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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Cine Dica: Ponto Zero em Sessão Especial

RAFIKI E FOURTEEN ENTRAM EM CARTAZ ÚLTIMOS DIAS DA MOSTRA 4x CLOUZOT  ESSÃO ACESSÍVEL DE PONTO ZERO
Ponto Zero

Na quinta-feira, 8 de agosto, entram em cartaz na Cinemateca Capitólio Petrobras os longas-metragens Rafiki, de Wanuri Kahiu, e Fourteen, de Dan Sallitt. O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
A mostra 4x Clouzot segue em exibição até o dia 14 de agosto. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
No sábado, 10 de agosto, às 14h, acontece uma sessão acessível gratuita de Ponto Zero, longa-metragem de José Pedro Goulart. A exibição faz do projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS, com patrocínio master da PETROBRAS.

FILMES

FOURTEEN

94 min., 2019, EUA, DCP
Direção: Dan Sallitt
Distribuição: Zeta Filmes
Mara (Tallie Medel) e Jo (Norma Kuhling) são as melhores amigas desde o ensino médio, quando tinham 14 anos. Jo é a mais extrovertida, é assistente social, vive uma série de relacionamentos breves, sempre intensos. Mara tem uma personalidade mais reservada, é professora assistente, tenta uma vaga no ensino fundamental, e escreve ficção em seu tempo livre. Sua vida romântica é dos pequenos casos, até conhecer Adam. Jo apresenta uma certa instabilidade emocional cada vez mais preocupante que afeta seu trabalho e sua vida pessoal. Ao longo de mais de uma década, Mara às vezes tenta ajudar, às vezes recua para se preservar, mas nunca deixa para trás sua poderosa conexão afetiva com Jo.

RAFIKI

Quênia/África do Sul/França, 2018, 82 minutos, DCP
Direção: Wanuri Kahiu
Distribuição: Olhar
Rafiki (que significa “amigos”) é uma história de amor entre duas jovens mulheres em um país que ainda criminaliza a homossexualidade. Kena e Ziki há muito tempo ouvem dizer que “boas meninas quenianas se tornam boas esposas quenianas” – mas elas anseiam por algo mais. Apesar da rivalidade política entre suas famílias, as meninas encorajam uma a outra a perseguir seus sonhos em uma sociedade conservadora. Quando o amor floresce entre elas, Kena e Ziki devem escolher entre felicidade e segurança.

PONTO ZERO
Brasil, 2015, 96 minutos, HD
Direção: José Pedro Goulart
Ao tentar escapar de uma claustrofóbica teia familiar, Ênio, um menino de 14 anos, desafia uma noite tempestuosa que o levará a um choque brutal com o destino.

GRADE DE HORÁRIOS
8 a 14 de julho de 2019

8 de agosto (quinta-feira)
18h30 – Fourteen
20h15 – Rafiki

9 de agosto (sexta-feira)
14h – O Mistério de Picasso
15h30 – O Escândalo Clouzot
17h – Rafiki
18h30 – Fourteen
20h – Projeto Raros: O Par Perfeito, de Rose Troche

10 de agosto (sábado)
14h – Sessão Acessível: Ponto Zero
16h – As Diabólicas
18h30 – Fourteen
20h15 – Rafiki

11 de agosto (domingo)
14h – O Assassino Mora no 21
16h – O Salário do Medo
18h30 – Fourteen
20h15 – Rafiki

13 de agosto (terça-feira)
14h – As Diabólicas  
16h – O Mistério de Picasso
18h30 – Fourteen
20h15 – Rafiki

14 de agosto (quarta-feira)
14h – O Salário do Medo
16h30 – Fourteen
18h – Rafiki
19h30 – Xico Stockinger

A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Voando Alto' - Uma Pequena Lição para os Pequenos

Sinopse: Uma pequena andorinha tenta conviver em harmonia com os demais pássaros. Porém, ele descobre que é adotado e que sua família não são andorinhas, mas sim gaivotas.  

Fazia tempo que eu não ia assistir a um longa de desenho animado que não fazia parte do seleto Disney/Pixar. O caso que ambos os estúdios tem proporcionado lições que encantam, tanto os pequenos, como os adultos que conseguem se identificar com os personagens e em meio as suas adversidades. Embora não pertença a esses grandes estúdios, "Voando Alto" até que se sai bem ao passar a sua lição de moral, mesmo quando a gente tenha uma sensação de Déjà vu.  
Dirigido por Andrea Block e Christian Haas, o filme conta a história sobre o pequeno Manou, onde passou a sua vida inteira acreditando que era uma gaivota, quando na verdade ele é era um filhote de um casal de andorinhas. Enquanto tenta aprender a voar, ele percebe que nunca será capaz de alçar grandes voos e foge do seu lar. Mas quando os animais correm perigo de vida devido a uma nova ameaça, só ele será capaz de tomar uma providência.  
Não há nada de novo dentro da trama, já que ela em si fala sobre superação perante os obstáculos e na luta em ser aceito perante ao próximo. filmes como, por exemplo, "Mogli, o Menino Lobo" (2016), seriam uma espécie parábola com relação aqueles que se acham diferentes meio a sociedade, mas que lutam pela igualdade e por um lugar ao sol. Qualquer semelhança com a nossa realidade não é mera coincidência, mas sim bem intencional. 
Em contrapartida, em tempos conservadores vindos da ultradireita, é preciso que histórias como essa sejam cada vez mais vistas pelos pequenos, pois assim eles aprendem logo cedo o dever de respeitar o próximo, mesmo quando esse último é diferente perante aos seus olhos. Manou, por exemplo, aprende logo cedo o dever da responsabilidade, assim como sentir na pele em ser diferente. Pode até ser uma lição já batida, mas ela sempre será muito bem-vinda.  
Só acho uma pena que em termos técnicos o filme esteja anos luz da qualidade vinda de outros grandes estúdios. Embora a premissa de "Voando Alto" lembre até mesmo o curta animado "Piper" (2016), esse último está anos luz a frente em termos visuais e realísticos para uma animação. Nesse último caso, o filme Andrea Block e Christian Haas, ao menos, surpreende um pouco em seu ato final tecnicamente falando, principalmente em uma sequência sobre superação e ajuda ao próximo.  
Embora longe do esperado, "Voando Alto" é um longa animado que irá divertir os pequenos e que irão aprender a lição de respeitar o próximo logo cedo. 


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Cine Dica: COLETIVO CINESAPA APRESENTA FILME NO PROJETO RAROS

Par Perfeito. 

Na sexta-feira, 9 de agosto, às 20h, uma edição especial do Projeto Raros em parceria com o coletivo CINESAPA apresenta O Par Perfeito (Go Fish, 1994, 87 minutos), de Rose Troche. A sessão será apresentada por integrantes do coletivo de mulheres lésbicas que pesquisa e propõe programações relacionadas ao cinema e à lesbianidade. Exibição digital com legendas em português. Entrada franca.    

O Par Perfeito
(Go Fish)
Estados Unidos, 1994, 87 minutos
Direção: Rose Troche
Exibição digital com legendas em português
Sinopse: Comédia romântica independente inspirada nos filmes undergrounds dos anos 1960. Max é uma jovem lésbica descolada com dificuldades para encontrar um amor. Uma amiga a apresenta a Ely, que é o oposto de Max: mais velha, caseira e deselegante. Em meio à vida cotidiana e em seu grupo de amigas, uma atração surge entre Max e Ely. A sessão será apresentada pelo coletivo CINESAPA.

CINESAPA
Coletivo de mulheres lésbicas que pesquisa e propõe programações relacionadas a cinema e lesbianidade.  Criado no final de 2018, o coletivo nasceu da insatisfação com a falta de representatividade em produções audiovisuais e tem como objetivo promover a visibilidade e produção de obras que contemplem de forma plural a subjetividade das mulheres lésbicas, as suas relações e as lutas do cotidiano. Para o segundo semestre de 2019, serão promovidos diversos eventos focados nessa temática, como a 1ª Mostra CINESAPA, que acontecerá entre 22 e 25 de Agosto na Cinemateca Capitólio Petrobras, em Porto Alegre.
A primeira programação promovida pelo coletivo, em parceria com o Projeto Raros, é a exibição de Go Fish (O Par Perfeito), um filme estadunidense realizado e focado em lésbicas. É o primeiro filme da diretora Rose Troche e teve sua estreia no Festival Internacional de Cinema de Berlim, onde levou o Teddy Award de melhor filme. A obra vai além do romance, contando uma história de amizade e companheirismo que aborda alguns conflitos dentro da comunidade lésbica. Após a exibição na Cinemateca Capitólio Petrobras, a programação continua no Glória Bar com a exibição, às 22h, do curta-metragem The 10 Rules: A Lesbian Survival Guide, seguida de uma roda de conversa sobre os dois filmes.

GRADE DE HORÁRIOS
9 a 14 de agosto de 2019

9 de agosto (sexta-feira)
14h – O Mistério de Picasso
15h30 – O Escândalo Clouzot
17h – Rafiki
18h30 – Fourteen
20h – Projeto Raros: O Par Perfeito, de Rose Troche

10 de agosto (sábado)
14h – Sessão Acessível: Ponto Zero
16h – As Diabólicas
18h30 – Fourteen
20h15 – Rafiki

11 de agosto (domingo)
14h – O Assassino Mora no 21
16h – O Salário do Medo
18h30 – Fourteen
20h15 – Rafiki

13 de agosto (terça-feira)
14h – As Diabólicas  
16h – O Mistério de Picasso
18h30 – Fourteen
20h15 – Rafiki

14 de agosto (quarta-feira)
14h – O Salário do Medo
16h30 – Fourteen
18h – Rafiki
19h30 – Xico Stockinger

A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Rainhas do Crime' - Três Mulheres e um Conflito

Sinopse: Três donas de casa do bairro de Hell’s Kitchen, Nova York, em 1978, cujos maridos mafiosos são mandados para a prisão pelo FBI.  Deixadas quase sem nada, elas assumem as rédeas da máfia da irlandesa. 

Com o sucesso de público e de crítica do filme "Mulher Maravilha" (2017) os estúdios perceberam que os filmes protagonizados por mulheres tinham potencial para irem mais longe. Nos últimos tempos, por exemplo, filmes do gênero policial como "Viúvas" (2018), ou "8 Mulheres e Um Segredo" (2018) tiveram retorno satisfatório e abrindo as portas para novos horizontes para filmes protagonizados por mulheres de grandes talentos. "Rainhas do Crime" pode até possuir algum déjà vu em alguns momentos, mas não há como negar o potencial protagonizado pelo trio feminino. 
Dirigido Andrea Berloff, o filme se passa na turbulenta Nova York de 1978, onde Kathy (Melissa McCarthy), Ruby (Tiffany Haddish) e Claire (Elisabeth Moss) são casadas com mafiosos irlandeses, que comandam os negócios em Hell's Kitchen. Quando eles são detidos pela polícia, o trio fica nas mãos de Little Jackie (Myk Watford), o novo chefão local, que se recusa a lhes dar o dinheiro para sobreviverem. Com isso, Kathy, Ruby e Claire decidem unir forças para criar o seu próprio poder, oferecendo apoio e proteção a pequenos comerciantes locais. o tempo passa, e o poder das mulheres cresce ao ponto de chamar atenção das demais máfias da cidade.  
Se há atualmente uma espécie de nostalgia com relação aos anos oitenta e noventa, por outro lado, os anos setenta não ficam muito atrás, ao ponto de muitos filmes serem realizados com ingredientes de sucesso similares aos que eram vistos naquele tempo. "Bom Comportamento" (2017), por exemplo, bebe da fórmula do sucesso dos filmes policiais que eram a onda do sucesso daqueles anos e que sintetizavam a crise e a violência que as cidades grandes como Nova York passavam. "Rainhas do Crime" não só bebe da fonte, como também retrata tempos mais crus e que serviam de pipita de outro para os grandes estúdios.  
O primeiro ato, aliás, é digno de nota, pois basta os primeiros minutos de imagens, alinhados com o melhor da trilha sonora da época, para rapidamente nos lembrarmos de títulos clássicos como "Caminhos Perigosos" (1973) e que retratavam uma Nova York em conflito. Visualmente o filme possui uma belíssima edição de arte, cuja a reconstituição impressiona, assim como o figurino e os cortes de cabelo que revelam como eram a moda da época. Mas, diferente dos filmes que eram lançados naqueles tempos, "Rainhas do Crime" é protagonizado por três mulheres fortes, de personalidades distintas e que desejam exorcizar os seus demônios para fora.  
Curiosamente, são três atrizes que vieram de gêneros completamente diferentes deste. Se por um lado Elisabeth Moss já havia provado há tempos que possui um talento extraordinário em outros gêneros, tanto em séries como filmes, por outro lado, é um choque para os nossos olhos ao testemunharmos Tiffany Haddish e, principalmente, Melissa McCarthy fora do território das comédias e adentrarem algo sério e fora do convencional para elas. Porém, o conteúdo de humor sombrio colaborou para que ambas nos brindassem com atuações surpreendentes, principalmente Melissa que vem surpreendendo cada vez mais por onde passa.  
Humor sombrio, aliás, é o que molda o filme como um todo e fazendo com que situações absurdas (aguardem a cena da banheira) se tornem absurdamente hilárias. Infelizmente o filme somente não se torna perfeito com alguns desdobramentos que, por vezes, destoam de sua proposta inicial. O filme somente ganha folego em sua reta final, onde o trio terá que encarar as consequências dos seus atos e dos quais terão repercussões no futuro.  
Por ser uma história baseada em uma HQ adulta do selo Vertigo/DC, não me surpreenderia se futuramente testemunhássemos uma possível continuação para vermos os novos desdobramentos daquele universo moldado pelo poder feminino. Cabe, porém, uma resposta do público, mas da minha parte seria bem-vindo. "Rainhas do Crime" é uma viagem aos tempos de um cinema norte americano mais autoral e que não tinha medo de revelar o seu lado mais cru. 


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Cine Dica: Vermelho Sol (Rojo), novo filme de Benjamin Naishtat, estreia no CINEBANCÁRIOS dia 8 DE AGOSTO NAS SESSÕES DAS 15H E DAS 19H

Filme participou de 11 festivais incluindo Toronto, San Sebastián e do Rio e será lançado pela Sessão Vitrine  

O CineBancários e a Sessão Vitrine lançam no dia 08 de agosto, nas sessões das 15h e das 19h, “Vermelho Sol” (“Rojo”), o novo filme de Benjamín Naishtat, diretor de “A História do Medo” (Berlinale, 2014) e “O Movimento” (Festival de Locarno, 2015). Com elenco argentino composto por Darío Grandinetti (“Relatos Selvagens”) e Andrea Frigerio (“O Cidadão Ilustre”) e com o ator chileno Alfredo Castro (“De Longe te Observo”), o filme é ambientado na Argentina dos anos 1970, período em que a ditadura militar começa a despontar e uma forte onda de violência política cresce no país.
O longa teve sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto 2018 (TIFF), foi um dos mais premiados no Festival de San Sebastián, vencendo as categorias de Melhor Diretor (Benjamín Naishtat), Melhor Ator (Darío Grandinetti) e Melhor Fotografia (Pedro Sotero), e foi exibido também no Festival do Rio, na Première Latina. Entre julho e agosto, o filme será lançado em paralelo na França, Espanha e Estados Unidos.

SINOPSE
Em meados da década de 1970, uma onda de violência política sem precedentes começa a se desenrolar na Argentina. Isso, no entanto, parece ter pouco efeito em uma pequena cidade rural onde Claudio, um advogado bem conhecido, leva uma vida tranquila com sua família. O curso normal das coisas é interrompido quando Dario entra em uma discussão acalorada que fica fora de controle. 


FICHA TÉCNICA
Vermelho Sol
Título original: Rojo. 
Ano: 2018.
Duração: 109 minutos.
Gênero: Drama.
Direção: Benjamín Naishtat.
Roteiro: Benjamín Naishtat.
Elenco: Dario Grandinetti, Andrea Frigerio, Alfredo Castro, Laura Grandinetti, Diego Cremonesi, Susana Pampin, Claudio Martinez Bel, Rudy Chenicoff, Mara Bestelli, Rafael Federman.
Produzido por: Barbara Sarasola-Day, Federico Eibuszyc.
Coprodução: Rachel Daisy Ellis, Emmanuel Chaumet, Marleen Slot, Ingmar Trost.
Direção de fotografia: Pedro Sotero.
Direção de arte: Julieta Dolinsky.
Montagem: Andrés Quaranta.

Classificação etária: 14 anos.
O filme, com fotografia de Pedro Sotero (“Aquarius” e “Bacurau”), se passa numa pacata cidade provinciana e narra a história de Claudio (Darío Grandinetti), um advogado renomado que entra numa discussão acalorada com um rapaz desconhecido, visivelmente perturbado, em um restaurante. Com arrogância, o advogado humilha o jovem diante de todos os presentes, que não interferem na discussão. O desconhecido se exalta, é expulso do local com o aval dos demais que ali estão, e mais tarde naquela noite, decide buscar vingança, surpreendendo Claudio e sua esposa, Susana (Andrea Frigerio). O advogado, então, toma um caminho sem volta que envolve desaparecimentos e segredos.
“A história é dinâmica e ressoa no presente. O filme fala sobre a apatia das pessoas quando coisas sérias acontecem ao seu redor. Isso é explorado por meio de um crime comum, que acontece num momento muito específico pré-ditadura argentina dos anos 70. Queria fazer não somente um filme sobre os anos 70, mas também que refletisse o estilo cinematográfico da época” comenta o diretor Benjamín Naishtat.
“Vermelho Sol” é uma coprodução entre Brasil, pela produtora Rachel Ellis, da DESVIA, Argentina, França, Holanda e Alemanha; a distribuição no Brasil é da Vitrine Filmes, por meio do projeto Sessão Vitrine, que tem ingressos mais baratos nos cinemas parceiros .

No sábado, dia 10 de agosto, às 19h15m, o CineBancários e a Sessão Vitrine convidam para uma sessão especial do filme VERMELHO SOL, comentada pelos cineastas Giba Assis Brasil e Leo Garcia. 

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331205

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Abaixo a Gravidade' - luxúrias, Mazelas e Poesias

Sinopse:  Bené (Everaldo Pontes) é velho sábio e curandeiro que vive uma vida pacata no Capão, na Chapada Diamantina, onde conhece Letícia, jovem grávida por quem se apaixona. Algum tempo depois do parto (que ele mesmo faz) a moça volta para Bahia e ele a segue com o pretexto de cuidar da própria saúde. 

Embora com poucos títulos, Edgard Navarro é um cineasta que se destacou no final dos anos oitenta, pois podemos enxerga em sua obra uma espécie de fusão do melhor que tinha nos tempos do "Cinema Novo" e do "Cinema Marginal" brasileiro. Em "SuperOutro" (1989), por exemplo, vemos a cruzada de um louco pelas ruas de Salvador, ao tentar fugir da miséria e realizar o sonho de voar. Trinta anos depois, o cineasta retorna ao mesmo cenário em "Abaixo a Gravidade" (2018), do qual ele novamente usa os mesmos ingredientes do passado e assim criar uma viagem extra-sensorial cinematograficamente falando.
O filme conta a história de Bené (Everaldo Pontes), um velho sábio e curandeiro que ajuda as pessoas necessitadas. Certo dia ele ajuda a jovem Leticia (Rita Carelli) em seu parto, mas logo ela parte para Bahia. Decidido a reencontra-la, Bené toma novos rumos na vida, a partir do momento que pisa em uma comunidade do interior da Bahia e conhecendo ali personagens que se misturam com aquela realidade.
Fica até fácil a gente adentrar no primeiro ato da trama, já que Edgard Navarro apresenta os seus respectivos personagens principais de uma forma lúcida e verossímil. Porém, a partir do momento em que o cenário da Bahia entra em cena, tanto o protagonista como aqueles que assistem a história, adentra em situações imprevisíveis e moldadas por personagens extravagantes. É como se estivéssemos assistindo uma espécie de continuação de "SuperOutro", o que não deixa de ser assustador, já que as mesmas mazelas do nosso país vistas a trinta anos atrás são novamente vistas aqui.
Porém, entre as dificuldades e a miséria, o cineasta opta em extrair disso alguma poesia. O melhor da cultura da Bahia, por exemplo, é pincelado por personagens excêntricos, mas ricos em conteúdo. Não deixa de ser curioso quando o velho protagonista tenta dialogar com um morador de rua e extraindo dali uma realidade em que a maioria de nós desconhece por falta de interesse.
Curiosamente, a partir do segundo ato em diante, Edgard Navarro decide abrir o seu leque e lançar mais personagens na medida em que eles se cruzam na vida de Bené. É aí que o filme adquire uma linguagem surrealista e da qual alguns irão se incomodar. Porém, não deixa de ser divertido alguns desses personagens vistos na tela, como no caso de um que vai ao psiquiatra, ou daquele que trabalha como uma estátua em movimento em troca de alguns trocados.
Embora surreal, não deixa de serem personagens que nós já nos acostumamos a cruzarmos no dia a dia na cidade grande, porém, pincelados com fórmulas de recursos cinematográficos primorosos e revelando o melhor da cultura vinda do universo nordestino. Além disso, o cineasta ainda tem tempo para incrementar referencias, tanto ao cinema estrangeiro, como também do nosso cinema brasileiro. Referências a filmes como, por exemplo, Melancolia (2011), "Asas do Desejo", "2001 - Uma Odisseia no Espaço" (1969) e o "O Céu de Suely" (2006) é um prato cheio para qualquer cinéfilo, mesmo quando tudo soa muito gratuito.
Não espere também uma lógica no seu ato final, sendo que, talvez, nem seja essa a intenção do cineasta. Ao explorar a hipotência e o desejo do homem, Edgard Navarro cria um elo entre esse último com os poderes vindos do cosmo e dos quais são inevitáveis de serem evitados. Cabe cada um abrir a sua mente e aproveitar uma visão autoral que é, por vezes, absurda, mas que não deixa de ser curiosa.
"Abaixo a Gravidade" é fruto de uma mente extravagante, criativa e que sintetiza um pouco o melhor da nossa cultura brasileira. 


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Cine Curiosidade: Indicados oficiais ao 24o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro!

Boas Maneiras

Nada menos do que 50 filmes – entre longas e curtas, nacionais e estrangeiros, de ficção, documentário e animação – foram lembrados com ao menos uma indicação no 24o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, a maior e mais ampla premiação da crítica nacional. Os recordes começaram a ser quebrados ainda antes de qualquer título ser citado, no entanto. A própria formação da Academia Guarani de Cinema, que foi composta por mais de 50 críticos de cinema, professores, jornalistas e pesquisadores.
Mais informações sobre a premiação você confere no site Papo de Cinema clicando aqui.


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