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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 13 de julho de 2020

Cine Especial: 'A Origem' - 10 Anos Depois


Se inspirando sempre nos cineastas da velha guarda o diretor Christopher Nolan sempre evitou em usar os efeitos visuais em demasia, mesmo quando o recurso poderia lhe facilitar as coisas. Porém, "A Origem" é o seu primeiro grande filme com uso nítido de efeitos por computador, mas que, ao invés de somente entreter as plateias, os recursos se encontram ali para corresponder com a proposta principal da trama. Se em seu curta-metragem "Doodlebug" (1997), ou até mesmo em "Amnésia" (2001), Nolan explorava as inúmeras possibilidades de como funciona o nosso subconsciente, em "A Origem" ele obtém o ápice desse interesse, graças a uma trama criativa e com uso bem explorado de efeitos de ponta.
Acompanhamos a história de um grupo de ladrões profissionais liderados pelo personagem Cobb (Leonardo DiCaprio), cujo objetivo deles é roubar os principais segredos de pessoas poderosas através dos sonhos. Porém, Cobb recebe uma proposta tentadora do empresário Saito (Ken Watanabe), que é inserir uma ideia no herdeiro de um império econômico chamado Fischer (Cillian Murphy), e para assim ele repensar se deve ou não seguir os passos do seu falecido pai (Pete Postlethwaite). Para realizar este feito ele conta com a ajuda do parceiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt), a inexperiente arquiteta de sonhos Ariadne (Ellen Page) e Eames (Tom Hardy), que consegue se disfarçar de forma precisa no mundo dos sonhos.
Se num primeiro momento a trama possa parecer simples, Nolan faz questão de criar elementos de um verdadeiro quebra cabeça que possa, num primeiro momento, confundir o cinéfilo que está assistindo e fazê-lo com que ele tenha uma atenção redobrada ao longo da projeção. Isso é obtido graças a uma edição fragmentada, mas que, diferente de "Amnésia", ela não está de trás pra frente, mas sim espalhada e representando as lembranças (ou sonhos) de Cobb (DiCaprio) que sofre pela perda da esposa Mal (Marion Cotillard). O problema que mal surge como uma projeção nos sonhos de Cobb, o que lhe dificulta, não somente nas missões, como também fazê-lo ter dúvidas com relação a sua própria realidade.
Cobb tem o desejo de reencontrar os seus filhos e que, caso cumpra o trabalho dado por Saito, ele retornará a revê-los. Curiosamente, as crianças sempre surgem, seja nas lembranças ou nos sonhos de Cobb, com os rostos nunca sendo revelados. As crianças então se tornam uma semente da dúvida que Nolan coloca no enredo e fazendo com que tenhamos dúvida até nos últimos momentos de projeção da obra.
Até lá, Nolan faz questão de que o cinéfilo caia de cabeça dentro da trama, ao ponto em que, em muitas passagens da história, os personagens ficam explicando a todo o momento como funciona o mundo dos sonhos e como eles entram neles. Na época do seu lançamento, alguns críticos acharam que o cineasta exagerou nas explicações, fazendo com que o público em geral não parasse por um momento para pensar, pois o cineasta tinha uma preocupação em querer que a gente entendesse a qualquer custo. Revisto hoje, se percebe que há uma transição do que nós sabemos sobre os sonhos no nosso mundo real para o gênero fantástico inserido dentro do filme, onde as explicações vistas na trama servem para que aja uma sensação de verossimilhança que tanto o cineasta injeta em suas obras.
Independente ou não de nos passar um enredo verossímil, Nolan, ao menos, foi feliz no uso de efeitos visuais. Aqui, eles sempre surgem não de forma gratuita, mas sim com que se correspondesse com o enredo visto dentro da trama. Se os personagens, por exemplo, flutuam ou testemunhamos quando os cenários são remodelados, tudo faz parte de um processo para que nos possa parecer como algo familiar, como se já tivéssemos visto algo parecido, por exemplo, em nossos próprios sonhos. Talvez o ápice desse casamento entre o lado técnico e história é quando os personagens transitam de um sonho para outro sonho, onde não somente os efeitos visuais são aqui necessários, como também nos exige uma atenção redobrada, principalmente com relação as três ou mais linhas narrativas que vão surgindo no decorrer da obra.
Sucesso de público e crítica, além de vencer quatro Oscar técnicos, Nolan teria carta branca novamente para fazer o que bem entender no seu próximo filme que, aliás, seria o encerramento de sua visão pessoal com o qual havia começado em Batman Begins.

Curiosidade: Embora o roteiro do filme A Origem seja da autoria de Nolan, sua originalidade possui certa dúvida até hoje. Em "The Dream of a Lifetime", HQ do célebre autor Don Rosa, os Irmãos Metralha utilizam uma nova tecnologia (desenvolvida pelo Professor Pardal) para penetrar nos sonhos do Tio Patinhas e descobrir a senha da Caixa-Forte. A trama foi publicada originalmente na Noruega em 2002, nos EUA em 2004 e no Brasil em 2003 (em Tio Patinhas #457) As semelhanças chegam inclusive à utilização dos totens, os objetos que os invasores de sonhos usam no filme como link com a realidade.

Nolan já disse, em entrevistas, que desenvolveu o primeiro conceito da história há aproximadamente dez anos, chegou a entregar um esboço à Warner e esperou ganhar experiência para realizar o filme. Coincidência ou não, vale a pena ler a HQ dos patos - disponível gratuitamente, em inglês, no site da Disney - e depois imaginar que Leonardo DiCaprio, no filme, está fazendo o papel do Pato Donald. 

Onde Assistir: DVD, Blu-Ray e Google Play Filmes. 

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sexta-feira, 10 de julho de 2020

Cine Especial: 'Um Dia de Fúria' - E Mais Atual do Que Nunca

Sinopse: Um policial tenta deter as atitudes violentas de William Foster, um homem de meia-idade estressado, que está desempregado e em processo de divórcio.   

No último dia 22 de junho faleceu o diretor de cinema norte americano Joel Schumacher. Embora não tenha se destacado por uma visão autoral da qual o cinéfilo poderia identificar, por outro lado, foi um diretor empenhado em fazer o melhor que podia em sua profissão em uma Hollywood que sempre teve o interesse de arrecadar dinheiro nas bilheterias ao invés de criar alguma dose de reflexão. Por essa observação, constato que Schumacher atuou neste ramo em meio aos dois planos.
Quando queria nos dizer algo o cineasta lançava obras interessantes como "O Cliente" (1994) e "Tempo de Matar" (1996), sendo que esse último é corajoso ao colocar o dedo na ferida com relação ao racismo ainda incrustado nos dias de hoje em solo norte-americano. Ao mesmo tempo, lançou filmes divertidos, como o ótimo exemplo que foi "Garotos Perdidos" (1987), filme protagonizados por vampiros, que sintetizava a geração rebelde e sem causa dos anos oitenta. Infelizmente Schumacher ficou por muito tempo sendo lembrado pelos dois infelizes capítulos da franquia Batman que ele dirigiu, intitulados "Batman Eternamente" (1995) e "Batman e Robin" (1997), sendo que se último é apontado por alguns como um dos piores filmes da história do cinema.
Mesmo fazendo obras que limpassem essa imagem, como no caso do genial "Por Um Fio" (2002) e "Tigerland - A Caminho da Guerra" (2000), isso acabou não sendo o suficiente para que o público cinéfilo apagasse em sua memória essa má fase. Anos mais tarde, para surpresa de todos, o próprio Joel Schumacher pediu desculpas para todos os fãs do homem morcego e dizendo que, na época quando realizou as duas obras, eram somente produtos para vender brinquedos, bebidas e camisetas. Uma forma corajosa de nos dizer o quanto o capitalismo continua incrustado hollywood e da qual somente pensa na melhor, ou na pior forma de se ganhar dinheiro.
Fazendo essa análise resumida de sua carreira no cinema, podemos concluir que, sem dúvida alguma, sua maior obra prima seja "Um Dia De Fúria" (1993), filme que mostra o cidadão comum se revoltando contra o sistema cheio de regras em sua volta e que decide criar as suas próprias regras em sua jornada. Em sua melhor atuação de sua carreira, Michael Douglas interpreta William Foster, trabalhador a serviço dos EUA, mas que enfrenta um péssimo dia no trânsito e começa a ficar com raiva por conta disso. Atenção para esse prólogo em que ocorre na na hora do rush, em uma Los Angeles tomada por movimentos agitados, calor terrível e pessoas se destacando em seus limites de tolerância.
É nesse cenário que Foster desisti de seguir as regras, ao sair do carro e ir a pé até sua casa para rever a sua família. De imediato não sabemos quem realmente ele é, mas aos poucos a gente vai conhecendo a sua pessoa, na medida em que ele vai cruzando com as pessoas daquela cidade e revelando a sua real face. É nessa jornada que constatamos que Foster é o típico cidadão Branco norte-americano, moldado pelo governo que vende o país como a terra das oportunidades, mas que é largado as traças uma vez que o próprio cidadão se torna inviável em seus interesses.
O filme se passa no início dos anos noventa, época em que a propaganda da utopia e cheia de luz da vida norte americana da era Ronald Reagan havia passado e sintetizando tempos de transformação em que o cidadão conservador norte-americano não estava preparado. Foster seria esse conservador despreparado perante a essas mudanças, das quais ocorrem em sua frente na medida em que ele avança em direção a sua casa, mas da qual ele reage com certa violência. Porém, Foster não é um fascista, mas sim um cidadão em que acreditava nos princípios em que haviam lhe ensinado e reagindo com violência contra aquilo que ele acha injusto.
Ao mesmo tempo, há o outro lado da moeda, que é o Detective Martin Prendergast, interpretado pelo sempre competente Robert Duvall. Prendergast é a representação da ordem na trama, mas que está prestes a se aposentar e que vive com a ferida ainda aberta devido à perda precoce de sua filha. Ao ver o caso de um homem (Foster) causando desordem na cidade de Los Angeles, ele enxerga ali a oportunidade de seguir atuando em sua profissão, pois no fundo não se vê fazendo mais nada do que isso.
Seguimos então duas linhas narrativas, ordem e caos, das quais reagem em uma cidade que mais parece uma panela de pressão. Porém, ambos reagem de formas distintas, mesmo compartilhando com pontos de personalidades parecidas. Por conta disso, o filme jamais cai em soluções fáceis, pois não estamos diante da típica luta entre o bem contra o  mal, mas sim sobre a história de pessoas comuns  que se veem em situações comuns, mas cuja a realidade é crua e muito distante da realidade em que se acreditava.
Não é toa, portanto, que o filme viria a se tornar um dos grandes títulos da década de noventa e se tornando uma forte fonte de inspiração para realização de outros títulos que viriam a surgir nos anos seguintes. Qualquer semelhança de "Um Dia de Fúria" com o argentino "Relatos Selvagens" (2014) não é mera coincidência, pois ambos destacam a reação do cidadão comum perante uma situação que sempre quis reagir, mas que teve sempre medo de praticar. Em ambos os casos, são filmes em que nos identificamos com os protagonistas, pois lá no fundo do nosso íntimo sempre temos um demônio prestes aflorar, mas que tentamos jamais libertar.
Joel Schumacher poderá até ser lembrado por alguns dos seus erros cinematográficos, mas "Um Dia de Fúria" será sempre lembrado como o seu maior triunfo. 

Onde Assistir: Em DVD, Youtube e Google Play Filmes.  

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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Martin Eden'

Sinopse: Martin Eden é um escritor que entra em conflito com a burguesia. Encarando o novo, ele se apaixona e descobre como autores são vistos na sociedade aristocrática, enquanto se questiona sobre sua própria natureza como criador.

Em tempos em que a sociedade vive uma determinada depressão cabe alguns darem o bom exemplo de sobrevivência através do conhecimento, ou seja, através da leitura para abrir as nossas mentes como um todo. O problema é o homem que questiona versus a classe burguesa, que ainda sente o gosto dos tempos em que eram escravocratas. "Martin Eden" fala sobre tempos longínquos, mas cujo tema sobre luta entre as classes em meio a crises políticas e guerras perduram até mesmo nos dias atuais em que vivemos.
Dirigido por Pietro Marcello, o filme conta a história Martin Eden (Luca Marinelli), um jovem escritor de baixa renda que entra em conflito com a burguesia. Encarando um novo mundo, ele se apaixona e descobre como escritores são vistos em uma sociedade aristocrática. Se sentindo deslocado de tudo que faz parte de sua essência, o rapaz percebe que não há como voltar para o que costumava ser. Enquanto tenta publicar alguma obra de grande sucesso, Martin se questiona sobre o mercado literário, a sociedade e sua própria natureza como criador.
Se inspirando no melhor do cinema político italiano, Pietro Marcello surpreende ao nos apresentar o seu filme, ao criar uma fotografia e edição de arte que remete os filmes dos anos sessenta e setenta daquele país. Ao mesmo tempo, há momentos em que a obra relembra o melhor do Neorrealismo italiano, onde vemos uma Itália em frangalhos e mantendo o que tem em meio aos escombros de um país pós guerra. É nesse cenário que encontramos Martin Eden, pessoa sonhadora, que sonha ganhar a vida como escritor, mas tendo que encarar uma realidade opressora e nenhum pouco acolhedora.
Interpretado com intensidade surpreendente pelo ator Luca Marinelli, Martin Eden é uma pessoa deslocada de sua própria realidade, onde tenta se encaixar nela com algo que ele se sinta vivo que é através de sua escrita, mas mal sabendo o preço que isso acarretará ao longo da vida. Em meio a guerra entre capitalismo e socialismo, Eden tenta de todas as formas em ser humanista acima de tudo, mas não escolhendo exatamente um lado deste conflito. Martin Eden, portanto, se torna uma espécie de entidade da qual o seu próprio corpo não suporta e fazendo com que tenhamos uma leve certeza do que irá acontecer em seguida.
Embora o filme agilize um pouco em seu ato final ao mostrar o protagonista no ponto em que ele queria se encontrar, o filme não falha em seu discurso e tão pouco se torna envelhecido se for comparado com os dilemas políticos atuais em que estamos convivendo. Em sua reta final, Martin Eden se torna uma espécie de figura cansada em meio esses atritos de classes e deixando somente os seus pensamentos para a posteridade. O que lhe fez sobreviver e deixar algo para ser lembrado foi a sua principal arma que era os seus textos, sendo algo funciona até hoje para aqueles que se prezam em pôr a escrita em prática, mesmo quando o mundo lhe fecha as portas.
Baseado no livro de Jack London, "Martin Eden" é sobre a resistência do homem através do uso da escrita em meio a uma guerra entre as classes que, infelizmente, nunca termina.    
 
Onde assistir: Disponível no NOW. 

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quarta-feira, 8 de julho de 2020

Cine Dica: Live Seriada 4 - François Truffaut Revisitado


LIVE SERIADA #4 
“FRANÇOIS TRUFFAUT REVISITADO” 
Série especial de Lives que vai revisar a filmografia do cineasta francês. 
Todos os filmes do realizador serão analisados pela curadora de cinema e pesquisadora da obra de Truffaut, TÂNIA CARDOSO. 

PARTICIPE. É GRÁTIS. ACESSO LIVRE. 

Live Seriada #4 
"FRANÇOIS TRUFFAUT REVISITADO" com TÂNIA CARDOSO 
* Filme: "JULES E JIM - UMA MULHER PARA DOIS" 
* Quando: Sexta-feira - Dia 10/ Julho 
* Horário: 20 horas 
* Onde: Instagram - @cardoso.taniac 

terça-feira, 7 de julho de 2020

Cine Dica: Quando as autoridades abrirem os cinemas: Como o setor está se preparando

Bom dia, tudo bem?

Esperamos que você e sua família estejam bem!

Desde abril, pessoas voluntárias da indústria do cinema se uniram em uma causa única, para preparar a retomada dos cinemas no Brasil quando for o momento certo, seguindo os protocolos de segurança e bem-estar. Abaixo enviamos o primeiro release para divulgação e o primeiro material da campanha #JuntosPeloCinema.

 

Campanha #JuntosPeloCinema une setor
e lança site e primeiro vídeo,
enquanto as salas ainda estão fechadas

Por mais de três meses, profissionais se uniram para colaborar num projeto que apoia as empresas na preparação para o momento em que as salas de cinema vierem a reabrir


Pela primeira vez no mercado brasileiro, exibidores, distribuidores, produtores, criativos e parceiros da indústria estão envolvidos em um projeto único com o intuito de preparar e implementar a retomada do cinema no Brasil, num movimento chamado  #JuntosPeloCinema. É uma ação inédita que, respeitando a individualidade de cada empresa e mantendo a livre concorrência, busca ações para manter acesa a magia do cinema. Colaborando desde final de março, o grupo de profissionais voluntários envolvidos no projeto tem como meta retomar o diálogo entre a experiência da sala de cinema e o público, de agora até o momento de reabertura das salas pelas autoridades, respeitando os protocolos aplicáveis de segurança e bem-estar já determinados ou em elaboração pelos governos locais.

A ideia nasceu dos profissionais que atuam no meio audiovisual visando auxiliar o segmento de mercado de exibição no Brasil a reencontrar seu público. As ações concretas são mediadas pela Flix Media, empresa especializada em comercialização de espaços publicitários no cinema. Conforme o time da Flix comunicava a ideia da campanha #JuntosPeloCinema, diferentes profissionais e mais players aderiam ao projeto. Neste momento, o que importa é uma coisa: relembrar a experiência incomparável da exibição nas salas de cinema. Esse esforço coletivo e pro bono de mais de 200 profissionais do mercado em prol do cinema é fundado no propósito de oferecer um ambiente de segurança e bem-estar para o público e de preservar milhares de empregos ligados à indústria cinematográfica, do set de filmagem à sala de exibição.

Como resultado, o movimento faz grandes entregas: uma campanha de comunicação que visa fortalecer o vínculo entre o cinema e o seu público. Um estudo sobre os protocolos de segurança e bem-estar desenvolvidos por governos e autoridades de saúde dá apoio, especialmente, aos pequenos e médios exibidores para que possam reabrir as salas com pleno atendimento às diretrizes de biossegurança que são determinadas pelos governos. E o Festival De Volta Para O Cinema, que dará as boas-vindas para o público quando as salas reabrirem.

Na primeira fase da campanha – ainda com as salas sem atividades de exibição -, mais de 300 veículos de mídia abrem espaço em suas programações para divulgar um vídeo que reforça os laços do público com o cinema. O vídeo, concebido pela agência e produtora La Unión, estreia hojeassista aqui. A campanha se inicia agora e segue pelas próximas semanas. Para download da logo do movimento, clique aqui. Para acessar o site do movimentohttps://www.juntospelocinema.com.br/.

Na segunda fase, um pouco antes da data de reabertura das salas ao público – que é determinada pelas autoridades -, se inicia a comunicação sobre os novos procedimentos que acompanham toda a jornada do espectador dentro do cinema. Serão oferecidos aos exibidores materiais que explicam os protocolos elaborados pelos governos locais - eles variam de cidade para cidade ou de estado para estado. Para esta etapa, tem sido fundamental a participação de entidades do setor como a Federação Nacional das Empresas Exibidoras de Cinema (Feneec), os sindicatos estaduais, seus associados e a Associação Brasileira de Multiplex (Abraplex). Eles acompanham a divulgação das diretrizes das autoridades competentes e estão orientando a aplicação dos protocolos.

E quando as salas de cinemas abrirem? O movimento #JuntosPeloCinema ainda irá ajudar a esclarecer as possíveis dúvidas dos espectadores, comunicará os filmes em cartaz ou a estrear e oferecerá um conteúdo muito especial: o Festival De Volta para o Cinema, idealizado pelo crítico, curador e apresentador Érico Borgo em parceria com distribuidores e exibidores, um projeto único na história do nosso cinema.

O Festival está programado para estrear junto com a reabertura das salas. Distribuidores nacionais e estrangeiros conseguiram os direitos e as cópias digitais de filmes que emocionaram os brasileiros. São clássicos, sucessos de bilheteria e crítica que integrarão com as estreias a programação de filmes nas duas primeiras semanas após a abertura. Uma pesquisa de opinião realizada pelo movimento apontou o interesse do moviegoer em rever filmes que marcaram a história do cinema.

Entre os parceiros que estão abrindo espaço para a divulgação dos materiais estão AdoroCinema, Adsmovil, AXN, Buzzfeed, Canal Brasil, Canal Like, Cineclick, Cinepop, Elemídia, Eletromídia, Facebook, Flix Media, Folha de S.Paulo, FSign, Gameloft, Globo através da Globo Filmes, Google, Ingresso.com, JCDecaux, Megapix, MPV7, O Globo, Omelete, OTIMA, Portal Hugo Gloss, Preshow, Primepass, Rádio JB FM, Rádio Metropolitana, Rede Mix de Rádio, RedeTV!, SBT, Seedtag, Sony Channel, Spotify, Tastemade, Telecine, TV BANDEIRANTES, UOL, Veja Rio, Veja São Paulo, Velox Tickets, Viacom/CBS, Waze, Webedia. Apoio Institucional: Academia Brasileira de Cinema, Ancine, Ministério do Turismo e RioFilme.

Depoimentos:

“#Juntospelocinema. Um movimento de união de todo mercado, inédito, colaborativo e fundamental para garantir a volta da magia do cinema às nossas vidas, de maneira organizada e segura. Acreditamos na experiência irreplicável e transformadora que vivemos nos cinemas, nos unimos em torno disto.”

Adriana Cacace, diretora geral da Flix Media Latam

 

“Cada ida ao cinema é um evento. A sala escura, a tela grande, o som fazendo estremecer a cadeira... No cinema, você não só assiste ao filme, você o vivencia. O movimento #JuntosPeloCinema quer garantir que essa experiência única retorne com conforto e segurança para a vida do público.”

André Sala, diretor geral da Sony Pictures Brasil e VP sênior de distribuição na América Latina

 

“No escurinho do cinema,

O coração dispara, quando pega na mão.

Quase explode, no primeiro beijo,

No escurinho do cinema.

Lágrimas rolam, emoção desenfreada.

Doces lembranças,

Do fundo do coração.

Volta cinema.”

Caio Silva, Diretor da Abraplex

 

“A Paramount Pictures acredita na experiência do cinema e orgulha-se em fazer parte desta iniciativa de todo o mercado para uma retomada de atividades segura e responsável. O cinema faz parte da nossa vida, tem um papel importante na nossa cultura e assim como nós vai se adaptar aos novos tempos, cumprindo o seu papel de trazer informação, emoção e esperança para seus espectadores.”

Cesar Silva, VP & Diretor Geral da Paramount Pictures Brasil

 

“O cinema sempre fez parte da minha vida - e no âmbito profissional foi graças a essa paixão que consegui muito do que conquistei. Fazer parte desse movimento único na história, o #JuntosPeloCinema, e auxiliar no retorno do público a essa experiência sem igual através do Festival De Volta Para o Cinema é uma honra que carregarei para sempre.”

Érico Borgo, crítico, curador e apresentador

 

“Acreditamos que a experiência do cinema é única e insuperável. Estamos vivendo um período único na História, mas acreditamos que o papel social dessa experiência será ainda mais relevante. Como empresa atuante principalmente na produção nacional, nossos projetos são desenvolvidos por centenas de mãos trabalhadoras e dedicadas em transmitir nossa cultura para as grandes telas do mundo inteiro. Essa campanha mostra a força e união do nosso setor e é um enorme orgulho fazer parte dela.”

Gabriel Gurman, CEO da Galeria Distribuidora  

“Na Warner Bros. Pictures, nós acreditamos no poder das histórias, e não há lugar melhor para contá-las do que nos cinemas. Estamos muito orgulhosos em participar do projeto #JuntosPeloCinema, para que a magia do cinema finalmente retorne e continue a encantar todos os brasileiros, como fazemos há quase 100 anos.”           
Hernán Viviano, Diretor Geral da Warner Bros. Pictures Brasil

“O Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Estado do Rio de Janeiro está empenhado em unir e fortalecer o mercado, de modo a concretizar um projeto de reabertura das salas que seja sólido, seguro e promissor. A experiência dentro de um cinema é única graças à tela grande e à magia proporcionada por filmes criados especialmente para este momento. Ele é e sempre será o local onde os sonhos se tornam realidade.”

Gilberto Leal, Presidente do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Estado do Rio de Janeiro

 

“A Paris Filmes estará sempre ao lado do cinema, com a qualidade da imagem nas telas grandes e o som imersivo e se orgulha em fazer parte desta iniciativa da união de todo o mercado cinematográfico em parceria com outros grandes profissionais, para uma retomada com segurança, a fim de receber muito bem nossos espectadores, e voltar a encantar, divertir e emocionar a todos com a experiência única do cinema”.

Jorge Assumpção, diretor da Divisão de Cinema da Paris Filmes

 

“Acreditamos desde o início na iniciativa. Apenas em uma sala de cinema se vive a experiência do cinema, é hora de começarmos a voltar com muita segurança e a Campanha e o Festival terão um papel importante nessa retomada.”

Juliano Russo, diretor de Marketing, Comercial e A&B da Cinépolis

 

“A UCI Cinemas tem seus clientes como foco principal e, em primeiro lugar, preza por sua saúde. Em todo o país, estamos trabalhando para garantir a reabertura das nossas salas de cinema e voltar a proporcionar ao público a experiência única que é assistir aos filmes e as grandes estreias na tela gigante, com a maior segurança possível.”

Monica Portella, diretora de marketing UCI Cinemas.

 

“O Kinoplex acredita no cinema há mais de cem anos e estamos seguros de que a união de nossa indústria, que constrói tantas histórias e ilumina a vida do seu público, vai nos permitir ultrapassar mais esse desafio. Com muita segurança e responsabilidade, estaremos prontos para receber nosso público, que de frente à tela gigante poderá viajar por universos repletos de aventura, magia e emoção, algo que só o cinema pode proporcionar.”

Patrícia Cotta, Gerente Nacional de Marketing da Kinoplex

 

O amor pelo cinema juntou pela primeira vez os protagonistas da distribuição, da exibição e de conteúdo, brilhantemente conectados pela Flix Media e agências que doaram seu tempo e talento para a concepção e planejamento do movimento e campanha para reabertura dos cinemas da melhor forma possível. Evoluímos como indústria, como profissionais e reafirmamos que o cinema é uma experiência única, inigualável e Universal!”

Patricia Kamitsuji, Diretora Geral da Universal Pictures no Brasil

 

“Tão inédito quanto o momento que passamos, é o movimento de união e convergência dos agentes do setor, visando à retomada de suas atividades. O cinema é uma arte que encanta, emociona, diverte e educa há mais de cem anos, sendo imprescindível e insubstituível como prática social e de cidadania.”

Paulo Celso Lui, Presidente do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas no Estado de São Paulo

 

“É em momentos tão difíceis como o que estamos vivenciando que percebemos a força e a união do nosso setor para a superação dos grandes obstáculos. Estamos ansiosos para voltarmos a proporcionar a magia do cinema aos nossos espectadores, e estamos trabalhando para que isto ocorra com a maior brevidade possível. As pessoas estão querendo muito retornar aos pequenos prazeres da vida, à confraternização com os amigos, o barzinho de chope, o jogo do time do seu coração e aquele cineminha com uma gostosa pipoca. Curtir a vida como antes – Breve em um cinema perto de você.”

Ricardo Difini Leite, Presidente da FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras)

 

“Nós da Cinesystem, temos o maior orgulho de participar ativamente deste projeto de retomada, que será um marco no segmento de cinemas. Estamos vendo a sinergia, a riqueza de ideias e o trabalho altamente qualificado vindo de diversos profissionais do setor, de uma forma única e emocionante. Em breve, a magia do cinema vai voltar em grande estilo e o consumidor vai vivenciar a Experiência que só o cinema proporciona." 

Sherlon Adley, Diretor Comercial & Marketing da Cinesystem

 

“Dá um enorme orgulho trabalhar ao lado de tantos colegas de indústria com um objetivo em comum, em um movimento único no mundo. Nem mesmo os melhores roteiristas poderiam escrever uma saída tão grandiosa para uma crise com tantos superlativos. O Festival De Volta Para o Cinema é o maior festival de cinema do mundo e coroa o trabalho de centenas de profissionais que amam o cinema. Assim como todo fã lembra da primeira vez que foi ao cinema, seguramente a primeira sessão da retomada será uma recordação pra toda vida.”

Vinícius Pagin, diretor de Programação da Cinemark.


 

Ficamos à disposição para mais informações!

 

Fique bem!

 

Bjs, Lisi

 

Fonte: Espaço Z. 

segunda-feira, 6 de julho de 2020

LUTO: Ennio Morricone: 1928 - 2020


O mestre  Ennio Morricone, maestro e compositor de trilhas sonoras que entraram para a história do cinema, escreveu o próprio obituário, segundo revelou seu advogado e amigo Giorgio Assuma para a imprensa italiana.  Nesta segunda-feira, na Itália. Ele estava internado há alguns dias em uma clínica em Roma após sofrer uma queda e fraturar o fêmur. Segundo Assuma, o maestro queria escrever sobre sobre si e sua morte em primeira pessoa.
No texto, Morricone se despede de sua esposa, Maria Travia, de seus filhos, netos, amigos e do diretor de cinema Giuseppe Tornatore e declara seu amor.

Leia, abaixo, o obituário escrito por Morricone:

"Ennio Morricone está morto. Anuncio a todos os amigos que sempre estiveram próximos de mim e também aos que estão um pouco distantes e os saúdo com muito carinho.
Impossível nomear a todos. Mas uma lembrança especial vai para Peppuccio e Roberta, amigos fraternos muito presentes nos últimos anos de nossa vida. Há apenas uma razão que me leva a cumprimentar todos assim e a ter um funeral privado: não quero incomodá-los.
Saúdo calorosamente Inês, Laura, Sara, Enzo e Norbert por terem compartilhado grande parte da minha vida comigo e com minha família. Quero lembrar com carinho as minhas irmãs Adriana, Maria, Franca e seus entes queridos e que elas saibam o quanto eu as amava.
Uma saudação completa, intensa e profunda aos meus filhos Marco, Alessandra, Andrea, Giovanni, minha nora Monica e aos meus netos Francesca, Valentina, Francesco e Luca. Espero que eles entendam o quanto eu os amava.
Por último mas não menos importante (Maria). Renovo a você o extraordinário amor que nos uniu e que lamento abandonar. Para você, o adeus mais doloroso."

Entre as mais de 500 trilhas sonoras para cinema e televisão em seu currículo, há composições para filmes como "Três Homens em Conflito", "A Missão", "Era uma Vez na América", "Os intocáveis", "Cinema Paradiso", entre outros. Ao longo da carreira, Ennio ganhou dois Oscars e dezenas de outros prêmios, incluindo Globos de Ouro, Grammys e BAFTAs.

Confira neste video as melhores trilhas sonoras desse inesquecível gênio do cinema e que ficará guardado para sempre em nossos corações cinéfilos por toda a vida.   

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sexta-feira, 3 de julho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: ‘Poderia me Perdoar?’

Sinopse: Uma escritora de biografias de celebridades não consegue mais ser publicada pois seu estilo saiu de moda. Para voltar às graças do público, ela começa a falsificar cartas de famosos.

A vida de um grande talento transita por momentos em que ele colhe os seus frutos como também tem que enfrentar os seus inúmeros percalços. Alguns trabalham em outros empregos para obter algum sustento, enquanto a sua verdadeira vocação acaba se tornando aos poucos um hobby indispensável. “Poderia Me Perdoar?” explora os fracassos de uma grande escritora, cuja a sua cruzada é redescobrir o seu dom na escrita de uma forma inusitada.
Dirigido por Marielle Heller, do filme “Caçada Mortal” (2014), o filme conta a história da jornalista Lee Israel (Melissa McCarthy) de “Missão Madrinha de Casamento” (2011), que sofre com problemas financeiros e não consegue a inspiração para criar um novo livro. Certo dia ela encontra a carta de uma personalidade falecida e decide forja-la para vender em troca de um valor alto. Com ajuda do seu amigo Jack Rock (Richard E. Grant) de “Logan” (2017), ela começa a ganhar bastante dinheiro mas, paga um preço muito alto durante o percurso.
Embora o filme possua uma temática diferente, não tem como a gente deixar de compará-lo com a série mais do que cultuada “Breaking Bad”, já que em ambos os casos são sobre dois grandes talentos em suas profissões, mas que se veem presos em suas escolhas e na luta para dar a volta por cima. Raramente ficamos julgando as ações de Lee, já que no seu mundo particular ela se vê em ruínas e sem muitas expectativas. Uma vez que ela começa a cometer crimes quase imperceptíveis, ela começa também a voltar a sentir gosto pelo que faz e reacendendo um fogo a muito tempo esquecido.
O filme fala sobre os grandes talentos que a gente encontra durante a vida, mas que, infelizmente, damos pouco crédito a elas. Jack Rock, por exemplo, é um desses talentos cujo próprio corpo não lhe suporta gerando posteriormente sérias consequências. Richard E. Grant dá um verdadeiro show com o seu personagem e coloca o filme no bolso sempre que aparece.
Revelada para o mundo através das comédias de sucesso, Melissa McCarthy vem desempenhando uma carreira curiosa, onde a sua transição de atriz comediante para papéis mais desafiadores vem atraindo a atenção daqueles que a assistem. Talvez a sua personagem Lee Israel venha a ser um dos seus melhores papéis até aqui, já que é uma personagem que se apresenta para nós de uma forma pouco sociável, mas que aos poucos se revela um ser desconstruído através dos seus próprios erros e do seu entorno implacável. Não há como não se emocionar em duas cenas cruciais da trama, uma que acontece em seu apartamento e outra na reta final, onde ela faz um discurso lúcido, diante do precipício que ela mesmo criou.
Com uma belíssima reconstituição da época dos anos 90, “Poderia me Perdoar?” é sobre grandes talentos presos em suas próprias bolhas e os caminhos imprevisíveis pelos quais enveredam.

Onde Assistir: Google Play Filmes.  

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