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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'A Pura Verdade'

Sinopse: Atormentado pela morte de seu único filho, Hamnet, o dramaturgo William Shakespeare luta para consertar relações desfeitas com sua esposa e filhas. Mas, ao fazê-lo, é forçado a analisar suas falhas como marido e pai. 

Kenneth Branagh vive o que talvez seja o melhor momento de sua carreira, tanto na direção como na atuação. No primeiro caso, por exemplo, ele veio a ganhar neste ano um Oscar de melhor Roteiro Original pelo seu incrível trabalho por "Belfast"(2022) e logo em seguida dando continuidade ao universo literário de Agatha Christie no filme "A Morte no Nilo" (2022). Com relação a literatura, Branagh possui uma predileção pelas obras de William Shakespeare e tendo conseguindo o feito de levar algumas adaptações para o cinema.

Em 1989 ele dirigiu e atuou na produção "Henrique V", mas não satisfeito ele conseguiu dirigir o que talvez seja uma de suas maiores produções que foi "Hamlet" (1996). De lá pra cá o realizador fez de tudo um pouco, ao ponto de até mesmo dirigir alguns blockbusters para Hollywood como no caso de "Thor" (2011), mas jamais se esquecendo do seu namoro shakespeariano. Por conta disso, não é de se espantar ao velo dirigindo e atuando em "A Pura Verdade" (2018), filme que retrata os últimos anos da vida de William Shakespeare e do qual revela histórias até mesmo surpreendentes.

A trama começa logo após o desastroso incêndio no The Globe, onde o célebre escritor William Shakespeare decide se aposentar e retorna para Stratford, sua cidade natal. A volta para o ambiente da sua infância conturbada o remete a profundas reflexões sobre as relações familiares estabelecidas ao longo de sua vida. O dramaturgo relembra da morte de seu filho de apenas onze anos e questiona seus erros e acertos no desempenho do papel de pai e marido em meio ao frenesi do seu sucesso.

Ao retratar e interpretar o ilustre escritor, Kenneth Branagh faz com o maior carinho e cuidado a todo momento, mas ao mesmo tempo passando para nós o lado mais humano daquela pessoa e que não escondia as suas mais profundas falhas. Ao retratar a sua fase de ainda luto pela perda do seu filho, o realizador constrói para nós a imagem de um Shakespeare lutando contra os seus próprios demônios e tentando compreender o seu caminho e seu papel dentro de sua própria família. Neste último caso, por exemplo, ele não foge de certos atritos, desde a sua reaproximação com a sua esposa, interpretada pela sempre competente Judi Dench, como também a falta de carinho pelas suas filhas, em especial a personagem Judith e que é interpretada pela jovem atriz Kathryn Wilder.

Vale destacar que o filme explora o papel das mulheres daqueles tempos longínquos através da esposa e das filhas do escritor. Em tempos em que o patriarcado era a força dominante de tempos mais conservadores, não é de se estranhar, por exemplo, que muitos talentos femininos foram silenciados unicamente por serem mulheres e sendo que a maioria eram esquecidas através da história. Um fato que é, infelizmente, triste de ser constatado e que se aqui já nos choca isso é ainda mais potencializado no filme "Mary Shelley" (2017) do qual eu também recomendo.

Tecnicamente o filme é um outro ponto positivo da obra como um todo, já que tanto a sua fotografia como a edição de arte parecem que foram extraídas de alguma pintura daquela época. A própria figura de Shakespeare, por exemplo, construída pelo Kenneth Branagh remete as inúmeras pinturas que retrataram o escritor ao longo dos séculos, sendo que o diretor e ator está quase irreconhecível na sua maquiagem simples, porém, mais do que eficaz. Vale destacar também as lentes grande-angulares extremas nos primeiros minutos de projeção do filme, ao fazer de Shakespeare em cena algo quase monumental, mas não escondendo a sua pior fase da vida.

Neste último caso, o as lembranças do filho e dos motivos que o levaram a sua morte são algo que são dissecados gradualmente ao longo da trama. Se por um momento achamos que tudo foi colocado na mesa sobre o assunto, eis que o ato final revela algo surpreendente e sintetizando ainda mais o quanto era pesado o fardo de algumas pessoas daqueles tempos em tentar agradar ou até mesmo superar o seu ente querido ao invés de seguir o seu próprio rumo. Curiosamente, antes de eu assistir ao filme, eu tive conhecimento do filho de Shakespeare na clássica HQ "Sandman - Sonhos de Uma Noite de Verão" e que poderá ser adaptada pela Netflix muito em breve.

Com uma ilustre participação monumental do veterano Ian McKellen, "A Pura Verdade" é visão delicada, porém, cheia de riqueza sobre um dos maiores dramaturgos do mundo e que somente Kenneth Branagh poderia fazer com tamanho carinho.


Onde Assistir: Netflix. 


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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Todos os homens do presidente'

CICLO NOVA HOLLYWOOD

Sessão comentada Clube de Cinema


ENTRADA FRANCA

Local: Sala Redenção, Campus Central da UFRGS

Data: 09/08/2022, terça-feira, às 19:00 horas

"Todos os Homens do Presidente" (All the President's Men)

EUA, 1976, 138 min, legendado, 14 anos

Direção: Alan J. Pakula

Elenco: Dustin Hoffman, Robert Redford, Jack Warden, Martin Balsam, Hal Holbrook, Jason Robards, Jane Alexander, Meredith Baxter

Sinopse: Em 1972, sem ter a menor noção da gravidade dos fatos, um repórter (Robert Redford) do Washington Post inicia uma investigação sobre a invasão de cinco homens na sede do Partido Democrata, que dá origem ao escândalo Watergate e que teve como conseqüência a queda do presidente Richard Nixon.


Sobre o filme: 

Belo e ágil drama político, que muitos consideram como um dos melhores filmes sobre o tão falado escândalo de Watergate que, curiosamente, foi feito pouco tempo depois após a polêmica que abalou os EUA. A forma como o filme é construído em que recria a investigação dos repórteres passo a passo, com certeza ao longo do tempo, serviu de base para a criação de outros filmes sobre investigação, como no caso de "Zodíaco" (2005) de David Fincher. Infelizmente, o diretor Alan J. Pakula só voltaria a fazer um filme tão significativo como esse em "A escolha de Sofia"(1982), mas depois disso, os outros títulos podem ser considerados dispensáveis.

Outra coisa que ajudou e muito no filme é a química quase contagiante, da parceria de Dustin Hoffman e Robert Redford em cena, onde ambos os personagens que eles interpretam se completam, ao investigar a fundo o importante caso da trama. Muito embora, Jason Robards (Era uma vez no Oeste), roube a cena a cada momento que surge e não é à toa que recebeu um merecido Oscar de ator coadjuvante.

Quatro décadas após o seu lançamento, "Todos os Homens do Presidente", com roteiro de William Goldman, tendo como base o livro homônimo de Carl Bernstein e Bob Woodward, montado por Robert L. Wolfe e orquestrado musicalmente por David Shire, é um filme que agrada a um amplo público. Apesar de não ter o dinamismo que a maldita contemporaneidade exige, haja vista os seus 138 minutos de duração e algumas cenas letárgicas, a produção é uma aula interessante de jornalismo, bem como funciona como narrativa “dramática policial de suspense político investigativo”.

Com sua narrativa envolvente, atuações competentes e a segura direção de Pakula, “Todos os Homens do Presidente” é uma obra-prima que não deveria servir apenas como aula de jornalismo investigativo. O longa estrelado por Redford e Hoffman é, na verdade, uma verdadeira aula de cinema em todos os sentidos. 


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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (04/08/2022)

TREM BALA

Sinopse: Um assassino de aluguel azarado está decidido a fazer apenas mais um trabalho de forma tranquila, depois de ter passado por tantos outros que saíram do seu controle. O destino, entretanto, tem outros planos, e a última missão de Joaninha o coloca em rota direta de colisão com adversários letais vindos de todas as partes do globo.



ALÉM DA LENDA

Sinopse: Um livro sagrado reúne todas as lendas do folclore brasileiro, e é mantido em segredo e escondido na Montanha Coração do Brasil, que só é revelada uma vez por ano, justamente no dia 31 de outubro, dia do Saci. Só que a data está esquecida por muitos brasileiros, que preferem comemorar o Halloween.



AOS NOSSOS FILHOS

Sinopse: Adaptação do espetáculo teatral homônimo de sucesso, trata das relações entre mãe e filha: Vera, a mãe (Marieta Severo), uma mulher que pegou em armas para lutar contra a ditadura e carrega terríveis traumas do passado, e Tânia, a filha (Laura Castro), que vive um casamento de 15 anos com outra mulher, que está grávida do primeiro filho do casal. 


DESAPARECIDOS

Sinopse: Alice é uma cientista forense que inventou uma técnica revolucionária no campo da restauração de cadáveres danificados. Ela visita a Coreia do Sul para participar de uma conferência e recebe um pedido da polícia coreana para realizar uma autópsia em um cadáver encontrado em um rio. 


O PALESTRANTE

Sinopse: Guilherme, um contador sem perspectivas que acaba de ser demitido e abandonado pela noiva, viaja para o Rio de Janeiro com o objetivo de resolver pendências da empresa que o demitiu. 


TRALALA

Sinopse: Após receber uma mensagem misteriosa de uma jovem, o cantor de rua Tralala parte de Paris para Lourdes em busca da Virgem Maria. Quando uma emocionada senhora presume que Tralala é seu filho Pat, desaparecido há 20 anos nos Estados Unidos, Tralala decide assumir este papel, descobrindo para si uma nova família e encontrando uma nova vocação.

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 04 A 10 DE AGOSTO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

O Acontecimento


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – GAROTA INFLAMÁVEL Assista o trailer aqui.

(Stillstehen – Alemanha/Itália, 2020, 90min). Direção de Elisa Mishto, com Katharina Schüttler, Martin Wuttke, Natalia Belitski. Pandora Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Julie é uma garota mimada e inteligente que tem um jeito muito particular de protestar: não fazer nada – nem estudar, nem ter amigos, nem trabalhar. Já Agnes é uma enfermeira casada e mãe de uma filha que tenta levar a vida da maneira mais correta possível. Quando as duas se conhecem, ambas experimentam novos limites para seus respectivos mundos.


*NÃO HAVERÁ SESSÃO NO SÁBADO, DIA 6.*


17h – O ACONTECIMENTO Assista o trailer aqui.

(L´Événement – França, 2021, 100min). Direção de Audrey Diwan, com Anamaria Vartolomei, Kacey Mottet Klein, Luàna Bajrami. Zeta Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Adaptado do romance homônimo de Annie Ernaux, o roteiro conta o drama de Anne, uma estudante promissora que engravida. O ano é 1963 e ela decide abortar, pronta para fazer qualquer coisa para se livrar do bebê e ser dona de seu próprio corpo e de seu futuro. Mas ela se envolve sozinha em uma corrida contra o tempo, desafiando a lei. Vencedor do Leão de Ouro de melhor filme no Festival de Veneza em 2021.


19h – A COLMEIA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 105min). Direção de Gilson Vargas, com Andressa Matos (Mayla), Janaina Pelizzon (Bertha), João Pedro Prates (Christoffer), Martina Fröhlich. Lança Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: A trama é ambientada nos anos da Segunda Guerra Mundial, quando os imigrantes eram proibidos de falar alemão no sul do Brasil. Devido às ameaças do governo, uma atmosfera de desconfiança paira nas cidades e nos campos. Neste cenário, a família de Bertha e Werner tenta seguir sua rotina, mas os seus filhos gêmeos Mayla e Christoffer não concordam com as visões dos adultos. Christoffer prefere vagar pelas matas, enquanto Mayla luta para fugir da colônia.


*NÃO HAVERÁ SESSÃO NA TERÇA E NA QUARTA, DIAS 9 E 10.*


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – PARADISE – UMA NOVA VIDA Assista o trailer aqui.

(Paradise - Una Nuova Vita - Itália/Eslovênia, 2020, 90min). Direção de Davide Del Degan, com Vincenzo Nemolato, Giovanni Calcagno. Arteplex Filmes, 14 anos. Comédia.

Sinopse: Calogero entra para o programa de proteção a testemunhas depois de presenciar um assassinato da máfia na Sicília. Com outra identidade, ele vai viver uma temporada em uma aldeia situada nos Alpes italianos, mas não se anima muito com a cultural local. Para piorar a situação, o assassino que Calogero denunciou virou informante e foi beneficiado pelo mesmo programa – e na mesma aldeia.


16h15 – UM HERÓI Assista o trailer aqui.

(Ghahreman - Irã/França, 2021, 125min). Direção de Asghar Farhadi, com Amir Jadidi, Mohsen Tanabandeh, Fereshteh Sadrorafaii. Califórnia Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Rahim resolve usar uma licença de dois dias da cadeia para tentar convencer o seu credor a perdoar a dívida que o levou à prisão. Parte da negociação envolve uma bolsa com algumas moedas de ouro, mas o plano dá errado e Rahim tenta encontrar o verdadeiro dono deste pequeno tesouro – o que acaba gerando uma resposta positiva da opinião pública. Mas a situação toma outros rumos e envolve toda a família de Rahim numa verdadeira teia de notícias falsas.


18h30 – ILUSÕES PERDIDAS Assista o trailer aqui.

(Illusions Perdues – França, 2021, 150min). Direção de Xavier Giannoli, com Benjamin Voisin, Cécile de France, Vincent Lacoste. California Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Adaptado da obra de Honoré de Balzac, o filme é ambientado no século XIX e segue o jovem poeta Lucien na sua busca pela fama. Ele sai de um pequeno vilarejo do interior da França e vai viver em Paris, onde conta com ajuda de sua amante para encontrar um editor. Mas ele logo percebe que o mundo da arte é pautado por mentiras e subornos e, apesar de ser contra este sistema, decide jogar com as regras. O longa concorreu no Festival de Veneza 2021.


*NÃO HAVERÁ SESSÃO NA SEXTA E NO SÁBADO, DIAS 5 E 6.*


SALA 3 / NORBERTO LUBISCO


15h30 – SAPATO 36 Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 75min). Documentário de Petrônio Lorena.

Sinopse: Rodado em Recife, o filme apresenta o futebol de várzea praticado no bairro de Santo Amaro. Sonhos, realidades e sentimentos de árbitros, jogadores e jogadoras dividem a bola com as lembranças de famosos nomes que passaram pelo bairro, como Mauro Shampoo e o tetra campeão mundial Ricardo Rocha.


FESTIVAU DE C4NN3S


TERÇA, DIA 09, ÀS 19h.

PENSAMENTO SELVAGEM – MÚSICA DE SELVAGEM

(Brasil, 2022, 60min). Vídeo do músico Pedro Pastoriz, com apresentação comentada pelo próprio artista, Arthur Decloedt e Maria Cau Levy.


PROGRAMAÇÃO DE 05 A 06 DE AGOSTO DE 2022

FESTIVAL CINEMATECA PAULO AMORIM APRESENTA:

TRÊS FILMES COM FERNANDO ALVES PINTO


ENTRADA FRANCA

SEXTA, DIA 05, SALA EDUARDO HIRTZ

19h – PARA MINHA AMADA MORTA

(Brasil, 2016, 115min). Direção de Aly Muritiba, com Fernando Alves Pinto, Mayana Neiva. 14 anos. Drama.

Sinopse: Depois da morte da esposa, Fernando torna-se um homem introspectivo e cria sozinho o filho Daniel. Todas as noites, o viúvo "revive" a presença da esposa enquanto organiza seus pertences. Mas, um dia, uma fita VHS traz algumas dúvidas sobre a relação entre os dois – e Fernando decide investigar a verdade por trás das imagens.


SÁBADO, DIA 06, SALA PAULO AMORIM *SESSÃO ACESSÍVEL*

Exibição com recursos de acessibilidade, incluindo legendas, audiodescrição e Libras (Língua Brasileira de Sinais)


14h – LEGALIDADE

(Brasil, 2019, 120min). Direção de Zeca Brito, com Leonardo Machado, Cleo Pires, Fernando Alves Pinto. Boulevard Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em agosto de 1961, o governador Leonel Brizola contou com o apoio da população gaúcha e liderou um movimento que garantiu a posse de João Goulart como presidente do Brasil, após a renúncia de Jânio Quadros. Toda esta estratégia, ambientada no Palácio Piratini, foi acompanhada de perto pela sedutora jornalista Cecilia Ruiz, correspondente do Washington Post, ao mesmo tempo, os irmãos Luis Carlos e Tonho disputam o amor de Cecilia.


SÁBADO, DIA 06, SALA EDUARDO HIRTZ


19h – ANAHY DE LAS MISIONES

(Brasil, 1997, 110min). Direção de Sergio Silva, com Araci Esteves, Dira Paes, Marcos Palmeira, Fernando Alves Pinto. 14 anos, Drama.

Sinopse: Uma mulher luta pela sobrevivência de sua família durante a Revolução Farroupilha, o período mais conturbado da história do Rio Grande do Sul. Arrastando um velho carroção sem bois, Anahy e seus filhos enfrentam a guerra, a morte e o medo.


PROGRAMAÇÃO DE 09 A 14 DE AGOSTO DE 2022

FESTIVAL CINEMATECA PAULO AMORIM APRESENTA:

MOSTRA “A PRÓXIMA ESTAÇÃO DE TABAJARA RUAS”


ENTRADA FRANCA

PROGRAMAÇÃO:


DIA 9 DE AGOSTO (TERÇA), 19h.

Estreia de “A Próxima Estação de Tabajara Ruas”, com direção de Boca Migotto; e lançamento do projeto de longa-metragem “Perseguição e Cerco a Juvêncio Gutierrez”


DIA 10 DE AGOSTO (QUARTA), 19h.

Exibição dos filmes:

“A Próxima e Estação de Tabajara Ruas”

“Netto e o Domador de Cavalos” (exibição em DVD)


DIA 11 DE AGOSTO (QUINTA), 19h.

Exibição do filme:

“Netto Perde sua Alma” (exibição em DVD)


DIA 12 DE AGOSTO (SEXTA), 19h.

Exibição dos filmes:

“A Próxima Estação de Tabajara Ruas”

“A Cabeça de Gumercindo Saraiva”


DIA 13 DE AGOSTO (SÁBADO), 19h.

Exibição do filme:

“Os Senhores da Guerra”


DIA 14 DE AGOSTO (DOMINGO), 19h.

Exibição dos filmes:

“A Próxima Estação de Tabajara Ruas”

“Brizola – Tempos de Luta”


Sinopses:


A PRÓXIMA ESTAÇÃO DE TABAJARA RUAS

(Brasil, 2022, 33min). Direção de Boca Migotto. Documentário.

Sinopse: Prestes a completar 80 anos, o escritor e cineasta Tabajara Ruas entra em pré-produção para realizar o sexto longa-metragem, adaptação de seu livro “Perseguição e Cerco a Juvêncio Gutierrez”, escrito em 1990. O cenário ideal para as filmagens é Uruguaiana, cidade natal de Tabajara. No entanto, o trem que já não passa pela ponte internacional entre o Brasil e a Argentina desafia o cineasta a encontrar novas paisagens que permitam levar ao cinema as reminiscências literárias da sua infância.


PERSEGUIÇÃO E CERCO A JUVÊNCIO GUTIERREZ

Projeto de longa-metragem de Tabajara Ruas premiado pelo edital Produção de Cinema 2018/FSA, pelo BRDE e pela BBDTVM. Adiado em função da pandemia, o projeto será rodado entre setembro e outubro em Porto Alegre e Cacequi, RS.

Sinopse: O filme é baseado no livro homônimo de Ruas, considerado um dos 35 melhores romances brasileiros de todos os tempos e, o personagem Juvêncio Gutierrez, um dos 20 personagens imortais da literatura gaúcha.


NETTO E O DOMADOR DE CAVALOS

(Brasil, 2010, 95min). Direção de Tabajara Ruas. Ficção.

Sinopse: No início da Guerra dos Farrapos, o general Antonio de Souza Netto descobre que um antigo parceiro, Índio Torres, está preso. Para libertá-lo, envolve-se com escravos rebelados. Entre eles está o Negrinho, considerado o melhor ginete da fronteira.


NETTO PERDE SUA ALMA

(Brasil, 2001, 105min). Direção de Beto Souza e Tabajara Ruas. Ficção.

Sinopse: Ferido na guerra do Paraguai, o general brasileiro Antônio de Souza Netto (1803 – 1866) se recupera em um Hospital Militar de Corrientes, na Argentina. Durante a internação, ele relembra suas participações na guerra, os companheiros de batalha e o período em que viveu no exílio no Uruguai.


A CABEÇA DE GUMERCINDO SARAIVA

(Brasil, 2018, 95min). Direção de Tabajara Ruas. Ficção.

Sinopse: Nos meses finais da Revolução Federalista, em 1895, o exército republicano comemora a morte de Gumercindo Saraiva, um dos principais líderes dos maragatos. Para completar a conquista, o major Ramiro viaja a Porto Alegre com a missão de entregar a cabeça do morto para o governador.


OS SENHORES DA GUERRA

(Brasil, 2016, 113min). Direção de Tabajara Ruas. Ficção.

Sinopse: Julio e Carlos são irmãos e grande amigos. Mas são separados pela Revolução de 1923, que divide o Rio Grande do Sul entre chimangos e maragatos. Julio é prefeito de Santa Maria e está com os primeiros, enquanto Carlos é revolucionário e maragato. O filme é adaptado do romance homônimo de José Antonio Severo (1942 – 2021), que se baseou em um episódio verídico da história do Rio Grande do Sul.


BRIZOLA - TEMPOS DE LUTA

(Brasil, 2007, 90min). Direção de Tabajara Ruas e Rogério Brasil Ferrari. Documentário.

Sinopse: O filme recupera a trajetória de Leonel de Moura Brizola, gaúcho que se tornou um dos principais nomes da política nacional, com participação nos principais acontecimentos políticos e sociais do país.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Cine Especial: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'A Colmeia'

Boa noite. 

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana:

Sessão Comentada Clube de Cinema com a presença do diretor Gilson Vargas, roteirista Matheus Borges e atriz Janaína Pelizzon 

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana.  Data: 06/08/2022, sábado, às 10:15 da manhã 


"A Colmeia" 

Brasil, 2021, 105 min, 16 anos

Direção: Gilson Vargas 

Elenco: Andressa Matos, Janaina Pelizzon, João Pedro Prates, Martina Fröhlich  

Sinopse: A trama é ambientada nos anos da Segunda Guerra Mundial, quando os imigrantes eram proibidos de falar alemão no sul do Brasil. Devido às ameaças do governo, uma atmosfera de desconfiança paira nas cidades e nos campos. Neste cenário, a família de Bertha e Werner tenta seguir sua rotina, mas os seus filhos gêmeos Mayla e Christoffer não concordam com as visões dos adultos. Christoffer prefere vagar pelas matas, enquanto Mayla luta para fugir da colônia. 


Sobre o Filme: 

O filme "A Bruxa" (2015), de Robert Eggers, chamou atenção do público e da crítica do mundo todo ao criar uma atmosférica mórbida, alinhada com um terror psicológico e cujo o lado sobrenatural quase ficava em segundo plano. O filme levantou mais a bandeira do cinema "pós-terror", onde monstro tradicional fica de lado, dando espaço para o horror mais verossímil e muito próximo de nós do que imaginamos. "A Colmeia" (2021) segue uma premissa parecida, onde o isolamento de uma família alemã acaba se tornando um desafio para todos e gerando uma atmosfera pesada e imprevisível.

Dirigido por Gilson Vargas, o filme conta a história de um grupo de imigrantes alemães que vive isolado no interior do sul do Brasil. Eles tentam ser invisíveis, mas o medo do que pode estar no seu entorno os faz frágeis e os leva a violentos conflitos entre si. Mayla, a jovem adolescente luta para fugir daquele lugar. Oprimida pelos adultos e traída pelo próprio irmão gêmeo, ela tem um destino sombrio e diferente do que esperava. A carne de Mayla é doce num tempo amargo e obscuro.

Se no filme de Robert Eggers citado acima o horror começa a partir da desconfiança de que há uma Bruxa na floresta, aqui a premissa é parecida, mais basicamente pelo fato dessa família ser alemã justamente em que a Segunda Guerra Mundial estava estourando e o nazismo estava assombrando o mundo. Por conta disso, vemos uma família se isolar devido ao medo do preconceito, mas tendo que enfrentar o fato de que os jovens dali não estão interessados em viver em um único lugar durante os próximos anos. Isso gera um conflito no núcleo familiar e fazendo com que a situação tome rumos que pode não haver retorno.

Tecnicamente, o filme possui uma fotografia pálida, como se aquele ponto escondido do mundo não houvesse vida, mesmo com a presença das pessoas e dos animais em volta. Vale destacar a edição de som caprichada, da qual um grito acaba ecoando de forma tão intensa que fará muitas pessoas pularem das cadeiras durante a sessão e fazendo a gente temer com relação ao que a gente for enxergar na cena seguinte. Gilson Vargas, por sua vez, capricha no enquadramento ao focar as expressões dos atores e cujo os seus olhares fazem a gente ter uma sensação peculiar com relação aos seus personagens.

Curiosamente, o filme toca em assuntos espinhosos do passado, mas que ecoam até mesmo nos dias de hoje. Se a imigração de ontem e hoje ainda rende certos debates acalorados, o mesmo pode-se dizer com relação aos verdadeiros donos da terra, dos quais são roubados e cujos os mesmos acabam sendo isolados em qualquer ponto do mundo. Isso é muito bem representado por dois índios que se encontram isolados dentro de uma caverna e cujo os mesmos podem ter alguma ligação com os eventos que estão provocando o desiquilíbrio daquela família.

Com um final que levanta mais perguntas do que respostas, "A Colmeia" é sobre os medos que as pessoas tem sobre algo invisível e cujo o isolamento acaba sendo não a solução, mas sim a sua perdição final.  

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 04 A 10 DE AGOSTO

 ESTREIA:

LIBELU – ABAIXO A DITADURA

Brasil/ Documentário/2020/90min.

Direção:Diógenes Muniz.

Sinopse: A luta estudantil foi muito importante como processo de resistência ao regime militar que governou o Brasil a ferro e fogo durante 21 anos. Liberdade e Luta foram tendências abraçadas como estandartes que, uma vez fundidas, criaram a LIBELU, adjetivo que se tornou sinônimo de radicalidade. Fruto de quatro anos de pesquisa, o filme narra a trajetória da controversa tendência estudantil Liberdade e Luta, em que militaram figuras como o cientista político Demétrio Magnoli, o ex-ministro Antonio Palocci, o crítico gastronômico Josimar Melo, o economista Eduardo Giannetti da Fonseca e a jornalista Laura Capriglione. Criador dos termos "petralha" e "esquerdopata", Reinaldo Azevedo é outra figura que se aproximou da radical Libelu durante a vida universitária.


CONTINUAÇÃO:


DIÁRIOS DE OTSOGA

Drama / Ficção / 2021 / Portugal, França / 1h38min.

Direção: Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes

Sinopse: Em Diários de Otsoga, acompanhem a jornada de Crista (Crista Alfaiate), Carloto (Carloto Cotta) e João (João Nunes Monteiro), três amigos que estão construindo uma estufa arejada para borboletas no jardim e compartilham rotinas domésticas. Entretanto, eles não são os únicos.

Elenco:  Crista Alfaiate, Carloto Cotta,  João Nunes Monteiro


HORÁRIOS DE 04 A 10/8 (não há sessões nas segundas feiras)


Dias 04,05, 06, 07, 09 e 10/8:

15h : LIBELU – ABAIXO A DITADURA

17h: DIARIOS DE OTSOGA

19h: LIBELU – ABAIXO A DITADURA


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.

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CINEBANCÁRIOS

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terça-feira, 2 de agosto de 2022

Cine Especial: 8 ½ Festa do Cinema Italiano 2022 - 'Leonora, Adeus'

Sinopse: Após décadas de permanência num cemitério de grande porte, as cinzas do escritor Luigi Pirandello são enfim transferidas ao pequeno vilarejo de seu nascimento, conforme dos desejos da família e do artista. No entanto, a transferência dos restos mortais é marcada por inúmeros acontecimentos surreais. 

Quando certos realizadores autorais chegam em uma determinada idade avançada os mesmos começam a namorar o pensamento com relação ao inevitável destino de abraçar a morte. Héctor Babenco, por exemplo, mesmo estando doente se debruçou sobre o que poderia se tirar nos seus últimos anos de vida através de filmes como "Meu Amigo Hindu" (2015) e, por fim, "Babenco - Alguém tem que ouvir o coração" e cuja os seus últimos registros foram destinados para atriz e até então esposa Bárbara Paz. É aí que chegamos ao filme italiano "Leonora, Adeus" (2022), filme de Paolo Taviani que não fala somente sobre a morte de um artista, como também o fim de tudo, desde a um determinado movimento artístico e o fim de uma era que não se pode obter mais retorno.

Após a morte do irmão, Vittorio, ao lado de quem estabeleceu uma parceria responsável por mais de 20 trabalhos, a maioria deles clássicos (Aconteceu na Primavera, A Noite de São Lourenço, Pai Patrão, César deve Morrer), Paolo Taviani dirigiu seu segundo longa-metragem solo após Maravilhosos Boccaccio, quando ao menos ainda contava com a colaboração do irmão no roteiro. Em "Leonora, Adeus", o octogenário diretor ensaia uma biografia estranha, embora satisfatória, do poeta e dramaturgo da Sicília Luigi Pirandello, cuja obra serviu de inspiração para alguns dos filmes dos Taviani. Ao invés de debater a vida ou a carreira de Luigi, Paolo preocupa-se com as cinzas do vencedor do prêmio Nobel. Sua ênfase é no legado.

O filme começa de uma forma super interessante, onde vemos o determinado dramaturgo doente em um quarto enquanto vê os seus três filhos ainda crianças adentrando o local. Porém, os jovens vão envelhecendo rapidamente em cena, ao ponto de não serem muito diferentes do que se encontra na cama e sintetizando, enfim, os pensamentos com relação ao inevitável abraço que se dá com relação a morte. A partir daí, o filme ganha um tom quase documental, onde vemos o dramaturgo ganhar o prêmio Nobel, mas ao mesmo tempo retratando mudanças significativas dentro da própria Itália.

Não me admira, por exemplo, se Paolo Taviani seja fã do Neorrealismo italiano, já que o movimento influenciou muitos cineastas na forma de se filmar e aqui o realizador presta uma pequena homenagem a esse importante período cinematográfico. Entre cenas reais e fictícias, por exemplo, há uma clara homenagem ao clássico "Roma - Cidade Aberta" (1945), de Roberto Rossellini, filme que revelaria uma Itália ainda dominada pela invasão nazista e que, posteriormente, renasceria entre os escombros e lançando obras primas como "O Ladrão de Bicicletas" (1948) de Vittorio De Sica.

A partir daí, o filme avança ao mostrar a jornada das cinzas do dramaturgo dentro de uma caixa e sendo levada ao local que ele gostaria que elas ficassem. Curiosamente, o filme ganha um teor até mesmo bem humorado, para não dizer absurdo em algumas situações, mas das quais não muito se distanciam da realidade, pois ela própria as vezes já soa bastante absurda algumas vezes. Com uma belíssima fotografia em preto e branco, o filme vai nos conquistando aos poucos, pois ficamos imaginando se as cinzas obterão o seu real destino.

Porém, Paolo Taviani surpreende ao realizar um ato final do qual o mesmo é inspirado em uma das últimas obras de Luigi Pirandello. O filme se torna colorido, ao contar a jornada de um jovem imigrante italiano em solo americano e cometendo um assassinato de uma jovem criança. Antes disso, curiosamente, a mesma criança está digladiando com outra, como se ambas estivessem brigando por território, mas terminando de uma forma trágica e inexplicável.

É um momento em que muitos terão que se sentar e debater com relação ao que aconteceu, principalmente que esse momento é carregado de simbolismo, desde um cachorro que dá atenção ao jovem, como também a peça central que serviu para o assassinato. O realizador não dá respostas fáceis, muito embora a solução seja algo pessoal, principalmente ao vermos o jovem crescer e visitar quase sempre a jovem que ela havia matado no passado.

O filme fala sobre começo, meios e fins, dos quais não envolvem somente a Itália em si, como também os movimentos cinematográficos e a visão autorais de cineastas que deram tudo de si em vida, mas cuja as suas obras se mantem intactas e vivas na mente de muitas pessoas. Com uma pequena homenagem ao clássico "Era Uma Vez na América" (1984), "Leonora, Adeus" é uma homenagem aos grandes autores, seja do universo cinematográfico, como também daqueles que queriam nos passar algo do universo literário.


Nota:  Mais informações sobre a  8 ½ Festa do Cinema Italiano 2022 clicando aqui. 

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