Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Nos dias 25 e 26 de
março eu estarei participando do curso Literatura Policial no Cinema, criado
pelo Cine Um e ministrado pelo crítico de cinema César Almeida. Enquanto
atividade não chega, por aqui eu irei fazer uma pequena investigação sobre os
principais clássicos envolvidos nesse gênero cinematográfico.
O FALCÃO MALTÊS
(1941)
Sinopse:Um detetive
particular (Humphrey Bogart) é procurado por uma mulher misteriosa (Mary Astor),
que alega estar sendo ameaçada. Mas tanto o seu perseguidor quanto o homem
encarregado de protegê-la aparecem mortos e tudo gira em torno de uma estátua
de falcão de valor incalculável.
Primeiro filme como
diretor do até então roteirista John Huston (O Tesouro de Sierra Madre, 1948),
ousando em adaptar o livro O Falcão Maltês, de Dashiel Hammett, que já havia
sido filmado em 1931 e 1936. O resultado é um clássico do filme noir, com
Bogart provando ser o melhor interprete dos detetives deste tipo de filme.
Tanto, que se alguém se lembrar de um filme de detetive, imediatamente se
lembrara de Bogart com sua cara fechada de poucos amigos e com um cigarro na
boca, mesmo não sabendo exatamente de qual filme. Fotografia em preto e branco
primorosa, cheia de sombras e nuanças, se tornou uma verdadeira fonte de
referencias para o gênero, onde inúmeros cineastas tentaram fazer outros filmes
que talvez superassem ou chegassem perto do resultado final do filme de Huston,
mas muitos não conseguiram.
Pacto de Sangue
(1944)
Sinopse: Walter Neff
(Fred MacMurray), um vendedor de seguros, é seduzido e induzido por Phyllis
Dietrickson (Barbara Stanwyck), uma sedutora e manipuladora mulher, a matar seu
marido, mas de uma forma que pareça acidente para a polícia e também em
condições específicas, que façam o seguro ser pago em dobro (no caso, 100 mil
dólares).
Para muitos
cinéfilos, um dos melhores filmes da história do cinema. Criado brilhantemente
por Billy Wilder, que com certeza foi decisivo para o resultado final dessa
obra e que se tornasse um filme indispensável, se comparado com os outros
filmes noir daquele tempo. O filme faz um verdadeiro giro em inúmeros gêneros
dentro da historia: da comédia ao drama, do romance ao noir.
Tudo numa forma bem
redonda e muito bem dirigida. Mas o grande trunfo está no roteiro, adaptado do
romance homônimo de James Cain, e escrito a quatro mãos pelo próprio Wilder e
por Raymond Chandler. O curioso, é que é de se espantar o roteiro ter ficado
tão bom, já que, por motivos pessoais, Wilder e Chandler, simplesmente se
odiavam.
Para a época, a
historia de adultério e assassinato, levou anos para sair do papel devido ao
código Hays, que ainda era vigente em 1944. Por isso a trama teve que ser
moldada várias vezes para passar pela censura. O resultado final, foi um
roteiro mais sugestivo em determinadas situações.
A atuação de Barbara
Stanwyck, vivendo a fria Phyllis , que usou o tempo todo Walter para conseguir
o que queria é magistral. Fred MacMurray, interpreta com desenvoltura Walter
Neff. Mas o destaque do elenco é Edward Robinson, que interpreta o analista
Barton Keyes e dá o tom irônico dos filmes de Wilder.
À beira do abismo (1946)
Sinopse: Bogart é o
detetive particular Philip Marlowe, que se vê numa delicada situação ao ser
contratado por Carmen (Martha Vickers), a jovem filha do General Sternwood
(Charles Waldron). O trabalho é ser responsável pela segurança da família, mas
Marlowe imediatamente se apaixona pela irmã de Carmen, Vivien (Lauren Bacall) -
ainda que no início a moça não tenha simpatizado com o detetive.
Até a realização
deste filme, ninguém havia percebido a “química” entre Bogart e Bacall na tela.
O casamento tempestuoso de Bogart com Mayo Methot entrou em declínio assim que
a bela loura entrou em cena, mas a ruptura definitiva ocorreu no início destas
filmagens. O detetive particular durão vivido Philip Marlowe investiga um
assassinato que envolve chantagem, ninfomaníacas e gangues perigosas em ruas
escuras e lugares sujos de Hollywood. Marlowe é um detetive impassível, não
teme o submundo em que se meteu para desvendar a trama, afinal, é o seu
habitat.
A Marca da Maldade
(1958)
Sinopse: Ao
investigar um assassinato, Ramon Miguel Vargas (Charlton Heston), um chefe de polícia
mexicano em lua-de-mel em uma pequena cidade da fronteira dos Estados Unidos
com o México, entra em choque com Hank Quinlan (Orson Welles), um corrupto
detetive americano que utiliza qualquer meio para deter o poder.
Visão crua de um
mundo corrupto e racista das cidades fronteiriças, baseada no romance de Whit
Masterson. Complexo e instigante, um filme com vários subtemas, sendo que um
deles relacionado a uma gangue de narcóticos, cujo chefe é representado pelo
ótimo Akim Tamiroff. Musica notável de Henry Macini e fotografia antológica de
Russel Metty. Preste atenção na maravilhosa entrada de Marlene Dietrich e as
aparições não creditadas de Joseph Cotten e Mercedes McCambridge. Tendo se
tornado apenas um relativo sucesso na época, o filme rapidamente se tornou um
Cult ao longo dos anos.