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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 23 de maio de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'La chimera'

Sinopse: Apaixonado por arqueologia, o inglês Arthur radicou-se na Toscana. Neste território repleto de tumbas etruscas, ele acaba fazendo seu ganha-pão do saque de antiguidades que encontra nelas. 

O tempo destrói tudo e cabe mantermos os fragmentos para que a história seja contada. Porém, é interessante observar que a própria história pode servir de lucros para alguns, pois estes não conseguem manter a sua própria história que se vai aos poucos ao vento. "La Chimera" (2023) fala sobre o indivíduo comum se aventurando por relíquias antigas, mas tendo que encarar de frente as suas consequências.

Dirigido pela cineasta italiana Alice Rohrwacher, a trama se passa na zona rural da Toscana da década de 1980, O protagonista Arthur (Josh O’Connor) é um jovem arqueólogo que uni forças com um grupo de ladrões para escavar e obter relíquias antigas para obterem algum lucro. Mas é através dessa atividade que Arthur busca pela sua amada desaparecida, nem que para isso tenha que atravessar até mesmo crenças da mitologia grega.

Alice Rohrwacher parece buscar inspiração na realização do seu filme, já que a obra se inicia com o rosto da amada do protagonista olhando para a câmera, como se quase quebrasse a quarta parede, para logo em seguida entendermos que o protagonista está sonhando com ela. Essa passagem me lembrou alguns dos melhores momentos do clássico francês "O Demônio das Onze Horas" (1965), do mestre Jean-Luc Godard e cujo mesmo fazia uma trama que nos conduzisse a um cenário, por vezes, surreal para dizer o mínimo. É o mesmo que acontece com Arthur, principalmente na abertura do filme, onde ele acorda dentro do trem e nos dando a impressão de que ele não está realmente acordado no mundo real.

O mundo real, por sua vez, é um tanto sujo e retorcido do qual ele convive, principalmente na pequena casa que ele ergueu e para assim colecionar as antiguidades que ele vai encontrando no meio do percurso. Arthur se vê totalmente deslocado naquele ambiente, mesmo quando existe pessoas que buscam alinhá-lo ao mundo em que vive. Se por um lado há os antigos colegas que buscam um meio de levá-lo novamente a escavar tumbas, do outro, a jovem Itália se torna uma espécie de razão indireta para que Arthur busque um caminho mais coerente para trilhar e quem sabe encontrar o amor que tanto procura.

Alice Rohrwacher busca retratar uma Itália rica, festiva e colorida dos anos oitenta, mesmo quando as adversidades se encontram latentes em cena. Arthur por sua vez age como observador dessa realidade, como se ela não fosse exatamente coerente e somente buscando algum sentido no momento que busca algo precioso. Em meio a esse percurso é curioso quando ele e seus demais colegas encontram uma estátua valiosa, mas revelando o lado ambicioso daqueles que veem nisso somente algo para gerar lucro. Em contrapartida há uma sensação mórbida, de que há algo que jamais poderia ser violado e fazendo com que Arthur perca ainda mais o seu rumo.

Josh O'Connor constroi para o seu personagem alguém que nos transmite uma certa inocência perante o mundo em que vive, mas não escondendo certa ambição pelo desejo em alcançar o que realmente quer. Já a nossa Carol Duarte se sai bem como uma espécie de equilíbrio emocional para Arthur e não somente um possível novo relacionamento, já que ele se encontra em uma cruzada que pode-lo levá-lo até mesmo em um cenário desconhecido. Esse por si só já nos deixa com mais perguntas do que respostas.

O ato final é cheio de simbolismo, desde para aqueles que nutrem de certas crenças, como também para aqueles que apreciam diversas teorias cinematográficas. A meu ver, Alice Rohrwacher busca uma forma de nós mesmos tirarmos as nossas próprias conclusões, muito embora haverá pessoas que não estejam muito dispostas para isso, mas sim que a conclusão fosse mais bem explicada. Ao menos o filme nos guia para esse desafio e para alguns cinéfilos como eu aceitam de bom grado.

"La chimera' nos conduz a uma odisseia improvável de um protagonista que busca por algo precioso, mas não sendo exatamente o que nós imaginamos.    



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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (23/05/24)

 FURIOSA: UMA SAGA MAD MAX

Sinopse: A trama conta a história de origem da guerreira renegada Furiosa (interpretada anteriormente por Charlize Theron), mostrando sua jornada até se juntar a Max em Mad Max: Estrada da Fúria (2015).


MEU SANGUE FERVE POR VOCÊ

Sinopse: Em 1979, Magal, um dos artistas mais populares e celebrados do país, segue a rotina de ensaios e compromissos em Salvador. Durante um programa de TV conhece a deslumbrante Magali e é acometido por uma paixão inédita e avassaladora. 


DE REPENTE, MISS!

Sinopse: Monica abandonou uma promissora carreira publicitária para criar os filhos, Luiza e Léo, e agora, prestes a completar 40 anos, está em crise. Sua filha adolescente, uma influenciadora digital em ascensão, não sente mais admiração por ela.


MORANDO COM O CRUSH

Sinopse: Os jovens Luana e Hugo se apaixonam. No entanto, a possível relação amorosa de ambos fica ameaçada após terem de se mudar para a mesma casa, já que o pai da menina e a mãe do garoto também se apaixonaram. 


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Cine Dica: Em Cartaz - 'Morando Com o Crush'

Sinopse: Os jovens Luana e Hugo se apaixonam. No entanto, a possível relação amorosa de ambos fica ameaçada após terem de se mudar para a mesma casa, já que o pai da menina e a mãe do garoto também se apaixonaram. 

O filme tem direção de Hsu Chien Hsin, do filme "Um Dia Cinco Estrelas" (2023) e roteiro assinado por Sylvio Gonçalves. O elenco também conta com Ed Gama como o faz-tudo Cledir, Júlia Olliver como a vizinha Patrícia e Juliana Alves como Karina, diretora da escola e mãe de Patrícia. Infelizmente a trama e os diálogos são fraquíssimos e não agrada em nenhum momento. Tudo é por demais apressado, sendo que já de início o longa não constrói nenhuma forma que nos convença as relações que surgem na história, seja do jovem casal central, assim como também a improvável relação entre os seus pais.

Talvez um dos seus principais problemas seja sem sombra de dúvida o seu roteiro preguiçoso.  São vários pontos que são apresentadas de maneira tão agilizada e sem aprofundamento que fica cansativo tentar se identificar com a história como um todo. Para começar, a forma como os personagens dos pais contam como eles vão se mudar, sendo que mal começaram a namorar, e a questão da protagonista Luana, que declara que sente medo de engravidar no meio de uma conversa que surgiu do nada.

As justificativas apresentadas para que tanto os pais quanto os filhos finjam ser uma família tradicional não convencem em nenhum momento, como a questão de eles serem gêmeos por falta de vaga na nova escola e mesmo com a mentira eles resolvem participar de uma competição feita exclusivamente para irmãos. Alguém conseguiu entender isso?

Concluindo, é cinema nacional que não vi exatamente problemas na atuação, já que o elenco se esforça. Porém, a direção e principalmente o roteiro, por vezes, absurdo prejudicam o resultado que estava destinado a ser para toda a família, mas cujo a sessão será muito cansativa.   

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quarta-feira, 22 de maio de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Imaculada'

Sinopse: Cecilia, uma jovem religiosa, se torna freira em um convento isolado na região rural italiana. Após uma gravidez misteriosa, Cecilia é atormentada por forças perversas. 

Não falta filmes de terror do qual a igreja católica esteja envolvida, seja para o bem ou para o mal. Neste último caso, a própria se vê bastante incomodada quando o cinema a envolve como a principal vilã, ou quando se questiona certas doutrinas e se elas são realmente validas ainda em pleno século 21."Imaculada" (2024) é um filme que irá incomodar muitos católicos fervorosos, mas é justamente para isso que foi lançado.

Dirigido por Michael Mohan, o filme conta a história de Cecilia (Sydney Sweeney), uma jovem religiosa e que é muito bem recebida por um convento no interior da Itália. Porém, ao longo do tempo, a jovem percebe certas coisas estranhas acontecendo no local, desde ao comportamento peculiar das freiras, como também o próprio ambiente em si. A situação piora quando certo dia ela descobre que está gravida e fazendo com que os demais do local a enxerguem como a nova Virgem Maria.

Michael Mohan segue a fórmula de sucesso de outros filmes de horror que foram lançados nestes últimos dez ou quinze anos, desde ao usar vultos na escuridão, como também algo surgindo repentinamente em meio as sombras. Porém, existe uma ambiguidade genuína com relação aos personagens que moldam a trama, já que não sabemos ao certo quais são as suas reais intenções de forma imediata, mas uma vez que descobrimos tudo se torna ainda mais peculiar para dizer o mínimo. O filme em si transita entre horror convencional para o psicológico e indo contra as expectativas daqueles que estão assistindo.

É claro que é um filme que irá incomodar muita gente, principalmente para aqueles que levam a religião bastante a sério e não querem ver sobre o que acreditam ser questionado na forma de um filme de horror. É um longa que questiona sim o papel da igreja como um todo, que prega sempre vinda de Cristo, mas que não nos surpreenderíamos se ela forçasse a vinda o mais rápido possível. É aí que o filme entra até mesmo em um território perigoso, mas que não irá mudar o mundo, mas sim somente tendo o direito de questionar o sistema da igreja como um todo.

Vale destacar a ótima atuação de Sydney Sweeney, que desde a primeira temporada de "Euphoria" tem atuado em diversos gêneros, seja drama, comédia e o mais puro terror e aqui ela não faz feio nas cenas que exigem dela até mesmo coragem. Com certeza será alvo de polêmicas, principalmente em uma determinada cena em que os habitantes do local fazem dela uma nova Virgem Maria. Curiosamente, Sydney Sweeney ficou tão imóvel nesta cena que eu jurei por um momento que não era ela, mas sim uma estátua.

O ato final aguarde para muito sangue, violência e minutos finais que irão dar o que falar, principalmente que vai da questão sobre as discussões do aborto que são tanto debatidos hoje em dia. Não é todo o dia, portanto, que um filme de terror venha para questionar, chocar e ao mesmo tempo fazendo a gente debater após a exibição.

Com a participação assustadora de  Álvaro Morte, o eterno professor de "La Casa de Papel", "Imaculada" é um filme de horror incomodo, que usa as fórmulas de sucesso até certo ponto, para logo depois nos jogar em um cenário bem questionador para dizer o mínimo. 

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terça-feira, 21 de maio de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Rivais'

Sinopse: Um campeão de tênis do Grand Slam se vê do outro lado da rede do outrora promissor e agora esgotado Patrick, seu ex-melhor amigo e ex-namorado de sua esposa.  

Luca Guadagnino é um cineasta que veio para ficar, ao aceitar desafios e dos quais vence ao revelar que não está para brincadeira em suas realizações. Era preciso ter talento para realizar "Suspíria - A Dança do Medo" (2018), sendo ela uma refilmagem de um clássico de horror feito por Dario Argento, mas que obteve sua identidade própria ao criar uma trama que vai muito mais além do que foi o filme original. Antes disso, porém, ele havia realizado "Me Chame Pelo Seu Nome" (2017), filme baseado no famoso Best Sellers, obtendo assim um grande sucesso pelo mundo e adquirindo carta branca para tocar qualquer projeto.

Mas eis que ele surpreende ao realizar um filme que explora o universo do tênis, esporte esse que para alguns é entediante. Porém, verdade seja dita, esse jogo requer força de vontade e concentração mental ao máximo, para que possa entender o seu rival do outro lado da rede e para que assim possa vencê-lo de algum jeito. É então que temos "Rivais" (2024), filme sex, contagiante, em que a relação de um triangulo amoroso começa na quadra e se encerra nela de forma magnifica.  Na trama acompanhamos Tashi (Zendaya), uma tenista de grande talento que se tornou treinadora e que não mede esforços para levar a sua paixão muito a sério. Casada com Art (Mike Faist), ela conseguiu transformar a carreira do marido, mas ele terá que enfrentar o seu ex-melhor amigo Patrick (Josh O'Connor) e que no passado teve uma relação com Tashi. O reencontro do três irá reacender diversos sentimentos e que somente serão resolvidos na quadra como um todo.

É interessante observar como há certos filmes atualmente que buscam revitalizar o cinema, já que hoje não cabe somente as franquias atraírem o grande público, como também o dever de existir filmes que possuam uma boa trama e cuja parte técnica não seja usada somente para encher as telas, mas sim colaborar para o desenvolvimento da trama. Portanto, é até mesmo uma grata surpresa Luca Guadagnino usar o universo do tênis para tentar ajudar na revitalização dessa arte, mas é exatamente isso o que acontece, ao criar uma trama envolvente, em que os personagens centrais brincam e jogam entre si a todo momento e tudo moldado de uma forma que não nos faça desgrudar da tela em nenhum segundo. Se alguém ainda tinha certo preconceito com relação ao tênis é bom repensar om relação a isso, pois o filme irá conquistá-lo e fazê-lo ir em uma quadra mais próxima.

Acima de tudo, o trio central é o coração pulsante da obra, sendo que Zendaya está quase desvencilhando da imagem de uma simples promessa e provando que não será somente lembrada pelos filmes do "Homem Aranha", ou até mesmo pela ótima série "Euphoria". Já Mike Faist e Josh O'Connor criam para si dois personagens predestinados a fazerem o melhor no que fazem nas quadras, mas começando a jogarem um contra o outro a partir do momento em que conhecem Zendaya e assim se nasce um jogo de amor, de interesses e a busca pela redenção de ambas as partes. Há uma rivalidade acentuada a partir do momento em que os personagens se reencontram após vários anos, mas ao mesmo tempo nós sentimos um certo respeito mútuo por ambas as partes, já que não se pode apagar um passado já estabelecido em suas histórias. Luca Guadagnino capricha na captura dos sentimentos dessas figuras centrais através de sua câmera, onde cada olhar é destacado e revelando, portanto, certos segredos. Mas é preciso destacar o roteiro de Justin Kuritzkes, onde se eleva a conexão desses personagens, seja na relação de amor e sexo, como também na quadra e fazendo do jogo quase uma relação sexual durante a partida. Além disso, são momentos que são embalados por uma ótima trilha sonora composta por Trent Reznor e Atticus Ross e sendo eles responsáveis por uma das melhores trilhas sonoras que eu já ouvi no filme "A Rede Social" (2010).

Porém, da parte técnica, o que melhor reside é realmente em sua edição, onde o montador Marco Costa constroi um jogo de cena arrasador, principalmente no ato final onde a dupla central joga a sua tão importante partida final enquanto Zendaya e os demais que assistem incrementam ainda mais um jogo de tensão que se eleva a cada minuto que passa. Ouso dizer que esse final se compara "Whiplash: Em Busca da Perfeição" (2014), já que ambos os casos são filmes em que a edição molda a sua reta final para que nós fiquemos ligados a cada frame de cena e cujo ápice faz com que a trama termine em aberto e fazendo com que ela continue em nossas mentes por um longo tempo. Talvez eu esteja me precipitando, já que estou escrevendo esse texto logo após eu ter assistido o longa, mas talvez eu não esteja muito distante da verdade sobre a obra.

"Rivais" é um filme sedutor, envolvente e fazendo de um simples jogo de tênis um dos melhores embates do ano no cinema.  


     

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segunda-feira, 20 de maio de 2024

Cine Dica: Streaming - 'X-Men '97'

Sinopse: Um ano após Xavier ser enviado para o espaço para se recuperar de um atentado, os X-Men precisam enfrentar novos desafios sem o seu professor e cujo mundo está se tornando cada vez mais hostil.   

Embora sejam protagonistas dos maiores clássicos das HQ eu sinceramente não sabia ao certo o que era "X-Men", até chegar no início dos anos 90 o desenho animado da Fox e que fez eu rapidamente procurar as HQ e fazendo me tornar um grande fã. Com cinco temporadas, a série era até bastante fiel as principais sagas dos personagens e ao mesmo tempo contendo um conteúdo até mesmo adulto, já que os heróis são mutantes e sofrem preconceito vindo de uma sociedade que eles juraram proteger. Vários anos depois chega à série "X-Men '97" (2024), que não somente dá continuidade a série clássica, como também sobe para um novo patamar e revitalizando o gênero de Super Heróis fora de suas páginas.

A trama acontece um ano após os eventos da última temporada, onde vemos a equipe sozinha e tendo que lidar em manter o sonho do professor Charles Xavier em criar a pacificação entre humanos e mutantes. Porém, a sociedade está cada vez mais violenta, ao ponto de velhos e novos inimigos surgirem em cena. Ao mesmo tempo, algo muito grande está surgindo nas sombras e colocando toda a equipe em risco, assim como todos os mutantes do mundo.

Verdade seja dita, se não fosse pelo sucesso do desenho clássico nem teria havido os filmes dos X-Men para o cinema e fazendo com que a popularidade desses personagens aumentasse ainda mais. Porém, essa nova temporada explora de forma mais digna alguns personagens que praticamente foram esnobados na tela grande, como no caso de Ciclope, que finalmente ganha o meu total respeito, ao se destacar como verdadeiro líder da equipe, mas que não esconde as suas dúvidas e falhas perante os novos desafios que ele terá que lidar ao longo dos episódios. Ao mesmo tempo, surge Magneto como herdeiro de tudo que Xavier havia construído e fazendo com que a equipe e o restante do mundo fiquem em dúvida com essa nova postura do personagem.

Vale destacar que a série possui vários dos melhores arcos dos personagens dos tempos em que suas histórias eram criadas pelo roteirista Chris Claremont, mas tudo sendo adaptados em episódios de pouco mais de meia hora, mas que funciona de forma surpreendente. Curiosamente, algumas histórias acabaram se tornando até melhores na telinha, como no caso do arco sobre Madelyne Pryor, clone de Jean Gray, cuja sua origem era demasiadamente complexa nas HQ, mas sendo adaptado de forma mais coerente assim como também a origem de Cable. Ao mesmo tempo, a série dá espaço para triângulos amorosos, perdas de poderes, discursos acalorados e que falam muito sobre o nosso mundo real como um todo.

Mas sem sombra de dúvida ninguém estava preparado para o episódio cinco, intitulado "Lembre-se Disso", inspirado no arco criado por Grant Morrison, onde ocorre o ataque contra Genosha, matando milhares de mutantes e culminando em momentos surpreendentes. Ouvi alguns dizendo que esse episódio equivale ao "Casamento Vermelho" da série "Game Of Thrones", sendo que a comparação não é nenhum pouco exagerada, já que a trama é violenta, animalesca e que fez diversos fãs caírem em lagrimas. Ouso dizer que é sem sombra de dúvida uma das coisas mais corajosas que eu assisti da Marvel nos últimos anos e que supera qualquer filme que foi produzido após "Vingadores - Ultimato" (2019).

Curiosamente, alguns personagens tiveram menor destaque nos episódios, como no caso de Wolverine, sendo ele o grande protagonista dos filmes, mas aqui ganhando status mais de coadjuvante, mas mantendo o seu lado lobo solitário intacto e do jeito que os fãs gostam. Em contrapartida, Noturno finalmente ganha o seu estrelismo e sendo responsável por incríveis frases de efeito e que só não superam quando comparamos com os discursos de Magneto e que nos fazem pensar a cada momento. Aguarde também por participações especiais de outros heróis da Marvel e que com certeza fará muitos fãs se deleitarem por cada cena em que eles surgem.

Os três episódios finais, intitulado "Tolerância é Extinção" com certeza é outro ponto alto da produção, onde ação se entrelaça por momentos cada vez mais dramáticos e culminando com um encerramento que dá um enorme gancho para já confirmada 2ª temporada. O lado ruim de tudo isso é que o roteirista e produtor executivo Beau DeMayo não está mais envolvido na produção, fazendo com que os fãs temem pela qualidade dos próximos episódios, pois se não fosse por ele a série não chegaria a esse patamar de qualidade como ela chegou. Resta saber se a Marvel/Disney irá manter o seu legado ou criar algo com o intuito de apenas lucrar em cima desse sucesso.

Polêmicas à parte, "X-Men '97" é uma das melhores animações dos últimos tempos, cujas tramas de cada episódio nos envolve emocionalmente e fazendo a gente temer cada vez mais a ignorância e o preconceito vindo da própria humanidade.      

Onde Assistir: Disney+ 

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sexta-feira, 17 de maio de 2024

Cine Especial: Revisitando 'Piranha'

"Tubarão" (1975) foi um marco do cinema em todos os sentidos, sendo um longa que não somente consagrou de forma definitiva a carreira de do diretor Steven Spielberg, como também mudou o mercado cinematográfico para sempre. Até aquele momento filmes sobre animais incomuns que atacam as pessoas se limitavam a somente aos filmes B e cujo orçamento, por vezes, eram minúsculos. Ao mesmo tempo em que o cinema de horror e ficção estava sendo visto com novos olhos, ao mesmo tempo, produtores como Roger Corman viam isso com certo temor, já que os grandes estúdios começariam a investir pesado neste gênero e fazendo com que as pequenas produtoras ficassem de lado.

Conhecido em saber investir barato e obter retorno astronômico, Corman não perdeu tempo em investir em uma ideia similar que se equiparasse ao que ocorreu com "Tubarão", mas realizado do seu modo, com pouco dinheiro e filmagens que não levavam muito tempo para serem concluídas. O resultado é "Piranha" (1978), que rapidamente se tornaria um filme cultuado e até mesmo bastante imitado. Não demorou muito para próprio Universal querer processar Corman de plágio, mas o próprio Spielberg abortou a ideia, pois até hoje ele considera o filme a melhor coisa que veio depois de "Tubarão".

A trama é simples, onde acompanhamos Maggie (Heather Menzies) partindo para um acampamento de verão onde desapareceram um casal a mais de uma semana. Lá ele encontra um morador local chamado Paul (Bradford Dillman) que vive próximo a esse acampamento e cuja sua filha Suzie está por lá. Ambos investigam um complexo militar onde há um laboratório onde encontram experimentos bizarros com peixes.

Maggie decide escoar a água da piscina do local para ver se não encontra o casal desaparecido, mas são abordados pelo cientista Robert Hoak (Kevin McCarthy), cujo mesmo avisa que eles acabaram de liberar piranhas carnívoras geneticamente modificadas e que podem sobreviver na água doce. Tem início uma corrida contra o tempo, já que as piranhas podem estar se dirigindo para o acampamento em que Suzie e as demais crianças se encontram. Porém, durante a jornada cada segundo se torna um terrível pesadelo.

Inicialmente é preciso assistir ao clássico "Piranha" com a mente aberta, já que a produção mesma foi criada para não se levar a sério e fazendo com se obtenha identidade própria. Conhecido por produções como o clássico como "Meus Vizinhos São Um Terror" (1988), Joe Dante nos passa a sensação que se divertiu filmando o filme em menos de um mês, mesmo com a supervisão direta de Corman ao longo do trabalho. Ele nem sequer se preocupa com as comparações que iriam fazer com o clássico "Tubarão", sendo que há uma pequena referência ao filme de Steven Spielberg na abertura, onde a protagonista joga um vídeo game referente ao longa.

Em tempos em que efeitos digitais ainda eram um sonho distante tudo o que se vê na tela são efeitos práticos feitos a mão, com o direito de termos em cena piranhas de borracha e sendo controladas por varetas com mergulhadores embaixo d'água. Claro tudo realizado com uma edição dinâmica para que não possamos ver os defeitos especiais, sendo que eles se tornam ainda menos visíveis quando o sangue jorra na tela na medida em que as criaturas vão atacando os banhistas. Vale destacar o barulho em que elas fazem quando atacam, sendo algo reconhecível até mesmo nos dias de hoje e que ainda impressiona.

Também não se pode exigir muito do elenco principal na questão de interpretação, sendo que eles estão ali somente como mocinhos para salvarem o dia, sendo que o único com a veia dramática é Kevin McCarthy que faz do cientista alguém que carrega um grande peso ao criar os peixes assassinos. Curiosamente, há um pitaco contra o governo dos EUA, já que eles criaram os tais peixes com a intenção de usá-los durante a Guerra do Vietnã e cuja ideia absurda seria posteriormente usada em outros filmes do mesmo estilo.

Vale destacar que os anos setenta eram tempos mais corajosos com termos de filmes de terror e, portanto, não se surpreenda ao ver um bando de crianças indefesas sendo devoradas pelas piranhas no rio do clube. A cena, aliás, chega a ser tão chocante quanto a cena em que o menino é devorado no filme de "Tubarão", mas tudo de uma forma ainda mais exagerada, com o direito de uma piranha pular na cara de um dos atores. Claro que há um final feliz, porém, ele termina em aberto, com uma possível continuação e com olhar peculiar da atriz Barbara Steele que interpreta uma cientista sem escrúpulos.

Curiosamente, Roger Corman e os demais realizadores tiveram até mesmo tempo de prestar uma homenagem ao clássico "A 20 Milhões de Léguas da Terra" (1957), onde na cena em que o casal protagonista entra no laboratório há uma criatura geneticamente modificada e que lembra bastante do monstro criado por Ray Harryhausen. A cena foi feita em stop motion, mas sendo a única da produção o que não deixa de ser curiosa para dizer o mínimo.

Com tantas continuações, derivados e imitações que "Tubarão" obteve ao longo de todos esses anos, é até mesmo impressionante como esse pequeno filme tenha sobrevivido ao longo do tempo. Porém, ela não escapou de uma continuação famigerada de 1981, intitulada "Piranhas 2 - Assassinas Voadoras" (1982) e que foi dirigida por ninguém menos que James Cameron. Porém, esse é um outro assunto que eu falarei logo mais abaixo.

"Piranhas" é o melhor filme das inúmeras imitações que o clássico "Tubarão" obteve ao longo de todo esse tempo e por isso mesmo merece ser redescoberto por essa nova geração de cinéfilos. 


'Piranhas II - Assassinas Voadora 

É bem difícil defender essa continuação, pois ela é tão ruim que acaba sendo divertido testemunhar tamanha tosquise. O que surpreende mais vendo esse filme nos dias de hoje é que ele foi dirigido por ninguém menos que James Cameron no início de carreira.  Durante muito tempo o realizador renegou esse longa, pois ele havia sido demitido antes do término das filmagens e sendo substituído pelo próprio produtor que concluiu o projeto.

O engraçado que quando assistia esse filme na tv, seja na Globo ou no SBT, as emissoras anunciavam de uma forma tão séria que parecia algo realmente assustador. Para uma criança de cinco anos algumas cenas ficaram marcadas na memória, como as duas garotas sendo atacadas em um barco, ou dos banhistas sendo devorados pelos peixes que saiam do mar voando. Revendo hoje percebo o quanto eu era covarde, pois não acredito que uma criança de hoje em dia se assustaria com tais cenas.

Se havia criatividade no primeiro filme na elaboração das cenas aqui nada é bem cuidado, sendo que podemos até ver os fios que balançam os peixes de borracha no ar e cuja bizarrice acontece quando um ataca uma enfermeira no necrotério e foge pela janela. Se isso já não é tosquise o que dizer de um casal na abertura do filme, que tentam fazer sexo embaixo d'água e acabam sendo servidos como comida pelas piranhas.

Vale destacar que o filme possui algumas caras conhecidas que trabalhariam posteriormente para Cameron, como no caso de Lance Henriksen que trabalharia com o cineasta em quase todos os seus filmes e se tornaria bastante lembrado como o androide visto em "Aliens - O Resgate" (1987). Já Tricia Oneil sempre foi uma intérprete que trabalhava mais para a tv, mas ganharia uma participação vários anos depois em "Titanic" (1997) e provando que o cineasta não se esquece daqueles que ele havia trabalhado no passado, mesmo considerando por muito tempo como esse projeto de maldito. Em tempos atuais, onde o diretor tem o seu lugar dentro da história do cinema, ele com certeza aceita de maneira mais fácil esse projeto problemático, pois querendo ou não na vida sempre começamos por baixo para então assim darmos voos mais altos.

"Piranhas II - Assassinas Voadoras" é apontado como um dos piores filmes de todos os tempos e exemplos dentro da obra é o que não faltam. 

Onde Assistir: Em DVD pela Classicline 

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