essa maravilha mecânica criada pelos irmãos Auguste e Louis Lumière foi responsável para a construção de inúmeras histórias, assim como também o surgimento de grandes astros que viriam a ser adorados por inúmeras pessoas. Inspirando no conto “A Odisseia”, a trama se passa em uma ilha onde está sendo filmado justamente o conto mitológico. A ilha Capri, por exemplo, pode ser interpretada como uma espécie de representação com relação ao próprio Olimpo onde abrigava os Deuses mitológicos. No caso do filme, os Deuses seriam, portanto, os próprios cineastas por detrás das câmeras e com o intuído de criar as mais diversas histórias para agradar nós meros mortais.

Transitando entre a ficção e quase um filme documental, Godard utiliza a sua câmera das mais diversas maneiras, seja ela para acompanhar os seus respectivos personagens, ou fazendo com que ela se torne o nosso olhar de acordo com o que a gente vier presenciar. Uma vez acontecendo isso, testemunhamos em algumas ocasiões uma câmera ou outra nos encarando, como se fosse o olho que tudo vê e que deseja que tenhamos uma reação perante a situação. Se a geração atual havia se impressionado com o cineasta ao utilizar o 3D de uma forma inusitada no recente “Adeus a Linguagem” (2014) imagine o que ele faria com esse mesmo recurso se ele tivesse utilizado naqueles tempos longínquos.

Além de um belo ensaio cinematográfico que o cineasta proporciona em cena, ele não se esquece do seu elenco principal, principalmente de Brigitte Bardot, no auge de sua forma e beleza. A conturbada relação de sua personagem Camille com o seu marido Paul (Michel Piccoli) vai de contramão com relação ao papel em que a sociedade conservadora queria impor contra a mulher naquela época. Uma vez se sentido desprezada pelo próprio marido, Camille transita entre a melancolia e o desejo de bater as suas asas para o lado de fora dessa ilha de falsos deuses.

Paul, por sua vez, pode ser interpretado como uma espécie de um mero mortal que acredita que adular os Deuses possa, então, adquirir algum benefício. Neste caso, o Deus em questão é o produtor Jeremy (Jack Palance), que seria uma espécie de Zeus pretensioso e interessado somente em moldar o seu Olimpo (ou filme) do seu modo. Uma vez que Paul oferece Camille para Jeremy (Jack Palace), mesmo que indiretamente, se tem início a desconstrução do casal, ou de algo que estava predestinado a vir acontecer.

Mas como o pano de fundo da trama tem relação com o clássico “Odisseia”, Paul seria uma representação de Ulisses que, ao voltar da Guerra de Troia, se vê diante da possibilidade de sua esposa não lhe amar mais e ser predestinada a outros homens. Godard encerra o clássico com um Ulisses no set de filmagens que está prestigiando o mundo a sua frente e não carregando nenhum lamento pelo que se tornou, mas sim no que ganhou. Porém, antes disso, testemunhamos o preço a se pagar por essa nova passagem e cabe cada um julgar de sua maneira as ações de Paul e das quais poderiam ter sido evitadas. 

Com uma participação mais do que ilustre de Fritz Lang, "O Desprezo" é um filme de inúmeros simbolismos e significados e que somente Jean Luc Godard poderia proporciona-los.


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quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (13/10/2022)

 HALLOWEEN ENDS

Sinopse: Em Halloween Ends a saga de Michael Myers e Laurie Strode chega ao fim no último filme da franquia.


SEGREDOS EM FAMÍLIA

Sinopse: Uma família viaja para uma ilha deserta no sul do Chile com o sonho de construir um hotel no local. Quando o homem que os ajudaram a atravessar desaparece, a família fica presa na ilha. Com o frio, sem água e sem expectativas de serem salvos, os ânimos e as boas maneiras desaparecem, revelando o lado animal que existe em cada um.


CHICO PARA SEMPRE

Sinopse: Vinte anos após a sua morte, o mineiro Chico Xavier tem sua vida contada no longa metragem documentário Chico Para Sempre, com direção de Wagner de Assis (Nosso Lar, Kardec, A Menina Índigo) e participação do jornalista Marcel Souto Maior, autor de uma das biografias mais bem sucedidas do médium.


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