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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Cine Dica: Próximo Cine Debate: 'MULHER'

 

O documentário Mulher (2020) será comentado  por Camila Groch no dia 13.10.2020 das 19h  30min às 21h na Plataforma do Google Meet.  

O documentário entrevistou duas mil mulheres em cinquenta países. Um retrato de milhares de vozes que representam metade da população mundial. Um filme sobre amor, respeito e lugar no mundo. O documentário está disponível em: https://www.filmelier.com/pt/br/film/10159/mulher (escolha a plataforma que deseja assistir e faça o pagamento).

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Cine Especial: 'Buster Keaton' - humor e perfeccionismo

Os primórdios do cinema foi uma época em que não se tinha grandes recursos na elaboração de gêneros como, por exemplo, aventura ou ficção científica. Porém, o mago Georges Méliès usando recursos que ele mesmo usava em seus espetáculos, se tornou pioneiro ao elaborar histórias mirabolantes e inserindo nelas efeitos visuais até então inéditos para o cinema. Isso serviu de pontapé inicial para o surgimento de cineastas que se arriscaram na elaboração de cenas, por vezes, impossíveis de serem feitas e desses pioneiros se encontra Buster Keaton.

Embora esteja ao lado dos grandes comediantes da época como, por exemplo, Charles Chaplin e Harold Lloyd, Keaton se diferenciava pela sua obsessão pelo perfeccionismo, para que as cenas não se tornassem meramente engraçadas, como também pudessem se casar com a proposta principal da obra. A proposta, aliás, não era somente nos fazer rir, como também desafiar as nossas expectativas. O resultado foi na realização de curtas e longas metragens que, na maioria dos casos, o público não estava preparado com o que seria visto na tela e se tornado obras até mesmo a frente do seu tempo.

O que torna essas obras indispensáveis para qualquer olhar cinéfilo, é o fato de Keaton ter, em alguns casos, se arriscado na execução de determinadas cenas. Pegamos, por exemplo, o seu primeiro longa metragem intitulado "As Três Idades" (1923). Na tentativa de saltar entre dois edifícios com uma placa de madeira tornou-se uma acrobacia ainda mais curiosa depois de um desvio quase mortal de percurso. Keaton errando a distância do teto chocou-se feio contra a parede de tijolos e caiu em uma rede de proteção que não impediu o ator de se machucar e ficar em repouso por alguns dias.

Quando Keaton viu a cena, já que os operadores de câmera recebiam instruções de nunca parar de filmar, independente dos acidentes que pudessem ocorrer, Keaton decidiu deixar o problemático salto na versão final do longa e acrescentar a seqüência em que ele cai por toldos e se agarra em um cano solto para ser arremessado por uma das janelas. O resultado impressiona até mesmo nos dias de hoje e nos faz lembrar do recente caso em que Tom Cruise quebrou o pé ao pular de um prédio para o outro no recente Missão Impossível – Efeito Fallout.

Portanto, é notório que Buster Keaton se tornou, não só um perfeccionista na realização de suas cenas, como também pioneiro ao participar delas sem ajuda de um dublê nas cenas perigosas. No meu entendimento, o cineasta/intérprete queria que as cenas não provocasse somente um riso fácil, como também transmitir uma verossimilhança que nenhum outro recurso de ponta na época pudesse obter, então, o mesmo resultado. Através desse pensamento, chegamos as duas de suas maiores obras primas: "Sherlock Junior" (1924) e "A General" (1926).

No primeiro, Keaton está projetando um filme numa tela do cinema. O mesmo dorme e começa a sonhar que está se dirigindo na tela e entrando dentro dela. Aqui, Keaton usa os recursos da câmera como ninguém, ao usar imagens sobrepostas uma na outra e obtendo um resultado extraordinário. Ao vermos o próprio entrar na tela do cinema não me surpreenderia, por exemplo, se Woody Allen tivesse se inspirado em Buster Keaton na realização do seu filme A Rosa Púrpura do Cairo.

Mas sua obra prima realmente  é "A General". No filme, Keaton é apaixonado por sua locomotiva chamada General, e também por Annabelle Lee (Marion Mack). Durante a Guerra da Secessão, General e Annabelle são raptados por espiões da União e Johnnie tentará salvá-las em uma aventura através da ferrovia.

Orson Welles (Cidadão Kane) jamais escondeu o seu entusiasmo com relação A General. Em sua opinião, “é o filme de guerra mais incrível já feito”, assim como afirma que “Keaton é o melhor e mais importante diretor e ator”.  Mesmo a gente estando em pleno século 21, o filme impressiona por seqüências mirabolantes, cujos planos abertos sintetizam a grandiosidade da obra como um todo e servindo de inspiração até mesmo para George Miller realizar a sua obra prima "Mad Max: Estrada da Fúria" (2015).

Por ser uma obra a frente do seu tempo, A General foi um fracasso de público e crítica na época, já que ambos os casos queriam ir ao cinema para rir e não para assistir um filme sobre a Guerra Civil Americana. Infelizmente isso foi o começo de uma derrocada que faria com que sua reputação não tivesse o mesmo prestígio por quase 20 anos. Porém, a justiça tarda, mas não falha.

No ano de 1962, no festival na França, Keaton recebeu uma homenagem, onde as suas obras foram recuperadas e tendo suas versões restauradas. Entre o final dos anos 50, e o início dos anos 60, o público francês possuía um gosto cada vez mais apurado pelo cinema e enxergando em diversas obras um conteúdo autoral e do qual nem mesmo os americanos conseguiam enxergar. Esse mesmo público viu nas obras de Buster Keaton um cinema autoral a frente do seu tempo, onde os movimentos de câmera, a qualidade de fotografia, edição e montagem encantaram uma nova geração que não o conhecia até então.

Buster Keaton viria a falecer 1 de fevereiro de 1966 aos 71 anos. Antes disso ele viria a retornar em algumas produções para o cinema e programas de TV, onde ele estrelaria como ele mesmo, ou melhor, com seu personagem “o homem sério”. Desses retornos eu sempre me lembrarei com carinho de sua participação no clássico “Luzes da Ribalta”(1952), de Charles Chaplin, onde os dois grandes mestres do cinema contracenaram juntos em uma cena inesquecível.

Buster Keaton se foi há muito tempo, mas a sua obra continuará eterna como um todo.



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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Cine Especial: 'O Outro lado do Vento' - Um acontecimento cinematográfico atemporal.


Nos primeiros anos do cinema nem se falava no termo “cinema autoral”, já que, para a maioria dos engravatados dos estúdios, filmes são mais para entretenimento e gerar um bom lucro. Claro que, aos poucos, foram surgindo cineastas que se destacam por cenas elaboradas, perfeccionistas e ganhando até mesmo respeito daqueles produtores que se achavam os donos do jogo. Orson Welles foi um rebelde com uma causa pessoal que emergiu em meio às engrenagens do sistema hollywoodiano e do qual fez questão de criar uma visão autoral em seus filmes, mesmo a contra gosto dos donos dos estúdios.

Quando "Cidadão Kane" (1941) foi lançado, Welles tinha somente 29 anos, mas parece um veterano, ao ponto de realizar um conteúdo até mesmo imprevisível naquele momento. Além de movimentos de câmera até então inéditos naquele ano, o jovem cineasta teve a capacidade de até mesmo elaborar um início de trama que transita entre o documental e a ficção. A frente do seu tempo, o filme viria a ganhar somente um Oscar de melhor roteiro, mas não demorou em se tornar um dos melhores filmes de todos os tempos.

Porém, Welles jamais teve novamente uma liberdade na realização de suas obras, ao ponto de sempre brigar com os produtores e gerando danos irreversíveis. "A Dama de Xangai" (1947), por exemplo, foi um fracasso na época do seu lançamento, mas se tornando melhor apreciado nos anos seguintes. E se por um lado o 3º Homem (1949) ele se destacou somente pela sua bela atuação, "A Marca da Maldade" (1958) ele voltaria a ter o vislumbre do gosto de realizar uma obra prima, mesmo tendo as famigeradas desavenças com os produtores na área.

Após anos vivendo na Europa e longe da ditadura do sistema hollywoodiano, Orson Wells embarcaria no seu mais complexo projeto no início dos anos 70, intitulado "O Outro lado do Vento", mas do qual ele próprio jamais iria ver a sua obra ser lançada nos cinemas. Com um tempo de produção de um total de seis anos, o cineasta levou mais um par de anos durante a sua pós-produção e tendo obtido na montagem somente 40 minutos de projeção. Há quem diga que ele rodou mais de 100 horas de filme, mas nunca estando satisfeito com o que ele via e despertando a ira dos produtores.

Iniciou-se uma disputa legal pelos direitos do projeto, o que forçou Welles em armazenar todo o material bruto num cofre em Paris e o filme, enfim, acabou sendo esquecido. Orson Welles viria a morrer em 10 de outubro de 1985 e acreditando que For Fake – "Verdades e Mentiras" (1974) seria a sua última obra a ser lançada no cinema. Porém, a justiça tarda, mas não falha.

A toda poderosa Netflix viria a conseguir os direitos de exibição do filme em sua plataforma. Com 100 horas de material farto, os produtores obtiveram ainda os 40 minutos de montagem que o próprio Welles havia feito. No total, o filme acabou sendo lançado na plataforma com um corte final de 2h02min e, para alguns, foi o mais próximo da visão que o cineasta queria obter para o seu projeto.

Verdade seja dita: "O Outro lado do Vento" é tão complexo quanto à maneira em que ele foi desenvolvido. Se formos simplificar, o filme acompanha um dia da vida do cineasta J.J. Jake Hannaford (John Huston) e que embora tenha grande talento, ao mesmo tempo, enfrenta problemas para concluir seu último projeto, “O Outro Lado do Vento”, devido ao abandono repentino do protagonista, John Dale (Robert Random). Com o orçamento estourado e a pressão de executivos de Hollywood, Hannaford comemora seu aniversário em meio a amigos e detratores, exibindo aos presentes o que já filmou até aquele preciso momento.

Observasse aqui, então, que estamos diante de uma obra que transita entre a ficção e o real, já que o cineasta da trama é, obviamente, o alter ego de Orson Welles. Porém, o filme vai muito mais além, pois os minutos iniciais, por exemplo, remete os primeiros minutos de Cidadão Kane, onde o teor documental surpreende pela sua verossimilhança e demonstrando uma total segurança com a sua câmera. Câmeras, aliás, é o que mais se vê no decorrer do filme, já que há repórteres, jornalistas e paparazzis surgindo a todo o momento ao querer fazer um trabalho sobre o cineasta e a sua cria.

Isso faz com que a nossa atenção fique redobrada, já que são tantos acontecimentos que ficam acontecendo na tela que corremos um sério risco de nos perdemos em meio às diversas cenas. Com uma montagem frenética, o filme também transita numa fotografia em preto e branco com as cores quentes dos tempos dos anos 70. Mas o ápice dessa salada cinematográfica é que estamos realmente diante de um filme dentro de um filme e do qual sintetiza toda a calamidade que foi para a realização dessa produção.

Pegando carona com o movimento da Nova Hollywood, Orson Welles parece querer agir como um jovem cineasta daquele tempo, do qual está mais interessado em fazer uma obra experimental do que tendo a intenção de concluí-la como um todo. Isso é perceptível quando dois personagens, por exemplo, estão analisando o filme do cineasta J.J. Jake Hannaford e chegando a conclusão de que os rolos de filme parecem estar fora de ordem. É aí que alguém dispara….”isso importa?”

Depois de anos sofrendo nas mãos do sistema hollywoodiano, Orson Welles, talvez, estaria pouco interessado em apresentar uma trama linear e previsível, mas sim a moldando para se fazer uma forte crítica a própria máquina do entretenimento. Isso é perceptível na própria figura J.J. Jake Hannaford, que mais parece estar interessado em brincar contra aqueles que sempre lhe sugaram do que entregar um projeto propriamente dito. Os derradeiros minutos finais nos faz a gente se dar conta de que a trama, enfim, é o próprio Welles nos dizendo que temos a livre espontânea vontade de amar ou odiar a sua obra, pois uma vez concluída a gestação cabe o tempo julgar se toda essa encruzilhada foi realmente necessária.

"O Outro lado do Vento" é o exemplo de como Orson Welles era o típico rei fora do jogo de xadrez e nós temos mais do que agradecer.


Onde Assistir: Netflix 

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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: ' O Dilema das Redes'

Sinopse: O Dilema das Redes. Especialistas em tecnologia e profissionais da área fazem um alerta: as redes sociais podem ter um impacto devastador sobre a democracia e a humanidade. 

Devido aos inúmeros escândalos propagados pelas fake news envolvendo diversos governos ao redor do mundo era inevitável que o cinema não ficaria para trás para debater sobre isso. Se por um lado o documentário "Privacidade Hackeada" (2019) escancara os responsáveis pela armação virtual que elegeu Donald Trump para a presidência dos EUA, do outro, a ficção "Rede de Ódio" é uma síntese sobre as inúmeras nações saindo do controle unicamente por serem persuadidas pelas mentiras virtuais criadas pelo submundo do crime cibernético. "Dilema das Redes" vai ainda mais a fundo, ao entrevistar pessoas que já haviam trabalhado nas redes sociais e revelando como as mesmas interferem em nosso dia a dia.

Dirigido por Jeff Orlowski, o documentário "O Dilema das Redes" nos mostra como os magos da tecnologia possuem o controle sobre a maneira em que pensamos, agimos e vivemos. Frequentadores do Vale do Silício revelam como as plataformas de mídias sociais estão reprogramando a sociedade e sua forma de enxergar a vida. O resultado é uma "Matrix" dentro da "Matrix".

Não é muito exagero comparar esse documentário com o clássico dirigido pelas irmãs Wachowski, pois a obra escancara o fato que somos controlados por uma rede de informações a todo momento. Se por um lado as redes sociais deram um passo a frente em termos de comunicação, do outro, foram responsáveis pela disseminação de ódio que anda aumentando dia após dia nos últimos anos e desencadeando danos irreversíveis na medida em que o tempo vai passando. O grande charme da obra, por exemplo, é vermos pessoas envolvidas na criação das principais redes sociais do mundo, mas admitindo que ninguém imaginava o quanto isso teria o seu lado negativo.

Curiosamente, o documentário transita entre as entrevistas para uma ficção, onde nos é apresentado uma família que sofre com o vício dos celulares e como esse problema afeta o dia a dia de cada um deles. O grande acerto do documentário é também escancarar as principais potências do mundo terem sido afetadas pelas fake news e gerando governos que antes pareciam impossíveis de serem imaginados. O ápice da obra é vermos a lista dos principais países do mundo sendo afetados pelas redes da mentira e nem preciso dizer que o Brasil lidera esta questão com a cara de Bolsonaro saltando da tela.

Com pouco mais de uma hora e meia, "O Dilema das Redes" nos mostra os fatos, mas não nos dando uma solução fácil sobre a questão das fake news e fazendo com que a nossa visão com relação ao futuro se torne cada vez mais incerto. 


Onde Assistir: Netflix  

NOTA: O filme fez parte da última Live Cinema Para Pensar. 



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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Enola Holmes'

 Sinopse. O filme narra as aventuras da irmã mais nova de Sherlock Holmes, Enola. 

Basta você nascer para já conhecer Sherlock Holmes, talvez um dos personagens mais conhecidos da literatura e que nos últimos tempos teve novas adaptações para outras mídias como, por exemplo, "Sherlock Holmes" (2009) para o cinema ou a série "Sherlock" (2010) que colocava o personagem nos dias atuais. Porém, não faltam ideias criativas para trazer o personagem de volta diversas vezes, principalmente quando se pode dialogar com a gente com relação ao cenário político de ontem e hoje, mas de uma forma leve e que atraia todas as idades. "Enola Holmes" segue bem esse meu raciocínio, ao apresentar uma nova personagem dentro do universo do personagem detetivesco e conquistando assim novos fãs.

Baseado na obra de Nancy Springer, e dirigido por Harry Bradbeer, o filme conta a história de  Enola Holmes (Millie Bobby Brown),  uma adolescente cujo irmão, 20 anos mais velho, é o renomado detective Sherlock Holmes (Henry Cavill). Quando sua mãe (Helena Bonham Carter) desaparece, fugindo do confinamento da sociedade vitoriana e deixando dinheiro para trás para que ela faça o mesmo, a menina inicia uma investigação para descobrir o paradeiro dela. Ao mesmo tempo em que precisa ir contra os desejos de seu irmão, Mycroft (Sam Claflin), que quer mandá-la para um colégio interno só de meninas.

Para não repetir a fórmula de outras adaptações, "Enola Holmes" já começa diferente do habitual, ou seja, a protagonista começa a falar com a gente sobre a sua origem e quebrando assim a quarta parede. Esse momento, aliás, irá se repetir diversas vezes, mas não se tornando cansativo graças a boa atuação da jovem atriz Millie Bobby Brown. Pode-se dizer que ela vai cada vez mais se afastando da imagem da personagem Eleven "Stranger Things" e do qual ela havia obtido a sua consagração. Por aqui, ela não só carrega todo o filme nas costas, como também nos faz até mesmo esquecer da imagem do seu famoso irmão literário.

Neste último caso, Sherlock é colocado no segundo plano de forma proposital, já que a protagonista é Enola, mas isso não o torna menos importante e Henry Cavill cumpre com louvor o seu trabalho ao dar um pouco mais de humanidade ao personagem. Curiosamente, o filme não tem pressa ao apresentar a origem, tanto da protagonista, como os demais de sua família e que, curiosamente, cada um representa um pensamento diferente com relação ao mundo da política. Se por um lado Holmes jamais quis adentrar nesta questão, por outro lado, tanto a sua mãe como o seu irmão são dois lados da mesma moeda, sendo que esse último é uma representação de interesses em manter o conservadorismo da Inglaterra.

Curiosamente, o filme se economiza na ação e dando mais espaço para o debate político da época, como no caso, por exemplo, o papel do feminismo daqueles tempos, mas dialogando com o mesmo assunto sobre os dias atuais em que vivemos. Por conta disso, é fácil as jovens de hoje se identificarem com Enola, principalmente por ela ser uma personagem em busca de sua independência em uma época em que as mulheres ainda sofriam com o conservadorismo e preconceito vindo dos homens. Mas para aqueles que acham que esse debate torna o filme monótono se enganam, pois a obra possui uma edição bastante ágil, onde o passado e presente se entrecruzam a todo momento, além de uma fotografia e edição de arte caprichada e que enche os nossos olhos.

Embora seja uma trama que possua começo, meio e fim, é notório que há em seu ato final alguns elementos que nos dá uma ligeira sensação que não será a última vez que veremos Enola Holmes. Obviamente a Netflix deseja fazer uma franquia de sucesso em sua grade, mas para obter isso, basta manter o que funcionou nesta primeira aventura e que pode sim muito a nos oferecer a longo prazo. "Enola Holmes" é uma grata surpresa para quem achava que as ideias vindas do universo literário de Sherlock Holmes haviam se esgotado e provando que sempre pode se conquistar um novo público. 

Onde Assistir: Netflix. 

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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Cine Curiosidade: “Jovens Bruxas – Nova Irmandade” ganha trailer legendado

 Filme estreia no Brasil no dia 05 de novembro nos cinemas.


A Sony Pictures divulga o trailer legendado de “Jovens Bruxas – Nova Irmandade”. A nova versão do clássico de 1996 estreia no dia 05 de novembro nos cinemas. 

A produção é da Blumhouse, responsável por sucessos como “O Homem Invisível” e “Fragmentado”, e da RedWagon. É estrelado por Cailee Spaeny, Gideon Adlon, Lovie Simone, Zoey Luna, Nicholas Galitzine e por Michelle Monaghan e David Duchovny. A direção e roteiro são de Zoe Lister-Jones. 

 O lançamento é mais uma opção da distribuidora em oferecer um produto inédito neste momento de retomada dos cinemas. Recentemente, a Sony Pictures também ofereceu ao mercado o terror “A Ilha da Fantasia”, que ainda estava inédito no Brasil.  

Sinopse: Na nova versão da Blumhouse para o clássico cult Jovens Bruxas, um eclético quarteto de adolescentes aspirantes à bruxas recebem mais do que jamais esperavam ao se aprofundar no uso de seus recém descobertos poderes.


 Fonte: Primeiro Plano.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: #Alive

Sinopse: Um jovem gamer precisa lutar por sua vida diante de um apocalipse zumbi, se encontrando cercado em seu apartamento. 

O gênero de horror zumbi gerou grandes sucessos de público e de crítica nestes últimos vinte anos, ao mesclar altas doses de críticas sociais com momentos de pura tensão com filmes de sucessos como, por exemplo, “Madrugada dos Mortos” (2004), “Todo Mundo Quase Morto” (2004), “REC” (2007) e tantos outros. O problema é que a ficção atravessou a nossa própria realidade, onde atualmente convivemos com o Coronavírus e fazendo com que a figura do monstro zumbi se torne cansada perante aos nossos olhos em frangalhos. Porém, "#Alive" vem justamente para dar novo fôlego ao gênero, ao conseguir resgatar os mesmos ingredientes sucesso, mas falando dos nossos tempos de medo e isolamento em que vivemos.

Dirigido por  Hyung-cho Il, a "#Alive" conta a história de um jovem gamer (Ah-In Yoo) que precisa lutar por sua vida diante de um apocalipse zumbi, se encontrando cercado em seu apartamento. Mas a situação complica ainda mais quando a energia é cortada. Assim, ele não pode mais acessar parentes e amigos online, jogar seu game ou se conectar com o mundo exterior.

O que torna "#Alive" indispensável dentro do gênero é conseguir dialogar atualmente com um público que vive com medo de sair de casa, se isolando ao máximo com o que tem e usando os recursos tecnológicos que tem disponível. É aí que se encontra o grande acerto do filme, ao retratar o personagem como alguém próximo de nós, consumido pela tecnologia via internet, mas tendo que se adaptar aos novos tempos e até mesmo usando velhos recursos de comunicação. O filme, portanto, não foge da regra em fazer uma crítica a nossa própria realidade, onde todos os recursos do mundo se tornam banais quando tudo foge do controle e fazendo com que o protagonista se reinvente para que possa sobreviver mais adiante.

Em determinados momentos, por exemplo, o filme começa a se tornar cada vez mais claustrofóbico, principalmente pelo fato de boa parte da trama se passar no mesmo cenário. O filme ganha até mesmo certo alívio quando entra a segunda personagens em cena chamada Kim Yu-bin (Shin-Hye Park), uma sobrevivente que vive no outro apartamento. Com aparição da nova personagem, o filme ganha contornos mais dramáticos e se enveredando para momentos de pura tensão quando pequenos barulhos já se tornam os suficientes para atrair um mar de zumbis nos corredores dos apartamentos.

É claro que haverá alguns que irão acusar o filme de não possuir um final mais corajoso, ou até mesmo mais verossímil dentro da trama. Porém, a mensagem final é a que fica, que é sobreviver haja o que houver, mesmo quando a maré está contra você. Em tempos em que vivemos com medo e temendo pelo futuro, nunca é demais aproveitarmos uma mensagem mais esperançosa,  mesmo dentro dentro de um gênero de horror sangrento.

Portanto, "#Alive" dá um novo passo ao gênero zumbi, ao nos apresentar uma ficção que não foge muito do nosso novo normal.   

Onde Assistir: Netflix 

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