Sinopse: Nas olimpíadas de 1996, Richard trabalha como voluntário no evento. Ele encontra uma mochila abandonada embaixo de um banco. Após alertar a polícia local, descobre-se que nela está uma bomba. Ele consegue salvar as pessoas, mas acaba se tornando o principal suspeito.
Mesmo sendo uma pessoa da direita norte americana, Clint Eastwood procurou nestes últimos anos retratar figuras verídicas que foram mastigadas pelo próprio poderio norte americano. Se por lado "Sully - O Herói do Rio Hudson" (2016) retratava um herói sendo acusado injustamente, do outro, "Sniper Americano" (2015) mostrava as consequências de um país em moldar os seus soldados, mas não se dando conta de como a guerra pode afeta-los. Eis que chegamos em "O Caso Richard Jewell", um filme menor de sua filmografia, mas que tem algo haver com esses dois polos citados.
O filme retrata a história real de Richard Jewell, interpretado pelo ator Paul Walter Hauser, visto recentemente em filmes como "Infiltrado na Klan" (2018). Ele é um segurança que se tornou um dos principais suspeitos de bombardear as Olimpíadas de Atlanta, no ano de 1996. Na realidade, ele foi o responsável por ajudar inocentes a fugirem do local e avisar da existência de um dos explosivos.
Ao sabermos já de ante mão de que se trata de um caso real, o primeiro ato da trama é de puro suspense, já que ficamos na expectativa sobre quando irá acontecer o ápice da explosão da bomba. Com a câmera sempre em movimento, Clint Eastwood procura criar um cenário de tensão na medida em que ele vai revelando cenas em que nos deixa a frente dos protagonistas com relação ao que acontece na tela. Uma sequência eficiente, que nos prende atenção e conseguindo obter o nosso interesse até o final da sessão.
Após isso, Eastwood procura transitar por elementos já vistos em sua própria filmografia, mas também procurando inspiração em outros clássicos do cinema. Ao mostrar o lado negativo da imprensa sensacionalista, o filme remete em algo já visto no indispensável "Rede de Intrigas" (1976) e de como essa fonte de informação pode se tornar venenosa na vida das pessoas. Só achei uma forçação de barra em terem moldado a personagem Kathy, interpretada pela atriz Olivia Wilde, para nos lembrar a todo momento a personagem de Faye Dunaway no clássico de Sidney Lumet.
Comparações a parte, o filme somente ganha melhor relevância quando a trama se concentra na figura de Richard e no seu advogado, interpretado sempre com competência pelo ator Sam Rockwell. Aliás, o personagem de Sam se torna uma representação do nosso olhar com relação a Richard, já que tentamos compreender as motivações internas dessa pessoa, que transita entre a calmaria para momentos em que parece que está prestes a explodir. Embora longe de ser um galã, Paul Walter Hauser possui um talento ainda guardado e pode ainda nos surpreender a qualquer momento no futuro.
Mas por ser um filme baseado em fatos verídicos, Eastwood peca ao não incrementar maior ousadia nos momentos finais da obra, mas sim somente conduzir a trama para o que realmente aconteceu do outro lado da tela. Se isso foi um pouco sentido em "Sully - O Herói do Rio Hudson" aqui o caso se torna ainda mais explícito e fazendo a gente se perguntar se era realmente necessário conduzir a história para vala comum das tramas baseadas em fatos verídicos. Não desmereço o talento do diretor, mas também não adianta dirigir diversos filmes em pouco tempo e cujo o resultado de alguns fica aquém do esperado.
Com a participação e ótima atuação de Kathy Bates "O Caso Richard Jewell" talvez sirva como sinal de alerta para que o próprio Clint Eastwood repense em abraçar determinados projetos futuros.
O filme retrata a história real de Richard Jewell, interpretado pelo ator Paul Walter Hauser, visto recentemente em filmes como "Infiltrado na Klan" (2018). Ele é um segurança que se tornou um dos principais suspeitos de bombardear as Olimpíadas de Atlanta, no ano de 1996. Na realidade, ele foi o responsável por ajudar inocentes a fugirem do local e avisar da existência de um dos explosivos.
Ao sabermos já de ante mão de que se trata de um caso real, o primeiro ato da trama é de puro suspense, já que ficamos na expectativa sobre quando irá acontecer o ápice da explosão da bomba. Com a câmera sempre em movimento, Clint Eastwood procura criar um cenário de tensão na medida em que ele vai revelando cenas em que nos deixa a frente dos protagonistas com relação ao que acontece na tela. Uma sequência eficiente, que nos prende atenção e conseguindo obter o nosso interesse até o final da sessão.
Após isso, Eastwood procura transitar por elementos já vistos em sua própria filmografia, mas também procurando inspiração em outros clássicos do cinema. Ao mostrar o lado negativo da imprensa sensacionalista, o filme remete em algo já visto no indispensável "Rede de Intrigas" (1976) e de como essa fonte de informação pode se tornar venenosa na vida das pessoas. Só achei uma forçação de barra em terem moldado a personagem Kathy, interpretada pela atriz Olivia Wilde, para nos lembrar a todo momento a personagem de Faye Dunaway no clássico de Sidney Lumet.
Comparações a parte, o filme somente ganha melhor relevância quando a trama se concentra na figura de Richard e no seu advogado, interpretado sempre com competência pelo ator Sam Rockwell. Aliás, o personagem de Sam se torna uma representação do nosso olhar com relação a Richard, já que tentamos compreender as motivações internas dessa pessoa, que transita entre a calmaria para momentos em que parece que está prestes a explodir. Embora longe de ser um galã, Paul Walter Hauser possui um talento ainda guardado e pode ainda nos surpreender a qualquer momento no futuro.
Mas por ser um filme baseado em fatos verídicos, Eastwood peca ao não incrementar maior ousadia nos momentos finais da obra, mas sim somente conduzir a trama para o que realmente aconteceu do outro lado da tela. Se isso foi um pouco sentido em "Sully - O Herói do Rio Hudson" aqui o caso se torna ainda mais explícito e fazendo a gente se perguntar se era realmente necessário conduzir a história para vala comum das tramas baseadas em fatos verídicos. Não desmereço o talento do diretor, mas também não adianta dirigir diversos filmes em pouco tempo e cujo o resultado de alguns fica aquém do esperado.
Com a participação e ótima atuação de Kathy Bates "O Caso Richard Jewell" talvez sirva como sinal de alerta para que o próprio Clint Eastwood repense em abraçar determinados projetos futuros.
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