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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 31 de maio de 2023

Cine Dica: Streaming: 'Glass Onion: A Knives Out Mystery'

Sinopse: O ricaço Miles Bron convida seus amigos excêntricos para sua ilha para jogar um jogo de detetive. Mas um assassinato real é cometido e as coisas saem do controle. Todos são suspeitos e a morte pode vir de onde se menos imagina. 

"Entre Facas e Segredos" (2019) foi sem sombra de dúvida uma das maiores surpresas do cinema recente, ao possuir um grande elenco, humor ácido e cujo o tema investigativo bebia muito do universo literário de Agatha Christie. Não é de se admirar, portanto, que haveria em breve uma eventual sequência e que nos colocaria em um novo cenário de crime um mirabolante. Pois bem, embora não possua o mesmo frescor do filme original, "Glass Onion: A Knives Out Mystery" (2022) mantém o pique graças ao seu carismático elenco e por possuir uma alta carga de humor sombrio com relação aos tempos em que vivemos. 

Blanc (Daniel Craig) retorna à ativa, agora para desvendar outro caso, tão peculiar quanto. Nesta nova aventura, Benoit se encontra em uma luxuosa propriedade privada em uma ilha grega, mas como e por que ele chega lá é apenas o primeiro de muitos quebra-cabeças, e o fato peculiar de que ele foi convidado também. Blanc logo conhece um grupo de amigos reunidos a convite do bilionário Miles Bron para sua reunião anual. Como em todos os melhores mistérios de assassinato, cada personagem guarda seus próprios segredos, mentiras e motivações. Quando alguém aparece morto, todos são suspeitos. 

Quando o primeiro filme havia sido lançado o mundo ainda não estava diante da sombra da pandemia que assolaria o planeta. Portanto, é curioso ver os personagens usando máscaras nos primeiros minutos, sendo que cada se comporta de uma forma diferente com relação a isso e revelando a sua pessoa como um todo. Diante disso, vemos alguns fatos curiosos, como a própria burguesia não dando a mínima com relação ao que está acontecendo no mundo, desde que não perca nenhum centavo com relação a esse cenário. O filme, aliás, é uma crítica ácida com relação a essa elite que move as engrenagens do sistema mundial, pois eles têm tudo em suas mãos, mas acabam se tornando tão medíocres em suas vidas alienadas que chegam até mesmo dar pena.  

Portanto, é de surpreender como um bando de pessoas sem nenhum escrúpulo chegam ao poder de forma tão fácil, mas que logicamente passaram por cima de muitos e é exatamente que o longa nos revela aos poucos. Claro que, logicamente, aguardamos para o eventual crime que irá desencadear uma cadeia investigativa e revelando aos poucos as motivações de cada um dos personagens centrais. Até lá, o filme chega um ponto de ser uma grande comédia, principalmente pela interpretação propositalmente caricata de alguns atores, como no caso, por exemplo, de Edward Norton que nós sentimos a todo momento que está se divertindo muito em cena e sendo algo que não se via desde a sua divertida atuação em "Birdman" (2015). 

Daniel Craig novamente nos brinda com uma atuação digna de nota, principalmente pelo fato de estar mais a vontade do que nunca ao interpretar o detetive Blanc e provando que pode sim ter uma carreira versátil e sem viver da sombra de James Bond. É bom também rever atriz Kate Hudson em uma ótima atuação e sendo algo que não se via desde a sua consagração no ótimo "Quase Famosos" (2000). É um filme em que os atores se sentem livres em colocar na mesa o seu potencial com relação a sua veia cômica e cujo o humor se difere do que se encontra hoje em dia nos filmes da Marvel e, por conta disso, não é à toa que ao vermos Dave Bautista em cena constatamos que ele se sente livre e longe das amarras impostas por Kevin Feige daquele estúdio.  

Polêmicas à parte, o filme possui uma dinâmica contagiante, principalmente por possuir uma edição que flui de forma suave e ao mesmo tempo que faz com que a gente não sinta o tempo passar. Sendo um filme investigativo pode-se esperar por várias camadas dessa cebola ao serem descartadas, muito embora uma ou outra revelação não surpreenda e nos passando a sensação que a fórmula de contar esse tipo de história inspirado no universo literário de Agatha Christie já esteja um tanto que batida. Porém, o ato final nos surpreende com relação ao fato que a própria elite esteja se condenando ao se afogar em seu próprio poder e não se dando conta o quanto foram tão estúpidos ao chegarem esse ponto de se encontrarem tão ordinários em seus próprios vícios.  

Com uma curiosa participação da pintura Mona Lisa em cena, "Glass Onion: A Knives Out Mystery" se sustenta graças ao seu grande elenco afiado e com o seu humor corrosivo e que não perdoa ninguém independente de seu status. 

Onde Assistir: Netflix. 

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terça-feira, 30 de maio de 2023

Cine Dica: Streaming - 'Air: A História Por Trás do Logo'

Sinopse: Baseado na incrível história real do chefe da marca esportiva e de calçados Nike, Sonny Vaccaro (Matt Damon), e do fundador da Nike, Phil Knight (Ben Affleck). Ambos estão tentando tornar a marca uma das mais famosas do mundo, e escrever seus nomes na história. 

Ben Affleck se esforça ao máximo dentro do cinemão norte americano, ao ponto de ter conhecido tanto o céu como inferno ao longo de sua carreira como ator, roteirista e diretor de cinema. Se por um lado ele conheceu como é o sistema implacável dos filmes blockbuster como no caso, por exemplo, do universo DC para as telonas, ao menos ele parece obter certa estabilidade em filmes menores, principalmente quando o próprio dirige. "Air: A História Por Trás do Logo" (2023) é um desses casos em que tudo funciona através de suas mãos e nos brindando com um filme cheio de otimismo e sendo muito bem-vindo.

Dirigido pelo mesmo, o filme é baseado em fatos verídicos sobre o chefe da marca esportiva e de calçados Nike, Sonny Vaccaro (Matt Damon), e do fundador da Nike, Phil Knight (Ben Affleck). Ambos estão tentando tornar a marca uma das mais famosas do mundo, e escrever seus nomes na história. A dupla então tenta fazer com que a lenda do basquete Michael Jordan endosse seus produtos, ainda na década de 1980. O filme acompanha os esforços incansáveis dos dois membros da Nike para alcançar seus sonhos. E o que era só uma aposta, revolucionou o mundo dos esportes e da cultura contemporânea.

Ao retratar os anos oitenta Ben Affleck aproveita em sua abertura uma forma nos localizarmos, ao colocar propagandas, fatos e grandes eventos que moldaram basicamente o ano de 1984. Uma vez a gente sendo inserido neste ano logo a gente sente aquela boa e velha sensação de nostalgia daqueles tempos, mas isso fica somente no princípio, pois há uma corrida contra o tempo. Aos poucos vamos conhecendo como é o jogo das competições das grandes empresas de calçados e através da trama ficamos até mesmo surpresos que a Nike era uma empresa tão pequena, mas que logo se tornou poderosa graças a ousadia de Sonny Vaccaro.

Ao ver o enorme potencial de Michael Jordan ele arrisca tudo, ao ponto de até mesmo desafiar os seus patrões, pois vê naquele momento uma forma de recomeçar ou encerrar a sua carreira. Como é bom ver Matt Damon aceitar a sua idade atual e interpretar um homem que aceita as suas limitações físicas, porém, colocando em prática a sua genialidade em ao cenário onde trabalha. E embora não estando muito tempo em cena Ben Affleck cumpre com louvor o seu desempenho e é sempre bom ver ele e Damon juntos, já que eles começaram jovens trabalhando como roteiristas e ganhando a sua primeira estatueta por "Gênio Indomável" (1997).

Voltando ao filme, há uma grande corrida em tentar obter uma conversa com Michael Jordan, ao ponto que nos dá a sensação de que eles estão em busca do Santo Graal. Até lá, Ben Affleck constrói um filme dinâmico, onde tudo acontece ao mesmo tempo, mas fazendo com que a gente jamais perca o fio da meada e ao mesmo tempo a gente obtém uma noção de como é essa briga de grandes empresas.  Mas quando obtêm a grande chance de conversarem com o homem é que ocorre um fato bem curioso na forma de apresentá-lo.

Michael Jordan foi um dos maiores jogadores de basquete da história e a meu ver o diretor opta em apresentá-lo como se fosse uma espécie de predestinado no mundo do esporte, ao ponto que a sua importância é tão grande que não vemos o seu rosto mesmo estando presente em cena. Ao invés disso, está do seu lado a sua mãe, interpretada com intensidade pela atriz Viola Davis e nos dando a entender que ela foi a grande responsável pelo caminho em que o jogador viria a trilhar. Portanto, há um verdadeiro embate verbal entre a mãe e Sonny e rendendo momentos que nos faz a gente se perguntar como se encerrará esse dilema entre ambas as partes sobre o futuro do jogador.

O encontro, aliás, é um dos melhores momentos do filme, onde o personagem de Matt Damon faz um incrível discurso para o jogador e Ben Affleck joga na tela cenas reais sobre o mesmo, com relação ao que iria acontecer em seu futuro e fazendo com que esse momento obtenha um grande peso. Uma vez concluído o feito o filme nos direciona para os destinos  de cada um dos personagens da trama e sobre os seus feitos alcançados em vida. É aquele típico final baseado em fatos verídicos, do qual é bem previsível, mas que não enfraquece o resultado final da obra como um todo.

"Air: A História Por Trás do Logo" é um pequeno, porém, grande filme de Ben Affleck na direção, ao retratar o ponta pé inicial de uma grande empresa de calçados e que deu início ao surgimento de um dos maiores jogadores de basquete de todos os tempos. 


Onde Assistir: Prime Vídeo.  

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Cine Curiosidade: "Um Tempo pra Mim" será exibido na Mostra Ecofalante, em São Paulo, e no Festival Guarnicê, no Maranhão.

 Opará Cultural e Galo de Briga filmes apresentam Um Tempo pra Mim

- Com direção de Paola Mallmann, filme foi rodado inteiramente em guarani numa comunidade indígena de São Miguel das Missões.

- Curta-metragem será exibido na Mostra Ecofalante de Cinema, em São Paulo, no Festival Guarnicê de Cinema, em São Luís do Maranhão, e também irá ao ar no Canal Brasil.

Um Tempo pra Mim vai ser um dos destaques da Mostra Ecofalante de Cinema, o mais importante evento audiovisual dedicado a temas socioambientais e que será realizado de 31 de maio a 14 de junho na capital paulista. Com direção de Paola Mallmann, o curta-metragem chama atenção pelo ineditismo. Foi rodado inteiramente em guarani e com não-atores indígenas da comunidade Tekoa Koenju de São Miguel das Missões, no noroeste do Rio Grande do Sul. As exibições serão nos dias 2 de junho, às 16h30min na sala 4 do Espaço Itaú de Cinema Augusta, e em 8 de junho, às 17h na Sala Lima Barreto do Centro Cultural São Paulo. 

 Mesclando ficção com linguagem documental, o filme mostra a história de uma menina indígena que fica menstruada pela primeira vez durante um eclipse. Uma descoberta marcada pelos costumes e tradições das mulheres da comunidade em que vive. 

   — A ideia original do curta começou a ser concebida após eu participar de um seminário sobre educação menstrual com a colombiana Carolina Ramirez, que trabalha a perspectiva de ampliar a conscientização da importância da dignidade menstrual na vida das meninas e mulheres de diferentes nações com o propósito de desmistificar tabus e por uma perspectiva emancipatória. O potencial de conexão e relevância do tema, alinhada com os estudos sobre as culturas indígenas e com a aproximação já anterior com comunidades guarani, me despertou a vontade de conhecer melhor esta realidade, pesquisando e ouvindo a partir da troca com mulheres indígenas sobre esse momento da vida que é tão marcante e diverso — explica Paola Mallmann. 

A produção conquistou o Kikito de melhor trilha musical na categoria de curtas-metragens brasileiros na última edição do Festival de Gramado. Venceu ainda o prêmio de melhor direção no 16º Curta Taquary, em Pernambuco. Com 21 minutos de duração e assinado pela Opará Cultural e Galo de Briga Filmes, o título foi realizado pelo edital Audiovisual Entre Fronteiras promovido pelo IECINE - Instituto Estadual de Cinema do RS. 

Com produção executiva de Beto Rodrigues, Um Tempo pra Mim também será projetado em 14 de junho no Festival Guarnicê de Cinema em São Luís do Maranhão. O curta-metragem irá ao ar ainda no Canal Brasil no dia 5 de junho, às 13h, no programa Maratona Curta na Tela, e será reprisado em 11 de junho, às 7h.

Atualmente, Paola Mallmann está finalizando o seu primeiro longa-metragem Kunha Karai e as Narrativas da Terra, que acompanha um cenário recente do movimento das mulheres indígenas no Brasil. A previsão de estreia é no segundo semestre de 2023. 

SINOPSE: Florência fica menstruada pela primeira vez no mesmo dia em que ocorre um eclipse da Lua. Ela é criada pela avó e segue a rotina e os costumes de sua tradição mbya guarani. Recolhida do convívio social, Florência vive uma transformação.


FICHA TÉCNICA:

Roteiro Produção e Direção: Paola Mallmann; Elenco: Juliana Almeida Timoteo, Clarice de Oliveira, Dona Elza, Patrícia Ferreira, Sebastião Mendes Gonçalves, Cipriana Ramires Almeida e Fernanda Minetto de Almeida; Produção executiva: Beto Rodrigues e Paola Mallmann; Assistentes de direção: Eduardo Cardoso, Luz Duarte (Missiones) e Carlota Araújo; Assistente de produção: Ana Luiza da Silva; Direção de Fotografia: Pam Hauber; Assistente de fotografia: Lidia Silva e Pará Reté; Direção de Arte: Ana Luiza da Silva e Paola Mallmann; Figurino e objetos: Ana Luiza da Silva; Som direto: Marcelo Armani; Montagem: Tyrell Spencer; Finalização de cor: Guillermo Rovira; Mixagem e masterização: Juan Quintans; Tradução Guarani-Português: Araci Gomes, Gerson Gomes e Jorge Morinico; Direção da musical: Tyrell Spencer e Paola Mallmann; Assessoria de produção musical: Ana Paola Oliveira; Músicas: "Nhanderekoa Kaaguy Porã" do Coral Ara'i Ovy e Conjunto Musical La Digna Rabia; "Música para um Tempo Grego" do UAKTI; Produção: Opará Cultural; Co-produção: Galo de Briga Filmes; Realizado através do edital Audiovisual Entre Fronteiras (IECINE/SEDAC RS).

Assessor de Imprensa:

Léo Sant´Anna

(21) 97613.4462 ou (21) 3988.0561

leosantanna@hotmail.com

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Olhe Pra Elas'

Sinopse: O retrato de várias mulheres com vidas diferentes, mas tendo em comum o fato de estarem aprisionadas e sendo uma representação das mais de 40 mil mulheres brasileiras. 

O documentário "Central" (2016) chamou atenção do Brasil todo pelo fato dos realizadores simplesmente adentrarem ao inferno na terra, pois as condições do Presídio Central de Porto Alegre visto na tela eram precárias e dando abertura para o tráfico de drogas. Porém, o que foi visto lá pode até mesmo ser a superfície, pois há também a questão de preconceito, do qual o mesmo se torna cada vez ainda mais explicito quando o assunto são mulheres presas. "Olhe Pra Elas" é um retrato cru das presidiárias gaúchas, mas que sintetiza o quadro desesperador que se alastra por todo o Brasil.

Dirigido por Tatiana Sager, a mesma realizadora do já citado "Central", o documentário nos convida para acompanharmos a vida de Adelaide, Tatiane, Catia, Naiane e Roselaine, sendo que todas tem algo em comum: o fato de serem mães e viverem longe dos filhos, além da condição de estarem aprisionadas. Cada uma dessas histórias de vida, mesmo com suas particularidades, representa uma questão de gênero e a realidade de mais de 40 mil mulheres brasileiras. Através dos relatos das protagonistas, é possível observar as graves consequências das omissões do Estado em relação ao encarceramento feminino, como carência de material de higiene pessoal, deficiências nos atendimentos de assistência social, psicológico e psiquiátrico e a falta de informações sobre os filhos que ficaram do lado de fora.

Diferente de "Central" Tataiana Sager decide visitar diversos presídios do estado, onde cada um possui condições precárias explicitadas e fazendo a gente se perguntar como as detentas sobrevivem em um cenário desolador e nenhum pouco acolhedor. A realizadora opta em deixar as detentas serem elas mesmas na frente da câmera e com isso obtêm a chance de conhecermos as vidas de cada uma de forma nua e crua. Desde mulheres que conviveram com o tráfico desde jovem, como também molestadas pelos próprios pais ou de alguém da família, nós sentimos o peso de suas histórias não somente pelas suas palavras, como também pelas suas cicatrizes físicas e emocionais que são vistas na tela. Cada uma, por exemplo, possui um olhar complexo, do qual representa todo o horror que veio a testemunhar ao longo de sua vida e que nenhuma palavra consegue representá-la.

Além disso, Sager dá espaço aos especialistas sobre as motivações que levaram essas mulheres em escolherem caminhos duvidosos, mas que não possuíam outro caminho.  O preconceito contra a mulher, por exemplo, são um dos motivos, pois em alguns casos o marido é o grande responsável, mas pelo fato delas serem mulheres acabam pagando um alto preço. Por conta disso, nos damos conta que o estado democrático, por vezes, não passa de uma grande ilusão para essas mulheres, sendo que os fardos que ela carrega mais parecem que foram elaborados por um estado patriarcado.

O documentário em si é uma espécie de grande denúncia contra o sistema que permite que milhares de mulheres fiquem presas nas mais terríveis condições e colocando elas em um cenário para serem esquecidas ao longo do tempo. Porém, elas existem, falam e sentem a dor a cada minuto, seja pelo fato delas não desejarem aquela vida miserável, como também pelo fato de nem sequer conseguirem obter o direito de verem os seus filhos. O inferno, portanto, não se encontra embaixo, como muitos crentes acreditam, mas sim ao lado de nós e que, infelizmente, não fazemos nada a respeito.

"Olhe Pra Elas" é um documentário que nos dá uma chance de testemunharmos uma realidade nua e crua sobre diversas mulheres e das quais merecem uma segunda chance para obter um recomeço na vida.

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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO 01 a 09 de junho de 2023

 A Fúria das Feras Atômicas 


 PLUFT, O FANTASMINHA NA SESSÃO VAGALUME

O filme Pluft, O Fantasminha, de Rosane Svartman, adaptação para as telas da famosa peça teatral de Maria Clara Machado, encerra a atual temporada da Sessão Vagalume na Cinemateca Capitólio nos dias 3 e 4 de junho. O valor do ingresso é R$ 4,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6313/sessao-vagalume-pluft-o-fantasminha/


SCI-FI EM DOSE DUPLA NO PROJETO RAROS

No mês de junho, o Projeto Raros apresenta duas sessões de filmes de ficção-científica na Cinemateca Capitólio. Em 02 de junho, às 19h30, será exibida A Curva do Sonho (The Lathe of Heaven, 1980), produção televisiva dirigida por David Loxton e Fred Barzyk, adaptada do cultuado romance homônimo de Ursula K. Le Guin. Em 09 de junho, às 19h30, a atração é A Fúria das Feras Atômicas (The Food of the Gods, 1976), dirigido pelo lendário Bert I. Gordon, grande especialista em histórias com seres gigantes, inspirado em obra de H. G. Wells. As duas sessões têm entrada franca.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6300/sci-fi-em-dose-dupla-no-projeto-raros/


JAIME LERNER DEBATE MONUMENTAL!

Neste sábado, 03 de junho, às 18h, o diretor Jaime Lerner participa de um debate após a exibição de seu mais novo filme, o documentário Monumental! O Restauro de um Símbolo. O valor do ingresso é R$ 16,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/6316/monumental-o-restauro-de-um-simbolo-debate/


SEGUNDA SEMANA DA MOSTRA A ROTEIRISTA DURAS

A mostra A Roteirista Duras, com foco em obras roteirizadas pela escritora e cineasta francesa Marguerite Duras, segue em exibição até o dia 08 de junho. A programação tem o apoio da Cinemateca da Embaixada da França, do Institut Français e da Aliança Francesa Porto Alegre. O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/6274/a-roteirista-duras/


GRADE DE HORÁRIOS

01 a 09 de junho de 2023


01 de junho (quinta-feira)

15h – Monumental! O Restauro de um Símbolo

17h – Uma Tão Longa Ausência 

19h – Corações Desesperados


02 de junho (sexta-feira)

15h – A Primeira Morte de Joana

17h – Hiroshima, Meu Amor

19h30 – Projeto Raros: A Curva do Sonho


03 de junho (sábado)

15h – Sessão Vagalume: Pluft, o Fantasminha

17h – A Morte do Jovem Aviador Inglês

18h – Monumental! O Restauro de um Símbolo + debate


04 de junho (domingo)

15h – Sessão Vagalume: Pluft, o Fantasminha

17h – A Primeira Morte de Joana

19h – Eu Quero Falar Sobre Duras


06 de junho (terça-feira)

15h – Monumental! O Restauro de um Símbolo

17h – Duas Almas em Suplício

19h – Hiroshima, Meu Amor


07 de junho (quarta-feira)

15h – A Primeira Morte de Joana

17h – Corações Desesperados

19h – Uma Tão Longa Ausência


08 de junho (quinta-feira)

15h – Monumental! O Restauro de um Símbolo

17h – Chamas de Verão

19h – Duas Almas em Suplício


09 de junho (sexta-feira)

15h – A Primeira Morte de Joana

17h – Monumental! O Restauro de um Símbolo

19h30 – Projeto Raros: A Fúria das Feras Atômicas

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Cine Especial: 'Era Uma Vez no Oeste - A desconstrução de um gênero'

Na cena final do clássico “Rastros do Ódio” (1956) de John Ford, o protagonista (John Wayne) está levando de volta a sua sobrinha para sua família, sendo que essa, por muitos anos, estava sendo criada por uma tribo de índios. No minuto final da obra, cada um entra pela porta da frente, sendo que o protagonista fica por último, mas optando em dar meia volta e partindo sem rumo. A cena é simbólica, já que o típico caubói racista contra o povo indígena daqueles tempos, talvez, não poderia mais ter o seu lugar naquele mundo.

John Ford havia, então, dado o seu recado, pois as fórmulas manjadas dos faroestes, que por décadas haviam sido usadas para gerar lucro para os estúdios, não poderiam continuar mais nesse mesmo formato. A previsão se confirmou quando a década de 60 chegou e o gênero estava dando os seus primeiros sinais de esgotamento. Coube um grupo de jovens diretores italianos do outro lado do mundo ressuscitar o faroeste do seu modo. O resultado, por sinal, foi o nascimento de um subgênero intitulado western spaghetti, onde o velho oeste era retratado de uma forma mais nua e crua, onde o glamour hollywoodiano, para não dizer plástico, não teria espaço para esse novo produto cinematográfico.

Dentre os cineastas italianos dessa nova leva o que mais se destacou foi Sergio Leone, já que o primeiro filme que ele viria a dirigir dentro desse subgênero, "Por Um Punhado de Dólares" (1964), que viria a se tornar um enorme sucesso na Itália. Isso fez com que ele criasse a “trilogia dos Dólares”, da qual se encerraria com "Três Homens e um Conflito"(1966), filme que, aliás, fez com que Leone se tornasse muito conhecido nos EUA. Vendo o potencial do cineasta, o estúdio Paramount convidou Leone para dirigir mais um novo faroeste, mas nem tudo começou com flores.

Após o encerramento da “trilogia dos Dólares”, o cineasta acreditava que não havia mais nada para se fazer a respeito com relação ao gênero e tinha a ambição naqueles tempos de fazer um épico com relação à construção da América. Após muita insistência vinda do estúdio o cineasta veio aceitar o convite, mas tendo a idéia de fazer com que "Era uma Vez no Oeste" (1968) se tornasse o primeiro capítulo de uma nova trilogia, que daria continuidade com "Quando Explode a Vingança" (1971) e se encerrando, então, com o projeto dos seus sonhos que viria a ser "Era Uma Vez na América" (1984).

Com locações na Itália, Espanha e EUA (com o direito ao rico cenário natural de Monument Valley), Leone, não só quis fazer da produção uma homenagem de tudo o que já havia sido feito dentro do gênero western, como também desconstruí-lo. O resultado é um filme que foi contra as expectativas daqueles que foram assisti-lo, onde cada fórmula manjada apresentada na película, logo em seguida era fraturada e levando o filme a um novo rumo. Os dez minutos iniciais, aliás, não só prestam uma homenagem ao clássico "Matar ou Morrer" (1952) de Fred Zinnemann, como também pega o espectador desprevenido, pois começamos a simpatizar com os três misteriosos pistoleiros, mas que são logo eliminados pelo personagem harmônica (Charles Bronson) quando surge ele em cena.

Mal tendo se recuperado desses minutos iniciais, o espectador logo é apresentado a novos personagens. Uma família que, aparentemente, se prepara para uma festa para uma ocasião especial, mas que são logo massacrados por tiros vindos da mata. Com uma trilha poderosa de Ennio Morricone disparando contra os nossos ouvidos, uma criança sobrevivente do massacre testemunha o cenário de horror e dando de cara com os seus algozes que se aproximam da casa onde a família vivia.

Perfeccionista como ninguém, Leone filma de uma forma bem pensada para surpreender o espectador que assiste. A câmera se encontra atrás do assassino, para que quando ela se movimentasse e focasse o seu rosto isso provocaria, então, um efeito devastador para os olhos do público. A cena teve fortíssimo impacto no ano de 1968 para os americanos, já que o assassino não era ninguém menos que próprio Henry Fonda.

Queridinho da América naqueles tempos, Fonda havia ganhado prestigio em produções que o tornaram um astro respeitável nos filmes americanos como, por exemplo, "12 Homens e uma Sentença"(1957). Embora reticente num primeiro momento, Fonda aceitou o desafio de fazer o seu primeiro vilão de sua carreira e criando um personagem do qual ele extraiu do mais fundo de sua alma. O resultado foi tão impactante que alguns espectadores não aceitaram o astro matando uma criança indefesa, ao ponto da cena ter sido cortada quando o filme era exibido nos canais de televisão da época.

Cortes, aliás, é o que o filme mais sofreu em território americano, já que o estúdio achava a obra extensa e, por vezes, monótona. Isso criou problemas para melhor compreensão da história na época do seu lançamento, pois dentre as cenas cortadas, por exemplo, estava à primeira aparição do anti-herói Cheyenne (Jason Robards). Embora tenha ficado mais curto para os padrões que o estúdio, o filme não escapou de um relativo fracasso nos EUA, mas nem tudo estava perdido.

Em alguns países da Europa, por exemplo, o filme foi exibido com o seu corte final (2h55min) e fazendo um grande sucesso. Em Paris, o berço da 7ª arte, o filme foi exibido durante 48 meses numa sala de cinema, ao ponto dos rolos ficarem arranhados de tantas e tantas vezes o filme ter sido exibido para o público. Num país onde se nasceu o movimento cinematográfico Nouvelle vague, era mais do que natural que os franceses acolhessem o lado autoral de Sergio Leone.

Com o passar do tempo o filme foi, enfim, sendo reconhecido pelo público americano que antes o havia ignorado. Em sua total plenitude, o filme não é somente uma homenagem ao gênero, como também uma forma de dizer Adeus aos símbolos que o moldaram ao longo do seu tempo. Se John Ford foi sugestivo com relação a isso no seu clássico "Rastros do Ódio", Sergio Leone optou em sua obra em ser mais explicito.

Nos minutos finais do longa, quando vemos harmônica (Bronson) testemunhar a morte de Cheyenne (Robards), a câmera logo foca a chegada do trem no cenário principal da obra. É a onda do progresso invadindo aquele território, onde a imagem do cavaleiro solitário, enfim, não teria mais lugar ao sol naquele mundo. Com a trilha sonora poderosa de Ennio Morricone, da qual simboliza o fim e o começo de uma nova era, testemunhamos Jill (Claudia Cardinali) aceitar o seu destino em ser dona daquela terra e dar água aos homens que ajudarão a erguer um novo mundo.

Mais de cinqüenta anos já se passaram, mas "Era Uma Vez no Oeste" continua poderoso ao conseguir desconstruir um gênero jaz moribundo e revigorando para novos tempos.

Onde Assistir: Amazon Prime Vídeo

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quinta-feira, 25 de maio de 2023

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (25/05/2023)

 A PEQUENA SEREIA

Sinopse: A Pequena Sereia é a adorada história de Ariel, uma bela e espirituosa jovem sereia com sede de aventura. A mais nova (e rebelde) das filhas do Rei Tritão, Ariel anseia por descobrir mais sobre o mundo além do mar e, ao visitar a superfície, se apaixona pelo elegante Príncipe Eric. 


CAMPEÕES

Sinopse: A trama segue a divertida história de um ex-técnico de basquete da liga secundária que, após uma série de erros, é ordenado pelo tribunal a gerenciar um time de jogadores com deficiência intelectual. Ele logo percebe que, apesar de suas dúvidas, juntos, esse time pode ir mais longe do que jamais imaginou.


MEU PAI É UM PERIGO

Sinopse: A trama acompanha a relação entre Sebastian e o seu pai Salvo Maniscalco. Quando o filho anuncia que irá pedir a mão de sua namorada em casamento, o pai insiste em passar um final de semana na casa dos pais da futura nora. O encontro faz com que a famílias percebam que elas não têm nada em comum.



SWORD ART ONLINE MOVIE PROGRESSIVE – SCHERZO DO CREPÚSCULO SOMBRIO

Sinopse: Dois meses se passaram desde que o jogo mortal começou, e Kirito e Asuna continuam progredindo. Eles param para pegar um tesouro, mas então devem enfrentar o monstro menos favorito de Asuna.


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