Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 29 de maio de 2019

GODZILLA II: REI DOS MONSTROS - Mas Até Quando?

Sinopse: Os integrantes da agência Monarch precisam lidar com a súbita aparição de vários monstros gigantescos, dentre eles o mítico Godzilla, que a todo instante brigam entre si. 

"Godzilla" (2014) foi uma grata surpresa para os fãs do mais famoso monstro do cinema, pois além de respeitar o clássico japonês de 1954, o cineasta  Gareth Edwards, do filme "Rogue One - Uma História de Star Wars" (2016), criou a proeza de criar uma trama que em muitos momentos assistíamos o embate entre os monstros pela perspectiva dos seres humanos da história. Claro que o resultado promissor fez com que a Warner criasse a sua própria franquia de monstros e "Kong: A Ilha da Caveira" (2017) se tornou uma grande desculpa para se ter a possiblidade futura de ambos os gigantes se digladiarem no cinema. Eis que, então, chega aos cinemas “Godzilla II: Rei dos Monstros”, filme que dá continuidade ao filme anterior, expandindo esse universo monstruoso e com o intuito do estúdio em querer gerar lucro.  
Com direção agora do cineasta Michael Dougherty, do filme "Krampus - O Terror do Natal" (2015), a trama se passa cinco anos após os eventos vistos do filme anterior, onde governo norte americano pensa seriamente em uma forma de exterminar o maior número possível de monstros escondidos na terra. Porém, Dr. Ishiro (Ken Watanabe) usa todos os meios para defender a tese que Godzilla é o que dá o equilíbrio da natureza enfrentando os gigantes que surgem na superfície. Ao mesmo tempo, Dra. Emma Russel (Vera Farmiga) trabalha em um projeto que poderá desencadear eventos imprevisíveis para a toda a humanidade.  
Assim como foi visto no filme anterior, a trama se concentra nas figuras humanas, mais precisamente sobre a família da Dra. Emma e da qual vive com um trauma desde os eventos vistos em São Francisco. assim como Gareth Edwards, o diretor Michael Dougherty também gosta de brincar com as nossas expectativas com relação ao que virá em seguida, pois é uma verdadeira revelação, por exemplo, onde realmente se encontra no início da trama a doutora e a sua filha Madison, interpretada pela jovem atriz Millie Bobby Brown, da série "Stranger Things" (2016). Após apresentação dos personagens principais, o filme engata uma nova marcha e é aí que ele se encaminha para os seus altos e baixos ao longo de sua trama.  
Não é preciso ser gênio que veremos ao longo do percurso mais monstros para serem os oponentes de Godzilla, além de serem velhas caras conhecidas, principalmente para aqueles que assistiam aos filmes antigos vistos no Japão. Temos então aparição de Ghidorah, Rodan e Mothra, sendo que essa última possui os mais belos momentos do filme e desencadeando uma nostalgia para os fãs que assistem. É uma pena, portanto, que quando surgem essas grandes figuras quase sempre é em meio a uma fotografia, por vezes, muito escura e fazendo a gente desejar que muitos desses momentos fossem vistos a luz do dia.  
Um dos velhos motivos de se colocar personagens digitais no meio da escuridão é para sempre ocultar alguns defeitos, mesmo quando eles sejam quase imperceptíveis. Mas se por um lado a fotografia atrapalha, do outro, as cenas de ação envolvendo as criaturas empolga e gerando sempre uma grande tensão na medida em que os personagens humanos ficam cada vez mais perto em meio ao duelo de titãs. Se por um lado se perde aquele ar de novidade vista no filme anterior, ao menos, o filme ganha pontos ao obter a nossa total atenção em quesito de ação.  
Por outro lado, em termos de roteiro, os realizadores pecam pela sua falta de originalidade em algumas situações. Em um determinado momento, por exemplo, uma personagem faz um discurso que mais parece que foi tirado do filme "Kingsman: Serviço Secreto" (2014) e que havia sido dito por samuel l. jackson. Isso faz com que se crie um roteiro pronto em nossas mentes e fazendo a gente saber quais serão os destinos de alguns respectivos personagens. 
Se há falta de originalidade, ao menos, há uma carga emocional e de respeito com relação a obra original de 1954. Não deixa de ser curiosa, por exemplo, a cena onde vemos o personagem de Ken Watanabe frente a frente com Godzilla e cuja a cena remete ao final do filme clássico. Se tem aqui, portanto, o fechamento de um círculo e início de um novo e do qual se torna uma faca de dois gumes para a obra como um todo. 
O grande problema de "Godzilla II", talvez, seja justamente o fato dos seus realizadores não saberem encerrar o filme sem deixar de pensar o que poderá vir mais pela frente. Obviamente se tem aqui a intenção de se criar uma franquia de monstros gigantes para o cinema, mas que corre o sério risco de terminar antes mesmo de começar. Em tempos de franquias fracassadas, tanto dos "Monstros Clássicos" da Universal, como até mesmo do Universo de Super-Heróis da DC/Warner, realizar uma franquia de monstros gigantes atualmente requer que realizadores pensem duas vezes antes de dar o seu tiro no escuro e correr sério risco de sair no prejuízo. 
"Godzilla II: Rei Dos Monstros" é um ótimo divertimento para os fãs do personagem, mas que também sofre nas mãos de realizadores que não se contentam somente em um único duelo e isso se deve graças ao dinheiro. 


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: ‘COMPRA-ME UM REVÓLVER’, DE JULIO HERNÁNDEZ CORDÓN ESTREIA DIA 30 NO CINEBANCÁRIOS

Longa estreia nos cinemas dia 30/05,no CineBancários, na sessão das 19h

COMPRA-ME UM REVÓLVER teve sua estreia mundial no último Festival de Cannes, onde foi exibido na Quinzena dos Realizadores. O diretor mexicano Julio Hernández Cordón é um dos mais premiados diretores latinos de sua geração, seu filme anterior “Te Prometo Anarquia” foi exibido e premiado em dezenas de Festivais ao redor de mundo.

Sinopse:O filme traz uma visão distópica de um México controlado inteiramente por cartéis, no qual as mulheres estão desaparecendo. Uma jovem usa uma máscara para esconder sua identidade e ajudar o pai a cuidar de um campo de beisebol frequentado pelos traficantes. Certo dia, ao acordar, a menina precisará lutar pela sua própria vida.


FICHA TÉCNICA:
Direção: Julio Hernández Cordón
Elenco: Ángel Leonel Corral, Matilde Hernández, Rogelio Sosa
País: México
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 90 min.
Classificação: a definir

Em algum lugar no futuro próximo, a jovem Huck (Matilde Hernandez) usa uma máscara para conseguir esconder que é uma menina, pois as mulheres estão desaparecendo gradativamente na sua cidade. A sobrevivência da garota e dos seus amigos é o mote do filme “COMPRA-ME UM REVÓLVER”, de Julio Hernández Cordón. O longa estreia nos cinemas brasileiros em 30 de maio próximo. 
No longa, Huck ajuda o pai viciado a cuidar de um campo de beisebol abandonado, onde os traficantes se encontram para jogar. O pai tenta protegê-la dos perigos daquela realidade, mas é o grupo de garotos amigos o grande aliado da menina. Juntos, eles vão ter que lutar para superar as dificuldades da vida e derrotar a máfia local.
- Eu queria fazer uma homenagem a todas as histórias que alimentaram minha imaginação quando eu era criança: Mad Max, As Aventuras de Huckleberry Finn, O Senhor das Moscas, Os Garotos Perdidos de Peter Pan, o beisebol, paisagens desoladas e filmes de gangster. Eu queria fazer um filme - quase uma carta - de um pai que se reconhece imperfeito, mas profundamente amoroso. A única coisa que este homem tem que pode ser herdada é a sua sorte e o seu instinto de sobrevivência. Eu acho que o filme é uma história sobre amor e paternidade no âmbito de um lugar sem regras ou governo. Onde a lei do mais forte reina, onde nada importa, exceto tentar escapar da morte. Esta história é também uma desculpa para falar sobre o México sem lei e selvagem em que as instituições são invisíveis; em que as vidas das pessoas dependem do humor dos criminosos. [...] Se as drogas são consumidas no mundo inteiro, por que a violência está focada só no México? Eu acho bastante hipócrita que nos acusem e apontem como violentos quando toda esta violência é financiada com os euros e dólares do consumo dos países de primeiro mundo.” – conta o diretor.– conta o diretor.

GRADE DE HORÁRIOS DE 30/5 A 05/6 NO CINEBANCÁRIOS:

Dia 30 de maio:
15h – RINDO Á TOA
17h – INFERNINHO
19h – COMPRA-ME UM REVÓLVER

Dia 31 de maio:
15h – RINDO Á TOA
17h – INFERNINHO
19h – COMPRA-ME UM REVÓLVER

Dia 01 de junho:
15h – RINDO Á TOA
17h – INFERNINHO
19h – COMPRA-ME UM REVÓLVER

Dia 02 de junho:
15h – RINDO Á TOA
17h – INFERNINHO
19h – COMPRA-ME UM REVÓLVER

Dia 04 de junho:
15h – RINDO Á TOA
17h – INFERNINHO
19h – COMPRA-ME UM REVÓLVER

Dia 05 de junho:
15h – RINDO Á TOA
17h – INFERNINHO
19h – COMPRA-ME UM REVÓLVER

Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema ou no site ingresso.com . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados,portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

terça-feira, 28 de maio de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Rocketman' - Destrua o Que Você é e Construa o Que Deseja Ser!

Sinopse: Extremamente talentoso, mas muito tímido, o pianista prodígio Reginald Dwight muda seu nome para Elton John e torna-se uma estrela da música de renome internacional durante os anos 1970. 

"Bohemian Rhapsody" (2018) tem se tornado um dos meus filmes preferidos do cinema recente e ter me dado a chance de conhecer melhor sobre a vida e a carreira do cantor Freddie Mercury. Porém, é preciso reconhecer que os realizadores foram para um caminho mais poético, cinematograficamente falando e suavizando algumas passagens mais polêmicas sobre a vida do cantor. "Rocketman" vai para um caminho inverso, ao não se deter em retratar os altos e baixos da vida do cantor Elton John e nascendo assim um filme honesto perante aos nossos olhares críticos.   
Dirigido por Dexter Fletcher, o mesmo que havia substituído Brian Singer durante as filmagens de "Bohemian Rhapsody".o filme é uma adaptação sobre a vida do cantor Elton John (Taron Egerton) de "Kingsman - Serviço Secreto"(2015). Na trama, acompanhamos sobre o princípio, sucesso, decadência e redenção que o cantor tanto desejava. O filme é uma viagem, tanto sobre a vida de uma pessoa, como também de uma época mais colorida do universo da música.  
O filme já começa promissor, onde vemos John partindo no que parece ser o seu próximo show, mas logo em seguida somos surpreendidos que o local é na realidade uma clínica de reabilitação. É claro que todo fã que se preze sabe que o astro sempre usa roupas extravagantes, mas aqui é algo proposital, pois testemunhamos ele travestido de Diabo e sintetizando o seu estado de espirito naquele momento. Vemos, então, o protagonista querendo exorcizar os seus próprios demônios interiores e fazendo a gente se perguntar como ele chegou até aquele momento.  
É aí que o filme se encaminha para um grande flashback, onde conhecemos a juventude do cantor, sua difícil relação com os seus pais e seus primeiros passos para o seu grande estrelato. É nesse momento que Dexter Fletcher usa e abusa do universo da música, ao criar verdadeiros números musicais muito bem orquestrados, dos quais ressaltam os pensamentos e os sentimentos do cantor em determinados momentos. Esses momentos, aliás, são gigantescos, como no caso de “Saturday’s Night Alright”, que serve para mostrar tudo o que o tímido Elton John tinha guardado para si e se revelando ainda mais em seus figurinos que iria posteriormente usar.   
Visualmente o filme é arrebatador, onde são as cores quentes que simbolizam os tempos dourados do princípio e do auge do rock roll daqueles tempos longínquos. Com isso, tanto o cineasta como o roteirista Lee Hall, do filme "Cavalo de Guerra" (2011), tomam liberdades artísticas para que os momentos musicais se tornem mágicos e, por vezes, surreais: a cena do primeiro show de Elton John em território americano sintetiza muito bem isso.  
Mas, embora tenha essas liberdades poéticas, os realizadores não se frearam ao retratar as verdadeiras facetas do cantor, principalmente com a questão de ele ser homossexual. Por retratar tempos mais conservadores, mesmo aparentando ter todas as liberdades, vemos um Elton John lutar pelo que ele mais deseja, em ser amado, mesmo quando o mundo lhe diz ao contrário. Diferente de "Bohemian Rhapsody", vemos aqui um cantor se entregar aos seus desejos, em cenas corajosas, porém, verossímeis com relação a sua pessoa.  
Taron Egerton nos apresenta aqui o seu primeiro grande papel de sua carreira, pois ele simplesmente desaparece na pele do cantor. Imitando com perfeição os trejeitos, explosões e o modo de cantar de Elton, o ator simplesmente coloca o filme no seu bolso e se tornando o coração pulsante da obra como um todo. Além disso, diferente do que Rami Malek fez ao interpretar Freddy Mercury em "Bohemian Rhapsody", Taron Egerton não dubla, mas sim realmente canta as músicas do cantor e fazendo a diferença se tornar quase mínima.  
Mas os coadjuvantes não ficam de fora e podemos destacar o pai do protagonista, (Steven Mackintosh) do filme "Histórias Cruzadas" (2016) e seu empresário (Richard Madden) do filme "Cinderela" (2015). O primeiro se recusa a mostrar qualquer amor ao filho e o segundo se aproveita da carência de John para usá-lo para ganhar algum lucro através do seu sucesso. Ambos são fundamentais na evolução do protagonista e fazendo com que ele conviva sempre na corda bamba.  
O ato final reserva momentos de pura emoção, ao vermos um Elton John fragilizado, tendo que escolher por um caminho inverso, antes que ocorra a sua inevitável queda. Embora tenhamos uma ideia de como a trama termina, ficamos maravilhados ao não vermos o astro da música que sempre víamos nos palcos, mas sim um sujeito comum e cuja a sua maior ambição era obter um amor sincero. "Rocketman" é um filme honesto sobre uma das maiores estrelas da história da música e que não se intimida em revelar a sua real pessoa. 


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

segunda-feira, 27 de maio de 2019

NOTA: EM BREVE


Conheça o Cine Um 

Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

domingo, 26 de maio de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'O Caravaggio Roubado' - O Verossímil vs Fictício

Nota: exibido para associados no último sabado (25/05/19)   
Sinopse: Valeria (Micaela Ramazzotti) é a jovem secretária de um produtor de cinema, mora com a mãe e é escritora fantasma para um roteirista de sucesso. Quando ela recebe de presente de um estranho uma trama de filme com o nome de "A História Sem Nome", contando a história do misterioso roubo da pintura Natività de Caravaggio, ela se vê imersa em uma implacável conspiração. 

Nos últimos tempos surgiu alguns exemplos de filmes em que se revela o real papel da personagem feminina por detrás das cortinas e de como ela é submissa, até certo ponto da história, perante a ala machista masculina. No recente "A Esposa" (2017), por exemplo, descobrimos que a mulher de um famoso escritor era na realidade a verdadeira autora dos seus livros. Agora, imagine dosar esse assunto com pitadas de suspense e humor sombrio, e temos "O Caravaggio Roubado”, um elegante filme policial italiano e do qual pode crescer no seu devido tempo.  
Dirigido por Roberto Ando de “As Confissões” (2016), o filme conta a história de Valéria (Micaela Ramazzotti) do filme "Loucas de Alegria"(2016), que é uma secretária de um estúdio de cinema, mas que nas horas vagas é uma escritora fantasma para o seu roteirista e amante. Certo dia, ela começa a ter contato com um estranho homem que lhe começa a contar sobre a real história do roubo da pintura  Natività de Caravaggio. A partir desse momento, ela começa a criar um novo roteiro para um eventual filme, mas na medida que a trama avança descobrimos muito mais sobre o que está por trás de um dos mais misteriosos roubos da história. 
Se num primeiro momento a trama possa aparentar cabeluda, por outro lado, ela começa a fluir na medida em que as peças principais são colocadas na mesa e isso acontece quando um misterioso personagem (Renato Carpentieri), do filme “Corpo Celeste” (2011), surge em cena. Na medida em que ele conta os mistérios que envolvem o desaparecimento da famosa pintura para Valeria, logo o filme ganha ares do subgênero "Cinema Noir" dos anos 50, mas com requintes que nos lembra também os melhores filmes policiais dos anos 70.  Ao mesmo tempo, a trama ganha contornos tão absurdos, mesmo que alguns deles sejam inspirados em fatos verídicos, que o filme acaba obtendo uma boa dose de humor peculiar, porém, bem convidativo.  
Curiosamente, nos envolvemos facilmente pela personagem Valéria, não somente por ser interpretada por uma grande atriz que é Micaela Ramazzotti, como também ficamos curiosos sobre até onde ela chegará para obter o que quer. Porém, ficamos questionando quando ela, aparentemente, se submete perante aos determinados personagens masculinos da trama, seja para encobrir a sua real identidade como escritora fantasma, como quando ela sucumbe a uma paixão pra lá de duvidosa. Em tempos em que cada vez mais surge mulheres fortes e independentes, talvez, estejamos exigindo demais de uma personagem que vai mais ou menos contra a maré dessa tendência. 
Em contrapartida, o filme também nos seduz pelo jogo do filme dentro do filme. Na medida em que o roteiro de Valéria avança para a sua conclusão, começamos a presenciar situações em que se entrelaçam nos momentos de flashback com as cenas que começam a ser filmadas para reconstituir a possível história do roubo misterioso. São momentos em que testam a nossa atenção e elas se estendem até o seu minuto final que, aliás, nos pega desprevenidos e nós só agradecemos.  
Com uma elegante fotografia, "O Caravaggio Roubado" é um prato cheio para aqueles que apreciam em degustar de algo diferente vindo do cinema italiano. 



Faça parte do Clube de Cinema de Porto Alegre.  
Mais informações através das redes sociais:
Facebook: www.facebook.com/ccpa1948
twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: Em Cartaz: 'Inferninho' - Uma Sociedade Invisível

Sinopse: Deusimar é a dona do Inferninho, bar que é um refúgio de sonhos e fantasias. Ela quer deixar tudo para trás e ir embora, para um lugar distante. Jarbas, o marinheiro que acaba de chegar, sonha em ancorar e fincar raízes. O amor que nasce entre os dois vai transformar por completo o cotidiano do bar. 

No recente "Paraíso Perdido" (2018) acompanhamos uma família desajustada, porém, unida e que vive trabalhando em uma casa noturna. Embora com um certo verniz técnico, além da participação do Cantor Erasmo Carlos, o filme escancara um grupo de pessoas excluídas da sociedade, mas que lutam sempre por um lugar ao sol. Já “Inferninho” deixa ainda mais explicito esse grupo de pessoas esquecidas por Deus e alinhado a uma produção simplória, porém, feita com amor.
Dirigido por Guto Parente e Pedro Diógenes, do filme "Monstros" (2011), o filme acompanha a história de Deusimar (Yuri Yamamoto), dona de um bar noturno intitulado "Inferninho" e que serve de refúgio para as pessoas esquecerem um pouco do mundo. Certa noite surge Arbas (Démick Lopes), um marinheiro que parece fugir de algo e se envolve romanticamente com Deusimar. Porém, a sua chegada traz consigo sérios problemas e que pode desencadear mudanças irreversíveis naquele lugar.
Visualmente, o filme possui um clima claustrofóbico, pois a trama se passa quase sempre em um único ambiente sujo, desolador e nenhum pouco reconfortador. Porém, o local ganha vida através de personagens excêntricos, porém, carismáticos e dos quais simpatizamos com eles ao longo do tempo. Curiosamente, são personagens caracterizados com fantasias que nos soam familiares, dando a entender que são pessoas que se venderam a uma propaganda de sonhos, mas cuja a realidade se tornou bem ao contrário do que eles imaginavam.
Deusimar, por exemplo, vive com o sonho de sair daquele ambiente e com a chegada Arbas ela acaba se jogando por um desejo, por vezes, inverossímil. É nesses momentos, aliás, que os realizadores usam a sua criatividade e jogam os personagens em cenários imaginários e que sintetizam um desejo nunca alcançável. São momentos simplórios, vindos de uma produção de baixo custo, mas ricos em sua proposta principal e que  engloba a obra como um todo.
Na medida que o filme avança, aqueles estranhos personagens se defrontam com a realidade vinda de fora e fazendo com que cada um deles revele uma nova faceta de sua pessoa. Não há como não se emocionar, por exemplo, com um discurso vindo do Coelho (Rafael Martins), cujo o momento surge em meio a uma situação crítica e que testa o limite de todos, inclusive de Deusimar. Curiosamente, os minutos finais nos trazem mais perguntas do que respostas sobre aquele microuniverso escondido em uma cidade qualquer, mas fazendo a gente desejar que a gente continuasse por lá para saber o que virá.
"Inferninho" é sobre os excluídos do Brasil atual, mas que sobrevivem em meio aos destroços de sonhos quase inalcançáveis.  

Em Cartaz: Cinebancários. Rua Gêneral Câmara, nº 424, Centro Histórico de Porto Alegre. Sessões: 15hs e 19h. 

Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Cine Dica: Curso Cinema e Ditaduras na América Latina

INSCRIÇÕES ABERTAS

CURSO


Apresentação

Nos anos 1960 e 1970 a América Latina viveu uma série de golpes militares que geraram anos de ditadura formando um dos piores períodos políticos do continente. Com o apoio dos governos dos Estados Unidos os governos formados pelos militares no Brasil (de 1964 até 1985), no Chile (de 1973 a 1990), na Argentina (1976 a 1983) e no Uruguai (de 1973 a 1985) restringiram, prenderam, torturaram, exilaram e mataram seus opositores formando aquilo que foi conhecido como os “anos de chumbo”, onde a censura foi ferrenha atingindo todos os meios de comunicação e a produção artística em geral.
 
Durante o período dos governos militares os cinemas destes países atuaram sob a égide da censura moldando sua temática dentro do possível. Após o fim deste processo as cinematografias tomaram outros rumos e responderam à história também de acordo com a postura tomada pelos governos subsequentes.
 
 
Objetivos
 
O curso Cinema & Ditaduras na América Latina, ministrado por Flávia Seligman, vai abordar a cinematografia dos países do Cone Sul no antes, durante e depois dos golpes militares com foco nas suas particularidades estético narrativas e nas formas como se posicionaram perante os dados da história.
 
 


Curso
CINEMA & DITADURAS NA AMÉRICA LATINA
de Flávia Seligman


Datas: 01 e 02 / Junho (sábado e domingo)
Horário: 14h às 17h
Local: Cinemateca Capitólio Petrobras
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)

Material: Certificado de participação e Apostila
 

Investimento
Pagamento p/ Cartão de crédito: R$ 95,00
- Pagamento p/ Depósito: R$ 90,00
***
Promoção: R$ 80,00
(Válido para as primeiras 10 inscrições p/ depósito)
 

Informações

cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714
 

Inscrições on line
www.cinemacineum.blogspot.com.br
Realização
Cine UM Produtora Cultural - 10 Anos
 

Patrocínio
Total Poker Club
 

Apoio
Cinemateca Capitólio Petrobras