Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Em um determinado momento do documentário "Humano" (2015), de Yann Arthus-Bertrand, há um depoimento de um Haitiano e logo em seguida é cortado por um depoimento de uma mulher Russa. O primeiro fala sobre as dificuldades de ser pobre enquanto a mulher fala de como é bom ser rica para comprar o que quiser na vida. O contraste é gritante, sendo que são duas pessoas que vivem no mesmo planeta, mas que se encontram separados através de uma grande muralha invisível construído pelo sistema capitalista.
O fotografo e diretor Yann Arthus-Bertrand buscou os mais diversos tipos de depoimentos ao redor do globo, onde as pessoas paravam em frente a sua câmera e começavam a colocar para fora as suas vidas e sobre os altos e baixos que obtiveram ao longo dessa jornada. Há um interesse fortíssimo do realizador em focar ao máximo as expressões dessas pessoas, onde podemos ver cada marca e das quais representam uma história a ser contada. Curiosamente, há um interesse do realizador em começar um depoimento de um em off enquanto surge na tela outro do outro lado deste planeta.
Ao meu ver, isso sintetiza a maneira como agirmos perante as palavras das quais nós ouvimos, mesmo quando não fica claro se o rosto que surge em cena está ouvindo a voz do outro, mas dando um exemplo da forma como reagimos quando ouvimos a história de alguém que viveu em seu micro cosmo, mas que não é muito distante do nosso. Yann Arthus-Bertrand procura também nos lembrar de como somos pequenos neste grande formigueiro que chamamos de Terra, sendo que a sua câmera sobrevoa diversos cantos do mundo, desde os países mais ricos, como também aqueles em que muitos estão se tornando locais para refugiados e sobrevivendo ao pedaço de terra onde decidiram plantar para sobreviver. Em um determinado momento, por exemplo, vemos uma jovem atravessando uma grande multidão com uma cesta de comida, para logo em seguida focar a câmera que a está filmando e revelando um olhar que tem muito mais a que dizer do que meras palavras soltadas ao vento.
Acima de tudo, é um documentário que fala sobre o ser humano de como se relaciona, como comete erros e acertos, como dá a volta por cima e tendo que começar tudo do zero. Não importa se você seja pobre ou rico, pois ninguém é intocável nesta vida e somos residentes em uma única casa que chamamos terra e da qual, infelizmente, não estamos cuidando muito bem dela. Na pior das hipóteses, nas próximas décadas talvez tenhamos depoimentos de pessoas arrependidas de não terem feito algo melhor para o nosso planeta ao invés de se preocupar com coisas e que nos deixavam mais alienados no dia a dia.
"Humano" reúne declarações de diversas pessoas do globo e que revela o que nos faz realmente sermos humanos.
O filme encerra com humor e muita música o ciclo de junho LGBTQIAPN+ do Cineclube Torres, na Sala Gilda e Leonardo. "Priscilla: A Rainha do Deserto" é um filme de 1994, uma comédia musical, escrita e dirigida pelo australiano Stephan Elliott. Bernadette (Terence Stamp), uma mulher trans de meia-idade que vive o luto da recente morte de seu companheiro, embarca em uma turnê de performances com suas amigas drag queens, Mitzi (Hugo Weaving) e Felicia (Guy Pearce). Pelas estradas do deserto australiano, elas viajam a bordo de um ônibus chamado Priscilla ao encontro de improváveis platéias.
Mesmo que hoje se possa criticar a produção pela falta de representatividade trans e drag, por ter escolhido atores heteronormativos para os papéis principais, o filme foi pioneiro na divulgação de temas LGBT a um público mais amplo. Foi exibido na seção Un Certain Regard do Festival de Cannes de 1994 e ganhou um Oscar de Melhor Figurino no 67º Oscar no ano seguinte, se tornando ao longo dos anos um verdadeiro clássico cult.
O filme serviu posteriormente de base para um musical homônimo, que estreou em 2006 em Sydney antes de viajar pelo mundo inclusive na Broadway. "A excelente trilha sonora, os figurinos exuberantes, a valorização do deslumbrante contrapondo a chatice da “normalidade” instituída e, principalmente, a sensibilidade com a qual passa por temas potencialmente dolorosos faz de Priscilla: A Rainha do Deserto uma bela ode à liberdade." (Marcelo Müller, Papo de Cinema).
A sessão, com entrada franca, integra o ciclo queer "O amor tem todas as cores" na programação continuada de segundas feiras na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, realizada pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.
Serviço:
O que:
Exibição do filme “Priscilla, a Rainha do Deserto”, integrado no ciclo LGBTQIAPN+
Onde:
Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, na escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres
Quando:
Segunda-feira, dia 24/06, às 20h.
Ingressos:
Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).
Cineclube Torres
Associação sem fins lucrativos
Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva
Cada filme que eu assisto pela primeira vez tem a sua curiosa história para ser contada. "9 1/2 Semanas de Amor" (1986) eu conheci da forma mais interessante possível, em tempos em que os meus hormônios estavam em ebulição e buscavam algo picante para assistir na tv. Eram tempos que eu ainda nem pisava em uma locadora, mas para isso serviu a sessão “Sexta Sexy” da Band.
Era uma sessão de filmes eróticos que passavam sempre as sextas e que, curiosamente, passava as 22h, sendo que para muitos de hoje em dia esse horário é bem cedo. Nestas primeiras sessões é que surgiu o filme dirigido por Adrian Lyne e baseado na obra de Ingeborg Day, que escreveu a trama de acordo com as suas memorias de um amor ardente que ela teve no passado. Estrelado por Kim Basinger e Mickey Rourke, o filme foi um fracasso quando estreou nos EUA, mas se tornando um grande sucesso no mundo a fora e faturando mais de R$ 100 milhões ao redor do mundo.
Só para se ter uma ideia o longa ficou cinco anos em cartaz em uma sala de Paris, ficando por dois anos na sala Cine Belas Artes de São Paulo e fazendo com que o filme crescesse cada vez mais entre os cinéfilos. É um daqueles casos que a obra cresce através do tempo e fazendo os críticos reconhecerem que erraram em uma primeira análise quando o filme havia estreado. Hoje o filme é apontado como um verdadeiro cult e elementos para isso é o que não faltam.
Para começar, Adrian Lyne criou um filme que exala o que foi os anos oitenta, onde havia uma sociedade cada vez mais desajustada e cansada de seguir as normas de um sistema cheio de regras e se entregando aos seus desejos até então reprimidos. Eram tempos em que ser sombrio era moda, onde vemos uma Nova York acinzentada, chuvosa e que remete até mesmo os tempos do subgênero noir e que revisto hoje se percebe que não é somente um filme pertencente ao seu tempo, como também podendo ser muito bem visto aos olhos do nosso tempo. Não me surpreenderia, por exemplo, se o longa serviu de inspiração para a E. L. James criar o seu "Cinquenta Tons de Cinza", muito embora aquilo não passe de um conto de fadas masoquista perto desse.
A relação dos personagens de Kim Basinger e Mickey Rourke é instantânea, fazendo com que as cenas se tornem intensas na medida em que a trama avança. Curiosamente, o primeiro beijo entre os dois somente acontece após quarenta e cinco minutos de filme, sendo que antes disso há somente joguinhos de sedução, desde gelo sendo passado no corpo, como também cenas em que a personagem Elizabeth vai comendo diversos alimentos enquanto John vai escolhendo qual será o próximo.
O filme é basicamente isso, sendo que pouco sabemos sobre o passado de John, muito embora nos dê a entender que ele tinha tudo, mas não o suficiente para despertar nele um amor verdadeiro, até conhecer Elizabeth. Pode-se dizer que o filme é até mesmo a frente do seu tempo na questão de relacionamentos que começam com grande fogo, mas que começam a terminar no momento em que se encontram desgastados e não sabendo ao certo como apimenta-lo. Neste último caso, as atitudes de John seriam vistas hoje como politicamente incorretas, muito embora no livro se torne ainda mais violenta e intensa, ao ponto de Elizabeth ser internada.
Tanto Kim Basinger como Mickey Rourke estão ótimos em cena, sendo que a química entre ambos se sente a cada olhar e gestos que os seus personagens fazem um para o outro. Rodado em dez semanas, o diretor decidiu que as filmagens fossem feitas em ordem cronológica para que a relação entre os dois interpretes se tornasse cada vez mais verossímil e intensa na medida do possível. Na realidade, essa intensidade foi mais além do que se imagina.
No momento de filmar a última cena, que posteriormente acabou sendo removida, Basinger deveria estar partida ao meio emocionalmente e fisicamente. Porém, a interprete compareceu nas filmagens com boa aparência e não se parecia em nada como o realizador queria. A cena em questão seria John forçar Elizabeth a tomar diversos medicamentos para dormir para ver até onde o amor dela iria por ele.
“A cena não estava funcionando. Kim tinha uma aparência fresca como uma rosa, adorável demais", contou Lyne, “então tivemos que quebrá-la". Depois de receber as anotações do diretor, Rourke agarrou o braço de Basinger com força fazendo atriz gritar, chorar e bater nele. Rourke soltou o braço de Basinger, mas em seguida lhe deu uma bofetada. Ela sofreu um ataque de pânico. O diretor exclamou: "Vamos filmar a cena agora".
Segundo as próprias palavras da atriz não foi uma das experiências mais agradáveis, sendo que ela não queria ver mais ninguém da produção após a sua conclusão. Porém, ela reconhece que isso tudo havia lhe deixado mais forte e ao mesmo tempo tendo um cuidado maior na escolha dos seus papeis. Claro que muita coisa foi cortada na edição final, desde a cena dos medicamentos para dormir, como também outras cenas de sexo demasiadamente fortes demais.
Vale destacar que o filme também possui uma bela trilha sonora, sendo que as letras são facilmente reconhecidas pelos que apreciam uma boa música. Uma das minhas favoritas é "Slave to Love", de Bryan Ferry, e que sinceramente até havia me esquecido que pertencia a esse filme, até revê-lo recentemente. O longa voltou a ser exibido nos cinemas em comemoração aos setenta anos da Kim Basinger e fazendo que muitos consigam assistir por uma nova perspectiva nos dias de hoje.
"9 1/2 Semanas de Amor" é um filme que não se sustenta somente pela sua relação amorosa complexa e ardente entre os dois protagonistas, como também é um dos filmes que melhor sintetizou a metamorfose que a sociedade passava durante os anos oitenta.
Temos o prazer de anunciar a mais nova parceria do Clube de Cinema de Porto Alegre com o Goethe-Institut Porto Alegre!
Para celebrar essa colaboração, no próximo sábado (22/06), estrearemos no novo espaço com a exibição do aclamado filme alemão "A Vida dos Outros", escrito e dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2006.
SESSÃO CLUBE DE CINEMA DE PORTO ALEGRE
EM COLABORAÇÃO COM O GOETHE-INSTITUT PORTO ALEGRE
Local: Goethe-Institut Porto Alegre (R. 24 de Outubro, 112 - Moinhos de Vento)
Data: 22/06/2024, sábado, às 10:15 da manhã
"A Vida dos Outros"
Alemanha, 2006, 137 min, 12 anos
Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Elenco: Ulrich Mühe, Martina Gedeck, Sebastian Koch
Sinopse: Nos anos 80, o Ministro da Cultura da Alemanha Oriental se interessa por Christa, uma atriz que namora um famoso dramaturgo. Suspeitos de infidelidade ao comunismo, são vigiados por um capitão do serviço secreto, que fica fascinado pelas suas vidas.
Contamos com a sua presença para a estreia na nossa mais nova parceria!
O evento é aberto para associados e não associados.
Sinopse: Riley agora se encontra mais velha, passando pela tão temida adolescência. Junto com o amadurecimento, a sala de controle mental da jovem também está passando por uma demolição para dar lugar a algo totalmente inesperado: novas emoções. As já conhecidas, Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Raiva, Medo (Tony Hale) e Nojinho (Liza Lapira), que há muito tempo administram uma operação bem-sucedida, não têm certeza de como se sentir quando novos inquilinos chegam ao local, sendo um deles a tão temida Ansiedade (Maya Hawke).
CLUBE DOS VÂNDALOS
Sinopse: Na trama, acompanha-se a ascensão dos Vândalos, um clube de motociclistas, sob o olhar de Kathy (Jodie Comer), uma das integrantes do grupo e também casada com Benny (Austin Butler), um motociclista selvagem e imprudente e melhor amigo de Johnny (Tom Hardy), o líder do grupo.
Bandida: A Número Um
Sinopse: História de Rebeca (Maria Bomani), vendida pela avó aos nove anos de idade para o homem que comandava a comunidade da Rocinha. Anos depois, em meio à incessante disputa de território entre os bicheiros e traficantes, as dinâmicas de poder do local passam por mudanças, e Rebeca - agora viúva do traficante-chefe - deve assumir o comando da Rocinha.
A MALDIÇÃO DE CINDERELA
Sinopse: Baseado no mesmo conto popular que a Disney atualizou e popularizou para crianças na década de 1950. Desta vez, uma pequena adaptação da história coloca Cinderela e todos ao seu redor dentro de uma bola sangrenta que eles nunca esquecerão. Depois de sofrer nas mãos de suas meias-irmãs e da madrasta malvada, e sofrer humilhação no baile, Cinderela é levada ao limite.
AINDA TEMOS O AMANHÃ
Sinopse: A história de Delia, esposa de Ivano e mãe de três filhos. Ela aceita a vida que lhe foi destinada - esposa e mãe -, no entanto, a chegada de uma carta misteriosa desperta a sua coragem para desafiar o destino e imaginar um futuro melhor, não apenas para si mesma.
TUDO QUE VOCÊ PODIA SER
Sinopse: É o último dia de Aisha em Belo Horizonte. Acompanhe sua despedida na companhia de suas melhores amigas: Bramma, Igui e Will. Por meio do cotidiano e dos encontros entre as personagens, o documentário tece um retrato afetuoso sobre a família que se escolhe constituir através do valor da amizade.
Sinopse: Durante o verão de 1957, a falência paira sobre a empresa que Enzo Ferrari e sua esposa Laura construíram dez anos antes. Ele decide apostar tudo na icônica Mille Miglia, uma corrida automobilística de longa distância pela Itália.
Michael Mann é um desses casos de cineastas autorais que precisa de um ótimo roteiro em mãos para convencê-lo a voltar a trabalhar atrás das câmeras. Responsável por obras primas como "Fogo Contra Fogo" (1995), os cinéfilos não viam o realizador dirigindo desde "Hacker" (2015) e muitos estavam aguardando o seu próximo projeto com certa ansiedade. Pois bem, "Ferrari" (2023) não é o melhor filme de sua carreira, mas ao menos é recompensador vê-lo trabalhando e perceber que não perdeu a mão em termos de direção autoral.
O filme é uma cinebiografia que conta a história de vida do empresário italiano de carros esportivos Enzo Ferrari (Adam Driver). A trama mostra como Ferrari e sua família revolucionaram a indústria automotiva e, de certa forma, ajudaram a criar o conceito das corridas de Fórmula 1. Porém, além de problemas financeiros, Enzo terá que enfrentar as atitudes imprevisíveis de sua esposa (Penélope Cruz).
Quando "Ford vs Ferrari" (2015) havia sido lançado e tendo se tornado um sucesso de público e crítica inesperado muitos estavam se perguntando qual seria o próximo filme que explorasse alguma história sobre o automobilismo. No caso aqui, o filme explora mais a faceta de Enzo perante os negócios e tentando driblar perante aqueles que desejam o seu fracasso. Por conta disso, não espere um filme que se entrega as cenas de corrida como um todo, mas quando elas acontecem nos tiram o fôlego.
Em tempos mais dourados da Fórmula 1, por exemplo, havia chance dez vezes maiores de um piloto morrer durante uma corrida, pois não havia tecnologia o suficiente para proteção na época. Por conta disso, ficamos impressionados pelo fato de vermos os pilotos quase sem nenhuma proteção e pilotando uma máquina de ferro puro e da qual se bater é quase morte na certa durante o processo. Aguarde por cenas eletrizantes, tanto nas cenas de ultrapassagem, como também de acidentes espetaculares e que realmente aconteceram.
Além disso, Mann capricha na reconstituição de época, ao transmitir para nós sobre tempos mais dourados de pós-guerra e onde empresários tinham maiores possibilidades de se tornarem milionários da noite para o dia. Enzo Ferrari nos passa para nós uma pessoa fria e calculista, mas que usa essa personalidade como principal arma para se manter na ativa e defender o seu patrimônio a todo custo. Adam Drive capricha em uma atuação segura, ao nos transmitir um Enzo consciente que está diante de diversos abutres e que é preciso ser desumano as vezes para manter o que construiu ao longo de sua vida.
Porém, a grande atuação do filme fica por conta de Penélope Cruz e cuja suas cenas dramáticas são tão poderosas que fico me perguntando como pode ela não ter sido indicada ao Oscar. Ao interpretar a esposa do protagonista, ela nos passa através da sua personagem alguém que tem tudo, mas ao mesmo tempo nos transmitindo um imenso vazio, seja devido a perda do seu filho, ou pelo fato do marido ter tido várias amantes e sendo que uma delas, interpretada pela atriz Shailene Woodleym acabou tendo um filho. Atenção para a primeira cena de Cruz na abertura do filme, cuja atitude imprevisível da personagem fará com que nos preparemos o fôlego para toda vez que ela surgir em cena.
Curiosamente, o filme tem mais de duas horas de projeção, mas quando ele termina me passou a sensação de que faltou alguma coisa e nos dando a entender que essa passagem da vida de Enzo Ferrari foi um tanto que resumida. Se isso me deu certa frustração, ao mesmo tempo é porque eu tinha um desejo maior para ver mais sobre o destino desses personagens, além de mais cenas de corridas e das quais foram muito bem-feitas. Pode não ser o melhor filme de Michael Mann, mas fico feliz ao vê-lo de volta ativa.
"Ferrari" é somente uma ponta da história sobre o grande império do empresário Enzo Ferrari, mas que compensa graças a ótima direção de Michael Mann diga-se de passagem.
SESSÃO AAMICCA CELEBRA OS 40 ANOS DE CLÁSSICO DO CINEMA BRASILEIRO
A Associação de Amigas e Amigos da Cinemateca Capitólio (AAMICCA) convida a todas e a todos para a exibição comemorativa de 40 anos do filme “Verdes Anos” (1984), de Carlos Gerbase e Giba de Assis Brasil, a ser realizada no sábado, 22 de junho, às 18h, na Cinemateca Capitólio. A sessão contará com a presença do diretor Giba Assis Brasil e da atriz Márcia do Canto, que após a projeção farão um debate com a mediação de Rafael Valles, pesquisador e documentarista.
O filme será exibido no seu formato original, em 35mm. Entrada franca.
Inspirado em um conto do escritor Luiz Fernando Imediato, “Verdes Anos” acompanha as peripécias de um grupo de jovens que vive em uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul, no auge da ditadura militar. Nando se apaixona por uma moça da escola, Cândida. Em meio aos conflitos políticos e sociais da época, apresenta fatos comuns da sua vida e de seus colegas de escola, onde o protagonista passa a viver o início da fase adulta, assumindo sua paixão.
Marco na história do cinema gaúcho, o filme assinalou o momento de profissionalização da dupla de diretores, egressos do movimento Super-8, transformando-se em objeto de culto para toda uma geração. No elenco, nomes como Werner Schünemann, Marcos Breda, Luciene Adami, Márcia do Canto, Marta Biavaschi, Xala Felippi, Marco Antônio Sorio, Sérgio Lulkin, Breno Ruschel.
A Sessão AAMICCA é uma parceria entre a Associação de Amigas e Amigos da Cinemateca Capitólio e a Cinemateca Capitólio, e tem como um de seus eixos a exibição de filmes do acervo do Centro de Documentação e Memória (CDM).