Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 4 a 12 de novembro de 2021

 Um Bonde Chamado Desejo


JOÃO GILBERTO NOLL E O CINEMA

De 4 a 12 de novembro, a Cinemateca Capitólio exibe o ciclo João Gilberto Noll e o cinema, que apresenta adaptações de suas obras, um painel de debate e clássicos de Elia Kazan que inspiraram sua literatura.

A mostra celebra o legado do escritor porto-alegrense, autor de obras-primas da literatura brasileira como O Cego e a Dançarina, A Fúria do Corpo, Rastros do Verão, Harmada, entre tantos outros, e rememora sua fervorosa cinefilia com exibições de Um Bonde Chamado Desejo, Vidas Amargas e Clamor do Sexo, três obras marcantes de um cineasta decisivo em seus anos de formação.

"Eu talvez não construísse meus protagonistas assim como eles são se não tivesse travado conhecimento com algumas figuras desajustadas de Elia Kazan" – disse Noll em entrevista na ocasião do lançamento do longa-metragem Harmada, dirigido por Maurice Capovilla, um dos destaques do ciclo.    

A programação também apresenta Nunca Fomos Tão Felizes, de Murilo Salles, inspirado no conto Alguma Coisa Urgentemente, presente no livro de estreia do escritor, e Hotel Atlântico, adaptação de Suzana Amaral para o romance homônimo lançado em 1989. 

No sábado, 6 de novembro, às 19h, o ciclo apresenta um painel de debate com a participação do cineasta e pesquisador Fabiano de Souza, da realizadora e produtora audiovisual Marta Biavaschi, da livreira e curadora Nanni Rios e do jornalista e escritor Flávio Ilha, autor da biografia Noll aos Pedaços. Antes do debate, será exibido o raro curta-metragem Rastros de Verão, de Fabiano de Souza e Cristiano Zanella, ganhador do prêmio de melhor filme em Super-8 no Festival de Gramado de 1996.


O valor do ingresso é R$ 10,00.

O painel de debate tem entrada franca.

Informações completas sobre os filmes do ciclo: http://www.capitolio.org.br/novidades/4631/joao-gilberto-noll-e-o-cinema/


DIRETOR FRANCÊS AUREL PARTICIPA DE DEBATE

O diretor francês Aurel vem a Porto Alegre no dia 9 de novembro, às 19h, participar de um debate após a exibição do longa-metragem Josep, história de amizade no contexto da ditadura Franquista na Espanha. O filme integrou a seleção oficial do Festival de Cannes em 2020, foi apresentado no tradicional Festival de Annecy e recebeu o prêmio de melhor animação no César, principal premiação do cinema francês. A sessão faz parte do Festival de Cinema de Animação, uma co-realização com a Aliança Francesa de Porto Alegre, com apoio da Cinemateca da Embaixada da França e do Institut Français. O valor do ingresso é R$ 10,00.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4590/festival-de-cinema-de-animacao


PROJETO RAROS APRESENTA SAGA NIILISTA DE BUDDY GIOVINAZZO

Na sexta-feira, 12 de novembro, às 19h30, o Projeto Raros apresenta a sessão de Combat Shock, cultuado filme de Buddy Giovinazzo que narra o traumático retorno a casa de um combatente da Guerra do Vietnã. Com apoio da lendária produtora Troma, a sessão tem apresentação de Carlos Thomaz Albornoz e Flávio Castro Barbosa. Entrada franca.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/4685/projeto-raros-combat-shock/  


GRADE DE HORÁRIOS

4 a 12 de novembro de 2021


4 de novembro (quinta-feira)

15h – Sanctorum

16h30 – Vidas Amargas

19h – Um Bonde Chamado Desejo


5 de novembro (sexta-feira)

15h – Sanctorum

16h30 – Clamor do Sexo

19h – Vidas Amargas


6 de novembro (sábado)

15h – Sanctorum

17h – Nunca Fomos Tão Felizes

19h – Rastros de Verão + Painel: João Gilberto Noll e o cinema (entrada franca)


7 de novembro (domingo)

15h – Sanctorum

17h – Hotel Atlântico

19h – Harmada


9 de novembro (terça-feira)

15h – Sanctorum

16h30 – Um Bonde Chamado Desejo

19h – Josep + debate com Aurel


10 de novembro (quarta-feira)

15h – Sanctorum

17h – Harmada

19h – Clamor do Sexo


11 de novembro (quinta-feira)

15h – Sanctorum

16h30 – Vidas Amargas

19h – Hotel Atlântico


12 de novembro (sexta-feira)

15h – Sanctorum

17h – Nunca Fomos Tão Felizes

19h30 – Projeto Raros: Combat Shock

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: ‘A Dona do Barato’

Sinopse: Patience Portefeux é uma tradutora policial francês-árabe, especializada em escutas telefônicas para a unidade antinarcóticos. Um dia, enquanto escuta os traficantes procurados, ela descobre que um deles é filho da fantástica mulher que cuida da sua mãe. 

Isabelle Huppert é a Greta Garbo dos tempos atuais. Versátil, atriz francesa carrega para si um ar de seriedade e cuja a sua presença se faz presente fortemente. Portanto, ao vê-la em uma comédia policial como "A Dona do Barato" (2021) pode até mesmo soar estranho em alguns momentos, mas o filme se torna divertido quando vemos esse peixe fora d'água interagir neste novo cenário.

Dirigido por Jean-Paul Salomé, "A Dona do Barato" conta a história de Patience Portefeux (Isabelle Huppert), uma tradutora policial francês-árabe que é especializada em escutas telefônicas para a unidade antinarcóticos. Um dia, enquanto escuta os traficantes procurados, ela descobre que um deles é filho da fantástica mulher que cuida da sua mãe. Ela decide protegê-lo e é trazida para o meio de uma rede de traficantes. Quando ela coloca as mãos em uma enorme carga de hash, com a ajuda de seu novo parceiro, o ex-cão policial DNA, ela aproveita a oportunidade e se torna Mama Weed, uma poderosa traficante de drogas.

Baseado no romance de Hannelore Cayre, o filme claramente busca inspiração em outros longas dentro do gênero, ou até mesmo de séries de tv, como no caso do aclamado "Breaking Bad" (2008). Porém, tudo é moldado com um tom mais leve, já que a gente se diverte com o perigo em que a protagonista se mete, principalmente pelo fato que o seu parceiro policial, interpretado por  Hippolyte Girardot, está caçando-a. Tecnicamente o filme possui uma edição bastante ágil, fazendo com que a história se torne dinâmica e nunca cansativa. É uma pena, portanto, que o roteiro em si não traga nenhuma originalidade dentro desse gênero, sendo que ele somente se sobressai graças a presença da atriz.

Tendo se tornado conhecida mundialmente graças a "Elle" (2016), de Paul Verhoeven, Isabelle Huppert construiu para si a imagem de uma interprete séria e cuja a sua presença faz com que nos chame atenção mesmo quando ela se encontra em meio à multidão. Ao vê-la em uma comédia como essa nos dá uma sensação em um primeiro momento em que ela parece estar em um projeto errado, mas isso passa a partir do momento em que a sua personagem começa a gostar em praticar os crimes que podem leva-la para cadeia e fazendo do filme uma brincadeira de gato e rato. A reta final a gente até imagina como a trama terminará, mas até lá tudo é compensado novamente pelo desempenho da atriz.

"A Dona do Barato" é uma comédia ligeira, descartável, mas que compensa graças ao desempenho sempre eficaz de Isabelle Huppert. 


Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Sanctorum'

Sinopse: Em uma pequena e isolada cidade, cercada por montanhas cobertas de árvores, vive um menino e sua mãe. ... Com poucas oportunidades de trabalho e sem dinheiro suficiente para se mudar para outro lugar, a mãe arruma um emprego cultivando maconha para os cartéis. 

O filme "A Árvore da Vida" (2011) de Terrence Malick fazia uma ligação entre os seres humanos e os mistérios do universo através de uma família. A complexidade de imagens fez com que se levantasse diversos debates ao longo dos anos sobre o filme e servindo de base para alguns longas que ousassem fazer uma obra mais reflexível sobre a jornada do homem em terra firme. "Sanctorum" (2019) segue por um caminho parecido, ao retratar um conflito de dois lados da história e interliga-lo com os mistérios que vão além dessa vida.

Dirigido por Joshua Gil, a trama se passa em uma pequena e isolada cidade, cercada por montanhas cobertas de árvores, vive um menino e sua mãe. A vida tradicional foi extirpada desde que a cidade foi pega no fogo cruzado da guerra entre militares e os cartéis. Com poucas oportunidades de trabalho e sem dinheiro suficiente para se mudar para outro lugar, a mãe arruma um emprego cultivando maconha para os cartéis. Um dia, ela não volta do trabalho. Tomada pela tristeza, a avó diz ao menino que vá para a floresta e reze ao sol, ao vento e à água para que eles façam sua mãe retornar ilesa.

Não é de hoje que o cinema retrata os conflitos entre a justiça com os quarteis das drogas no México. "Sicario: Terra de Ninguém" (2015) do diretor Denis Villeneuve é um bom exemplo a ser citado, ao retratar que esse conflito vai muito mais além do que o mero embate de mocinho e bandido. Em "Sanctorum" a situação é similar, mas de uma forma mais sugestiva e menos explicita. Há, por exemplo, uma impressionante cena onde a câmera foca um evento que é visto de longe, mas não precisamos ver a situação mais de perto, pois mesmo na distância já temos uma ideia o que está acontecendo.

O horror criado pelo homem dá lugar para o local de fuga para aqueles que buscam um milagre, mais precisamente nas crenças e folclores que dão para essa gente ainda uma faísca de esperança. Isso tudo é moldado por belas cenas dos morros, onde o céu estrelado se casa com um grande lago e fazendo a gente não distinguir onde o céu e a terra terminam. Em meio a esse cenário misterioso os moradores da trama ficam levantando diversas teorias de um misterioso som que vem do céu enquanto os mesmos lutam para continuarem vivos em meio a guerra do tráfico.

O filme ganha ares apocalípticos, como se não houvesse amanhã para aquelas pessoas naquele cenário desolador, principalmente no ato final onde nos é mostrado o desespero de uma criança em busca de sua mãe desaparecida e desencadeando uma situação que foge de quaisquer regras vindas da lógica. O filme também pode ser classificado dentro do subgênero “pós terror”, já que o lado sobrenatural visto da trama não assusta, pois, a violência e morte vindos dos conflitos criados pelo homem se tornam ainda mais assustadores do que se imagina. Talvez caberá a própria natureza dar uma resposta para atual situação da raça humana, pois a própria está se matando e caberá algum evento fora de qualquer previsão para se darem conta que não são nada perante a esse grande universo.

"Sanctorum" é forte em seu visual, poderoso em sua mensagem e reflexivo sobre a linha em que separa nós com as nossas verdadeiras raízes. 


Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Cine Especial: 'Um Lobisomem Americano em Londres - 40 Anos Depois'

Sinopse: David Kessler e Jack Goodman viajam dos Estados Unidos para conhecer a Inglaterra. Lá, os seus destinos são traçados no momento em que são atacados por uma criatura da noite. 

O cruzamento entre gêneros cinematográficos culmina em filmes que soem, em alguns casos, estranhos, ou algo no mínimo incomodo e atrativo. Jordan Peele talvez seja o melhor cineasta atual que soube cruzar esses dois universos e obter algo no mínimo bem criativo. Tanto "Corra" (2017) como "Nós" (2019) são filmes que possuem altas doses de horror, mas entrelaçados por momentos de um humor ácido que nos faz soltar uma risada involuntária e fazendo da sessão ainda muito mais estranha. Essa sensação, porém, não é coisa nova.

O início dos anos 80 a sociedade estava se transformando, ao ponto que os problemas políticos eram tantos que o ocorreram durante a década de 70 que nada mais estava surpreendendo. Em plena Inglaterra, por exemplo, tínhamos ministra chamada Margaret Thatcher que comandou o seu posto com punho de ferro e corroendo o povo através de novas leis nenhum pouco populares. Por conta disso, os monstros clássicos que o cinema havia criado no passado já não mais assustavam, pois o mundo real já tinha monstros o suficiente para nos dar medo até certo ponto.

Por essas e outras era preciso que houvesse uma reformulação dentro do gênero de horror, onde se pudesse mesclar as velhas fórmulas do passado, mas que pudesse inova-la em tempos em que a sociedade já enfrentava os seus próprios demônios. Coube então o diretor de filmes de comédia como John Landis, realizador de títulos como "Clube dos Cafajestes" (1978) e "Irmãos Cara de Pau" (1981) de lançar algo que desse um novo folego ao gênero de horror, mas com toques de humor até então inéditos dentro desse universo. Eis que então nasceu "Um Lobisomem Americano em Londres" (1981), filme que causou diversas sensações para o público na época e nos surpreendendo até os hoje de dia.

O filme conta a história de David Kessler (David Naughton) e Jack Goodman (Griffin Dunne), colegas de colégio, que vieram dos Estados Unidos para conhecer a Inglaterra. Pedindo carona nas estradas, eles chegam a uma pequena cidade. Lá vão ao bar, sendo friamente recepcionados pelos moradores locais. A situação piora ainda mais quando Jack pergunta o porquê do local ter velas e um pentágono na parede. Ao deixar o local, eles caminham por uma estrada deserta e enevoada. Logo percebem que um animal está cercando-os. Jack é então atacado por um enorme lobisomem, tendo seu corpo dilacerado. David foge, mas é também atacado. Ele fica apenas com cortes no rosto e nos ombros, o suficiente para que se transforme em um lobisomem.

A princípio a história não aparenta nenhuma novidade, já que o início dela apresenta as velhas fórmulas do gênero de horror que estavam sendo usadas até ali, principalmente para aqueles que acompanhavam os filmes de horror da Hammer. Porém, a situação muda após os dois jovens protagonistas serem atacados pela criatura, principalmente para David, que acorda no hospital e começa a ter sonhos perturbadores. Em um deles, por exemplo, ele e sua família são atacados por soldados nazistas com rostos demoníacos e fazendo uma referência com relação ao medo que os judeus ainda tinham de tempos terríveis do holocausto.

Mas a situação se torna surpreendente mesmo no momento que Jack surge na frente de David, completamente desfigurado, sendo uma alma penada e dizendo a David para ele se matar, ou então ele se transformará em um Lobisomem na próxima lua cheia. É neste ponto que se encontra o primeiro grande acerto do filme, mais precisamente na maquiagem em que o ator  Griffin Dunne se submeteu, com direito a uma garganta rasgada cheia de sangue enquanto o ator atua de uma forma sarcástica e surpreendente. Ponto para Rick Baker, criador da maquiagem e que foi convidado pelos produtores por já ter chamado atenção dentro do ramo graças ao cinema independente.

Porém, o trabalho de maquiagem desse filme entraria para a história mais adiante. Logo após David se despedir da enfermeira Alex (Jenny Agutter) ele fica no apartamento dela sem fazer nada, andando de um lado para o outro e com a música Bad Moon Rising de Creedence Clearwater Revival tocando ao fundo. No momento em que a lua cheia surge na noite é aí que o filme entra para a história do cinema.

David começa a sentir o corpo queimando, rasgando e começa tirar a roupa que está mergulhada em suor. De uma hora pra outra sua mão estica, ao ponto de virar uma pata, seu corpo começa a encher de pelos, seus dentes e unhas começam a crescer e seu rosto se estica ao ponto de virar uma face de um lobo. Tudo isso embalado com a música  Blu Moon cantada por Sam Cooke ao fundo.

Diferente do clássico "Lobisomem" (1941), onde viamos Lon Chaney Jr se transformar em homem fera em cenas quadro a quadro, aqui é a maquiagem pesada que dá o verdadeiro tom do espetáculo. Rick Baker usou bastante borracha, partes animatrônicas que substituíram as partes de David Naughton e alinhado com uma edição que nos passava uma sensação mórbida de que o ator realmente estava se transformando em um monstro bem diante dos nossos olhos. Não deu outra e os membros da academia do Oscar tiveram que dar um prêmio para o maquiador e inaugurando assim a categoria de melhor maquiagem dentro da premiação.

Do resto, o filme se sustenta graças ao fato de John Landis não mostrar por completo a criatura em um primeiro momento. Em uma cena que ocorre nos tuneis de um trem, por exemplo, vemos somente uma vítima correndo, mas a gente quase nunca obtendo uma dimensão da figura da criatura por completo.  É uma fórmula que já havia funcionado no clássico "Tubarão" (1975), pois tudo se torna ainda mais assustador quando não temos uma exata certeza de como é a face da morte chegando.

No ato final a comédia acida volta ainda mais forte, ao vermos o protagonista conversar com Jack dentro de um cinema pornô e acompanhado com as últimas vítimas do Lobisomem durante a noite passada. O inferno toma conta das ruas de Londres quando a criatura sai do cinema e começa atacar as pessoas e gerando um verdadeiro caos total. Curiosamente, John Landis faz um ponta ao cair em cima de uma senhora e estilhaçando uma vidraça.

O final, por sua vez, divide a opinião de muitas pessoas até hoje, principalmente por ele terminar abruptamente e sem nenhuma explicação do que aconteceu posteriormente. Isso não tira o brilho desse grande clássico de horror, que alinhado com a comédia se criou um símbolo de uma geração que já não levava mais a sério os monstros de antigamente, pois os horrores do mundo real já estavam batendo na nossa porta naquele tempo e era preciso criar algo novo."Um Lobisomem Americano em Londres" é horror e comédia na medida certa e uma curiosa representação de uma geração que não levava mais a sério, tanto os monstros da ficção, como também dos monstros nosso mundo real. 


Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (28/10/21)

 Eternos

Sinopse: Originários dos primeiros seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles são frutos de experiências fracassadas de seus próprios criadores, que também foram responsáveis por gerar os Deviantes, seus principais inimigos.


Os Tradutores

Sinopse: Em Os Tradutores, nove tradutores são escolhidos por uma editora e trancados em um bunker luxuoso para traduzir um livro altamente esperado, de um famoso autor, em tempo recorde. Embora os tradutores estejam confinados visando evitar qualquer tipo de vazamento por conta dos grandes riscos financeiros, uma crise irrompe quando alguém publica na internet as primeiras dez páginas do romance, chantageando a editora a pagar 5 milhões de euros.


De Volta à Itália

Sinopse: Em De Volta à Itália, Robert (Liam Neeson), um artista boêmio, viaja de Londres para a Itália com seu filho Jack (Micheál Richardson) para tentar reformar e vender a casa que herdou de sua falecida esposa.


A Família Addams 2 - Pé na Estrada

Sinopse: Os Addams se envolvem em aventuras mais malucas e se envolvem em confrontos hilariantes com todos os tipos de personagens desavisados.


Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 28 DE OUTUBRO A 03 DE NOVEMBRO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim

 
M, O VAMPIRO DE DUSSELDORF


ESTAMOS EXIGINDO O COMPROVANTE DE VACINAÇÃO!

PROGRAMAÇÃO DE 28 DE OUTUBRO A 03 DE NOVEMBRO DE 2021

SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE Assista o trailer aqui

(The Man who Sold his Skin - Alemanha-Bélgica-França-Tunisia, 2020, 104min). Direção de Kaouther Ben Hania, com Yahya Mahayni, Monica Bellucci, Dea Liane, Koen de Bouw. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Sam Ali é um jovem sírio que trocou seu país pelo Líbano para escapar da guerra. Mas seu projeto de vida é viajar para a Bélgica e reencontrar Abeer, a namorada que também fugiu do Líbano. A oportunidade surge quando Sam conhece Jeffrey Godefroy, um cultuado artista contemporâneo que propõe transformar o próprio corpo do jovem em uma obra de arte – o que significa passaporte livre para qualquer lugar do mundo. O filme foi indicado pela Tunísia para concorrer ao Oscar de melhor longa internacional.


 *NÃO HAVERÁ SESSÃO NO DIA 31 (DOMINGO).


17h – A DONA DO BARATO Assista o trailer aqui.

(La Daronne - França-Bélgica, 2020, 105min). Direção de Jean-Paul Salomé, com Isabelle Huppert, Hippolyte Girardot, Farida Ouchani. Imovision, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Patience Portefeux trabalha como tradutora de francês-árabe para o departamento de narcóticos de Paris. Ela tem vários problemas financeiros em sua vida pessoal, mas a situação se complica ainda mais quando descobre que o filho da dedicada cuidadora de sua mãe será preso por conta de tráfico de maconha. Decidida a proteger o rapaz, a própria Patience despista a polícia e assume a droga - se tornando a dona do barato do título. O filme é uma adaptação do romance da escritora Hannelore Cayre.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – SANCTORUM Assista o trailer aqui.

(México/Rep. Dominicana/Qatar, 2020, 85min). Direção de Joshua Gil, com Erwin Pérez Jiménez, Nereyda Vásquez, Virgen Torres. Zeta Filmes, 14 anos. Drama/Fantasia.

Sinopse: Vencedor do prêmio de melhor filme no Festival Indie 2020, a produção busca um tom poético para tratar de um problema brutal: a indústria das drogas no México. Isolada entre narcotraficantes e um exército corrupto, a mãe de uma família humilde só consegue sobreviver trabalhando em plantações de maconha. Quando ela não volta do trabalho, a avó ensina ao neto a importância de rezar e respeitar os deuses da natureza.


16h30 – LOS LOBOS Assista o trailer aqui.

(México, 2020, 90min). Direção de Samuel Kishi Leopo, com Martha Reyes Arias, Maximiliano Márquez, Leonardo Márquez. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Baseado nas memórias de infância do próprio diretor, o roteiro acompanha Lucia e seus dois filhos pequenos - Max e Leo - numa cruzada para melhorar de vida nos Estados Unidos. Os pequenos sonham em conhecer a Disney e seus muitos heróis, mas são obrigados a passar seus dias trancados em um apartamento miserável enquanto a mãe sai para trabalhar. A vida lá fora não tem heróis, apenas imigrantes como eles, que vêm de várias partes do mundo. Na imaginação de uma criança, entretanto, a realidade pode ser bem diferente.


18h30 – CABEÇA DE NÊGO *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2020, 90min). Direção de Déo Cardoso, com Lucas Limeira, Jéssica Ellen, Nicoly Mota, Jennifer Joingley. Corte Seco Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Saulo é um jovem negro, estudante de uma escola pública da periferia e admirador das ideias do movimento norte-americano Panteras Negras. Quando reage a um insulto racista e é expulso da sala de aula, Saulo resolve permanecer na escola – e seu ato solitário contra a injustiça acaba mobilizando colegas, professores e imprensa e chama a atenção para uma realidade ainda mais complexa em torno do sistema escolar e político.


*NÃO HAVERÁ SESSÃO NO DIA 03 (QUARTA).


SESSÕES ESPECIAIS DA SEMANA

Sessão do ciclo Clássicos na Cinemateca – 35 anos.

DIA 31 DE OUTUBRO ÀS 15h


M, O VAMPIRO DE DUSSELDORF

(Alemanha, 1931, 110min). Direção de Fritz Lang, com Peter Lorre.

Sinopse: Um serial killer de crianças apavora uma cidade inteira, ao mesmo tempo em que a polícia não consegue descobrir a identidade do assassino. Primeira produção sonora de Fritz Lang, é considerado o filme mais importante da cinematografia alemã.


Sessão da oficina “Escola de Cinéfilos”

DIA 02 DE NOVEMBRO ÀS 19h

A REDE SOCIAL

(EUA, 2010, 120min). Direção de David Fincher, com Jesse Eisenberg.

Sinopse: Em uma noite do outono de 2003, o jovem Mark Zuckerberg, estudante de Harvard, criou os códigos para a primeira grande rede social da Internet. Ele se transformou em um dos homens mais ricos do mundo, mas também acumula processos judiciais e muitos inimigos.

Sessão do ciclo “O que é o Cinema Gaúcho?”

DIA 03 DE NOVEMBRO ÀS 19h


IRMÃ

(Brasil, 2020, 90min). Direção de Vinicius Lopes e Luciana Mazeto, com Maria Galant e Anais Wagner.

Sinopse: A mãe de Ana e Ju sofre de uma doença incurável, o que leva as duas irmãs a viajarem para encontrar o pai. Neste percurso, várias situações mágicas e inesperadas podem acontecer.

--

PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


Acesse nossas plataformas sociais:

https://linktr.ee/cinematecapauloamorim

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Halloween Kills: O Terror Continua'

Sinopse: Laurie Strode acredita que enfim venceu a luta contra Michael Myers, mas é surpreendida pelo seu retorno. Determinada a pôr um ponto final em seus ataques, ela e outros sobreviventes decidem enfrentá-lo e acabar com o ciclo de uma vez por todas. 

"Halloween" (1978) realizado por John Carpenter ainda é hoje um dos filmes de horror mais importantes da história do cinema e um dos pilares do subgênero slasher. Mas estamos falando do cinema americano, onde um ótimo filme não escapa de obter uma continuação, ou até mesmo uma longa franquia. "Halloween" não escapou disso, ao ponto de que cada filme foi piorando ao longo dos anos que vieram.

Além de sete filmes, (de 1981 há 2002), o clássico ainda sofreu com uma refilmagem em 2007 e com a sua continuação em 2009. Coube ao diretor David Gordon Green limar tudo o que já tinha sido feito, reconhecendo somente o filme clássico e criando assim uma nova continuação. O resultado é "Halloween" (2018), filme que não só respeita a sua fonte original, como também revitalizou a figura de Michael Myers, ao transforma-lo em uma figura verossímil, porém, não menos mortífera. Com a intenção de se criar uma nova trilogia eis que chega "Halloween Kills: O Terror Continua", filme que dá continuidade aos eventos do filme anterior, mas retornando também ao cenário do filme original.

Depois de quatro décadas se preparando para enfrentar Michael Myers, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) acredita que enfim venceu. Minutos depois de deixar o assassino queimando, Laurie vai direto para o hospital com ferimentos graves de vida ou morte. Mas quando Michael consegue escapar da armadilha de Laurie, sua vingança e desejo por um banho de sangue continua. Enquanto Laurie luta contra a dor, ela tem que se preparar mais uma vez para se defender de Michael e consegue fazer toda a cidade de Haddonfield se juntar para lutar contra o monstro.

O prólogo se torna interessante ao retornar ao cenário do filme clássico, ao ponto de trazer de volta, mesmo em um curto espaço de tempo, o personagem Dr Sam Loomis e que havia sido vivido por Donald Pleasence. Porém, essa desculpa de retornar ao passado se torna o ponto mais falho do filme, pois ele resgata alguns personagens do filme original para fazer desses mesmos serem os protagonistas, já que a personagem de Jamie Lee Curtis se encontra ferida no hospital e se tornando uma figura quase secundária na trama. Mas nenhum desses personagens se tornam relevantes para o filme, já que todos acabam sendo mera desculpas para se tornarem as próximas vítimas de Myers.

Esse, por sua vez, está mais mortífero do que nunca, sendo que as cenas de assassinato estão entre as mais violentas de toda a franquia. Porém, eu vejo que essa violência explicita serve mais para nos distrair, já que no decorrer do tempo o filme vai se perdendo, principalmente por não saber ao certo o que ele nos quer passar ao longo do percurso. No filme anterior não se perdia tempo em buscar alguma lógica sobre o que é realmente Michael Myers, mas aqui os realizadores optaram em retratar as consequências dos seus atos, com o direito de pessoas se entregarem ao ódio e irem buscar vingança através da pessoa errada. Essa passagem, aliás, é uma das mais interessantes do filme, mesmo quando nos passa a sensação de que poderia ter sido melhor trabalhada.

Mas, como eu disse acima, os realizadores perdem tempo novamente em buscar a raízes do problema sobre o que é esse assassino mascarado, ao ponto da possibilidade de entrarem no terreno do sobrenatural, mas que foi justamente isso que fez das continuações se tornarem tão dispensáveis ao longo da história. O final, por sua vez, nos deixa um gancho que nos faz desejar ir logo para o terceiro filme, mesmo que, na pior das hipóteses, nos decepcione.

"Halloween Kills: O Terror Continua" é inferior se for comparado ao seu perfeito antecessor, mas consegue nos prender na cadeira do começo ao final da trama e fazendo a gente querer ver logo o final dessa nova trilogia.   


Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.