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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Cine Dica: Capitólio Em Cena





Vontade Indômita

A partir de 12 de setembro, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a mostra Capitólio Em Cena, uma programação em parceria com o Porto Alegre Em Cena. A mostra estabelece um diálogo com a curadoria de teatro, música e dança da 24ª edição do festival. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos. As sessões especiais têm entrada franca.  

 Na terça-feira, 12 de julho, às 20h, uma sessão especial marca a abertura da mostra com exibição de Plínio Marcos – Nas Quebradas do Mundaréu, ainda inédito na cidade, e debate com o diretor Julio Calasso. Entrada franca.  

No final de semana, acontecem sessões únicas de Canção de Baal, adaptação cinematográfica de Helena Ignez para o pioneiro texto de Bertolt Brecht, e de Kbela, curta-metragem de Yasmin Thayná, filme que apresenta a resistência e a luta de mulheres pelo direito de terem sua beleza natural. As duas sessões especiais têm entrada franca.
Fazem parte da programação Coração de Cachorro, da artista Laurie Anderson, os documentários Divinas Divas, de Leandra Leal, e Gaga – O Amor Pela Dança, de Tomer Heymann, e três grandes clássicos do cinema: A Carruagem de Ouro, do mestre francês Jean Renoir, com a presença marcante de Anna Magnani, Vontade Indômita, filme de King Vidor com roteiro assinado pela escritora, filósofa e dramaturga Ayn Rand, e As Mulheres, longa de George Cukor com roteiro de Anita Loos a partir de uma peça de Clare Boothe Luce

A mostra Capitólio Em Cena tem apoio das distribuidoras Vitrine Filmes, Bretz Filmes, MPLC e Versátil.

FILMES 
Plínio Marcos – Nas Quebradas do Mundaréu
Brasil, 2015, 90 minutos
Direção: Julio Calasso

Júlio Calasso reconstitui a trajetória de Plínio Marcos combinando depoimentos, entrevistas com familiares e companheiros de palco e trechos de montagens e filmagens de algumas de suas principais obras. Vem à luz assim um universo todo próprio, marginal e violento, visceralmente revoltado e popular. Exibição em HD.

Coração de Cachorro
(Heart of a Dog)
Estados Unidos, 2015, 75 minutos
Direção: Laurie Anderson

Centrado na cachorra Lolabelle, que morreu em 2011 e era muito querida pela diretora, o filme é um ensaio pessoal que combina lembranças de infância, diários em vídeo, reflexões sobre dados, cultura de vigilância e a visão budista sobre a morte, além de tributos a artistas, escritores, músicos e pensadores. Numa espécie de colagem visual, o filme examina como histórias são construídas e contadas —e como as usamos para dar sentido às nossas vidas. Exibição em DCP.

Canção de Baal
Brasil, 2007, 75 minutos
Direção: Helena Ignez e Michele Matalon

Livre adaptação da obra de Brecht. Baal é uma artista liberal que tem casos com várias mulheres e um homem, de quem morre de ciúme. Ele é convidado por Meck para um jantar em sua homenagem, é sarcástico com os convidados e atrai a mulher do amigo. Exibição em HD.

A Carruagem de Ouro
(Le Carrosse d'Or)
França, 1952, 103 minutos
Direção: Jean Renoir

Uma companhia teatral italiana viaja para uma colônia espanhola da América Latina no século 18. Eles chegam ao mesmo tempo em que uma carruagem de ouro é enviada pelo vice-rei. Exibição em HD.

Gaga – O Amor pela Dança
(Mr. Gaga)
Israel, 2016, 104 minutos
Direção: Tomer Heymann

Ohad Naharin, diretor artístico da Batsheva Dance Company, é considerado um dos coreógrafos mais importantes do mundo. Ao conhecê-lo em um ponto crítico de sua vida pessoal, este documentário espirituoso e perspicaz irá encontrar um homem com grande integridade artística e uma visão extraordinária. Filmado ao longo de um período de oito anos, o diretor Tomer Heymann mistura filmagens dos ensaios íntimos com um extenso arquivo inédito e sequências de dança de tirar o fôlego. Esta é a história de um gênio artístico que redefiniu a linguagem da dança moderna. Exibição em DCP.

Divinas Divas
Direção: Leandra Leal

As Divinas Divas são ícones da primeira geração de artistas travestis no Brasil dos anos 1960. Um dos primeiros palcos a abrigar homens vestidos de mulher foi o Teatro Rival, dirigido por Américo Leal, avô da diretora. O filme traz para a cena a intimidade, o talento e as histórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época. Exibição em DCP.


Kbela
Brasil, 2015, 22 minutos
Direção: Yasmin Thayná

As histórias de transição capilar ou mesmo da resistência e luta de mulheres pelo direito de terem sua beleza natural, sem intervenção da indústria e da opinião da sociedade. Exibição em HD.

Vontade Indômita
(The Fountainhead)
Estados Unidos, 1949, 114 minutos
Direção: King Vidor

O arquiteto arrogante Howard Roark se vê como um incompreendido, criticado publicamente pelo escritor Ellsworth Toohey. As coisas ficam complexas quando ele tenta preservar seus ideais ao mesmo tempo em que compete pelo coração de uma mulher casada. Roteirizado pela escritora, filósofa e dramaturga Ayn Rand, também autora do romance. Exibição em HD.

As Mulheres
(The Women)
Estados Unidos, 1939, 133 minutos
Direção: George Cukor

Sylvia fica sabendo, por meio da manicure, que o marido de sua prima Mary está tendo um caso com uma balconista chamada Crystal. Logo, todas as amigas de Mary também ficam sabendo da traição do seu marido. Adaptação da peça de Clare Boothe Luce. Exibição em HD.

GRADE DE HORÁRIOS – CAPITÓLIO EM CENA (PRIMEIRA SEMANA)
12 a 17 de setembro de 2017

12 de setembro (terça)
14h30 - Vontade Indômita
16h30 – A Carruagem de Ouro
18h30 – Coração de Cachorro
20h – Plínio Marcos - Nas Quebradas do Mundaréu
(+ debate com o diretor Julio Calasso)

13 de setembro (quarta)
15h – As Mulheres
18h – Gaga – O Amor pela Dança
20h – Coração de Cachorro

14 de setembro (quinta)
14h30 – Vontade Indômita
16h30 - A Carruagem de Ouro
18h30 - Coração de Cachorro
20h – Divinas Divas
15 de setembro (sexta)
14h30 – As Mulheres
17h – Divinas Divas
19h - Coração de Cachorro
20h30 – Homenagem a Tobe Hooper (Projeto Raros – Eggshells)

16 de setembro (sábado)
14h30 – Vontade Indômita
16h30  – Coração de Cachorro
18h – Canção de Baal
19h30 – Homenagem a Tobe Hooper (Força Sinistra)
17 de setembro (domingo)
16h – Gaga – O Amor pela Dança
18h – Coração de Cachorro
19h30 – Kbela
20h – Homenagem a Tobe Hooper (O Massacre da Serra Elétrica)




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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Cine Especial: Filmes e Sonhos: Parte 8

Nos dias 16 e 17 de setembro eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, participando do curso Filmes e Sonhos, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Psicanalista Leonardo Della Pasqua. Enquanto os dias da atividade não chegam, estejam por aqui comigo, para mergulhar nos melhores exemplos cinematográficos e dos quais tentam retratar um pouco esse nosso universo do sonhar.

De Akira Kurosawa:  Sonhos (1990)

Sinopse: São oito pequenos filmes separados que, de alguma forma, se conectam entre si, com uma dose fabulosa de poesia e beleza. O homem e sua relação com o seu próprio ambiente é um tema comum.

A trama apresenta um conjunto de oito sonhos do próprio realizador. E por ser um filme tão pessoal, acabamos por não exigir um produto com as arestas devidamente limadas. Afinal de contas tratam-se de sonhos, produtos do nosso inconsciente.
Uma seleção dos sonhos que o cineasta empreendeu no decorrer dos seus 80 anos até então. Nota-se um crescimento gradual no ponto de vista da personagem de um sonho para aquele imediatamente a seguir, e assim sucessivamente. A exímia montagem parte igualmente do mestre japonês, acabando por possuir todos os meios para uma produção bastante fiel ao projecto sonhado.
Na colectânea de sonhos podem destacar-se alguns elementos recorrentes, tais como a morte, a hierarquia, o poder da mão do homem, etc. Soldados que se recusam a aceitar a insignificância da morte. Uma criança que parte em busca de redenção, de forma a evitar a morte. Alpinistas que tentam sobreviver, mesmo perante as adversidades do tempo. O homem individual como poluidor de uma população. Os efeitos da radiação que direccionam a uma lei da sobrevivência, apoiada numa ordem hierárquica.
Kurosawa entrega-nos uma mão-cheia de pequenas histórias que não necessitam de principio, meio e fim para serem devidamente apreciadas. A duração de cada plano é devidamente adequada à ação correspondente. No episódio dos alpinistas, por exemplo, chega a ser sufocante a caminha levada a cabo por estes, devido à sequência de planos assente numa natureza tão fria e solitária. De destacar a maquilhagem e o guarda-roupa, ambos sublimes. A banda-sonora de Shinichirô Ikebe acompanha na perfeição as imagens que desfilam perante os nossos olhos. Mais uma pincelada transcendente na tela em que se exibe a carreira de Akira Kurosawa. 


Mais informações sobre o curso Filmes e Sonhos você confere clicando aqui.

Cine Dica: Em Cartaz: David Lynch: A Vida de um Artista



Sinopse: Em uma íntima jornada, o documentário narra sobre os anos que formaram a vida do cineasta David Lynch. Desde sua criação idílica em uma pequena cidade até as ruas escuras de Filadélfia, acompanhamos Lynch à medida que ele traça os eventos principais para a sua formação, assim como para o seu estilo cinematográfico enigmático.

Muitas vezes nos perguntamos por que determinados cineastas possuem uma forma tão distinta no modo de filmar se formos compará-los a outros do ramo. Se assistirmos a um filme de David Lynch como, por exemplo, Estrada Perdida, perceberemos que seus métodos com a câmera, ou até mesmo com o conteúdo de sua trama, irão ser revistos posteriormente em suas obras seguintes, como Cidade dos Sonhos e Império dos Sonhos. David Lynch: A Vida de um Artista procura investigar o universo abstrato vindo da mente desse cineasta autoral e do qual não se envergonha de revelar o seu lado mais obscuro do seu ser.
Dirigido por Jon Nguyen, Rick Barnes e Olivia Neergaard-Holm, os cineastas convidam Lynch a ficar em seu estúdio pessoal enquanto testemunhamos ele criar as suas pinturas. No decorrer do percurso, Lynch começa a contar sua infância, sonhos e pesadelos mais profundos. Testemunhamos então alguns fatos marcantes de sua vida e dos quais ele usaria até mesmo na elaboração de seus primeiros curtas e longas metragens.
Para os desavisados, não esperem por um filme do qual fica se debruçando nas obras cinematográficas das quais o cineasta viria a criar no decorrer dos anos, mas sim em suas origens. Além da narração off da qual ouvimos a sua voz o tempo todo, testemunhamos imagens raras de Lynch em super 8, quando ele era criança, de sua relação com os seus pais e irmãos e de sua adolescência meio que conturbada.
Embora não seja mostrado de uma forma explicita, está claro que Lynch enfrentou por algum tempo os seus demônios interiores na adolescência e do qual fazia com ele lutasse para manter algo que ele não queria liberar como um todo. Mas com arte da criação, principalmente com ajuda do seu pai, foi o que fez com que ele se enveredasse para caminhos não muito obscuros e conseguisse então uma luz para suas criações autorais vindas de sua mente cheia de imaginação. Quando testemunhamos isso, vêm em nossas mentes os títulos citados no começo desse texto, pois personagens “duplos”, por exemplo, é algo que o cineasta muito explora em seus projetos e assistindo o seu relato chegamos há compreender um pouco, mesmo que seja só pela superfície.
Como não poderia ser diferente, Lynch também explica os inúmeros sonhos dos quais ele ainda se lembra até hoje. São através deles, além de suas sessões de meditação, é que vêm ideias das quais ele coloca em pratica através de pinceladas e muita tinta. Em uma dessas imagens das quais ele testemunhou, por exemplo, ela parecia uma pintura em movimento e da qual fez com que ficasse obsessivo por isso. É daí então que esse estranho jovem artista começa a dar os seus primeiros passos na área cinematográfica.
Começando com curtas, dos quais os seus desenhos se moviam através do stop motion, Lynch começou a convidar amigos e familiares na elaboração de seus trabalhos e começando então os seus primeiros passos no ramo da direção. Contudo, devido ao seu perfeccionismo, Lynch enfrentou tudo e a todos em seu primeiro longa metragem chamado Eraserhead, cujo projeto foi rodado na Filadélfia, levando ao todo cinco anos de produção, lhe custando o seu casamento e quase a sua sanidade. O preço foi alto, mas foi graças a essa persistência que fez com que o filme fosse lançado e o resto é história que todos nós fãs conhecemos.
Embora curto, David Lynch: A Vida de um Artista é um grande presente para os fãs em conhecerem melhor o lado mais intimo e enigmático do cineasta, mesmo quando o longa não chegue ao fundo do seu verdadeiro ser.



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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Cine Especial: Filmes e Sonhos: Parte 7

Nos dias 16 e 17 de setembro eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, participando do curso Filmes e Sonhos, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Psicanalista Leonardo Della Pasqua. Enquanto os dias da atividade não chegam, estejam por aqui comigo, para mergulhar nos melhores exemplos cinematográficos e dos quais tentam retratar um pouco esse nosso universo do sonhar.

A Origem (2010)

Sinopse: Don Cobb é um ladrão que invade os sonhos das pessoas e rouba segredos do subconsciente. As habilidades especiais de Cobb fazem com que ele seja procurado pelo mundo da espionagem empresarial, mas lhe custa tudo que ama. Cobb recebe uma missão impossível: plantar uma ideia na mente de uma pessoa. Se for bem-sucedido, será o crime perfeito, mas um amigo prevê todos os passos de Cobb.

Não é de hoje que o cinema explora o mundo dos sonhos. Luis Bunuel, por exemplo, explorou de uma forma única com o seu curta Cão Andaluz de 1929. David Lynn ousou com a mente do cinéfilo para fazê-lo entender que tudo aquilo que ele apresentou em Cidade dos sonhos no primeiro ato era um sonho, mas sempre há meios de explorar mais e mais esse grande mistério que nos segue em nossas vidas enquanto estamos dormindo. Já Christopher Nolan nos convida para viajarmos  em um filme de inúmeras camadas de interpretação onde o cenário principal é o nosso mundo do sonhar.
A trama em si pode soar até compreensível, mas desafia a nossa atenção  já no início do filme, quando presenciamos um sonho dentro do sonho e isso veremos muito mais a seguir. Principalmente pelo fato que a trama explora, não somente os sonhos dentro dos sonhos, como também a duração do sonho com relação ao mundo real, já que não lembramos quando começamos a sonhar, pois sempre muda o sonho ao longo de seu trajeto e quais os perigos durante esse periodo. Essa e outras muitas  teorias e perguntas o diretor cria e joga na frente do cinéfilo, para então fazê-lo não piscar em nenhum momento, mas o filme pode ser muito bem apreciado também para pessoas que buscam somente diversão. 
Há efeitos especiais e cenas de ação fantásticas, mas elas nunca são gratuitas, pois elas sempre aparecem para que a trama flua de modo desejável e que ajude no enredo. O mesmo que vale para a impressionante montagem, da qual foi indicada ao Oscar, assim como a bela e poderosa trilha sonora de Hans Zimmer. Mas mesmo que a trama original seja a principal peça chave do sucesso desse filme, os astros não ficam atrás. 
Leonardo DiCaprio que, curiosamente, atuou no filme A Ilha do Medo, do qual interpretou um personagem similar a esse, mas somente para aqueles que assistiram ao filme de Martin Scorsese sabem do que eu estou falando. Ellen Page segue firme e forte com seu sucesso de carreira desde Juno e não se intimida na frente de grandes atores, o que acaba tornando sua personagem uma grande peça chave. Cillian Murphy, mesmo tendo pouco tempo na tela se comparado aos outros, consegue de seu personagem um grande momento no ato final em meio vários acontecimentos acontecendo ao mesmo tempo.
Marion Cotillard prova que ter ganho o Oscar por Piaf não foi ao acaso e desperta no espectador fascínio e medo devido a sua personagem. Já Joseph Gordon-Levitt, Ken Watanabe, Michael Caine e Tom Berenger completam o time de astros de primeira grandeza. Mas o que faz o filme algo tão bom ao ponto do cinéfilo ter ido aos cinemas para assistir mais de uma vez?
Tudo se deve ao fato que, além de ser uma ótima história, Nolan deixa muitas pistas e teorias ao longo da projeção, para então o espectador tirar suas próprias conclusões. Quando a trama, por exemplo, está prestes a se encerrar e tudo dá entender que o final é bem feliz e previsível, eis que o diretor e roteirista prega uma peça no tabuleiro que faz com que nós fiquemos na dúvida com relação a tudo o que a gente assistiu. Somente esses poucos segundos com essa peça chave que o diretor planta na trama são suficientes para que o filme se torne único e diferente de tantos lançamentos dispensáveis que ocorrem ao longo dos anos  e somente por isso é o que torna um filme obrigatório

Poderosa Afrodite (1995)

Sinopse: Em Nova York, um casal adota um menino e com o tempo o pai adotivo (Woody Allen) decide saber quem é a sua mãe biológica do seu filho. Ele descobre que ela é uma prostituta chamada Linda (Mira Sorvino), que em filmes pornográficos usa o nome Judy Cum e que nem sabe quem é o pai do garoto. O pai adotivo decide então aconselhá-la a abandonar este tipo de vida.

O que esperar de um filme de Woody Allen? Roteiro magnífico, diálogos afiados e divertidos, um belo cenário e ótimas atuações. Um diferencial fantástico que esse filme traz é sua narração. Ele é narrado por um coro grego que se compõe, entre outros, de Jocasta e Édipo. Personagens marcantes nas fantásticas tragédias gregas. As cenas de Allen e Sorvino são incríveis e provoca muitas risadas. A ingenuidade da prostituta e a forma como encara as situações é hilária. Mira foi indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por esse papel e levou a estatueta. Com todo merecimento deixo claro, pois sua composição do papel é impecável. Sem dúvida é seu melhor papel já feito.

O Homem Duplicado (2014)

Sinopse: Um professor de história depressivo descobre acidentalmente a existência de um sósia seu quando assiste a um filme. Ele passa a seguir este homem transformando a vida de ambos.

Infelizmente não li praticamente nada do escritor José Saramago, sendo que já ouvi falar muito de que suas obras seriam praticamente impossíveis de serem adaptadas para o cinema, devido as suas inquietantes e complicadas tramas. Porém, Fernando Meirelles provou que, sim seria possível levar uma de suas obras para o cinema e o resultado foi à adaptação de Ensaio sobre a Cegueira. Antes de morrer, Saramago havia vendido os direitos para adaptação de Homem de Duplicado para ser levado para a tela grande e coube ao mais novo cineasta do momento  Denis Villeneuve tomar conta dessa difícil tarefa. Leia minha crítica completa clicando aqui.

FALE COM ELA (2002)

Sinopse: Benigno e Marco são dois desconhecidos que acabam virando amigos em decorrência do destino. Enquanto esperam com toda a esperança possível as mulheres por quem são apaixonados, – Alicia e Lydia –, saírem do estado de coma do hospital, acabam tendo uma afinidade muito grande. Benigno possui uma espécie de amor platônico por Alicia, pois apaixonou-se sem ter tido tempo de ser correspondido, antes do acidente dela. Marco, em contrapartida, após o acidente, não consegue definir muito bem seus sentimentos com relação a Lydia, e tem dificuldades de lidar com ela na cama do hospital. Ambos só podem fazer uma coisa enquanto esperam: falar com elas.

Almodóvar prima pela originalidade ao contar uma historia no mínimo bizarra na relação  obsessiva de Benigno (Grandionetti) pela bailarina Alicia (Watling) e no enfoque do estado de coma. Ao mesmo tempo, são notáveis os rumos dados ás situações de Benigno e do jornalista (Câmara), bem como a inserção do filme mudo dentro do filme. Neste melodrama com alguns lances de humor, participações especiais da bailarina e coreógrafa Pina Baush em seqüências que se interligam com os conflitos, e do cantor Caetano Veloso, além da voz de Elis Regina na trilha sonora. Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.e Oscar de melhor roteiro original.      

Mais informações sobre o curso Filmes e Sonhos você confere clicando aqui.

Cine Dicas: Estreias do final de semana (08/09/17)

It - A Coisa

Sinopse: Quando crianças começam a desaparecer misteriosamente na pequena cidade de Derry, no estado de Maine, um grupo de jovens é obrigado a enfrentar seus maiores medos ao desafiar um palhaço maligno chamado Pennywise, que há séculos deixa um rastro de morte e violência.


Uma Mulher Fantástica

Sinopse: Marina, uma garçonete que brilha na noite como dançarina, tem a vida abalada pela morte de seu namorado.


2:22 - Encontro Marcado

Sinopse: Um homem é surpreendido por um estranho padrão, que faz com que acidentes aconteçam todos os dias no mesmo horário.

Até Nunca Mais

Sinopse: Depois de perder o marido, uma performer fica sozinha numa casa isolada pelo mar.

Lino

Sinopse: Um animador de festas infantis azarado é transformado naquilo que mais odeia: sua fantasia de gato.

Lola Pater

Sinopse: Após a morte de sua mãe, Zino decide reencontrar seu pai, Farid. Mas, há 25 anos, Farid virou Lola. 

O Jantar

Sinopse: Dois casais se reúnem para jantar, mas um assunto delicado acaba esquentando os ânimos.


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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Como os nossos pais



Sinopse: Rosa é uma mulher que almeja a perfeição como profissional, mãe, filha, esposa e amante. Filha de intelectuais e mãe de duas meninas pré-adolescentes, ela se vê pressionada pelas duas gerações que exigem que ela seja engajada, moderna e onipresente.

O convívio ao longo do tempo é sempre marcado por altos e baixos. Partindo desse pensamento, conseguimos ver através do olhar daquele que nos serve de exemplo e do que foi construído ou destruído ao longo desse percurso. O dia a dia é isso, de idas e vindas, de acertos e erros, dos quais começam quando nascemos, termina quando morremos e deixemos alguma história durante o nosso percurso. 
Rosa (Maria Ribeiro), como na maioria das mulheres, após escolher certos rumos da vida, parece que se encontra congelada no tempo. Seu dia a dia de mãe, talentosa em seu trabalho e esposa cansada em seus 38 anos se apresenta com uma imagem pálida do que já foi um dia. Numa reunião de família, do qual Rosa se encontra fora de sintonia da realidade dos demais, sua mãe (Clarisse Abujamra, espetacular), num momento de atrito durante o almoço, revela fatos surpreendentes sobre a verdadeira origem de sua filha e causando nela uma sensação desconcertante e irreversível.
Além disso, existem diversos motivos pessoas, dos quais levam a duvidar se as estradas seguidas na vida são realmente os que as tornam felizes e criando assim esse cenário de dúvida na trama. A protagonista segue caçando respostas para os seus dilemas, um remédio contra o temor e a coragem para realizar os seus sonhos mais íntimos. Em inúmeras situações, ela tem a convicção que não dá conta de tudo do que ela administra em sua vida, em momentos em que ela questiona o do porque ela tem que ser obrigada a seguir com esse peso nas costas. Rosa então seria uma representação que sintetiza com exatidão sobre a mulher de hoje, da qual consegue adquirir a sua vida livre, mas tendo que pagar um preço alto perante uma realidade que, infelizmente, ainda é comandada pelo machismo desenfreado.
Assim testemunhamos uma cruzada quádrupla de trabalho, dever de doméstica e na tentativa de contornar os problemas pessoais. O cansaço exposto na tela faz com que tenhamos simpatia pela protagonista e compreendendo ela mesmo em situações das quais poderíamos questioná-la. Se não vivemos um dia a dia como dela, pelo menos, com certeza nos lembraremos de alguém próximo a nós ou que cruzou em algum momento em nossas vidas.
O longa dirigido por  Laís Bodanzky, nos conquista gradualmente, pois a trama que, no principio soa simples, vai se descascando, nos envolvendo de uma forma convidativa e como se aquele universo dos personagens soasse de uma forma bastante familiar. Um filme que retrata a luta de boa parte das mulheres de ontem e hoje e que buscam um lugar ao sol sem tem ter que se preocupar com o seu amanhã.

Curiosidade: Como Nossos Pais foi vencedor das categorias de melhor filme, diretora (Laís Bodanzky), atriz (Maria Ribeiro), ator (Paulo Vilhena), atriz coadjuvante (Clarisse Abujamra), no Festival de Cinema de Gramado 2017, cuja premiação aconteceu no dia 26 de agosto, na serra gaúcha. Foram ao todo 6 Kikitos para o longa (incluindo montagem, para Rodrigo Menecucci), concedidos pelo júri.





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