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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Casa Sombria'

Sinopse: Em A Casa Sombria, lutando por conta da morte inesperada de seu marido, Beth (Rebecca Hall) vive sozinha em sua casa à beira do lago. Ela tenta o melhor que pode para se manter bem, mas possui dificuldades por conta de seus sonhos.  

O gênero de horror convencional norte americano deixou o público preguiçoso, pois o mesmo não aceita determinados filmes que fogem do padrão dos filmes que eles estão acostumados. Filmes como, por exemplo, "A Bruxa" (2015) e "Hereditário" (2018) são obras que fogem do parâmetro previsível, ao fazer a gente questionar o que o filme nos quer passar, mas decepcionando uma parcela do público acostumada a ser brindada com tudo explicado e não fazendo os mesmos pensar. "A Casa Sombria" (2021) facilmente entrará na lista dos filmes de horror que não irá agradar a todos, mas é justamente isso que o faz a gente querer conferi-lo.

Dirigido por David Bruckner, o filme conta a história de Beth (Rebecca Hall), que vive lutando por conta da morte inesperada do marido e vive sozinha em sua casa à beira do lago. Ela tenta o melhor que pode para se manter bem, mas possui dificuldades por conta de seus sonhos. Visões perturbadoras de uma presença na casa a chamam, acenando com um fascínio fantasmagórico. Indo contra o conselho de seus amigos, ela começa a vasculhar os pertences do falecido, ansiando por respostas. O que ela descobre são segredos terríveis e um mistério que está determinada a resolver.

Revelar mais seria estragar algumas surpresas que o filme nos reserva ao longo da projeção. O que eu posso dizer que é um filme que não fica somente preso a uma fórmula de sucesso, mas sim transitando nas diversas possibilidades sobre o que realmente pode estar acontecendo na tela. Se por um momento achamos que estamos assistindo a um filme sobrenatural, do outro, logo constatamos que o filme se envereda mais para o horror psicológico e algo muito próximos ao que já foi apresentado em filmes recentes e dos quais estão sendo intitulados de "pós-terror".

O filme também brinca com as inúmeras possibilidades dos significados dos sonhos, dos quais somente Freud explica, mas já sendo explorado alguns anos pelo próprio cinema. Ao mesmo tempo as questões sobre a vida e a morte são investigadas aqui com certa delicadeza, como se os realizadores não quisessem ofender, tanto aqueles que acreditam na vida pós morte, como também aqueles que duvidam de tal possibilidade. Tudo isso orquestrado por uma boa direção de David Bruckner que faz, por exemplo, a casa onde acontece os principais acontecimentos da trama como peça essencial para todas as dúvidas que vão surgindo na tela.

Mas o filme não seria o mesmo se não houvesse um grande desempenho e nisso atriz Rebecca Hall tira de letra. A interprete constrói para a sua personagem uma personalidade que transita entre a dor, sarcasmo e melancolia, mas não escondendo certa força que ela tenta manifestar para se manter sana. O filme como um todo é protagonizado por ela, sendo que os demais coadjuvantes em cena somente fazem com que a mesma colhe pistas para descobrir o que realmente está acontecendo na casa em que ela mora e sobre quem era realmente o seu marido. Mesmo em momentos em que o roteiro flerta pelo convencional é Rebecca que faz com que esses pontos se tornem diferentes e que não soe um Déjà vu.

O ato final, por sua vez, irá nos colocar na sombra da dúvida, já que cada um terá a sua interpretação sobre os eventos que moldam os últimos minutos da trama. Isso é proposital, já que o mote principal é sobre questões sobre a vida e a morte e cuja a discussão nos leva até hoje em um impasse que nem mesmo diversas religiões podem explicar. É claro que haverá alguns que dirão que o filme termina de uma forma até convencional, mas se observarmos mais de perto se perceberá que é bem ao contrário.

"A Casa Sombria" foge dos padrões normais do gênero de horror e nos coloca para questionar diversos temas que na maioria dos casos fugimos para não ouvir as respostas. 


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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Cine Dica: Cine Debate: 'Ella e John'

 NOTA: Filme debatido no dia 22/09/21 

Sinopse: Usando um antigo furgão casal de idosos partem para uma viagem de férias pessoal.  

Desde "Sem Destino" (1967) o gênero Rodie Movie trata sobre a autodescoberta dos protagonistas quando partem sem rumo para uma aventura na estrada. Ao mesmo tempo, recentemente o cinema começou a explorar cada vez mais a velhice e a perda da memória de forma delicada como foi vista no recente "Meu Pai" (2021). Deste cruzamento se tem "Ella e John" (2018), um filme cheio de energia, de humor e que toca em assuntos até mesmo delicados, mas que devem ser debatidos.  

Dirigido por Paolo Virzi, o filme conta a história de um casal septuagenários, Ella (Helen Mirren) e John (Donald Sutherland) decide fazer uma última viagem pelo país, de carro. Desafiando limites e receios os dois embarcam numa aventura transformadora que sai de Boston e tem como destino a antiga casa de Ernest Hemingway, na Flórida. 

Com pitadas de humor caprichado e interlaçados por momentos dramáticos, o filme nos fisga facilmente pelo fato dos personagens serem bastante carismáticos e dos quais nos identificamos facilmente. Os realizadores procuram aos poucos nos apresentar os dois protagonistas, para que assim nós possamos entender as suas motivações e os motivos que levaram a cair o pé na estrada. Durante o trajeto, vemos fotos, assistimos slides e se criando assim um mosaico de inúmeras de informações sobre protagonistas centrais.   

Tanto Mirren como Stherland estão ótimos em seus respectivos papeis, onde demonstram uma química incomum na tela, como se ambos realmente tivessem convivido a muito tempo juntos. Stherland, aliás, possui o papel mais complexo, já que o seu personagem sofre mal de Alzheimer e cuja as suas lembranças vem e voltam e revelando partes do seu ser ainda desconhecido. Em um determinado momento, por exemplo, a personagem de Mirren se choca com uma incrível revelação devido a confusão mental vinda do seu marido e rendendo um dos momentos mais imprevisíveis do filme.

Ao mesmo tempo o filme é dramático, já que tememos pelo destino de ambos a cada momento, pois embora cheios de vida eles são humanos já fragilizados e que se encontram estado crítico. Porém, nem a dor e a doença fazem os mesmos desistirem um do outro e tão pouco em querer parar em prosseguir em suas escolhas que, aliás, uma delas irá chocar os mais conservadores com relação a um determinado assunto. Polêmicas à parte, o filme é incrivelmente humano, pois o casal se aproxima de nós a tal ponto que não desejamos que o filme acabe, mesmo a gente tendo a consciência que toda a jornada tem um final desde sempre.

"Ella e John" é sobre a vida de um casal, mas da qual poderia ser a de todos nós.  

Onde Assistir: Netflix.

Próximo Cine Debate: 

Confira a minha crítica sobre o filme clicando aqui.  

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sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Cine Especial: Curta 'A Voz Humana'

Sinopse: Uma mulher vê o tempo passar ao lado das malas do seu ex-amante (que deveria vir buscá-las, mas nunca chega) e um cão inquieto que não entende que o seu dono o abandonou. Dois seres vivos enfrentam agora o abandono. 

Pedro Almodóvar é um dos grandes cineastas autorais que surgiram nestes últimos quarenta anos de cinema e provando que não há fronteiras para o seu talento ser explorado. É claro que todo o fã que se preze acompanhou as suas principais obras sendo realizadas na Espanha, mais precisamente na cidade de Madrid e cuja a língua espanhola sempre foi predominante em todos os seus filmes. Porém, em "A Voz Humana" (2020) o cineasta dá um novo passo, mas mantendo o seu olhar intacto com relação ao seu universo.

O curta-metragem é baseado na peça do poeta francês Jean Cocteau, que conta a história de uma famosa atriz em decadência espera por uma ligação de seu amado. Enquanto isso, cuida do cachorro dele, também deixado pelo dono. Ao telefone, a mulher confessa seu amor e seu desespero, e flerta com o suicídio para tentar atrai-lo de volta ao apartamento. Mas esta será a última vez em que ficará à espera deste homem.

Rodado durante o período em que a pandemia estourou ao redor do mundo, Almodóvar explora essa limitação no filme como um todo, ao usar somente Tilda Swinton em cena e um cachorro como companhia. Embora seja o seu primeiro filme inglês, é mais do que notório que o cineasta mantém todos os ingredientes de sua autoria que moldaram a sua carreira, desde ao usar cores quentes em uma fotografia deslumbrante, como também ao fato de, novamente, testemunharmos uma mulher sofrendo com um amor não correspondido. Se por um momento o curta lembra o seu clássico "Mulheres à Beira de Um Ataque de Nervos" (1988), do outro, há elementos que o filme nos lembra até mesmo "Dogville" (2003) de Lars von Trier.

Isso se deve ao fato de o cineasta brincar com o próprio cinema como um todo, já que o cenário principal se passa em um apartamento da protagonista, que por sua vez sai em determinado momento do cenário e fazendo a gente testemunhar que tudo está sendo rodado em um estúdio. Se no filme de Von Trier precisamos imaginar que há, por exemplo, um cachorro ou paredes ao redor, aqui precisamos soltar a imaginação quando a protagonista diz que está no seu terraço e apreciando a vista pela manhã. A imaginação, aliás, é o que move a protagonista, principalmente em uma cena crucial que ela dá machadadas no terno do seu amante enquanto o cachorro e nós testemunhamos horrorizados perante a situação.

A partir daí vemos a protagonista falar com o amante pelo telefone e é então que Tilda Swinton, novamente, nos dá um show de interpretação. Embora jamais ouvimos a voz do amante pelo telefone, Swinton domina a cena, ao ponto de imaginarmos a relação de ambos através de suas palavras e fazendo com que a gente tema os seus próximos passos que ela irá praticar ao longo da projeção. Embora curto, o filme possui uma aura de tensão, mas que termina de uma forma que vai contra as nossas expectativas, principalmente para aqueles que desconhecem a peça em que foi baseada.

"A Voz Humana" é prova viva sobre a genialidade e talento de um cineasta e cujo os tempos de pandemia não o impediram de criar algo significativo dentro de sua filmografia.  


NOTA: O curta chega nos próximos meses, e ficará disponível para compra e aluguel em plataformas digitais (Now, Vivo Play, Sky Play, iTunes, Apple TV, Google Play e YouTube.

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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (23/09/21)

 A Casa Sombria

Sinopse: "A Casa Sombria" segue uma viúva que começa a descobrir os segredos de seu falecido marido.

A Chorona

Sinopse: Em A Chorona: É Impossível Fugir do Passado, Alma (María Mercedes Coroy) e seus filhos são assassinados no conflito armado da Guatemala. Trinta anos depois, é instaurado um processo criminal contra Enrique (Julio Diaz), um general aposentado que supervisionou o genocídio. Mas ele é absolvido através de um julgamento e o espírito de La Llorona é desencadeado para vagar pelo mundo como uma alma perdida entre os vivos.

Alcione – O samba é primo do jazz

Sinopse: A trajetória musical da diva da música brasileira Alcione Dias Nazareth. A partir de suas referências musicais, sua inserção no mundo da música e sua relação com família e amigos, somos apresentados a uma Alcione descontraída e matriarcal, tanto em relação a sua vida pessoal quanto à vida artística.

Aranha

Sinopse: Na década de 1970, Inés, Justo e Gerardo pertenciam a um violento grupo nacionalista que pretendia derrubar o governo de Salvador Allende. Em meio ao fervor desse conflito, eles se envolvem em um apaixonado triângulo amoroso e cometem um crime político que os separa para sempre. Quarenta anos depois, Gerardo surge inspirado não apenas pela vingança, mas também pela obsessão de reviver a causa nacionalista.

No Ritmo do Coração

Sinopse: Uma jovem de 17 anos precisa decidir entre continuar na sua cidade ajudando com os negócios da família ou ir atrás do seu sonho de estudar música.



A Abelinha Maya e o Ovo Dourado

Sinopse:Quando Maya, uma pequena abelha teimosa, e seu melhor amigo Willi resgatam uma formiga princesa, eles se percebem no meio de uma batalha épica de insetos que as levará a novos e estranhos mundos, onde a amizade entre eles será testada até o limite.


 A Garota da Moto

Sinopse: Estrelado por Maria Casedevall, o longa de ação acompanha Joana, uma mãe de família que teve que aprender a defender seu filho com os próprios punhos e, diante de um possível esquema de trabalho escravo, decide agir com as próprias mãos.


Oasis Knebworth 1996

Sinopse: Nos dias 10 e 11 de agosto de 1996, 250.000 jovens fãs de música foram ao Knebworth Park para assistir a dois shows do Oasis, que quebraram recordes e definiram uma época. Oasis Knebworth 1996 é a história desse fim de semana e da relação especial entre o Oasis e os fãs que tornou isso possível. 




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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 23 A 29 DE SETEMBRO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

Cantando Na Chuva

SALA 1 / PAULO AMORIM


15h30 – SIBYL Assista o trailer aqui.

(França-Bélgica, 2019, 100min). Direção de Justine Triet, com Virginie Efira, Adèle Exarchopoulos. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Cinema, literatura e psicanálise são os ingredientes da trama, que integrou a competição oficial do Festival de Cannes em 2019. Depois de vários problemas pessoais, uma psicoterapeuta resolve deixar o consultório para se dedicar à literatura. Mas uma última paciente - a jovem atriz Margot, também em crise – vai mudar definitivamente a vida da protagonista Sibyl.


* No domingo, dia 26, às 15h, exibição do filme “Cantando na Chuva” (1952), de Gene Kelly e Stanley Donen, dentro do ciclo “Clássicos na Cinemateca – 35 anos”. Assista o trailer aqui.


15h – CANTANDO NA CHUVA Assista o trailer aqui.

(Singin' in the Rain, EUA, 1952, 103min). Direção de Stanley Donen e Gene Kelly, com Gene Kelly, Donald O'Connor, Debbie Reynolds e Jean Hagen. Comédia musical. Ingresso: 6 reais.

Sinopse: Don Lockwood e Lina Lamont são dois dos astros mais famosos da época do cinema mudo em Hollywood. Seus filmes são um verdadeiro sucesso de público e as revistas inclusive apostam num relacionamento mais íntimo entre os dois, o que não existe na realidade. Mas uma novidade no mundo do cinema chega para mudar totalmente a situação de ambos no mundo da fama: o cinema falado, que logo se torna a nova moda entre os espectadores. Decidido a produzir um filme falado com o casal mais famoso do momento, Don e Lina precisam entretanto superar as dificuldades do novo método de se fazer cinema, para conseguir manter a fama conquistada.


17h30 – PEDRO E INÊS, O AMOR NÃO DESCANSA Assista o trailer aqui.

(Portugal/França/Brasil, 2021, 120min). Direção de António Ferreira, com Diogo Amaral e Joana de Verona. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O filme é baseado no romance extraconjugal do rei português Dom Pedro I (1320 – 1367) com a jovem aia Inês de Castro, considerado uma das maiores histórias de amor de Portugal. A paixão entre os dois era tanta que, mesmo depois da morte da amada, Pedro teria feito uma cerimônia para coroá-la rainha. O roteiro do longa, baseado no livro “A Trança de Inês”, de Rosa Lobato de Faria, mostra este romance em três épocas distintas: na Idade Média, nos dias atuais e num futuro distópico.


14h30 – DE VOLTA PARA CASA Assista o trailer aqui.

(Coming Home Again – Estados Unidos/Coreia do Sul, 2019, 90min). Direção de Wayne Wang, com Justin Chon, Jackie Chung, Christina July Kim, John Lie. Zeta Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: O diretor Wayne Wang (de “O Clube da Felicidade e da Sorte”) traz uma nova história de relações interpessoais, desta vez com mãe e filho como protagonistas.  Chang abandona a vida em Nova York e se muda para São Francisco, onde a mãe está doente de câncer. À medida em que cuida dela, ele convive com as lembranças do passado – principalmente com as habilidades da mãe como cozinheira. Entre as últimas homenagens, Chang prepara um prato chamado kalbi, de costela marinada com gengibre.


16h30 – EDIFÍCIO GAGARINE Assista o trailer aqui.

(Citê Gagarine - França, 2020, 95min). Direção de Fanny Liatard e Jérémy Trouilh, com Alséni Bathily, Lyna Khoudri, Jamil McCraven. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: O nome do imenso conjunto habitacional na periferia de Paris foi uma homenagem ao astronauta soviético Yuri Gagarin, que visitou a França no início dos anos 1960 para acompanhar a inauguração do prédio. Símbolo do então Partido Comunista Francês, que governava várias cidades da região, o edifício foi se deteriorando com o passar dos anos, até ser demolido em 2019. No filme, um garoto chamado Youri e que sonha em viajar para o espaço, se junta a outros moradores na esperança de evitar que seu lar e sua comunidade sejam destruídos. O filme integrou o Festival Varilux de Cinema Francês 2020.


18h30 – O SILÊNCIO DA CHUVA *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 95min). Direção de Daniel Filho, com Lázaro Ramos, Cláudia Abreu, Mayana Neiva, Otávio Muller. Elo Company, 14 anos. Policial.

Sinopse: O detetive Espinosa é escalado para investigar o assassinato de um executivo, encontrado morto a tiros em seu carro em uma noite chuvosa. Mas o caso toma proporções inesperadas quando ocorre mais um assassinato e vários envolvidos começam a desaparecer. O filme é baseado no livro homônimo do escritor Luiz Alfredo Garcia-Roza, lançado em 1996 e que venceu os prêmios Nestlé e Jabuti, com publicação em nove países. O diretor Daniel Filho fez adaptações para os dias atuais, incluindo o protagonismo das mulheres na polícia.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Cavalo'

Sinopse: Envolvidos num processo artístico, sete jovens dançarinos são provocados a um mergulho em suas ancestralidades. 

Diferente do que muitos pregam o Brasil é um país laico, cuja as diversas religiões possuem raízes vindas de diversas partes do globo. Em alguns casos, por exemplo, elas são a verdadeira fonte da ligação do ser humano com a própria natureza e da qual esse último busca se reencontrar com o seu berço de origem. "Cavalo" fala sobre arte movida por crenças e da crença é onde nasce uma grande energia.

Dirigido por Rafhael Barbosa e Werner Salles, o documentário “Cavalo” acompanha a vida de sete jovens dançarinos que são provocados a um mergulho em suas ancestralidades. Na medida em que a trama avança a narrativa dá lugar para uma apreciação visual e onde testemunhamos algo, por vezes, incomum. Ao final, os protagonistas abraçam as suas raízes até o seu limite.

Transitando entre ficção e documentário experimental, "Cavalo" se difere de outras obras recentes do cinema brasileiro, já que ele não procura dar explicações como um todo, mas deseja que o cinéfilo mergulhe naquele universo estranho, porém, rico de nossa cultura e que não pode ser ignorada. Os personagens, por exemplo, se despem em cena, dançam sem nenhuma vergonha e se entregam para energias vindas da natureza e nas suas crenças.

No recente documentário "A Última Floresta" algo parecido acontece, sendo que uma vez os índios nunca abandonaram as suas crenças e mantendo as suas tradições mesmo quando ameaçam as suas terras. Já aqui vemos jovens da civilização, da selva de concreto e que procuram se encontrar dentro de si naquilo que eles descobrem e acreditam. Tecnicamente o filme é um mosaico de detalhes surpreendentes, dos quais a edição e a fotografia dançam sublimemente conforme a música toca.

Claro que não é um filme para todos, principalmente para alguns conservadores que acham que o nosso país deva ser governado por uma única ideia, sendo que há várias e das quais merecem ser desfrutadas. Ao final da projeção concluímos que sofremos com tão pouco, sendo que a nossa real riqueza esteja na verdade em um lago, na floresta ou em uma caminhada na chuva e onde, enfim, encontramos o nosso real ser.

"Cavalo" é sobre a jornada de cada um de nós pela procura da paz espiritual através de nossas raízes vindas do fundo de nossos corações. 


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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis’

Sinopse: Em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, Shang-Chi é um jovem chinês criado por seu pai em reclusão, sendo treinado em artes marciais. Quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar. 

Após o encerramento da fase três com "Vingadores - Ultimato" (2019), os realizadores da Marvel têm nos apresentados aos poucos quais os ingredientes que eles usarão para o futuro dos seus filmes. O que se percebe, porém, é que eles andam cortando as amarras do preconceito vindo do passado e nos brindando com mais diversidade em seus projetos. "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" (2021) é uma bela prova disso, ao nos apresentar um herói asiático e cuja a sua história é um verdadeiro mosaico de luz, cores e de grande beleza vindo da cultura Chinesa.

Dirigido por  Destin Daniel Cretton, a trama acompanha a história de Shang-Chi (Simu Liu), um jovem chinês que foi criado por seu pai em reclusão para que pudesse focar totalmente em ser um mestre de artes marciais. Entretanto, quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo pela primeira vez, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar e traçar o seu próprio caminho.

Embora seja um filme conectado ao universo Marvel, por outro lado, é uma obra que possui alma própria, sendo que o primeiro ato a gente quase se esquece que estamos assistindo a uma trama que é interligada aos outros filmes, mesmo em proporções menores. Para alegria de muitos fãs que ficaram desapontados da maneira do que foi apresentado em "Homem de Ferro" (2013) o vilão Mandarim finalmente nos é apresentado e muito bem defendido pela atuação equilibrada do ator Tony Leung Chiu-Wai, veterano da China e que atuou em obras primas como, por exemplo, "Amor à Flor da Pele" (2000). Curiosamente, diferente dos quadrinhos, não temos aqui um vilão megalomaníaco, mas sim com objetivos bem melhor construídos, mas cujo os seus desejos pessoais podem desencadear danos irreversíveis ao longo do tempo.

Já Simu Liu faz o que pode como herói protagonista dentro da trama e que não nos decepciona. Pode-se dizer que, ao menos, nas cenas de luta ele dá um verdadeiro show, sendo que as coreografias de luta são um verdadeiro balé visual e que remete aos ótimos "O Tigre e o Dragão" (2000) "Herói" (2002) e o "O Clã das Adagas Voadoras" (2004). Já Awkwafina, da qual interpreta Katy a melhor amiga do protagonista, se torna o alivio cômico da trama e da qual a mesma desliza entre boas piadas e algumas sem graça. Falando nisso, Ben Kingsley retorna como Trevor, a falso Mandarim visto em "Homem de Ferro 3" e sendo que aqui é bem explicado sobre o que realmente havia acontecido com ele ao longo desses anos.

Visualmente o filme é um colírio para os nossos olhos, sendo que a trama explora não somente como é a China atual, como também uma realidade alternativa e que se guarda ali toda a sua mitologia cheia de seres vivos curiosos. Os efeitos visuais, logicamente, estão sempre presentes, mas ao menos eles contribuem para o desenvolvimento da trama e cuja a pirotecnia maior é somente guardada em grande proporção no ato final da trama. Porém, em termos de ação, sem dúvida alguma a cena do ônibus em Sam Francisco é disparada, não somente a melhor do filme, como uma das melhores do ano.

Curiosamente, o filme toca novamente em um assunto que o estúdio anda explorando bastante em seus projetos que é com relação a morte. Se a não aceitação da morte desencadeou toda trama na série "WandaVision" (2021) aqui a situação não é muito diferente, mas tratado da maneira como a cultura da China reage com relação a perda de um ente querido e da maneira como eles abraçam o luto. Para um assunto tão delicado como esse o estúdio tem demonstrado certa coragem, pois sabe que o mesmo público que cresceu assistindo aos seus filmes precisa um dia encarar assuntos que doem, mas que também nos pertencem.

Com as inevitáveis cenas pós-créditos após o encerramento da trama principal, "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" é uma ótima aventura escapista, mas feita de coração e respeitando a cultura oriental. 


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