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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 9 de março de 2020

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'O Jovem Ahmed’ - Garotos Perdidos

Sinopse: Ahmed é um jovem muçulmano de 13 anos que vive na Bélgica. Seguindo as palavras de um imã local, e inspirado nos passos do primo extremista, ele começa a rejeitar a autoridade da mãe e da professora.  

Adolescência é um período em que o jovem vive na corda bamba e sendo que qualquer passo em falso pode cair em um abismo sem volta. A situação é ainda mais agravante quando um jovem enxerga na política, ou religião, lideres extremamente radicais e se criando uma verdadeira lavagem cerebral da noite para o dia. "O Jovem Ahmed" toca em um assunto espinhoso sobre o radicalismo de uma determinada religião e de como ela é capaz de dobrar jovens perdidos com promessas que quase nunca se cumpriram.
Dirigido por Luc Dardenne e Jean-Pierre Dardenne, o filme conta a história de Ahmed (Idir Ben Addi), um menino muçulmano de 13 anos de idade que vive na Bélgica. Seguindo as palavras de um imã local, e inspirado nos passos do primo extremista, ele começa a rejeitar a autoridade da mãe e da professora. Quando se convence de que a professora é uma pecadora por ministrar um curso de árabe sem utilizar o Corão, Ahmed decide matá-la para impressionar os líderes religiosos e agradar a Alá. Depois do ato, o adolescente precisa lidar com as consequências.
Com a câmera na mão, os dois cineastas registram cada passo do jovem protagonista, pois o próprio parece uma bomba relógio contida, mas que a qualquer momento pode explodir de acordo com o que acredita. O filme transita em momentos dramáticos e até mesmo de tensão realista, pois estamos diante de um jovem confuso, mas que acredita fortemente em uma religião da qual acha que o fez colocar novamente nos trilhos da vida. Não demora muito para que os seus atos se tornem em consequências quase irreversíveis e cabendo a união de outros para que ele realmente desperte. Vale destacar que o filme não procura taxar negativamente a religião apresentada na trama, mas sim nos dizer que nas mãos de homens inconsequentes ela pode acabar sendo mal interpretada. O resultado disso é uma lavagem cerebral entre jovens como Ahmed, que procura se tornar um adulto rapidamente, mas que acaba seguindo cegamente ensinamentos vindos da mente de fanáticos. Isso culmina até mesmo na violência contra a mulher, sendo elas se tornarem os principais alvos de pessoas que acreditam que o homem é o centro do universo aos olhos de Deus.Aliás, a violência contra mulher é a principal válvula de escape que ocorre na trama e gerando desdobramento dos quais nos faz a gente se perguntar o que irá acontecer em seguida. Tudo, logicamente, acontece em volta do jovem protagonista e o ator Idir Ben Addi dá um show de interpretação e cuja a sua presença é de uma pessoa contida, mas que não escondendo uma entidade prestes a sair para o lado de fora. Logicamente do lado de cá da tela nós ficamos torcendo para ele obter a sua redenção, mas isso acontecerá graças ajuda de outros em sua volta, mesmo quando ele ainda se mantem cego pelo que acredita.
O ato final reserva momentos de tensão, cujo os atos e consequências vistos na tela não se encontram somente na ficção, mas também no nosso mundo real. Com o final em aberto, os realizadores propõem que nós façamos um debate com relação ao que nós testemunhamos, mesmo quando a causa parece perdida perante ao extremismo. "O Jovem Ahmed" é sobre uma geração perdida em busca de socorro e sendo seduzidas facilmente pelo retrocesso religioso. 

NOTA: Filme exibido para os associados do Clube de Cinema de Porto Alegre neste último sábado (07/03/2020)

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Cine Dica: Kirk Douglas na Sala Redenção


A Sala Redenção – Cinema Universitário recebe em março uma programação plural, trazendo à grande tela produções que retratam diversas temáticas e uma – justa – homenagem a um dos maiores atores que o cinema estadunidense já produziu: Kirk Douglas, falecido no mês passado aos 103 anos. O longa escolhido para relembrar a trajetória marcante do pai de Michael Douglas é o clássico Spartacus, de 1960.
Os parceiros escolhidos para março alimentam a miscigenação cultural característica do cinema da UFRGS. A mostra Diretoras Alemãs em Foco, realizada com o Goethe-Institut de Porto Alegre, abre a temporada 2020 da Sala Redenção. Ao longo do mês, o Sesc-RS também será outro parceiro envolvido nas projeções com a mostra Brasil Profundo e sessão especial da Unapi – Universidade Aberta para Pessoas Idosas. O Clube de Cinema de Porto Alegre, a Recam (Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul), Cinemas em Rede, Cineclube de Filosofia e o Grupo de Pesquisa Identidade e Território são outros convidados.

Confira a programação completa do mês de março no site oficial clicando aqui. 

domingo, 8 de março de 2020

Cine Dica: Em Cartaz: 'Dois Irmãos' - Uma Jornada Fantástica

Sinopse: Ambientado em um subúrbio de um mundo de fantasia, o filme da Disney-Pixar, apresenta dois irmãos elfos adolescentes que embarcam em uma missão extraordinária para descobrir se ainda há um pouco de mágica por aí.

Até hoje a Pixar acerta em seus filmes ao saber dialogar com os grandes e pequenos que vão ao cinema curtir uma boa aventura, mas se sendo surpreendidos por uma história profunda nas entrelinhas. Foi assim desde "Toy Story" (1995) e até mais recentemente "Viva: A Vida é Uma Festa" (2017), sendo que esse último toca até mesmo em assuntos delicados com relação a morte. "Dois Irmãos - Uma Aventura Fantástica" segue as mesmas fórmulas de sucesso que fizeram do estúdio ser referencia de filmes de grande qualidade e entreterimento.
Dirigido por  Dan Scanlon, a trama se passa em um local onde vivem seres fantásticos, mas cujo os tempos da magia ficaram no passado e dando lugar ao progresso vindo da tecnologia facil. É então que dois irmãos elfos adolescentes embarcam em uma extraordinária jornada para tentar redescobrir a magia do mundo ao seu redor e assim conseguir uma forma de voltar a verem o seu pai falecido. Porém, vários obstáculos eles terão que enfrentar nessa jornada inesperada.
Visualmente o filme possui inumeros igredientes que farão qualquer nerd que curte uma boa aventura magica se apaixonar de forma imediata. Para começar, o filme possui várias referencias da cultura pop, que vai desde ao "Senhor dos Anéis", como também "Harry Potter" e até mesmo para aqueles que cresceram jogando RBG. As referencias são inumeras e basta cata-las ao longo da projeção para nos darmos conta de como elas são infinitas.
Ao mesmo tempo, é um filme que nos identificamos facilmente através de seus personagens, pois embora eles sejam de um universo mágico, eles foram moldados para terem costumes humanos semelhantes ao nosso. Ao mesmo tempo, essa sociedade de seres extráordinários vivem em uma momento de crise existencial, onde a magia de tempos mais dourados deram lugar a tecnologia e sendo movidas pelas engrenagens do capitalismo. Ponto para os realizadores que souberam trazer esse assunto mais atual do que nunca vindo do lado de cá da tela.
Mas, como eu disse acima, o filme é moldado por seres fantásticos, porém, humanos e que devem lidar com as dores que vão desde a perda de entes queridos como também amadurecer perante os obstáculos que surgem no decorrer do tempo. Os irmãso elfos protagonistas aprendem da melhor e pior maneira possivel e nos rendendo momentos singelos de puro humor e emoção na medida certa. E, assim como o recente "Toy Story 4", o filme possui um final corajoso, que vai contra as nossas expectativas e comprovando a corajem e a fidelidade do estúdio em nos apresentar sempre uma boa e humana história.
"Dois Irmãos - Uma Jornada Fantástica" é sobre laços de familiares e moldados com o melhor do universo da cultura pop que se vê por aí atualmente  


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sexta-feira, 6 de março de 2020

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (06/03/2020)

Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica

Sinopse: Ambientado em um subúrbio de um mundo de fantasia, o filme da Disney-Pixar, apresenta dois irmãos elfos adolescentes que embarcam em uma missão extraordinária para descobrir se ainda há um pouco de mágica por aí.

100 quilos de estrelas

Sinopse: Uma questão física a angústia, ela pesa 100 kgs e com ódio de seu próprio corpo decide parar de comer. Essa atitude extrema desencadeia uma série de complicações de saúde e a fazem ficar internada em uma clínica, onde acaba conhecendo outras três garotas de sua idade, com problemas igualmente graves.

Gata Cinderela

Sinopse: Cenerentola tenta escapar dos planos malignos de sua madrasta e irmãs adotivas enquanto vive a bordo do Megaride, um navio ancorado no porto de Nápoles.

Campo

sinopse: CAMPO reflecte sobre a natureza das coisas, físicas e humanas, transcendentes e mundanas, que aqui se confundem e completam.

Fim de Festa 

Sinopse: Quatro jovens estão hospedados numa casa em Recife. O carnaval passou e a quarta-feira de cinzas traz uma surpresa: uma jovem turista francesa é encontrada morta. 

Fotografação 

Sinopse: A partir do uso cada vez maior das câmeras através de sua popularização nos telefones celulares, o diretor Lauro Escorel discorre sobre a história da fotografia no Brasil, apresentando e esmiuçando seus principais expoentes desde 1840, ano em que a primeira máquina fotográfica chegou ao país.

Jexi: Um Celular Sem Filtro

Sinopse: Phil é um rapaz que não tem amigos e sua vida amorosa é inexistente. Ele se depara com os serviços de inteligência artificial de Jexi quando é forçado a atualizar seu telefone. 

 O melhor está por vir

Sinopse: Após um enorme mal-entendido, dois amigos de infância se convencem de que o outro tem apenas alguns meses de vida. 

Seberg Contra Todos

Sinopse: Jean Seberg (Stewart) é já uma conhecida atriz e apoiante do movimento pelos direitos civis, quando se envolve por Hakim Jamal (Mackie), um carismático ativista do movimento Black Power, e o seu relacionamento rapidamente passa de político para romântico. 

Vou Nadar Até Você

Sinopse: Ophelia (Bruna Marquezine) é uma jovem de 20 anos que vive com a mãe (Ondina Clais) e cresceu sem pai. Ela desconfia que ele seja Tedesco (Peter Ketnath), um artista plástico alemão que acaba de retornar ao Brasil. 


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quinta-feira, 5 de março de 2020

Cine Dica: Mostra 1980

Mostra “1980” apresenta na Cinemateca Capitólio 22 longas que celebram 40 anos em 2020.
Touro Indomável 

A partir de 10 de março, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra 1980. Repleta de clássicos, exibições especiais e sessões comentadas, a programação apresenta 22 longas-metragens que completam 40 anos de lançamento em 2020. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos. As sessões com entrada gratuita estão sinalizadas na grade de programação.
A mostra apresenta conjunto de 12 filmes lançados nos Estados Unidos em um momento de turbulência da Nova Hollywood. A geração jovem que tomou de assalto a cinematografia do país durante os anos 1970 conhecia naquele ano alguns fracassos monumentais de produções ambiciosas. Com o tempo, as obras malditas foram reavaliadas e tornaram-se clássicos do cinema. Fazem parte da programação filmes de Martin Scorsese, Brian De Palma, Robert Altman, Dennis Hopper, Michael Cimino, Paul Schrader, Samuel Fuller, Woody Allen, Clint Eastwood e John Carpenter. Os dois filmes de maior bilheteria dos Estados Unidos em 1980 – Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!, do trio Jim Abrahams, David Zucker, Jerry Zucker, e O Império Contra-Ataca, de Irvin Kershner – também destacam-se na programação hollywoodiana da mostra.
A sessão de abertura, no dia 10 de março, às 20h, apresenta a produção soviética Conhecendo o Grande e Vasto Mundo, realizada pela cultuada Kira Muratova, em sessão comentada por Marcela Bordin e Juliana Costa, integrantes do Cineclube Academia das Musas. O cineclube que estuda filmes realizados por mulheres em Porto Alegre apresenta outra sessão especial comentada dentro da mostra: Simone Barbès ou a Virtude, da francesa Marie-Claude Treilhou.
Dois clássicos brasileiros restaurados ganham exibições únicas imperdíveis: Pixote – A Lei do Mais Fraco, de Hector Babenco e o canto dos cisnes de Glauber Rocha, A Idade da Terra.
Em diálogo com a obra-prima de Glauber, a mostra exibe os dois filmes que desbancaram o brasileiro no Festival de Veneza de 1980: Glória, de John Cassavetes, e Atlantic City, de Louis Malle. A insatisfação com o resultado motivou um histórico protesto de Glauber durante o festival. A exibição do filme de Malle é uma parceria com a Cinemateca da Embaixada da França e o Institut Français.
O Projeto Raros exibe Não Brinque com Fogo, um retrato da juventude inconsequente de Hong Kong, dirigido pelo genial Tsui Hark. A sessão conta com apresentação e comentários gravados em vídeo exclusivamente para a programação do crítico Filipe Furtado, curador da mostra Cidade em Chamas: O Cinema de Hong Kong. A mostra 1980 apresenta outro cultuado conto cruel da juventude dos anos 1980, o drama holandês Sem Controle, de Paul Verhoeven.
As sessões especiais não param por aí: um dos longas-metragens mais importantes da história do Níger, O Exilado, de Oumarou Ganda, tem sessão gratuita comentada pelo crítico e pesquisador Pedro Henrique Gomes. E no fim de semana de encerramento da mostra, uma sessão da meia-noite com a obra-prima O Iluminado, de Stanley Kubrick.

Programação completa com as sinopses de todos os filmes em: 

GRADE DE HORÁRIOS

10 de março (terça-feira)
20h – Sessão de abertura: Conhecendo o Grande e Vasto Mundo + debate com Cineclube Academia das Musas (entrada gratuita)

11 de março (quarta-feira)
20h – Sem Controle

12 de março (quinta-feira)
18h – Popeye
20h – Anos de Rebeldia

13 de março (sexta-feira)
18h – A Bruma Assassina
20h – Projeto Raros: Não Brinque com Fogo (entrada gratuita)

14 de março (sábado)
18h – Vestida Para Matar
20h – Touro Indomável

15 de março (domingo)
18h – O Portal do Paraíso

17 de março (terça-feira)
18h – Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!
20h – Bronco Billy

18 de março (quarta-feira)
18h – Gigolô Americano
20h – Agonia e Glória

19 de março (quinta-feira)
16h15 – Memórias
18h – Anos de Rebeldia
19h40 – O Exilado + debate (entrada gratuita)

20 de março (sexta-feira)
16h15 – Sem Controle
18h30 – Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!
20h – Projeto Raros Especial: Simone Barbès ou a Virtude (entrada gratuita)

21 de março (sábado)
17h – Guerra nas Estrelas: O Império Contra-Ataca
19h30 – A Idade da Terra

22 de março (domingo)
16h15 – A Bruma Assassina
18h – Atlantic City
20h – Pixote, a Lei do Mais Fraco

24 de março (terça-feira)
16h15 – Memórias
18h – Glória

25 de março (quarta-feira)
16h15 – Atlantic City
18h – Guerra nas Estrelas: O Império Contra-Ataca

26 de março (quinta-feira)
14h – Agonia e Glória

27 de março (sexta-feira)
14h – Vestida Para Matar

28 de março (sábado)
14h – Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu!
16h – Memórias
23h59 – O Iluminado

29 de março (domingo)
14h – Gigolô Americano

31 de março (terça-feira)
14h – Touro Indomável
20h – Popeye

1º de abril (quarta-feira)
14h – Bronco Billy
20h – Glória

Cine Dica: Em Cartaz: 'O Homem Invisível’ - Ficção influenciada pelo horror do mundo real.

Sinopse: Depois de forjar o próprio suicídio, um cientista enlouquecido usa seu poder para se tornar invisível e aterrorizar sua ex-namorada. Quando a polícia se recusa a acreditar em sua história, ela decide resolver o assunto por conta própria. 

Independente de qual gênero cabe os filmes atuais corresponderem sobre que acontece com a realidade e fazendo assim com que o público rapidamente se identifique. Em tempos atuais em que as mulheres clamam pelos seus direitos e indo contra os abusos de homens monstruosos, cabe os filmes darem a sua resposta e nos brindando com protagonistas fortes e que falem por elas. "O Homem Invisível" não é somente uma boa refilmagem do clássico, como também fala dos monstros reais que podem estar muito próximos de nós.
Dirigido por Leigh Whannell, do filme "Sobrenatural - A Origem" (2015), e baseado na obra de  britânico H.G. Wells, o filme conta a história de Cecilia, interpretada pela ótima atriz Elisabeth Moss da série "Contos da Aia", que após ser várias vezes abusada pelo seu namorado, um multimilionário e cientista, ela decide fugir dele e construir uma nova vida. Após isso, o ex namorado comete suicídio, mas Cecilia começa desconfiar de que algo ou alguém a está observando ela o tempo todo. Não demora muito para que isso se torne um verdadeiro inferno.
Sendo um projeto que anteriormente serviria para fazer parte do universo de monstros da Universal, que acabou não dando certo diga-se de passagem, o filme flui de maneira sublime graças ao fato de não ter o peso da responsabilidade de fazer parte de um universo compartilhado, mas sim por  ter luz própria e uma preocupação de seus realizadores em se criar uma boa história. O ponto do alto da obra já começa em seu primeiro ato, onde há toda uma construção de um cenário tenso e que irá predominar do começo até o seu fim como um todo. Os minutos iniciais, aliás, já nos dizem tudo e isso graças ao cineasta que segue a protagonista em meio a um cenário luxuoso, porém, do qual ela quer se ver longe o quanto é tempo.
Fora desse cenário, vemos uma Cecilia querendo reconstruir a sua vida, mas que vive traumatizada devido a um passado cheio de abusos físicos e psicológicos. A sensação de medo é tanta que ficamos nos perguntando se há realmente um homem invisível dentro da trama ou se tudo não passa de ilusões de uma mente já fragilizada. Ponto para os realizadores pela alta dose de verossimilhança nesta questão, pois nem é preciso de o homem abusivo ter a capacidade de ser invisível, pois graças as suas atitudes já lhe tornaram um monstro há muito tempo.
Porém, estamos falando de um filme baseado em um grande clássico e assim que começa as manifestações imprevisíveis na frente da Cecilia é então que o filme toma novos rumos. Curiosamente, os realizadores não ficam presos a soluções fáceis em termos de efeitos visuais, pois tudo gira em torno na poderosa interpretação de Elisabeth Moss e fazendo com que ela se torne a peça fundamental para o sucesso do filme. Porém, tecnicamente, a obra também se sobressai graças a câmera em movimento de Leigh Whannell, assim como também a poderosa trilha sonora de Benjamin Wallfisch e da qual se casa com perfeição com cada cena sufocante do filme.
Do segundo ao seu terceiro ato, o filme se torna uma verdadeira cebola com diversas camadas a serem descascadas e revelando situações que nos surpreendem a cada cena. O ato final, aliás, transita do previsível para uma solução radical, porém, necessária não somente para a protagonista, como também uma resposta para todas as mulheres do mundo real que sofrem nas mãos de psicopatas. Em tempos de intolerância e radicalismo, onde o pior do homem está saindo atualmente do armário, cabem as mulheres também serem radicais e usarem o melhor método para se proteger.
"O Homem Invisível" fala sobre um assunto universal, onde as mulheres não devem recuar, mas sim enfrentar o monstro abusivo que deseja sempre as tratar como propriedades e não com humanidade. 


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quarta-feira, 4 de março de 2020

Cine Dica: MEIO IRMÃO, que estreia no CineBancários, dia 05 de março na sessão das19h


Depois de percorrer e vencer festivais entre os quais a 42a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o longa-metragem “Meio Irmão” da diretora Eliane Coster, estreia dia 5 de março , na sessão das 19h no CineBancários.O drama constrói um retrato da classe média baixa na capital paulista ao mostrar o enfrentamento da falta de dinheiro, de liberdade, de respeito e de espaços, como acontece nas periferias de toda grande cidade.
Em “Meio Irmão” conhecemos Sandra, que tem dezesseis anos. Sua mãe está desaparecida há dias. Desorientada e sem dinheiro, ela se vê obrigada a procurar seu meio irmão Jorge, com quem tem pouco contato. Porém, no momento em que Sandra o procura, ele está diante de uma situação difícil: Jorge gravou com seu celular, uma agressão homofóbica a um casal de namorados, acreditando não ter sido visto. No entanto, dias depois ele passa a sofrer ameaças para não divulgar as imagens. Nesta jornada Sandra e Jorge enfrentam seus terrores e resgatam um afeto que havia se perdido.
Segundo a diretora, o filme surgiu de uma indagação sobre a mudança de comportamento dos jovens da última década. "Diferente das gerações anteriores que conquistaram e viveram ao menos a esperança de um mundo produtivo e mais justo, o que se percebe agora é que para esta juventude que cresce nas cidades gigantescas dos países em desenvolvimento, o papel de peça na engrenagem do consumo e na mídia, tornou-se evidente e cada vez mais difícil de escapar”, explica.
No longa-metragem as ações dos personagens reverberam esta situação e os sentimentos que ela suscita: medo, angústia e vulnerabilidade, mas também compaixão, desejo e lucidez, complementa Eliane Coster.

Prêmios
“Meio Irmão” foi exibido na 42a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e eleito pelo público o Melhor Filme Brasileiro de Ficção. “A premiação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é importantíssima, pois apoia e fortalece um cinema plural. E o enorme público que a Mostra atrai é um termômetro da necessidade que temos de mais filmes com diferentes visões da nossa sociedade”, analisa a diretora.
“Meio Irmão” também levou o Prêmio da ABRACCINE - “Melhor Filme Brasileiro de Diretor Estreante”. O longa venceu ainda dois prêmios e recebeu a Menção Honrosa no 6o Festival de Cinema de Caruaru em 2019. Diego Avelino foi consagrado como Melhor Ator, Cleisson Vidal foi reconhecido pela Melhor Fotografia e Natália Molina recebeu a Menção Honrosa como “Atriz Revelação”.
Já no X Festival Internacional de Cinema da Fronteira ano passado, Natália Molina venceu como “Melhor Atriz”. “Meio Irmão” é uma produção da Oka Comunicações, Periscópio Filmes e Roberto Eiti Produções com a distribuição da O2 Play.

“Meio Irmão” - direção Eliane Coster,
Brasil I Drama I 2018 I 98 minutos
Classificação 16 anos
Ficha Técnica
Direção Eliane Coster
Roteiro Eliane Coster
Produtor Rogério Zagallo
Montagem Fernando Coster
Fotografia Cleisson Vidal
Direção de Arte Roberto Eiti Hukai
Música Satelite Audio
Elenco Natália Molina, Diego Avelino, Francisco Gomes, Dico Oliveira, Eduarda Andrade, André Andrade. Produção Oka Comunicações, Periscópio Filmes e Roberto Eiti Produções
Distribuição O2 Play

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205