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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'A Última Sessão de Cinema'

Nota: O filme será exibido para os associados neste sábado (19/02/22) na Cinemateca Capitólio as 10h15min. 

Sinopse: Depois da II Guerra Mundial, os amigos Sonny e Duane cursam o último ano da escola numa cidadezinha decadente do Texas. Duane tem planos de ser militar e namora a bela Jacy, enquanto Sonny descobre o sexo pelas mãos da esposa do seu treinador. 

Por muito tempo Hollywood vivia dentro de uma bolha, mais precisamente entre o final dos anos 30 até meados dos anos 50. Embora conhecido como tempos dourados do cinema norte americano é preciso reconhecer que esse período não retratava com exatidão os problemas, dilemas e a realidade pura que se encontrava fora da sala escura. Coube, portanto, o cinema estrangeiro dar uma cutucada na onça.

A Nouvelle vague, por exemplo, foi um movimento contestador do cinema francês, do qual o mesmo foi fundado por ex críticos que decidiram pegar a suas câmeras e filmarem uma Paris ainda nunca vista na grande tela. O movimento serviu de inspiração para outros países, mas ao mesmo tempo serviu para alertar a Hollywood que a mesma ficaria para trás caso não saísse de sua bolha nenhum pouco inspiradora. Foi então que, a partir de 1967,  que um grupo de jovens cineastas, incluindo Martin Scorsese, Brian De Palma, Steven Spielberg e tantos outros deram um novo sangue aos filmes norte americanos e iniciando aquele que é conhecido como o melhor período que acabou sendo posteriormente conhecido como a "Nova Hollywood".

Indo de carona com a contracultura da época, muitos filmes balançaram os alicerces do conservadorismo norte-americano e provando que o conto de fadas plástico que tanto vendiam não poderia continuar mais prosseguindo. Com a crise financeira, escândalo de Nixon e mais o estouro da Guerra do Vietnã, essa nova fase cinematográfica provou que se poderia sim ser lançados filmes que poderiam sintetizar o estado de espirito do norte americano que se encontrava cada vez mais abalado. Com um grande elenco, "A Última Sessão de Cinema (1971) de Peter Bogdanovich é um dos mais relevantes desse período, ao retratar uma geração que antes era vista no cinema com luz e cores, quando na verdade muitos se encontravam perdidos em suas estradas sem rumo.

Entre a 2ª Guerra Mundial e a Guerra da Coréia, dois jovens, Duane Jackson (Jeff Bridges) e Sonny Crawford (Timothy Bottoms), vivem em Anarene, uma pequena cidade no Texas. Eles se parecem fisicamente, mas mentalmente e emocionalmente são opostos. Passam boa parte do tempo no cinema ou no salão de sinuca. Enquanto Duane tenta se firmar frequentando festas de embalo, Sonny é iniciado no sexo por Ruth Popper (Cloris Leachman), a frustrada esposa do seu treinador. Mas os dois compartilham um desejo: Jacy (Cybill Shepherd).

Sem nenhum pingo de glamour do que era retratado nos filmes de bangue e bangue de antigamente, a cidade de Anarene do Texas mais parece uma cidade fantasma, das quais ainda contém inúmeras pessoas, mas que se encontram perdidas em suas vidas. Em uma época em que Hollywood ainda se encontrava tímida quando assunto era Vietnã, Peter Bogdanovich coloca em seu filme duas gerações distintas com relação ao assunto sobre a a guerra. Enquanto o personagem Sam (Ben Johnson) é um sobrevivente da 2ª Guerra que tenta pôr ordem e juízo nesta nova geração, esses por sua vez se encontram com as vidas desocupadas, cuja as aulas estão acabando e sendo seduzidos com a possibilidade de irem para a guerra da Coréia.

Em alguns momentos, por exemplo, a sensação que dá que os personagens convivem em um beco sem saída, onde a cidade em si não traz nenhuma boa expectativa, porém, a estrada empoeirada logo ali não atrai aqueles que buscam a sorte de forma imediata. Com uma belíssima fotografia em preto e branco, Peter Bogdanovich dirige o seu elenco de forma sem igual, sendo que todos ali começam um jogo do começo ao fim através de olhares que tem muito mais a dizer do que meras palavras jogadas ao vento. Esse duelo de olhar e pensamento faz com que muitos temem pela consequência dos seus atos, ao ponto que o sexo, por mais que seja um desejo da maioria dos jovens que ali se encontram, faz com que eles se tornem frios e que dificilmente conseguem obter o pouco de prazer que a cidade tem a oferecer.

Novamente, Sam acaba sendo a voz da razão daquele lugar, sendo que o seu cinema acaba sendo uma espécie de refúgio de uma realidade que aquela sociedade tenta esquecer por alguns momentos dentro de uma sala cheia de magia. Porém, quando Sam sai de cena muitos personagens perdem o controle da meada, ao ponto que os impulsos imprevisíveis da personagem interpretada pela então jovem Cybill Shepherd transbordam em larga escala. Contudo, a estrada parece fechada e fazendo, tanto ela como os demais personagens, sendo obrigados a retornar, ou adentrar em uma guerra que eles não queriam participar.

No ato final, vemos dois velhos amigos arrependidos pelos seus atritos, mas cada um decidindo caminhar em rumos separados. Enquanto um se vai para Guerra da Coreia, outro tenta sair da cidade que cada vez se torna mais desolada. Porém, se um jovem amigo deles sucumbe de forma tão infeliz antes mesmo de pedir socorro, ao menos um deles consegue estender a mão para alguém que grita em desespero em meio aquele cenário e isso é muito bem representado pela atuação extraordinária da atriz Cloris Leachman. Ao final, cada um se vê preso dentro de sua bolha, mas ao menos tendo algum pingo de esperança mesmo de uma forma tão pálida.

"A Última Sessão de Cinema" é um retrato nu e cru de uma geração que era sempre retratada no cinema com um sorriso falso pelo lado de fora, mas que se encontrava em destroços em suas entranhas. 



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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (17/02/2022)

 LICORICE PIZZA

Sinopse: Ambientado no Vale de San Fernando, em 1973, a história acompanha a trajetória de um jovem ator que se apaixona enquanto filma seu primeiro projeto.


A JAULA

Sinopse: Em A Jaula, Chay Suede interpreta Djalma, um ladrão que se envolve em um jogo psicológico de gato e rato com um rico médico. Era só mais um dia de roubo em São Paulo, o alvo é um carro de luxo que já estva nos planos de Djalma há um tempo. Tudo ocorre como previsto, ele entra no carro e rouba o que quer, mas quando está prestes a sair, o ladrão percebe que foi trancado dentrodo automóvel e não vai conseguir sair facilmente.

PRIMAVERA

Sinopse: Primavera apresenta a saga de uma família com origens portuguesas contada de pai para filho. Uma viagem no tempo narrando a chegada dos portugueses ao Brasil à partir de um núcleo familiar específico, permitindo uma análise precisa dos valores e tradições da época e como as suas consequência afetaram, e ainda afetam, a família em foco.

UNCHARTED: FORA DO MAPA

Sinopse: Nathan Drake e seu parceiro canastrão Victor "Sully" Sullivan embarcam em uma perigosa busca para encontrar o maior tesouro jamais encontrado. Enquanto isso, eles também rastreiam pistas que podem levar ao irmão perdido de Nathan.


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Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre: "A Mulher que Fugiu"

 

Local: Sala Eduardo Hirtz, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 20/02/2022, domingo, às 10:15 da manhã

"A Mulher que Fugiu" (Domangchin Yeoja)

Coreia do Sul, 2020, 77 min, 14 anos.

Direção: Hong Sang-Soo

Elenco: Kim Min-hee, Seo Young-hwa, Song Seon-mi, Eun-mi Lee

Sinopse: Gam-hee encontra três amigas enquanto seu marido está em uma viagem de negócios. Cada uma, com suas histórias de vida, influencia nas escolhas da protagonista: Young-soon é divorciada e gosta de cuidar de seu jardim; Su-young se sente atraída pelo vizinho; e Woo-jin trabalha em um pequeno cinema. O filme foi o vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Berlim de 2020.


Confira a minha crítica já publicada clicando aqui. 


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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 17 A 23 DE FEVEREIRO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

O PODEROSO CHEFÃO – PARTE 3


SALA 1 / PAULO AMORIM

BENEDETTA Assista o trailer aqui.

(França/Bélgica/Holanda, 2021, 125min). Direção de Paul Verhoeven, com Virginie Efira, Daphné Patakia, Charlotte Rampling, Lambert Wilson. Imovision, 18 anos. Drama.

Sinopse: Benedetta Carlini é uma freira italiana que vive em um convento desde a infância, em fins do século XVII. A jovem diz que tem visões religiosas e eróticas ligadas a Cristo e outros símbolos da Igreja, o que divide as opiniões de quem convive com ela. Tudo fica ainda mais perigoso quando o convento acolhe uma jovem agredida pelo pai e ambas, Benedetta e Bartolomea, dão início a um romance conturbado. O filme é baseado no livro “Immodest Acts: The Life of a Lesbian Nun in Renaissance Italy”, de Judith C. Brown, e inspirado em uma história real.


UNDINE Assista o trailer aqui.

(Alemanha/França, 2021, 90min). Direção de Christian Petzhold, com Paula Beer e Franz Rogowski. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: O diretor se inspira no mito da ninfa aquática Ondina para mostrar um romance que se passa em Berlim, nos dias atuais. A protagonista é Undine, uma historiadora especialista na sólida arquitetura da cidade. Quando Undine termina seu namoro com Johann, ela conhece Christoph, um jovem que tira seu sustento do fundo das águas, como mergulhador.


SESSÕES ESPECIAIS NA SALA PAULO AMORIM

SESSÃO ESPECIAL O PODEROSO CHEFÃO 50 ANOS


O PODEROSO CHEFÃO – PARTE 3

(The Godfather - EUA, 1990, 160min). Direção de Francis Ford Coppola, com Al Pacino e Andy Garcia.

Sinopse: No epílogo da trilogia, a trama gira em torno dos últimos anos do poderio de Michael Corleone. Ambientada no início dos anos 1980, a história mostra o mafioso mais preocupado em dar um outro rumo para seus negócios, inclusive criando uma instituição de caridade e se aproximando da Igreja. Vincent, um sobrinho que Michael não via há muitos anos, reaparece e tem a intenção de entrar para os negócios da família. Considerado um dos grandes títulos do cinema norte-americano, a saga de “Poderoso Chefão” é baseada no livro de Mario Puzzo e completa, neste mês, 50 anos de sua estreia nos cinemas.


 MARIGHELLA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 155min). Direção de Wagner Moura, com Seu Jorge, Adriana Esteves, Bruno Gagliasso. Paris Filmes, 16 anos. Drama/Ação.

Sinopse: A cinebiografia recupera a trajetória do ex-deputado e guerrilheiro Carlos Marighella (1911 – 1969), que comandou um grupo de jovens na luta contra a ditadura que governava o Brasil. Ele foi um dos fundadores da Ação Libertadora Nacional, que pregava a revolução armada, e chegou a ser considerado o inimigo número 1 do Brasil. Sua morte aconteceu em uma emboscada em São Paulo, por agentes do DOPS. O filme é uma adaptação do livro "Marighella - O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo", de Mário Magalhães.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


DELICIOSO: DA COZINHA PARA O MUNDO Assista o trailer aqui.

(Délicieux - França, 2021, 115min). Direção de Eric Besnard, com Grégory Gadebois, Isabelle Carré, Benjamin Lavernhe. PlayArte Filmes, 14 anos. Comédia histórica.

Sinopse: Um dos longas preferidos do público no Festival Varilux de Cinema Francês, o filme trata dos primórdios da conceituada culinária francesa e da criação do primeiro restaurante do país. Tudo se passa ainda antes da Revolução Francesa, quando o cozinheiro Pierre Manceron comete algumas “ousadias” culinárias e é demitido da casa do seu empregador, o duque de Chamfort. Mas logo ele conhece Louise, uma mulher que quer aprender a cozinhar e o incentiva a buscar novos sabores e novas receitas – nesta pequena revolução pessoal, Manceron vai conquistar novos admiradores e alguns inimigos.


A FELICIDADE DAS PEQUENAS COISAS Assista o trailer aqui.

(Lunana: A Yak in the Classroom - Butão/China, 2019, 110min). Direção de Pawo Choyning Dorji, com Sherab Dorji, Kelden Lhamo Gurung. Pandora Filmes, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Cansado da vida em seu pequeno país, um jovem professor butanês resolve tentar a sorte como cantor na Austrália. Mas ele precisa cumprir um último ano de trabalho e é enviado a uma escola distante, em uma aldeia glacial chamada Lunana. Sem conforto algum, o professor começa a ensinar as crianças da aldeia e, aos poucos, descobre os encantos do lugar. O longa é um dos 15 títulos pré-indicados ao Oscar de filme internacional.


A MULHER QUE FUGIU Assista o trailer aqui.

(Domangchin Yeoja - Coreia do Sul, 2020, 75 min). Direção de Hong Sang-Soo, com Kim Min-hee, Seo Young-hwa, Song Seon-mi. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Gam-hee encontra três amigas enquanto seu marido está em uma viagem de negócios. Cada uma, com suas histórias de vida, influencia nas escolhas da protagonista: Young-soon é divorciada e gosta de cuidar de seu jardim; Su-young se sente atraída pelo vizinho; e Woo-jin trabalha em um pequeno cinema. O filme foi o vencedor do prêmio de melhor direção no Festival de Berlim de 2020.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).

CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


Acesse nossas plataformas sociais:

https://linktr.ee/cinematecapauloamorim

Cine Dica: SESSÃO VAGALUME: "Labirinto" com David Bowie será exibido nos dias 19 e 20/02 na Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre.

 - Longa-metragem estrelado por David Bowie será reexibido 35 anos após o lançamento. 

- Os ingressos custam apenas R$ 4,00 e, antes das sessões, haverá visitas guiadas pela Cinemateca Capitólio. 


QUANDO: 19 e 20/02, sábado e domingo, às 15h. Visitas guiadas terão início às 14h30min. ONDE: Cinemateca Capitólio (Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico, Porto Alegre).QUANTO: R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia-entrada) - pagamento em dinheiro e pix, a bilheteria abre uma hora antes das sessões. 


DESCONTOS: meia-entrada para municipários e aplicação de todos os descontos previstos em lei (pessoas com mais de 60 anos com carteira de identidade; pessoas com deficiência e um acompanhante, mediante cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social da pessoa com deficiência ou de documento emitido pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS); jovens de baixa renda com comprovante ID e doadores de sangue com carteira de comprovação).


VERSÃO EXIBIDA: Dublada

DURAÇÃO: 101min

CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: livre

EXIGÊNCIAS SANITÁRIAS PARA ENTRADA NA SALA DE CINEMA: apresentação de comprovante vacinal e uso de máscara. 


Um dos maiores clássicos do cinema e o filme mais icônico do astro pop britânico David Bowie, Labirinto - A Magia do Tempo voltará a cartaz nos dias 19 e 20 de fevereiro, sábado e domingo, às 15h, na Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre. Combinando os gêneros musical, aventura e fantasia, o longa-metragem de Jim Henson foi lançado no Brasil há 35 anos. A trilha sonora da produção também fez sucesso nos anos 1980 e é assinada por Bowie e Trevor Jones.

Na trama, a protagonista Sarah, interpretada pela jovem Jennifer Connelly, tem que enfrentar um labirinto para resgatar seu irmão, um bebê, que está em poder de Jareth, o rei dos duendes, personagem de David Bowie. Será projetada a versão dublada para que pais e filhos possam redescobrir esse título recheado de mistério e encantamento. Os ingressos populares vão custar apenas R$ 4,00 e R$ 2,00, a meia-entrada.

Devido à grande aceitação do público, serão mantidas as visitas guiadas pelo prédio erguido em 1928 e totalmente restaurado para abrigar a memória da sétima arte. Trinta minutos antes das projeções, às 14h30min, os espectadores poderão conhecer as salas de projeção, do acervo e também a biblioteca. As reexibições fazem parte da Sessão Vagalume, uma iniciativa do Programa de Alfabetização Audiovisual, projeto educativo da Cinemateca Capitólio. O objetivo é oferecer um circuito alternativo de cinema infantojuvenil, ampliando a programação regular também para essa faixa etária.

Outras informações podem ser obtidas pelo site da Cinemateca Capitólio (www.capitolio.org.br) e pelas redes sociais do Programa de Alfabetização Audiovisual (Facebook e Instagram - @alfabetizacaoaudiovisual).


 INFORMAÇÕES TÉCNICAS:

Labirinto - A Magia do Tempo (Labyrinth), de Jim Henson (EUA, 1986, 101 minutos). Com David Bowie e Jennifer Connelly.

ASSESSOR DE IMPRENSA

Léo Sant´Anna

(21) 97613.4462 ou (21) 3988.0561

leosantanna@hotmail.com

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'A Felicidade das Pequenas Coisas'

Nota: Filme exibido neste último domingo para os associados

Sinopse: O professor Ugyen Dorji, de 20 e poucos anos, sonha em se mudar para a Austrália e ser um cantor famoso. Em seu último ano de contrato com o governo, ele é mandado para Lunana, onde deve assumir uma escola infantil. 

Atualmente estamos convivendo com uma realidade em que não nos damos mais conta da beleza em nossa volta, pois estamos cada vez mais presos em nossos celulares, trabalho e a corrida contra o tempo do dia a dia. São casos cada vez mais raros em que paramos por um momento para olharmos em volta e nos darmos conta que estamos perdendo o que mais vale a pena na vida. "A Felicidade das Pequenas Coisas" (2021) é lindo de se assistir, profundo sobre o que nos quer passar e despertando em nós o desejo de explorar esse mundo que não estamos mais conseguindo enxergar.

Dirigido pelo estreante Pawo Choyning Dorji, o filme conta a história de Ugyen, que está terminando a formação de professor, mas não tem nenhuma vocação para ensinar. Seu sonho é conseguir um visto para a Austrália, onde poderá cantar nos bares de Sydney. No entanto, é enviado pelo governo à "escola mais remota do mundo", em Lunana, no topo de uma imensa montanha. Ugyen detesta esta vida pacata e sem tecnologia, até descobrir o prazer da vida simples.

Já na abertura ela nos hipnotiza, já que o realizador filma com carinho o cenário principal para que não nos esqueçamos tão cedo desse primeiro plano. A fotografia privilegia as cenas externas com Ugyen e seus colegas diante da paisagem exuberante das montanhas, em luz natural. Sua subida até o local onde se tornará o cenário principal se torna uma espécie de cruzada de purificação espiritual, onde o protagonista começa aos poucos a largar, mesmo que no princípio de forma forçada, o comodismo da civilização e tendo que se virar com que a natureza tem a oferecer.

Uma vez chegando lá temos uma escola abandonada, porém, cheia de história através das simples coisas e das quais o protagonista não está acostumado em encara-las. Gradualmente, ele aprende de tudo um pouco, desde em ascender o fogão com esterco de boi como também solucionar uma forma de adquirir papel para as crianças estudarem. Não deixa de ser singelo o entrosamento entre as crianças e o protagonista, sendo que esse último não demora muito para se sentir encantando por aquele lugar e com as pessoas em sua volta.

Sherab Dorji se sai bem como o jovem protagonista que precisa lidar com esse novo cenário, sendo que para isso terá que largar dos vícios da cidade grande que tanto lhe prenderam. Do rapaz egoísta e preso aos aparelhos eletrônicos, logo a subida geográfica rumo à minúscula cidade Lunana também funciona como uma ascensão aos céus, à pureza da humanidade em meio às nuvens que, talvez, nunca havia adquirido durante até aquele momento. Embora manifeste um comportamento pouco sociável com os vizinhos e colegas no princípio, ele continua sendo tratado com cortesia e sorrisos. Aos poucos, será impregnado por esse otimismo e se alinhando com as suas novas virtudes em meio aquele cenário.

O filme em si presta uma bela homenagem a cultura local, onde cada detalhe filmado se percebe um total perfeccionismo vindo do cineasta como um todo. Há uma preocupação, por exemplo, na apresentação da construção do quadro escolar para a parede, pois antes disso ele não existia e seu nascimento acaba sendo algo interessante de ser visto. Já as velhas tradições, embora cada vez mais esquecidas por essa nova geração, aqui é vista como peça fundamental para fortalecer a fé daqueles que convivem, tanto com a beleza, como também da força vinda da natureza.

Em sua reta final, ficamos tão impressionados com a trama e seu cenário que não desejamos que ela termine tão cedo. Ao final, nos dá uma sensação de como estamos desperdiçando as nossas vidas por situações ou coisas sem nenhum significado e perdendo aquilo o que é mais precioso. Talvez devemos manter sim as nossas atividades rotineiras, mas nunca nos esquecermos do mundo real que se encontra lá fora e a nossa espera.

"A Felicidade Das Pequenas Coisas" é uma declaração de amor para uma cultura longínqua, assim como também para a própria natureza que existe em nossa volta, mas que não estamos mais prestando atenção para ela. 


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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: "Disforia"

Nota: Filme exibido no último sábado para associados do Clube de Cinema de Porto Alegre. Sinopse: Dário sofre pela dificuldade em se recuperar de um acontecimento assustador de seu passado. Ao se aproximar da menina Sofia, memórias de um trauma são despertadas. Atormentado, ele precisa encarar o passado e o mistério envolvendo a família dele.

Mesmo perante todas as dificuldades, seja devido a pandemia ou desse desgoverno atual, o cinema brasileiro ao menos tem surpreendido ao explorar outros gêneros, principalmente o horror. Curiosamente, o subgênero "pós terror" tem chamado atenção dos cinéfilos, pois títulos brasileiros como, por exemplo, "Trabalhar Cansa" (2011) nos mostra que a realidade em que o brasileiro vive hoje em dia acaba se tornando muito mais mortal do que qualquer monstro do armário tradicional. "Disforia" (2019) se envereda para o horror psicológico, mesmo quando surge em cena ingredientes tradicionais dentro do gênero que pode nos dizer ao contrário.
Dirigido pelo estreante por Lucas Cassales, a trama foca sobre a vida de um psicólogo chamado Dário (Rafael Sieg), que após um momento traumático em sua vida pessoal decidiu voltar a atender seus pacientes. A primeira pessoa que entra em sua agenda é Sofia (Isabella Lima), uma misteriosa criança de 9 anos de idade que desperta sentimentos curiosos e um tanto conflitantes em todos que a circundam. Ao longo do tratamento da menina, Dário volta a ter as sensações de agonia e aflição que ele não esperava que voltassem à tona.
O filme foca basicamente personagens sem rumo na vida, onde suas estradas se encontram nevoadas e não tendo nenhuma boa perspectiva. O cenário, por exemplo, é uma Porto Alegre acinzentada, que pouco lembra o seu glamour visto nos cartões postais, mas que se casa com os nossos dias atuais. Aliás, é notório que os realizadores do cinema gaúcho têm notado que os últimos acontecimentos políticos fizeram da cidade o que ela é hoje, pois basta pegarmos como exemplo títulos como "Ponto Zero" (2015), "Tinta Bruta" (2018) e o recente "Nuvem Rosa" (2021) para constatarmos que os mesmos captaram esses tempos nebulosos.
Por conta disso, essa visão pessoal acaba meio disfarçando alguns pontos óbvios dentro do roteiro, mas ao mesmo tempo sendo lançado perante a nós uma nova interpretação perante aos fatos. Se em um primeiro momento o filme nos lembra o clássico "O Sexto Sentido" (1999) logo ele vai transitando entre outras fórmulas de sucesso como no caso do "found footage", ou basicamente o subgênero filmes perdidos e que rendeu clássicos como "A Bruxa de Blair" (1999). Porém, essas fórmulas são logo descartadas ao vento, principalmente quando o realizador opina ao jogar o protagonista em um verdadeiro jogo psicológico, onde a lógica e o sobrenatural se fundem em um único plano e nos fazendo perguntar o que realmente está acontecendo.
Rafael Sieg se sai bem como um protagonista complexo, do qual o mesmo transita entre a razão e a loucura e se digladiando com os mistérios envolvendo, tanto a jovem garota, como também de sua esposa que se encontra internada. Por conta disso o ato final irá trazer mais dúvidas do que respostas, principalmente ao fazer com que a gente desconfie com relação ao que acontece na tela, que podem ser delírios, sonhos ou manifestações de algo ou de alguém que nunca vemos. A dúvidas solidificam ainda mais principalmente em seus minutos finais, dos quais me fizeram me lembrar também do clássico expressionista "O Gabinete do Dr. Caligari" (1919) e quem conhece o título sabe do que estou falando.
Apesar de toda essa salada de referências, além de um final um tanto que apressado "Disforia" é uma grata surpresa para aqueles que procuram novos desafios dentro do cinema brasileiro e cujo os gêneros podem sim serem explorados pelos nossos talentos.


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