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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 9 de junho de 2023

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'O Pecado Mora ao Lado'

Nota: O filme será exibido para associados e não associados na próxima Segunda, 12 de junho, Sala Redenção, Campus Central da UFRGS as 19h.  

Construindo uma comédia sobre os laços matrimoniais e seus eventuais problemas, Billy Wilder nos entrega um filme leve e dinâmico que cumpre sua proposta. Longe de alocar-se entre as grandes obras do diretor, “O Pecado Mora ao Lado” (1955), no entanto, traz o que há de mais comum na filmografia de Wilder, trabalhando com ambientes limitados, personagens erráticos e a figura feminina como força propulsora para as atitudes emanadas da trama.

A história do filme se concentra no período de férias de uma família tradicional americana. Neste período, Richard Sherman decide não viajar com sua família, tendo como desculpas seu trabalho, ficando sozinho em sua casa enquanto sua mulher e filho curtem o período de calor. A trama do filme ganha sua força quando Sherman acaba por conhecer uma jovem e atraente vizinha, dando início a uma batalha pela preservação de sua fidelidade ao casamento.

Um grande sucesso no mundo inteiro que consolidou a imagem de Marilyn Monroe com símbolo sexual do cinema na época. Segundo notícias, as fotos que Marilyn iria fazer para promover o filme, usando a cena do vestido levantado na grade do metrô, causaram um grande rebuliço, pois a atriz se apresentou sem calcinha (como ela gostava de dormir). Foi preciso providenciar a peça íntima de uma das assistentes de produção para que as fotos fossem tiradas.

A interessante abertura do filme dá o tom a trama que vai se desenrolar e nos lembra, a cada cena, que Billy Wilder costuma ser lembrado (principalmente pela crítica) por filmes como “Crepúsculo dos Deuses” (1950) e “Se Meu Apartamento Falasse” (1960), mas ele tem habilidade suficiente para ter em mãos gêneros distintos e alcançar resultados notáveis.

No ano de 1954, Marilyn assinou com a Famous Artits Agency e deixou a William Morris. A Fox queria, a qualquer custo, que ela gravasse o filme Pink Tights, após o roteiro ser enviado a sua casa, leu e não se interessou. Preocupada em articular um casamento às pressas (e às escondidas) com Joe DiMaggio, seu segundo marido, renomado ex-jogador de baseball e ídolo dos Yankees, a atriz aceitou os conselhos de Joe, que pretendia gradualmente afastá-la do cinema, e não topou. A Fox então desiste e oferece papel em “O Mundo da Fantasia” (1954) e em troca ela teria reservado o papel principal para gravar O “Pecado Mora ao Lado” em Nova York, em setembro de 1954.

Orçado em 3,2 milhões, o filme é uma adaptação da peça de teatro homônima, onde Tom Ewell repetiu, na pele de Sherman, o papel da peça no cinema. Marilyn, por sua vez, vivia novamente o estereótipo de loira burra que a perseguiu em toda sua carreira. No ano de seu lançamento, o filme causou furor por sua ousadia. Os censores da época queriam proibi-lo por tratar de um tema polêmico, o adultério, de uma forma leve e banal, ainda que de fato não exista nenhuma cena explícita, tudo fica a cargo das insinuações e ironias. A sensualidade de Marilyn na banheira e a famosa cena do vestido esvoaçante sobre o respiradouro do metrô foram os principais alvos dos conservadores.

Para 1955, a ousadia era de mais. A multidão que se juntou tornou inutilizáveis as tomadas de vistas que se fizeram na Avenida de Lexington, em Nova Iorque, tal era o ruído dos comentários, dos assobios, das reações a uma visão que se repetia, uma e outra vez, a cada engano da estrela (e foram muitos). E a cada repetição o embaraço do marido, Joe DiMaggio, aumentava, tendo chegado a tal ponto que acabou com aquele casamento de nove meses. Novas tomadas de vistas foram recolhidas em estúdio, num cenário de recriação daquele troço da Avenida de Lexington, o que explica, para os mais atentos, a discrepância que existe entre a imagem que ilustra os cartazes e o conteúdo da cena que ficou na versão final do filme.

Curiosamente, "O Pecado Mora ao Lado" é rodado quase que integralmente na sala da casa de Richard Sherman. A primeira cena no interior daquela residência dura aproximadamente quarenta minutos. A segunda mais trinta. Considerando que o filme tem pouco menos de uma hora e meia de duração, dá para perceber o quanto os acontecimentos concentram-se nesse local. A parte mais divertida do filme está na entrada de vizinhos, amigos e funcionários do condomínio na casa de Richard enquanto ele está com sua vizinha. O proprietário tenta disfarçar a visita da bela jovem para não ser mal interpretado pelos outros homens, que não acreditariam na sua fidelidade à esposa. O final é um tanto previsível, mas perfeitamente adequado para aqueles tempos.

"O Pecado Mora ao Lado" foi agraciado com o sorriso dos Deuses do cinema e fazendo de Marilyn Monroe um dos maiores símbolos da sétima arte. 


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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (08/06/2023)

 'Transformers - Despertar das Feras'

Sinopse: Transformers: O Despertar das Feras traz mais uma aventura épica pelo universo dos transformers. Ambientada nos anos 1990, o filme apresentará os Maximals, Predacons e Terrorcons à batalha existente na Terra entre Autobots e Decepticons.


'O Demônio dos Mares'

Sinopse: As idílicas férias de uma família se transformam em um pesadelo quando ela encontra um gigantesco tubarão que faz de tudo para proteger seu território. Presa e sob ataque constante, a família precisa encontrar uma maneira de voltar viva para a costa.



Pré-Estreia: 'THE FLASH'

Sinopse: Barry usa seus superpoderes para viajar no tempo e mudar os eventos do passado. Mas quando tenta salvar sua família e acaba, sem querer, alterando o futuro, ele fica preso em uma realidade na qual o General Zod está de volta, ameaçando colocar o mundo em risco, e não há super-heróis a quem recorrer.


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Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 8 A 14 DE JUNHO DE 2023

 SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

UMA VIDA SEM ELE

A cinesemana de 8 a 14 de junho traz três estreias na nossa programação: o drama TRÊS MULHERES, UMA ESPERANÇA, coprodução entre Holanda, Alemanha e Luxemburgo; o documentário brasileiro CORPOLÍTICA, sobre a participação da comunidade LGBTQIA+ na política brasileira; e também UMA VIDA SEM ELE, protagonizado pela grande atriz francesa Isabelle Huppert.

Dois idosos vêm conquistando o carinho do público nas nossas salas, com excelentes comentários. Um deles é Tom Harper, de O ÚLTIMO ÔNIBUS, com sua história de superação; o outro é MEU VIZINHO ADOLF, que traz um embate inusitado entre os atores David Hayman e Udo Kier. Já o longa polonês EO, do veterano diretor Jerzy Skolimowski, comove pelos percalços vividos pelo seu protagonista, que é um simpático burrico cinza.

Duas produções brasileiras seguem em cartaz: o longa gaúcho A PRIMEIRA MORTE DE JOANA, que também aposta na temática LGBTQIA+, e a produção paulista URUBUS, sobre a cena dos pichadores de São Paulo.

 

Confira nossa programação e o portal do cinema gaúcho em www.cinematecapauloamorim.com.br


SALA PAULO AMORIM

15h – EO Assista o trailer aqui.

(Polônia/Itália, 2022, 85min). Direção de Jerzy Skolimowski, com Sandra Drzymalska, Mateusz Kosciukiewicz, Isabelle Huppert. Zeta Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em tom de fábula, o filme acompanha a jornada de um burro cinza e suas descobertas pela Europa contemporânea – ele vivia em um circo e ganhou sua liberdade depois de um protesto pela liberação dos animais. Sozinho no mundo e movido por um espírito curioso, ele encara várias experiências e momentos inusitados. Com este longa, o veterano diretor Skolimowski, de 85 anos, faz uma homenagem a Robert Bresson e seu “A Grande Testemunha”, de 1966. O filme competiu no Festival de Cannes 2022 e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.  


 17h – O ÚLTIMO ÔNIBUS Assista o trailer aqui.

(The Last Bus – Reino Unido, 2022, 92min). Direção de Gillies MacKinnon, com Timothy Spall, Phyllis Logan, Grace Calder. Pandora Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Depois da morte da esposa, Tom Harper sai do lugarejo onde viviam, no norte da Escócia, decidido a cumprir uma promessa. Para isso, ele vai fazer uma viagem de ônibus por 1.400 quilômetros até o sul da Inglaterra, usando seu passe gratuito de idoso. No percurso, enfrenta percalços, conhece pessoas gentis e desafia as limitações da idade – ao mesmo tempo em que revisita o seu passado e se depara com um país diverso e multicultural.


19h – TRÊS MULHERES, UMA ESPERANÇA - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Lost Transport - Holanda/Luxemburgo/Alemanha, 2023, 100min). Direção de Saskia Diesing, com Hanna van Vliet, Eugénie Anselin e Anna Bachmanna. A2 Filmes, 14 anos. Drama histórico.

Sinopse: Na primavera de 1945, nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, um trem com centenas de prisioneiros judeus é abandonado próximo de um vilarejo alemão ocupado pelo exército soviético. Num ambiente de muita desconfiança e incertezas, com soldados ocupando territórios e famílias destruídas, surge uma amizade improvável entre três mulheres: a franco-atiradora russa Vera, uma jovem alemã chamada Winnie e a judia-holandesa Simone.

(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA TERÇA, DIA 13.)


SALA EDUARDO HIRTZ


 15h15 – A PRIMEIRA MORTE DE JOANA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2020, 91min). Direção de Cristiane Oliveira, com Letícia Kacperski, Isabela Bressane, Joana Vieira, Lisa Gertum Becker. Lança Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Joana, de 13 anos, quer descobrir por que sua tia-avó morreu sem nunca ter namorado ninguém. Os questionamentos e descobertas da adolescente mexem com a comunidade tradicional onde ela vive, no sul do Brasil, ao mesmo tempo em que o lugarejo acompanha a construção de uma usina eólica nas proximidades. Com locações nas cidades de Osório e Santo Antônio da Patrulha, este é o segundo longa da diretora gaúcha e foi visto em mais de dez festivais internacionais.


17h15 – MEU VIZINHO ADOLF Assista o trailer aqui.

(Colômbia/Israel/Polônia, 2022, 96min). Direção de Leon Prudovsky, com David Hayman, Udo Kier, Danharry Colorado. A2 Filmes, 14 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Depois de perder sua família para o regime nazista, o sobrevivente polonês Marek Polsky vai viver em um vilarejo no interior da Colômbia. Em plena década de 1960, já acostumado com a solidão dos dias, o velho Polsky entra em disputa com um novo vizinho por causa de um pedaço do terreno. A situação piora quando Polsky começa a desconfiar que o alemão da casa ao lado pode ser Adolf Hitler – o que até faz algum sentido, pois a América do Sul se tornou um destino de fuga para muitos líderes do ditador.


 19h15 – UMA VIDA SEM ELE - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(À Propos de Joan - França/Alemanha/Irlanda, 2022, 101min). Direção de Laurent Larivière, com Isabelle Huppert, Lars Eidinger, Swann Arlaud. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Joan Verra sempre foi uma mulher independente, com um espírito livre e aventureiro. Quando seu primeiro amor retorna depois de muitos anos, ela decide não contar que tiveram um filho juntos. Junto com essa mentira, ela terá de enfrentar um segredo do passado.

SALA NORBERTO LUBISCO


15h30 - SEM URSOS Assista o trailer aqui.

(No Bears - Irã, 2022, 105min). Direção de Jafar Panahi, com Jafar Panahi, Naser Hashemi, Vahid Mobaseri. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Este é mais um longa que o diretor iraniano conduziu na clandestinidade, driblando a ordem que o impedia de trabalhar e circular pelo seu país depois que afrontou os líderes políticos e religiosos. Interpretando a si mesmo, o cineasta aparece isolado em um vilarejo do interior e, mesmo com uma internet precária, dirige a história de um casal que tenta imigrar ilegalmente para a Europa. Ao mesmo tempo, ele se vê em meio a uma discussão da comunidade sobre um casamento arranjado entre dois jovens. Com este filme, Panahi conquistou o prêmio especial do júri no Festival de Veneza de 2022.


17h30 – CORPOLÍTICA - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 100min). Documentário de Pedro Henrique França. Vitrine Filmes, 12 anos.

Sinopse: O documentário reflete sobre a importância da representatividade LGBTQIA+ em cargos políticos, principalmente em um país como o Brasil - o lugar onde mais se matam pessoas LGBTQIA+ no mundo. Vários candidatos que concorreram às eleições de 2022 falam de suas trajetórias e as violências que sofreram, incluindo Fernando Holiday e Thammy Miranda, respectivamente primeiro vereador gay e primeiro vereador trans da Câmara Municipal de São Paulo, Erica Malunguinho, primeira deputada trans eleita no Brasil, e Jean Wyllys, que renunciou ao mandato de deputado federal por conta de ameaças. O filme ganhou os prêmios de melhor documentário no Festival do Rio e Queer Lisboa, melhor filme no Mix Brasil e melhor filme LGBTQIA+ no Montreal Independent Film Festival.


19h30 – URUBUS Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 113min). Direção de Claudio Borrelli, com Gustavo Garcez, Bella Camero, Bruno Santaella, Julio Martins. O2 Play, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em São Paulo, onde a pichação cobre mais muros e prédios do que qualquer outro lugar no planeta, Trinchas comanda um grupo que escala os edifícios mais altos para deixar sua marca. Quando Trinchas conhece Valéria, uma estudante de arte, seus mundos colidem, resultando na invasão da 28ª Bienal de São Paulo. A partir de então, a pichação passa a ocupar um lugar no mundo da arte e o bando de jovens invisíveis de periferia se transforma em protagonista de um polêmico debate cultural.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.


Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 7 de junho de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Pequena Sereia' (2023)

 Sinopse: Uma jovem sereia faz um acordo com uma bruxa do mar para trocar sua bela voz por pernas humanas para que possa descobrir o mundo acima da água e impressionar um príncipe. 

O clássico "A Pequena Sereia" (1989) eu tive o privilégio de assistir em uma sessão especial neste ano na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre e posso dizer que é, sem sombra de dúvida, uma das melhores animações dos estúdios Disney e que ajudou a inaugurar o que chamamos hoje de “a era de ouro” da casa do Mickey. Portanto, ao anunciarem que fariam uma versão com atores logo se temeu que o estúdio cometesse um grande pecado capital, principalmente pelo fato de que suas versões recentes em Live action tenham falhado de forma previsível. Pois bem, a nova "A Pequena Sereia" não é superior ao clássico, mas é um belo filme a ser assistido de mente aberta e dar crédito aos pontos positivos na obra.

Dirigido por Rob Marshall, do filme "Chicago" (2003), e baseado no clássico literário do dinamarquês Christian Andersen, publicado pela primeira vez em 1837, o filme conta a história de uma das filhas do Rei Tritão (Javier Bardem), Ariel (Halle Bailey), uma bela e espirituosa jovem sereia com sede de aventura. Desejando descobrir mais sobre o mundo além do mar, Ariel visita a superfície e se apaixona intensamente pelo arrojado Príncipe Eric (Jonah Hauer-King), ao salvá-lo de um naufrágio. Mas para procurá-lo em terra firme e se aproximar do príncipe humano, a sereia pede ajuda à bruxa do mar, Úrsula (Melissa McCarthy), e aceita ceder sua voz para que a feiticeira lhe dê pernas. Agora, ela terá o desafio de se comunicar com o rapaz ao experimentar a vida em terra firme, além de entrar em conflito com os valores de sua família.

Rob Marshall é conhecido por realizar filmes que resgatam os tempos em que o cinema ganhava lucro através dos filmes musicais. Além disso, ele surpreendeu ao inserir o lado mitológico do universo das sereias no filme "Piratas do Caribe - Navegando nas Águas Misteriosas" (2011). Portanto, era uma questão de lógica que tal responsabilidade caísse em suas mãos e posso dizer que até que ele cumpriu bem a missão.

Usando praticamente a mesma tecnologia que havia sido usada na criação de cenas em que os atores parecem estar embaixo da água no filme "Aquaman" (2018), o filme é um colírio para os olhos, onde as cenas no fundo do mar são um verdadeiro mosaico cheio de detalhes e cujas suas cores fortes sintetizam um mundo quase intocável. Infelizmente essa tecnologia realista acaba por prejudicar o lado mais carismático de alguns personagens que amamos, como no caso de Sebastião, Linguado e Sabidão, pois desde a nova versão de "O Rei Leão" (2019) o estúdio tem essa teimosia pelo realismo, mas fazendo com que os personagens não nos passem vida como era antes. Ao menos Sebastião é o menos prejudicado e seu momento musical "Aqui No Mar" compensa um pouco esse ponto negativo.

Falando em números musicais pode-se dizer que o filme também não nos decepciona, principalmente quando a protagonista comanda. Em sua estreia como atriz, a cantora Halle Bailey realmente não desaponta, ao ponto de se tornar o verdadeiro coração e voz do filme como um todo, pois ela nos passa doçura e o desejo que a sua personagem sente ao desejar conhecer o restante do mundo. Já Jonah Hauer-King desaponta em um número musical, mas ao menos o seu personagem é mais bem explorado do que na versão original e fazendo com que Eric e Ariel tenham muito mais em comum.

Aliás, é notório que o encontro dos dois não seja tratado somente como uma história de amor, como também pela curiosidade que ambos têm com relação em conhecer novos mundos e não se limitarem somente onde nasceram. Neste ponto o filme acerta ao nos passar uma mensagem positiva com relação ao não preconceito perante ao desconhecido, do qual ele precisa ser aceito e explorado, pois o mundo de hoje não se pode haver mais muros para se dividir, mas sim pontes para nos unir. Curiosamente, o preconceito que o rei Tristão tem com relação aos seres da superfície é muito mais explicado e fazendo a gente compreendê-lo com relação a esse ponto.

Todos do elenco, portanto, se esforçam para dar o seu melhor em cena, mesmo quando os efeitos visuais e escolhas duvidosas do estúdio atrapalham em alguns momentos do desenvolvimento da história. Todos, por exemplo, tinham medo da personagem Ursula na versão original, principalmente pelo fato dela ter sido criada com um traço forte e nos passando toda a sua verdadeira maldade. Aqui isso se perde um pouco, já que atriz Melissa Mccarthy se esforça ao máximo ao interpretar a personagem, mas não obtendo aquela aura maligna que nós sentíamos medo e acaba por se perdendo no caminho. Aliás, por mais que o estúdio tente usar o seu CGI da maneira perfeita, ele prejudica a vilã em um momento crucial no ato final da trama e não passando menor impacto se formos comparar ao clássico.

Como podem ver, é um filme que possui os seus erros e acertos, dos quais representam o momento atual do estúdio ao não saber ao certo como agradar o seu público. Ao menos os envolvidos escolhidos para a tamanha empreitada deram tudo de si e isso é visto na tela, mas cabe o estúdio voltar a entender que um filme não é feito somente por tecnologia ou nostalgia, mas sim realizado de coração por aqueles que se dedicam ao fazer a arte cinematográfica. Resumindo, "A Pequena Sereia" se sustenta como filme ao obter a sua alma própria, mas a Disney precisa cada vez mais ouvir as críticas contra ela.      



Veja também: Revisitando “A Pequena Sereia (1989)” 


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 08 A 14 DE JUNHO

 ESTREIA:

CORPOLÍTICA

Brasil/ documentário/ 2022/ 102min.

Direção: Pedro Henrique França

Classificação indicativa:

Sinopse: O documentário investiga o vazio de representatividade LGBTQIA+ no cenário político do Brasil, país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Diante de um recorde de candidaturas LGBTQIA+ nas eleições brasileiras de 2020, em um momento histórico no país e no mundo, candidatos e políticos relatam suas experiências e as violências vividas dentro de seus processos de afirmação e na luta por direitos.



EM CARTAZ:


URUBÚS

Brasil/Drama/2021 /113MIN.

Direção: Claudio Borrelli

Classificação indicativa: 16 anos

Sinopse: Em São Paulo, onde a pichação cobre mais muros e prédios do que qualquer outro lugar no planeta, Trinchas comanda um grupo de pichadores que escala os edifícios mais altos para deixar sua marca. Quando Trinchas conhece Valéria, uma estudante de arte, seus mundos colidem, resultando na invasão da 28ª Bienal de São Paulo. A partir de então, a pichação ocupa seu lugar no mundo da arte e o bando de jovens invisíveis de periferia se transforma em protagonista de um polêmico debate cultural.

Elenco:Gustavo Garcez, Bella Camero, Bruno Santaella, Julio Martins, Robert Orlando


UÝRA- A RETOMADA DA FLORESTA

Brasil/ Documentário/2022/72min.

Direção: Juliana Curi

Sinopse: Uýra, uma artista trans indígena, viaja pela Amazônia em uma jornada de autodescoberta usando a arte performática para ensinar aos jovens indígenas que eles são os guardiões das mensagens ancestrais da floresta amazônica. Em um país que mata o maior número de jovens trans, indígenas e ambientalistas em todo o mundo, Uýra lidera um movimento crescente por meio das artes e da educação, ao mesmo tempo em que promove a união e inspira os movimentos LGBTQIA+ e ambientalistas no coração da Floresta Amazônica.


HORÁRIOS CINEBANCÁRIOS DE 08 a 14 DE JUNHO (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: UÝRA- A RETOMADA DA FLORESTA

17h: URUBÚS

19h: CORPOLÍTICA


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email:cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

terça-feira, 6 de junho de 2023

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Eo'

 Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Paulo Amorim, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 10/06/2023, sábado, às 10:15 da manhã


"Eo"

Polônia/ Itália, 2022, 85 min, 14 anos

Direção: Jerzy Skolimowski

Elenco: Sandra Drzymalska, Mateusz Kosciukiewicz, Isabelle Huppert

Sinopse: Em tom de fábula, o filme acompanha a jornada de um burro cinza e suas descobertas pela Europa contemporânea – ele vivia em um circo e ganhou sua liberdade depois de um protesto pela liberação dos animais. Sozinho no mundo e movido por um espírito curioso, ele encara várias experiências e momentos inusitados. Com este longa, o veterano diretor Skolimowski, de 85 anos, faz uma homenagem a Robert Bresson e seu “A Grande Testemunha”, de 1966. O filme competiu no Festival de Cannes 2022 e foi um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.  


Sobre o Filme: O clássico francês "A Grande Testemunha" (1966), do diretor Robert Bresson, não se encaixa exatamente ao movimento Nouvelle vague, já que a obra vai muito mais além e do qual nos toca profundamente. A trágica jornada de um burro sensibilizou o mundo e servindo de inspiração posteriormente para outras obras como um todo. "Eo" (2023) é um desses casos, onde vemos novamente um burro perante os dois lados da moeda do ser humano.

Dirigido por Jerzy Skolimowski, a trama acompanha o mundo moderno visto pelos olhos de Eo, um burro cinza tristonho que mora em um circo na Polônia, mas que acaba saindo de lá devido aos protestos dos protetores de animais. Após sair de lá, o animal parte em direção à Itália e, ao longo de sua jornada, conhece pessoas boas e más, experimenta momentos de alegria, medo e dor, vê sua sorte ser transformada em desastre e seu desespero em uma felicidade inesperada. Tudo isso sem nunca perder sua inocência.

Não é fácil fazer de um animal um protagonista de um filme, mesmo a gente sabendo que, por vezes, eles possuem mais personalidade do que o próprio ser humano. Porém, o diretor consegue extrair do protagonista um ar de inocência perante a realidade opressora em que vive e fazendo com que tememos por sua vida a todo momento. Embora haja alguns personagens em cena que amam o pequeno animal, outros o tratam como um simples ser a ser abatido e que posteriormente vendido para ser degustado.

O diretor procura filmar de uma forma que consigamos sentir o olhar do protagonista, ao ponto que a câmera age de acordo com a sua perspectiva. Em um determinado momento, por exemplo, a fotografia fica vermelha, como se ele testemunhasse o lado violento do ser humano e do qual banha o cenário com a cor de sangue. Curiosamente, nas cenas violentas onde o burro sofre, o diretor acaba sendo criativo na realização das mesmas, pois ninguém iria gostar de ver um animal inocente sendo machucado em cena.

Pelo olhar do protagonista enxergamos uma humanidade transitando entre as farturas e o caminho sem volta que a maioria está trilhando. A meu ver, o realizador faz uma crítica acida da humanidade sendo engolida cada vez mais pelo capitalismo, fazendo com que a sua humanidade se perca cada vez mais em números e desperdiçando a chance de apreciar o mundo que não mais enxerga devido a esse processo hediondo. Quem sai perdendo é justamente os mais inocentes que não sabem se defender e o nosso protagonista acaba sentindo isso na pele, mas jamais perdendo algo que os homens estão perdendo aos poucos, que é a doçura e o desejo de explorar esse mundo que está sendo abandonado pelo olhar já moribundo do ser humano.

Com participação especial de Isabelle Huppert e indicado ao último Oscar de Melhor Filme Internacional, "Eo" é doce na sua proposta e ao mesmo tempo nos socando com força ao nos conscientizar sobre quem é o verdadeiro animal bestial da história.

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEMATECA CAPITÓLIO 08 a 14 de junho de 2022

Monumental! O Restauro de um Símbolo


ANTUNES FILHO EM DEBATE

Neste sábado, 10 de junho, às 18h30, a Cinemateca Capitólio, apresenta uma sessão especial gratuita do documentário Antunes Filho – Do Coração para o Olho, dirigido por Cristiano Burlan. Após a sessão, ocorre um debate com Burlan e o ator e diretor teatral Carlos Ramiro Fensterseifer, que trabalhou com Antunes Filho, um dos mais importantes diretores da história do teatro brasileiro. Para completar a programação, a Cinemateca exibe no domingo, 11 de junho, com entrada franca, Compasso de Espera, o único longa-metragem dirigido por Antunes Filho, e A Mãe, que rendeu a Cristiano Burlan o prêmio de melhor direção no Festival de Gramado de 2022.  


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6317/antunes-filho-e-louise-brooks/


LOUISE BROOKS EM DESTAQUE

De 13 a 22 de junho, a Cinemateca Capitólio exibe um ciclo de filmes estrelados pela atriz de cinema favorita de Antunes Filho: Louise Brooks. A programação também apresenta três obras que trazem personagens inspiradas pela mítica atriz: Cabaret, de Bob Fosse, Totalmente Selvagem, de Jonathan Demme, e A Morte lhe Cai Bem, de Robert Zemeckis. O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6317/antunes-filho-e-louise-brooks/


MONUMENTAL! E A PRIMEIRA MORTE DE JOANA EM CARTAZ

Monumental! O Restauro de um Símbolo, documentário de Jaime Lerner e A Primeira Morte de Joana, ficção de Cristiane Oliveira, seguem em cartaz na Cinemateca Capitólio com sessões ao longo da semana. O valor do ingresso é R$ 16,00.


GRADE DE HORÁRIOS

8 a 14 de junho de 2023


08 de junho (quinta-feira)

15h – Monumental! O Restauro de um Símbolo

17h – Chamas de Verão

19h – Duas Almas em Suplício


09 de junho (sexta-feira)

15h – A Primeira Morte de Joana

17h – Monumental! O Restauro de um Símbolo

19h30 – Projeto Raros: A Fúria das Feras Atômicas


10 de junho (sábado)

15h – Monumental! O Restauro de um Símbolo

16h30 – A Primeira Morte de Joana

18h30 – Antunes Filho – Do Coração para o Olho + debate


11 de junho (domingo)

15h – Monumental! O Restauro de um Símbolo

17h – Compasso de Espera

19h – A Mãe


13 de junho (terça-feira)

15h – A Primeira Noite de Joana

17h – Mendigos da Vida

19h – A Caixa de Pandora


14 de junho (quarta-feira)

15h – Monumental! O Restauro de um Símbolo

17h – Windy Riley vai a Hollywood + Bandidos Encobertos

19h – Diário de uma Garota Perdida