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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 11 A 17 DE SETEMBRO

 "Sonhar com os Leões” e “Dormir de Olhos Abertos” são as estreias de 11 de setembro no CineBancários

SONHAR COM OS LEÕES

"O Último Azul", de Gabriel Mascaro, segue para a terceira semana em cartaz

SONHAR COM OS LEÕES, protagonizado por Denise Fraga, estreia no CineBancários na cinesemana de 11 de setembro, junto de DORMIR DE OLHOS ABERTOS, produzido por Kleber Mendonça Filho. Com trajetória de sucesso em festivais e nas salas de cinema, O ÚLTIMO AZUL, de Gabriel Mascaro, permanece em cartaz pela terceira semana.

Dirigido e roteirizado por Paolo Marinou-Blanco, SONHAR COM OS LEÕES é uma tragicomédia surreal que conta a história de Gilda, uma imigrante brasileira que vive em Lisboa e com apenas um ano de vida devido a um câncer. Ela tem como único desejo morrer enquanto ainda é ela mesma, com dignidade e sem dor.

Distribuído pela Pandora Filmes e coproduzido pela brasileira Capuri, o filme chega aos cinemas brasileiros após passagens por importantes festivais, como Black Nights Film Festival, na Estônia; Red Sea International Film Festival, na Arábia Saudita, e o Festival Internacional de Cinema de Guadalajara (FICG), no México. Além do próprio Festival de Cinema de Gramado.

Produzido por Kleber Mendonça Filho, DORMIR DE OLHOS ABERTOS apresenta o Brasil sob o ponto de vista do estrangeiro

Dirigido pela alemã Nele Wohlatz, DORMIR DE OLHOS ABERTOS é produzido por Emilie Lesclaux ao lado de Kleber Mendonça Filho. A história segue o olhar de Kai, que vem de Taiwan passar férias do Brasil e conhece outros estrangeiros que pulam de cidade em cidade em busca de trabalho. Entre encontros e desencontros, ela se conecta com as histórias dessas pessoas — especialmente a de Xiaxin — e tenta decifrar um país e uma cultura muito diferentes dos seus.

Lançado mundialmente no Festival de Berlim, DORMIR DE OLHOS ABERTOS saiu do evento eleito o melhor da seção Encontros, segundo a Federação Internacional de Críticos de Cinema, a Fipresci. Em seguida, fez um longo percurso com passagens por alguns dos festivais mais importantes do mundo, como IndieLisboa, Kárlovy Vary, San Sebastián, Mostra de Cinema de São Paulo e Festival do Rio, sua estreia nacional.

“O filme é lindo e apresenta um ponto de vista sobre o Recife e sobre o Brasil, a partir do estrangeiro, nunca antes visto. Poliglota, contém graça, estranheza e Gal Costa”. Foi com essas palavras que o cineasta Kleber Mendonça Filho, responsável por “O Som ao Redor” e “Bacurau”, descreveu DORMIR DE OLHOS ABERTOS.


PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 11 a 17 DE SETEMBRO


ESTREIAS:

DORMIR DE OLHOS ABERTOS

Brasil, Taiwan, Argentina, Alemanha/ 2024/ Drama/97 min

Direção: Nele Wohlatz

Sinopse: Distantes de suas terras natais, e alheios à cultura recifense, Xiao Xin, Fu Ang e Kai subvertem a lógica do turista desejando acumular experiências ou somar destinos em sua lista pessoal. Eles operam na lógica da subtração. Assim, caminham sempre, porém sem rumo definido.

Elenco: Chen Xiao Xin (Xiao Xin), Wang Shin-Hong (Fu Ang), Liao Kai Ro (Kai), Nahuel Pérez Biscayart (Leo), Lu Yang Zong (Yang Zong)




SONHAR COM OS LEÕES

Brasil/Drama/ 2024/88min.

Direção: Paolo Marinou-Blanco

Sinopse: “Sonhar com Leões” é uma tragicomédia surreal sobre a eutanásia. Gilda, uma imigrante brasileira vivendo em Lisboa, chegou ao fim da linha.

Elenco: Denise Fraga, João Nunes Monteiro, Joana Ribeiro, Victoria Guerra.


EM CARTAZ:


O ÚLTIMO AZUL

Brasil/ Drama/ 2024/

Direção: Gabriel Mascaro

Sinopse: Tereza tem 77 anos, reside em uma cidade industrializada na Amazônia e recebe um chamado oficial do governo para residir numa colônia habitacional compulsória onde idosos devem "desfrutar" de seus últimos anos, permitindo que a juventude produza sem se preocupar com os mais velhos. Antes do exílio forçado, Tereza embarca numa jornada pelos rios e afluentes para realizar um último desejo que pode mudar seu rumo para sempre. 

Elenco: Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás.

URSO DE PRATA NO FESTIVAL DE BERLIM


HORÁRIOS DE 11 A 17 DE SETEMBRO

15h: O ÚLTIMO AZUL

17h: DORMIR DE OLHOS ABERTOS

19h: SONHAR COM OS LEÕES


Não há sessões nas segundas-feiras


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

Na quinta-feira, a meia-entrada (R$ 7) é para todos e todas.


CineBancários

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre

Mais informações pelo telefone (51) 3030.9405

ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Seu Cavalcante'

Sinopse: Seu Cavalcanti tem noventa e tantos anos e uma saúde de ferro. Depois de enfrentar uma contrariedade que o desafia profundamente, embarcamos na sua aventura em busca de reconquistar sua independência e seu prestígio na sociedade.

Seja ficção, ou documentário, a ideia de rodar um longa-metragem no decorrer de vários anos é algo curioso, mas não sendo novidade principalmente para os cinéfilos de carteirinha. Richard Linklater, por exemplo, rodou durante vários anos o filme "Boyhood: Da Infância à Juventude" (2014), onde mostrava a transição da infância para uma fase mais adulta e sendo protagonizado pelo mesmo ator que participou do projeto no decorrer dos anos. "Seu Cavalcante" (2025) possui uma proposta similar, mas cuja ficção e documentário transitam com certa harmonia.

Dirigido por Leonardo Lacca, no longa acompanhamos o personagem e avô do diretor Leonardo Lacca, um senhor com noventa e tantos anos de idade e uma saúde incomum. Depois de enfrentar uma contrariedade que o desafia profundamente, embarcamos na sua aventura em busca de reconquistar sua independência e seu prestígio na sociedade. Em meio a isso, conhecemos os seus familiares, amigos e pessoas do dia a dia que cruzam o seu caminho.

Embora com um teor documental é nítido que em alguns momentos o diretor Leonardo Lacca decide acrescentar um lado mais poético para a obra e fazendo com que alguns momentos tenhamos uma noção de quando a ficção toma conta da tela. Em determinados momentos, por exemplo, notamos atuação do senhor Cavalcante, pois ela não é natural, mas mantém a sua pessoa na frente na tela. Ao mesmo tempo, notamos uma edição que confirma essa observação, principalmente quando a câmera está posicionada em determinada situação para que a história flua, ou seja, uma situação mais improvisada pelo cineasta.

A ficção ganha contornos maiores principalmente com a participação da atriz Maeve Jinkings, colaboradora dos filmes de Kleber Mendonça Filho e sendo que esse último colaborou também na produção. Embora seja uma atriz, nota-se que ela se encontra em cena como ela mesma ao interagir com o velho protagonista e tornando as cenas singelas. Destaque também para participação da Tânia Maria, atriz potiguar que ficou conhecida pelo bordão "que roupa é essa, menino?", em "Bacurau" (2019).

Curiosamente, Lacca coloca até mesmo o seu avô em cenas com efeitos CGI, mas onde posteriormente é revelado como foram feitas. É interessante observar um senhor de idade agir de forma serena em meio a pirotecnia de se filmar um longa-metragem, mas agindo de forma elegante e bastante humana diga-se de passagem. Um dos pontos altos é quando ele atua revelando que o seu carro foi roubado e fazendo a gente questionar se o acontecimento foi algo realmente verossímil.

Curiosamente, o longa continuou a ser produzido mesmo quando o senhor Cavalcante já havia partido em 2016, mas cuja trama prossegue e revelando algo que retorna do seu passado. O resultado é um filme universal, onde todos podem facilmente se identificar com o protagonista, já que conhecemos ao longo da vida um Senhor Cavalcante e que posteriormente seremos que nem ele. Um longa curioso sobre a passagem do tempo, mas como ela pode ser significativa se ela for bem vivida.

"Seu Cavalcante" é uma curiosa transição entre documentário e ficção e tornando a sessão um tanto incomum. 

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Cine Dica: Cinemateca Capitólio - Programação 11 a 17 de setembro

 Jeanne Dielman

 SESSÃO POADOC ESPECIAL APRESENTA COPAN

Na sexta-feira, 12 de setembro, a Cinemateca Capitólio recebe sessão especial do POADOC. Filme vencedor do festival É Tudo Verdade de 2025, Copan será exibido em sessão única às 19h, com a presença da diretora Carine Wallauer. Entrada franca.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/9200/sessao-poadoc-copan/


CINEMA DE HONDURAS

De 11 a 14 de setembro, a Cinemateca Capitólio recebe a programação da Mostra de Cinema de Honduras, destacando a exibição da cópia restaurada de No hay tierra sin dueño, de Sami Kafati, uma das obras mais importantes do cinema latino-americano.

As sessões têm entrada franca.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/9192/mostra-de-cinema-de-honduras/


JEANNE DIELMAN EM CARTAZ

A partir de quinta-feira, 11 de setembro, a Cinemateca Capitólio exibe Jeanne Dielman, obra-prima monumental de Chantal Akerman, em versão restaurada. O valor do ingresso é R$ 16,00.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/9199/jeanne-dielman-2/


GRADE DE HORÁRIOS

11 a 17 de setembro de 2025


11 de setembro (quinta-feira)

15h – Jeanne Dielman

19h – Y Hoy Somos Recordados


12 de setembro (sexta-feira)

15h – A História de Adèle H.

17h – Cuatro Pasos al Norte  

19h – Sessão POADOC: Copan  


13 de setembro (sábado)

15h – Jeanne Dielman 

19h – No Hay Tierra Sin Dueño  


14 de setembro (domingo)

15h – Na Idade da Inocência

17h – Berta Soy Yo + debate  


16 de setembro (terça-feira)

15h – Espiral + De Volta ao Jogo

20h – O Lado que Ninguém Vê  


17 de setembro (quarta-feira)

15h – Jeanne Dielman  

19h – Jules e Jim - Uma Mulher para Dois

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Último Azul'

Sinopse: Tereza, de 77 anos, viveu toda a sua vida em uma pequena cidade industrializada na Amazônia, até o dia em que recebeu uma ordem oficial do governo para se mudar para uma colônia de moradias para idosos.  

Nos últimos tempos o cinema brasileiro tem explorado o subgênero futuro distópico, mas do qual não é muito distante da nossa própria realidade. Se em "Bacurau" (2019) é explorada a perda da humanidade perante a união das velhas tradições, por outro lado, "Medida Provisória" (2020) mostra um futuro em que o próprio governo autorizou que pessoas negras fossem levadas forçadamente para a África. "O último Azul" (2025) mostra que a idade avançada pode se tornar o próximo alvo de um futuro sombrio.

Dirigido por Gabriel Mascaro, do ótimo "Divino Amor" (2017), o filme retrata um Brasil distópico, onde existe uma política de abrigo forçado para os idoso. Com a intenção do governo em querer produzir com a mão jovem sem ter que se preocupar com o futuro dos mais velhos, eles acabam sendo transferidos para uma colônia que, segundo dizem, possam desfrutar com maior tranquilidade os seus últimos dias de vida. Porém, Tereza (Denise Weinberg) não aceita essa realidade e decide embarcar em uma viagem fluvial para realizar os seus sonhos nunca realizados.

Gabriel Mascaro havia me surpreendido com "Divino Amor" (2019), cujo futuro é controlado pela igreja evangélica e alinhada com uma tecnologia não muito distante da nossa própria realidade. Já neste filme vemos uma realidade também próxima da nossa, mas cuja tecnologia avançada permite maior controle dos idosos e fazendo de sua realidade não muito diferente do que é explorado no clássico literário "1984". Portanto, é assustador testemunharmos o fato que a exclusão do idoso visto na tela não é muito diferente do que acontece hoje em dia, pois o próprio sistema capitalista se encarrega para que eles sejam deixados de lado na surdina.

Porém, Tereza é aquele tipo de força da natureza incapaz de aceitar essa realidade e disposta em enfrentar o que for necessário para seguir em frente. Interpretada com intensidade pela atriz Denise Weinberg, a protagonista decide viajar para procurar se descobrir nesta realidade formada por regras, mas que se encontra disposta a quebrar elas. É então que o primeiro tabu é rachado a partir do encontro com um piloto de um barco e interpretado por Rodrigo Santoro.

Embora a sua participação seja em pouco tempo, o intérprete rouba a cena ao interpretar um personagem que luta contra o seu próprio passado e enfrenta um presente em que as regras ele aceita, mas até certo ponto. É a partir dele, por exemplo, que é explorada a questão do caracol-baba-azul, do qual faz a pessoa encarar o seu eu verdadeiro e tenha uma visão muito além dessa realidade que nos controla como um todo. A cena em questão é uma das melhores partes do filme e muito se deve ao ator que se entrega de corpo e alma para um personagem que merecia mais tempo na tela.

Curiosamente, o filme me fez relembrar também do clássico literário "Coração das Trevas" do escritor Joseph Conrad e que serviu de base para a realização de clássicos como "Apocalypse Now" (1979). De similaridade se encontra o fato que ambos os protagonistas entram para o lado mais primitivo do ser humano, onde a perda de valores se encontra acentuada e levando cada vez mais os protagonistas à beira da loucura. Aqui, porém, a humanidade não retrocede, mas perde os seus valores mais universais a partir do momento que o sistema cheio de regras domina as suas vidas como um todo e deixando o futuro de todos inconclusivo.

Existe a questão do contato do ser humano com o lado selvagem da natureza, do qual pode ser a única forma de escape daquela realidade. Porém, o final do filme nos dá entender que não há uma escapatória plausível para aquela realidade e fazendo da trama se tornar não conclusiva diga-se de passagem. Se pode frustrar para alguns, ao menos o final se casa com perfeição com o nosso futuro real indefinido e que continua nebuloso.

"O Último Azul" é mais um filme dessa leva do cinema distópico brasileiro, mas que se encontra muito mais próximo de nós do que imaginamos. 


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Cine Dica: Filme retrata luta do Quilombo Vila Nova por reconhecimento territorial

De 13 de agosto a 10 de setembro, sempre às quartas-feiras, às 19h, a Sala Redenção apresenta o ciclo “Cineciência: Raízes Vivas e Horizontes Ancestrais: A Terra é o Coração do Corpo?”, com cinco documentários brasileiros que debatem a relação entre ciência, território e ancestralidade. A programação integra a exposição homônima que acontece no Museu da UFRGS a partir de 10 de agosto.

Realizado junto à Pró-reitoria de Pesquisa da UFRGS, o ciclo dá visibilidade às formas de existência de populações indígenas e quilombolas, ressaltando como seus corpos-territórios resistem à colonialidade do ser e do fazer. “Tekoa Karandaty: Retomando Raízes” (2024) é a obra que dá início à programação, no próximo dia 13. O filme retrata os percalços e conquistas de uma retomada indígena de Cachoeirinha (RS). Na quarta-feira seguinte, dia 20, o ciclo exibe “ÔRÍ” (1989), longa-metragem que traça, pela voz da historiadora e ativista Beatriz Nascimento, um panorama dos movimentos negros brasileiros das décadas de 1970 e 1980, conectando suas pautas com tradições de países da África Ocidental.

Já “FUÁ – O Sonho” (2025), exibido no dia 27 de agosto, celebra a identidade e resistência cultural indígenas. Em setembro é a vez de “Os sobreviventes do Pampa” (2023), vencedor do Kikito de Melhor Filme pelo Júri Popular do Festival de Cinema de Gramado em 2023. A obra destaca as relações dos povos tradicionais com o pampa, bioma gravemente ameaçado de extinção. O ciclo encerra no dia 10 de setembro com “Protocolo de consulta livre, prévia e informada do Quilombo Vila Nova” (2025), curta-metragem que retrata a luta da comunidade de mesmo nome por reconhecimento de seu território. As sessões são seguidas de debates com lideranças comunitárias, pesquisadores/as e produtores/as cinematográficos/as. Haverá certificado de extensão de 15 horas para quem participar de pelo menos 75% das atividades.

Inscrições para quem deseja receber certificado estão disponíveis aqui ou via Portal de Serviços > Extensão > Portal da Extensão. A entrada é gratuita e aberta à comunidade em geral. A Sala Redenção está localizada no campus centro da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333. 

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Cine Especial: 'Cisne Negro - 15 Anos Depois'

No final do século 20 o diretor Darren Aronofsky começou a chamar atenção através de filmes em que se explora a obsessão, vícios e o lado complexo da mente do ser humano. Foi precisamente a partir de "Réquiem Para Um Sonho" (2000), um filme perturbador sobre o mundo das drogas, que o realizador ganhou holofotes e ganhando cada vez mais carta branca para a criação de suas obras autorais. Mesmo com poucos títulos em sua filmografia Darren Aronofsky é aquele típico realizador que basta fazer um longa que poderá facilmente entrar para a história ao levantar diversas discussões na medida em que o tempo passa.

Em 2006 o realizador arriscou em uma ficção intitulada "A Fonte de Vida" (2006), onde o passado e o presente se alinham em uma única vertente. Já em "O Lutador" (2008) vemos a luta de um protagonista em busca de uma redenção pessoal, mesmo quando ela é praticamente nula em ser obtida. É então que logo viria "Cisne Negro" (2010) talvez a sua obra mais bem equilibrada sobre o significado da palavra obsessão e até que ponto a nossas mentes podem nos persuadir.

Desde que assistiu ao lago dos Cisnes, um balé dramático em quatro atos de 1876 do compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovski e, libreto de Vladimir Begitchev e Vasily Geltzer, o diretor viu ali uma forma de inserir uma trama que remetesse até mesmo clássicos que vai desde " Malvada" (1950) como "Repulsa do Sexo" (1965). Uma trama em que se explora a luta pela perfeição no mundo artístico, mas tendo um alto preço a ser pago durante o percurso. O filme, por si só, culmina na realização em que a protagonista ansiava, mas deixando em aberto o destino sobre ela.

O filme pode facilmente ser classificado como um filme de horror, porém não havendo o lado sobrenatural que tradicionalmente é visto dentro deste gênero, mas sim algo mais psicológico e cujo verdadeiro mal pode se encontrar no lado mais obscuro da mente humana. Interpretada com grande intensidade por Natalie Portman, Nina deseja protagonizar como dançarina principal do Lago dos Cisnes, mas não conseguindo em um primeiro momento ser os dois lados da personagem, ou seja, o cisne branco e o sombrio. No decorrer do filme, por exemplo, ela parece ser assombrada no que parece ser a sua própria sombra e da qual anseia em sair do seu casulo para então se tornar perfeita.

O realizador explora a questão da tentação, da qual figuras como o professor de dança Thomas Leroy (Vincent Cassel) e a sua colega Lilly (Mila Kunis) seriam figuras das quais provocam o interior da protagonista. Enquanto ela procura convencer o professor de todas as formas que pode ser perfeita, por outro lado, Lilly é a perfeição que Nina anseia, mas ao mesmo tempo tendo medo de que ela roube o seu grande ato que anseia. Curiosamente, o desejo da protagonista em querer ser como Lilly nos brinda com intrigante cena de sexo, mas da qual sintetiza os dois lados da mesma moeda incrustados dentro da mente da protagonista.

A gente nunca sabe ao certo onde começa e onde termina as alucinações da protagonista, sendo que a sua mãe poderia ser uma espécie de manifestação para conter o que Nina está enjaulando dentro de si. Neste último caso, por exemplo, o outro lado dela surge através de manifestações vista em espelhos, sendo que eles são usados diversas vezes no decorrer da história, seja para vermos tais manifestações, como também as próprias reações dos personagens a partir de uma outra perspectiva. É interessante observar também como o uso dos espelhos se entrelaça com perfeição com a montagem do filme como um todo e que por vezes sintetiza a mente fragmentada de Nina.

Curiosamente, existe a questão sobre exclusão do velho e dando destaque ao novo sangue em voga. Se isso foi destacado recentemente em "Substância" (2024) isso já era explorado a partir de "Cisne Negro", principalmente em tempos em que todos anseiam pelo sucesso, mas não conseguindo vencer os seus próprios obstáculos. Embora com pouco tempo de cena, a personagem de Winona Ryder simboliza uma geração aos poucos sendo descartada, mesmo tendo dado tudo de si para obter o equilíbrio da perfeição que tanto deseja.

Exibido pela primeira vez em 1º de setembro de 2010 na abertura do Festival de Veneza, o filme acabou sendo um verdadeiro sucesso de crítica e de público, arrecadando mais de trezentos milhões de dólares contra um orçamento de apenas treze. Indicado há vários prêmios, sendo que Natalie Portman praticamente ganhou em todos, incluindo de melhor atriz no Oscar daquela época. Porém, é preciso reconhecer a forte presença de Mila Kunis quando surge em cena e fazendo de sua personagem mais enigmática do que deveria.

Outro fator que merece ser destacado é o fato de Darren Aronofsky sempre usar o CGI em prol de contar uma boa história e não a poluir. No caso de "Cisne Negro" isso não foi diferente, ao acrescentar o recurso nas manifestações em que a protagonista enxerga, ou até mesmo inserido nos momentos em que os espelhos a deixam cada vez mais confusa. Porém, tecnicamente, o ápice deste recurso se encontra quando a protagonista se transforma em um verdadeiro cisne na frente da plateia e concluindo, enfim, a perfeição que tanto desejava, mas ao mesmo tempo fazendo com que caísse em ruína.

Apontado nas listas dos melhores filmes do século vinte um "Cisne Negro" é um belíssimo horror psicológico e cujo verdadeiro monstro pode estar escondido no lado mais puro do ser humano. 

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Cine Dica: Próximas sessões do Clube de Cinema: "A Prisioneira de Bordeaux" (sábado) e "Memórias de um Esclerosado" (terça)

 O Clube de Cinema de Porto Alegre tem duas sessões imperdíveis nos próximos dias!

No sábado, exibiremos A Prisioneira de Bordeaux, novo drama francês que traz a sempre talentosa Isabelle Huppert em uma atuação marcante. E na terça-feira teremos uma ocasião muito especial: dentro do nosso Ciclo de Cinema de Animação, receberemos o diretor Rafael Corrêa e a co-roteirista Ma Villa Real para conversar com o público após a exibição do premiado documentário gaúcho Memórias de um Esclerosado. Uma grande honra para o Clube! A sessão será aberta e gratuita, traga seus amigos para conhecerem o Clube de Cinema.


PRÓXIMAS SESSÕES DO CLUBE DE CINEMA


SÁBADO | 06/09

📍 Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim – R. dos Andradas, 736 – Centro Histórico, Porto Alegre

⏰ 10h15 da manhã

A PRISIONEIRA DE BORDEAUX (La Prisionnière de Bordeaux)

França, 2025, 108min, 14 anos

Direção: Patricia Mazuy

Elenco: Isabelle Huppert, Hafsia Herzi

Sinopse: Duas mulheres de mundos opostos são unidas pela mesma realidade: a prisão de seus companheiros. Alma, uma mulher solitária da alta sociedade, cruza o caminho de Mina, jovem mãe de origem humilde, durante uma visita à penitenciária. A conexão inesperada entre as duas dá início a uma relação complexa, que desafia barreiras sociais, culturais e emocionais.

TERÇA-FEIRA | 09/09

📍 Local: Sala Redenção – Cinema Universitário (Rua Eng. Luiz Englert, 333 – Campus Centro/UFRGS)

⏰ 19h

MEMÓRIAS DE UM ESCLEROSADO

Brasil, 2024, 70min, 12 anos

Direção: Rafael Corrêa e Thais Fernandes

Sinopse: Fruto de nove anos de realização e já premiado em diversos festivais, o filme mistura imagens de arquivo, entrevistas e cenas de animação para contar a história do cartunista Rafael Corrêa em sua jornada de memórias, arte e descobertas diante da esclerose múltipla. Uma obra sensível e inventiva que fala de fragilidade, amizade, afeto e resistência.

Entrada franca! Após a sessão, haverá bate-papo com o diretor Rafael Corrêa e a co-roteirista Ma Villa Real, mediado pela diretora de comunicação do Clube de Cinema, Kelly Demo Christ.

Confira a minha crítica já publicada clicando aqui. 


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