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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: CÃES ERRANTES




Sinopse: Em um bairro pobre de Taipei, mora um homem na faixa dos quarenta anos, desempregado, com seus dois filhos. Sem emprego e abandonado pela esposa, ele enfrenta grandes dificuldades para satisfazer as necessidades de seus filhos. Um dia, ao levar seus filhos para passearem no shopping, ele conhece Xiao Lu por quem se envolve. No entanto, as lembranças da sua ex-mulher podem afetar seu novo relacionamento.



Em 2012, eu havia assistido o filme brasileiro Mulher á Tarde, dirigido pelo brasileiro Affonso Uchoa em que determinadas cenas, o diretor criava planos – sequências ininterruptos e que por vezes exigia concentração e paciência daquele que assistia. Se para alguns esse tipo de cinema é um tanto que desconfortante, para muitos cinéfilos de carteirinha é um verdadeiro deleite por assistir algo no mínimo fora do convencional. Achei que jamais viria um filme como esse tão cedo, mas revi essa forma de se filmar novamente ontem com o filme Cães Errantes. 
Dirigido pelo cineasta taiwanês Tsai Ming Liang (O Buraco), acompanhamos o dia a dia de um homem (Lee Kang Sheng) que trabalha de uma forma dura, segurando placas publicitárias em meio a um transito sem fim e uma chuva torrencial que o castiga. Ao ser abandonado pela própria esposa (talvez devido por ser alcoólatra) mora e sustenta a todo custo o seu casal de filhos em um edifício abandonado. A trama engrena cada vez no momento em que eles conhecem uma funcionaria de um super mercado, que acaba se tornando uma espécie de imagem paterna, mas ao mesmo tempo faz com que o passado da mãe desaparecida os flagele ainda mais.
Embora seja uma historia simples, é a forma de filmar do cineasta que faz toda a diferença. Ao começar pelos diálogos, que são poucos, sendo que as ações dos personagens em cena é que falam (muito) por si. Embora ajam inúmeros efeitos sonoros devido às sequências aonde o protagonista se encontra trabalhando no transito por exemplo, não há trilha sonora e boa parte das sequências é um silêncio arrebatador, que chega afligir ainda mais aquele que assiste, pois se cria uma expectativa sobre o que pode acontecer em seguida.
Como há poucos diálogos, é um filme que exige em dobro cada um dos atores em cena. Mas cada um aqui trabalha com tamanha competência, principalmente Lee Kang Sheng: ator fetiche do cineasta, Lee entrega um desempenho de corpo e alma, encarnando um protagonista cheio de demônios interiores, pronto para explodir e sem medir as consequências dos seus atos. Não faltam momentos sublimes do ator, como quando a câmera foca ele por vários minutos em plena chuva durante o serviço, ou na derradeira cena onde ele contracena com uma cabeça de repolho e bota pra fora suas reais intenções durante um momento de desespero, devido à dura realidade que está passando.
São momentos como esse e outros que tornam esse filme algo incomum e longe do que estamos acostumados a ver no esquema sempre previsível do cinemão americano. Mas como eu disse acima, embora ajam aqueles (como eu), que prefere um cinema fora dos padrões costumeiros, é preciso sim ter paciência com algumas sequências, que exigirá atenção e até mesmo a percepção sensorial do cinéfilo. Quando for assistir e achar num determinado momento que já viu de tudo que tinha que ver no filme, aguarde para o ato final da obra, aonde interpretação do casal central da obra chega ao seu ápice e o plano - sequência filmada pelo diretor chega ao estremo, ao ponto de nos perguntarmos a todo o momento o que irá acontecer em cena. 
Quando Cães Errantes chega ao seu final, nos sentimos cansados, frustrados, mas com um desejo enorme de revisitar a obra. Rever se deixamos ou não de prestar atenção em algum detalhe e nos maravilhar novamente com cada cena filmada, onde os planos - sequências sem cortes se tornam um quadro pintado em movimento. 


Leia também: Mulher á Tarde


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Cine Dica: História no Cinema para Vestibulandos: Idade Média


A sessão do filme O Nome da Rosa de Jean-Jacques Annaud, prevista para o dia 5 de julho, foi transferida para dia 12 de julho, sábado, às 9h30. A exibição será seguida de palestra com Dionathas Moreno Boenavides e Odir Fontour, sobre a Idade Média. A entrada é franca.
 
Confira a programação completa do História no Cinema para Vestibulandos2014
 
 
Dia 12 de julho (sábado)
9h30 - Idade Média - O Nome da Rosa, de Jean-Jacques Annaud ( Alemanha, Itália, França / 1986 / 130 minutos) - Entrada franca
Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Como não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado.  
 

GRADE DE HORÁRIOS

11 de julho (sexta-feira)
15h - JOGO DAS DECAPITAÇÕES
17h - JOGO DAS DECAPITAÇÕES
19h - JOGO DAS DECAPITAÇÕES

 
12 de julho (sábado)
9h30 - [Entrada Franca] HISTÓRIA NO CINEMA PARA VESTIBULANDOS:Idade Média - O Nome da Rosa, de Jean-Jacques Annaud
* Não haverá sessões a tarde*

 
13 de julho (domingo)
15h - JOGO DAS DECAPITAÇÕES
17h - JOGO DAS DECAPITAÇÕES
19h - JOGO DAS DECAPITAÇÕES
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terça-feira, 15 de julho de 2014

Cine Especial: Federico Fellini – O Maestro: Parte 3

 Nos dias 23 e 24 de Julho, eu estarei participando do curso Federico Fellini – O Maestro, criado pelo CENA UM  e ministrado pela jornalista Fatimarlei Lunardelli. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui estarei destacando os principais filmes desse cineasta, que até hoje é considerado um dos melhores diretores autorais e críticos do cinema Italiano.                 
   Amarcord

sinopse:Através dos olhos de Titta (Bruno Zanin), um garoto impressionável, o diretor dá uma olhada na vida familiar, religião, educação e política dos anos 30, quando o fascismo era a ordem dominante. Entre os personagens estão o pai e a mãe de Titta, que estão constantemente batalhando para viver, além de um padre que escuta confissões só para dar asas à sua imaginação anti - convencional.
Federico Fellini leva as telas algumas das suas lembranças da juventude e cria uma bela obra prima. Magico e arrebatador com passagens inesquecíveis criados a partir de lembranças de sua infância. Tudo ao som de belos e nostálgicos temas musicais de Nino Rota. Oscar de melhor filme estrangeiro.

Curiosidades:O título Amarcord é uma referência à tradução fonética das palavras “mi recordo” usada na região de Emilia-Romagna, na Itália, onde o diretor Federico Fellini nasceu. O diretor Federico Fellini por diversas vezes negou que Amarcord fosse um filme auto-biográfico, mas concordou que há passagens semelhantes com eventos por ele vividos em sua infância.
    

   "La Strada"

Sinopse: Gelsomina (Giulietta Masina) é vendida pela mãe para o brutamonte Zampanò (Anthony Quinn), estrela de um número em que arrebenta correntes amarradas em seu corpo. A jovem auxilia Zampanò e passa a também ser apresentar como palhaça, seguindo o estilo de Chaplin. A garota é constantemente maltratada pelo homem, que ainda a agride sempre que tenta fugir. Quando os dois se juntam a um circo, Gelsomina fica encantada com Bobo (Richard Basehart), provocando ciúmes em Zampanò.



“La Strada” é mais que um filme neo-realista, mais que um filme sobre dois vagabundos pela estrada fora em constante luta pela sobrevivência. “La Strada” é um manifesto da razão, é um ensaio da loucura e crueldade, é uma ode ao amor. E no fim ficou a redenção, ficou o desespero, ficou o arrependimento. Ficou sobretudo a dor, porque embora Zampanò rebentasse as correntes, a corrente de Gelsomina ficou como que eternamente cravada no seu peito. Porque Fellini era um gênio.
“Até uma pedra serve para alguma coisa.”


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Cine Dica: WARNER BROS. DIVULGA PRIMEIRO TRAILER LEGENDADO DE O JUIZ

Longa estrelado por Robert Downey Jr. e Robert Duvall estreia em 16 de outubro

A Warner Bros. Pictures divulga o primeiro trailer legendado e a primeira arte de O Juiz. O vídeo mostra o reencontro de pai e filho e a relação conturbada entre os dois, visível também na arte, que traz os personagens juntos, mas um de costas para o outro. 
O longa é estrelado pelo indicado ao Oscar® Robert Downey Jr. (“Trovão Tropical”, filmes “Sherlock Holmes”, franquia “Homem de Ferro”), o vencedor do Oscar® Robert Duvall (“A Força do Carinho”, “Coração Louco”) e a indicada ao Oscar® Vera Farmiga (“Amor Sem Escalas”, “Invocação do Mal”). O filme é dirigido por David Dobkin (“Penetras Bons de Bico”).
Em O Juiz, Downey é o advogado de sucesso Hank Palmer, que após se distanciar de sua família retorna para a casa na qual nasceu e reencontra seu pai (Duvall), o juiz da cidade e também suspeito de assassinato. Downey decide descobrir a verdade e no processo reconecta-se com a família que havia deixado para trás há anos.
No elenco também estão Vincent D’Onofrio (série de TV “Lei & Ordem: Crimes Premeditados”), Jeremy Strong (“A Hora Mais Escura”, “Lincoln”), Dax Shephard (série de TV “Parenthood – Minha Família”) e o vencedor do Oscar® Billy Bob Thornton (“Na Corda Bamba”, “Tudo Pela Vitória”). O filme também conta com a vencedora do Oscar® Melissa Leo (“O Vencedor”, “Os Suspeitos”), Leighton Meester (série de TV “Gossip Girl”), Ken Howard (“J. Edgar”, “Conduta de Risco”), Emma Tremblay (“Elysium”), Balthazar Getty (série de TV “Brothers & Sisters”), David Krumholtz (“É o Fim”), Sarah Lancaster (série de TV “Chuck”), Grace Zabriskie (série de TV “Amor Imenso”) e Denis O’Hare (série de TV “True Blood”).
O Juiz está sendo produzido por Susan Downey (filmes “Sherlock Holmes”), David Dobkin e David Gambino (“Valente”), tendo Herbert W. Gains, Robert Downey Jr., Jeff Kleeman e Bruce Berman como produtores-executivos. O roteiro é de Nick Schenk (“Gran Torino”) e Bill Dubuque, baseado em uma história de Dobkin & Schenk.
A equipe de criação de Dobkin nos bastidores inclui o diretor de fotografia vencedor do Oscar® Janusz Kaminski (“O Resgate do Soldado Ryan”, “Lincoln”), o desenhista de produção Mark Ricker (“O Verão da Minha Vida”, “Histórias Cruzadas”), o editor Mark Livolsi (“Um Sonho Possível”) e a figurinista Marlene Stewart (“João & Maria: Caçadores de Bruxas”, “Trovão Tropical”). A música é responsabilidade do indicado 12 vezes ao Oscar® Thomas Newman (“Walt nos Bastidores de Mary Popins”).



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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: JOGO DAS DECAPTAÇÕES



Sinopse: Leandro, vivido por Fernando Alves Pinto, é um jovem sem grandes perspectivas na vida, mas faz mestrado em que o tema é sobre a memória e a ditadura militar brasileira; além da pressão de seu orientador para que dê andamento à tese, ele recebe apoio de Marília (Clarisse Abujamra), sua mãe que foi torturada e hoje dirige uma ONG e espera sua indenização pelos maus tratos recebidos na prisão. Durante a pesquisa, Leandro encontra um filme censurado de seu pai, Jairo Mendes (Paulo César Peréio), justamente quando sabe que Jairo foi degolado numa rebelião no presídio. O rapaz fica obcecado pela notícia e tenta descobrir os mistérios que envolveram a vida do pai.


O polêmico cineasta Sérgio Bianchi (Cronicamente Inviável) ataca com toda a fúria, exatamente quando o golpe militar de 1964 completa 50 anos, sendo que faz duras críticas tanto à esquerda quanto à direita. Mesmo eu não tendo visto os seus filmes anteriores, a sensação que eu tive é de que Sergio Bianchi tenha chegado ao seu trabalho mais provocante. O diretor enlaça os períodos dos movimentos da época da ditadura e dos movimentos de hoje, bem como mostra os atos e consequências daquela época sobre esta; a esquerda critica a direita, a direita critica o socialismo, o socialismo critica o capitalismo e assim se segue sempre num circulo vicioso e sem fim.
Enquanto isso, um jovem se sente cada vez mais pressionado consigo mesmo a escolher sua posição política, mas acaba entrando num labirinto sem volta. Sergio Bianchi deixa os supostamente oprimidos no chão, no momento que ele nos mostra o que por vezes, cai em um lugar comum os discursos de pessoas que querem reviver o passado, a eterna ferida da ditadura, mas o que não vemos é que a ditadura acontece desde a colônia, desde que o primeiro negro foi trazido para o Brasil, porém só quando revolucionários da classe média são presos é algo histórico e tem que ser falado. Curiosamente, as cenas de um filme do personagem Jairo Mendes (Paulo César) mostradas no longa diz de forma profética que no futuro ‘direita e esquerda jogarão o mesmo jogo’, são intercaladas com o filme de Bianchi, em que Leandro está pesquisando e convivendo com o grupo de amigos de sua mãe, todos ex-militantes da esquerda durante a ditadura, que hoje estão no poder e lutam mais pelos direitos de ter suas indenizações nos bolsos.
No final das contas, Bianchi cria uma analise perturbadora sobre a sociedade brasileira contemporânea, principalmente depois das manifestações de junho de 2013 e dos casos de linchamento ocorridos recentemente. Em determinada cena do longa, Leandro e seu amigo Rafael (Sílvio Guindane) presenciam cenas de manifestação estudantil com repressão violenta da polícia, assim como brigas banais de trânsito com finais trágicos e que remetem com a nossa realidade nua e crua.  No entanto, o diretor faz alusões a estes acontecimentos e não aprofunda a análise; sua verve e críticas funcionam com uma arma giratória, atinge tudo e a todos, tanto os grupos de esquerda, de direita, movimentos estudantis e de rua, acadêmicos, políticos, jornalistas e artistas de ontem e de principalmente os de hoje que por vezes não sabem ao certo no que estão protestando.
Saí do cinema com a mente a mil, mas ao mesmo tempo contente com á critica que ele faz com relação alguns grupos que se dizem parte da esquerda brasileira contemporânea, mas que na verdade não passam de alienados e que precisam urgentemente se reinventar ou saírem de cena por não saberem realmente a que protestar.  

Em Cartaz no Cinema - Cinebancários - Sessões: 15h, 17h e 19h - Rua General Câmara, nº 424 - Centro Porto Alegre


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