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Quem sou eu

- Marcelo Castro Moraes
- Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
- Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
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terça-feira, 17 de junho de 2014
Cine Dica: Em Cartaz: O Mordomo da Casa Branca

Cine Dica: Diálogos entre teatro e cinema na Sala P. F. Gastal
de 19 a 22 de junho
quinta a domingo, sempre às 19h
na Sala P.F. Gastal – Usina do Gasômetro
Entrada franca
(Aos interessados será fornecido certificado)
(Aos interessados será fornecido certificado)
Como
acontece o trânsito entre a linguagem do Teatro e do Cinema? Quais os
vestígios que se percebem entre eles? A proposta
desses Diálogos transversais entre o teatro e o cinema é tratar deste
tema em quatro dias de conversas. O primeiro dia terá uma abordagem
ampla da questão e os dias seguintes serão dedicados a observar como o
teatro aparece em clássicos do cinema brasileiro.
A
escolha dos três filmes que servirão de exemplo para as conversas sobre
as relações entre o teatro e o cinema obedeceu a dois
princípios: o primeiro foi de não trabalhar sobre filmes que tenham
sido adaptados de algum texto dramático, para fugir da obviedade; o
segundo foi de, a partir das imagens, chegar a identificação da presença
do teatro na imagem cinematográfica, não centrando
a análise unicamente no roteiro, como seria o caso das adaptações.
Os filmes pertencem a dois momentos distintos dentro da filmografia do cinema brasileiro. Carnaval
Atlântida, de José Carlos Burle, de 1952, enquadra-se num gênero
de filme, a chanchada, quando o cinema brasileiro se autofinancia ao
atingir um público significativo, permitindo, assim, funcionar como
indústria.
O dragão da maldade contra o santo guerreiro, de Glauber Rocha, de 1968, e S. Bernardo, de Leon Hirszman, de 1972, se enquadram em outro momento, cinema novo, quando os filmes alcançam
reconhecimento internacional, por suas características inovadoras.
Dia 19 de junho - Abertura // Transversalidades
entre o teatro e o cinema
Uma conversa ampla sobre as transposições entre as duas linguagens, abordando as particularidades e similaridades de cada uma
quanto ao texto, à atuação, à direção de arte, à música...
com Daniel Fraga, Flávio Mainieri, Gilson Vargas, Ismael Caneppele e Janaína Kremer
Mediação Roger Lerina
Dia 20 de junho // O
espaço teatral transposto nas chanchadas
exibição do filme Carnaval Atlântida, do José Carlos Burle
após, conversa com Flávio Mainieri e Gilson Vargas
Dia 21 de junho // A
teatralidade em Glauber
exibição do filme O dragão da maldade contra o santo guerreiro, do Glauber Rocha após,
conversa com Flávio Mainieri e Milton do Prado
Dia 22 de junho // O
dramático emerge na tela
exibição do filme S. Bernardo, de Leon Hirszman

segunda-feira, 16 de junho de 2014
Cine Dica: Em Cartaz: Avanti Popolo
Sinopse: Um dia, André encontra uma série de películas Super 8mm, filmadas por seu irmão durante a ditadura militar dos anos 1970. Com estas imagens, ele se lembra das histórias vividas por seu pai, um homem que até hoje espera pelo filho, desaparecido há mais de 30 anos.
Um carro anda a noite
pelas ruas de um bairro. O enquadramento se mistura com o vidro da frente do
veiculo e acompanhamos o seu percurso por alguns minutos sem sabermos qual o
seu destino. Além do barulho do veiculo, ouvimos um programa de rádio, dedicado às canções do revolucionário
da América Latina. Embora haja uma intriga bastante clara e um fio condutor a
guiar as diferentes sequências, Avanti Popolo será sempre um filme
materialista, que se interessa pela integridade cinematográfica dos espaços,
dos tempos, das imagens e dos sons.
Abandonado pela mulher, André (André Gatti), homem de meia-idade, chega à casa do pai, que vive sozinho em companhia de uma cadela chamada Baleia (referencia a cachorra do clássico Vidas Secas) para passar alguns dias. A plasticidade da sala da casa, que vemos durante quase todo o tempo, a partir do mesmo ângulo, é impressionante, tingida pelas cores baças que contaminarão toda a composição pictórica do filme. Nesse espaço de confinamento, que, filmado de maneira frontal e a partir de um leve plongée que deforma os objetos, adquire ares de fantasia, pai e filho viverão seus pequenos dramas paralelamente (um obcecado com a cadela, o outro tentando travar algum contato com o passado), em uma relação marcada pela incomunicabilidade. Como se assombrasse a sala, a montagem convoca, pouco a pouco, um conjunto de arquivos familiares em Super 8 que dá conta da existência de um terceiro personagem: um irmão (e filho) ativista político que desapareceu durante uma viagem à União Soviética em meio à ditadura militar, e que parece contagiar de ausência os dois que restaram da família.
Nesse espaço povoado por sombras do passado, a quietude entre pai e filho será contraposto por sequências que mostram os dois a falar sozinhos, referindo-se a um e ao outro, mas se dirigindo alguém inexistente em cena. Um gesto muito peculiar transforma a câmera em testemunha e transforma o espaço da sala em confessionário que abriga discussões de seus ocupantes. Atravessa todo filme um tom absolutamente raro no cinema brasileiro: uma sorte de dramaturgia ranzinza, que se desdobra no minimalismo das interpretações (que faz pensar em Albert Serra ou Lisandro Alonso), nos comentários de André sobre as imagens do irmão (os quais, em outro gesto poderoso da montagem, são convocados antes mesmo que, no desenrolar da trama, ele encontre o projetor velho), nas interações dilaceradas entre todos os personagens.
Avanti Popolo é um filme cuja figura central é o luto, em suas inúmeras possibilidades. Luto vivido pelos dois protagonistas, que respondem, cada um à sua maneira, ao passado do desaparecimento. E um luto mais profundo, em relação às utopias políticas que atravessaram a história do país. A sutileza com que o comentário político do filme se produz é uma das características mais notáveis: na ironia aos hinos nacionais que marca o encontro de André com o taxista, na canção-título interrompida já perto do final ou no desvario da comédia “Recuerdos da República”, mostrada ao protagonista pelo cineasta Marcos Bertoni, o filme afirma uma contundente irreverência (no sentido forte) em relação ao romantismo do passado, no mesmo movimento em que expõe um profundo desencanto em relação ao esvaziamento de um presente pós-utópico. Quando André coloca para tocar o disco de cantos do Exército Vermelho enviado pelo irmão, o volume da música (que mais parece um rap) sobe progressivamente, de forma anti naturalista e retumba sobre o espaço da sala, como se os fantasmas voltassem a ameaçar o presente do protagonista, e como se o filme apertasse um parafuso nos ouvidos do espectador.
Mas há ainda um denso luto pelo fim do cinema (ou por uma forma de fazer e viver o cinema). Não uma nostalgia inócua e paralisante, mas um verdadeiro luto, trabalhado de forma intensa durante todo o filme: nomear Baleia a cadelinha das obsessões do pai, fazer com que o espectador tenha de esperar até que um rolo de película seja rebobinado, filmar as ruínas de um cinema desativado como última imagem antes da palavra Fim não são apenas comentários fortuitos, mas uma maneira de trabalhar o luto até extrair dele suas potências de arte. A cegueira do pai (não por acaso, interpretado por Carlos Reichenbach) diante das imagens projetadas do filho é o momento em que todas as camadas se encontram, e a beleza pode existir por si mesma.
Abandonado pela mulher, André (André Gatti), homem de meia-idade, chega à casa do pai, que vive sozinho em companhia de uma cadela chamada Baleia (referencia a cachorra do clássico Vidas Secas) para passar alguns dias. A plasticidade da sala da casa, que vemos durante quase todo o tempo, a partir do mesmo ângulo, é impressionante, tingida pelas cores baças que contaminarão toda a composição pictórica do filme. Nesse espaço de confinamento, que, filmado de maneira frontal e a partir de um leve plongée que deforma os objetos, adquire ares de fantasia, pai e filho viverão seus pequenos dramas paralelamente (um obcecado com a cadela, o outro tentando travar algum contato com o passado), em uma relação marcada pela incomunicabilidade. Como se assombrasse a sala, a montagem convoca, pouco a pouco, um conjunto de arquivos familiares em Super 8 que dá conta da existência de um terceiro personagem: um irmão (e filho) ativista político que desapareceu durante uma viagem à União Soviética em meio à ditadura militar, e que parece contagiar de ausência os dois que restaram da família.
Nesse espaço povoado por sombras do passado, a quietude entre pai e filho será contraposto por sequências que mostram os dois a falar sozinhos, referindo-se a um e ao outro, mas se dirigindo alguém inexistente em cena. Um gesto muito peculiar transforma a câmera em testemunha e transforma o espaço da sala em confessionário que abriga discussões de seus ocupantes. Atravessa todo filme um tom absolutamente raro no cinema brasileiro: uma sorte de dramaturgia ranzinza, que se desdobra no minimalismo das interpretações (que faz pensar em Albert Serra ou Lisandro Alonso), nos comentários de André sobre as imagens do irmão (os quais, em outro gesto poderoso da montagem, são convocados antes mesmo que, no desenrolar da trama, ele encontre o projetor velho), nas interações dilaceradas entre todos os personagens.
Avanti Popolo é um filme cuja figura central é o luto, em suas inúmeras possibilidades. Luto vivido pelos dois protagonistas, que respondem, cada um à sua maneira, ao passado do desaparecimento. E um luto mais profundo, em relação às utopias políticas que atravessaram a história do país. A sutileza com que o comentário político do filme se produz é uma das características mais notáveis: na ironia aos hinos nacionais que marca o encontro de André com o taxista, na canção-título interrompida já perto do final ou no desvario da comédia “Recuerdos da República”, mostrada ao protagonista pelo cineasta Marcos Bertoni, o filme afirma uma contundente irreverência (no sentido forte) em relação ao romantismo do passado, no mesmo movimento em que expõe um profundo desencanto em relação ao esvaziamento de um presente pós-utópico. Quando André coloca para tocar o disco de cantos do Exército Vermelho enviado pelo irmão, o volume da música (que mais parece um rap) sobe progressivamente, de forma anti naturalista e retumba sobre o espaço da sala, como se os fantasmas voltassem a ameaçar o presente do protagonista, e como se o filme apertasse um parafuso nos ouvidos do espectador.
Mas há ainda um denso luto pelo fim do cinema (ou por uma forma de fazer e viver o cinema). Não uma nostalgia inócua e paralisante, mas um verdadeiro luto, trabalhado de forma intensa durante todo o filme: nomear Baleia a cadelinha das obsessões do pai, fazer com que o espectador tenha de esperar até que um rolo de película seja rebobinado, filmar as ruínas de um cinema desativado como última imagem antes da palavra Fim não são apenas comentários fortuitos, mas uma maneira de trabalhar o luto até extrair dele suas potências de arte. A cegueira do pai (não por acaso, interpretado por Carlos Reichenbach) diante das imagens projetadas do filho é o momento em que todas as camadas se encontram, e a beleza pode existir por si mesma.

Cine Dica: Em Blu-Ray e DVD: Alabama Monroe

sexta-feira, 13 de junho de 2014
Cine Dica: CURSO TIM BURTOM: O POETA DAS SOMBRAS
APRESENTAÇÃO
Os tempos de criança de Timothy William Burton (nascido
na Califórnia, em 1958) foram vivenciados no universo da fantasia e da
auto-reflexão, de uma forma bem particular. Não se adaptando muito bem
ao cotidiano familiar e escolar, ele se perdia nas páginas das obras de
Edgar Allan Poe e nas imagens aterrorizantes dos filmes de horror de
segunda categoria.
Gótico
assumido, o cineasta é apaixonado por temas bizarros e faz questão de
colocar todos seus assuntos preferidos em suas produções: morte,
escuridão, melancolia, personagens que não se encaixam na realidade em
que vivem. Em cada filme de Tim Burton podemos encontrar as
características da personalidade do diretor, mesmo nas histórias do
herói Batman, em animações bizarras como A Noiva Cadáver, na história natalina de O Estranho Mundo de Jack, ou até mesmo em refilmagens de clássicos como O Planeta dos Macacos e A Fantástica Fábrica de Chocolate. Não importa o tema. A visão gótica do diretor sempre se fará presente.
Quando
jovem, Tim Burton ganhou uma bolsa de estudos para o Instituto das
Artes da Califórnia, onde estudou Animação. Logo foi contratado como
aprendiz de animador na Disney, onde posteriormente criou e dirigiu seu
primeiro curta-metragem, Vincent, onde o personagem principal era baseado no ator Vincent Prince, cultuado por sua participação em inúmeros filmes de horror.
Com seu apego a esse universo de horror e a habilidade para a comédia, Burton criou seu primeiro sucesso, Os Fantasmas se Divertem. Graças a este longa, ele foi convidado para assumir a superprodução Batman, que viria a ser a maior bilheteria de 1989. Com a carreira em ascensão, o diretor decidiu filmar um projeto pessoal:Edward Mãos de Tesoura.
Foi a primeira vez que Burton trabalhou com seu ator-ícone, Johnny
Depp. A parceria viria a se repetir em vários outros filmes, como Ed Wood; A Fantástica Fábrica de Chocolate;Sweeney Todd; Alice no País das Maravilhas e o recente Sombras da Noite.
Numa
Hollywood que cada vez mais restringe o trabalho autoral dos diretores,
Tim Burton ainda goza de relativa independência e se mantém como um dos
poucos cineastas norte-americanos com cacife para impor sua visão
estética muito particular.
OBJETIVOS
O curso Tim Burton: O Poeta das Sombras, ministrado por Robledo Milani,
vai traçar um panorama da obra do cineasta, analisando sua estética,
seu estilo, seus temas e sua peculiar visão de mundo... e de cinema.
Para participar do curso não é necessário nenhum pré-requisito. A atividade é aberta a todos os interessados no tema.
TEMAS
Os filmes de caráter pessoal
A parceria com Johnny Depp
Os blockbusters
As animações
Luz x Sombras
A parceria com Johnny Depp
Os blockbusters
As animações
Luz x Sombras
Ministrante: ROBLEDO MILANI
Crítico
de cinema, membro da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema
(ABRACCINE) e vice-presidente da Associação dos Críticos de Cinema do
Rio Grande do Sul (ACCIRS). Publicitário de formação co especialização
em Criação Literária, é também editor do site "Papo de Cinema".
Colaborou com programas de televisão e rádio, revistas, jornais e sites
de internet. Já ministrou os cursos "O Fantástico Cinema de Steven
Spielberg" e "Marilyn Monroe - Mito Eterno" para a Cena UM.
Curso
TIM BURTON: O POETA DAS SOMBRAS
de Robledo Milani
* Datas: 03 e 04 de Julho de 2014 (quinta e sexta-feira)
* Horário: 19h30 às 22h
* Local: Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1223 - Centro - Porto Alegre / RS)
* Material: Apostila e Certificado de participação
Informações:
cenaum@cenaum.com / Fone: (51) 9320-2714
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