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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 19 de março de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Imagem e Palavra' - Godard Novamente Ataca

Sinopse: Godard parte de montagens de imagens para refletir sobre aspectos do cinema e do mundo. Colando cenas de filmes, de reportagens, de vídeos caseiros e mesmo de desenhos, o cineasta aborda as funções do tempo e do espaço. 

A primeira invenção do homem em contar a sua própria história foi através de desenhos que eles faziam nas paredes das cavernas. Com o tempo o homem criou a palavra e assim podendo registrar acontecimentos de sua própria história. Em tempos atuais, com as suas redes sociais e notícias a todo momento, a imagem em si sobre os fatos volta com força, mas também empobrecendo a própria informação extraída dela.
Político, cineasta atoral e perfeccionista como ninguém, desde jovem Jean-Luc Godard opta em testar os mais diversos recursos vindos do cinema, para assim elaborar tramas que vão muito mais além do que é visto nas imagens apresentadas na tela. Mesmo com os seus mais de oitenta anos de vida, o cineasta opta em experimentar qualquer novidade que esteja no mercado cinematográfico atual, como no caso do 3D e assim ter criado com a ferramenta uma experiência incomum para a história do filme “O Adeus a Linguagem” (2014).  Porém, tudo o que ele apresentou naquele filme foi uma espécie de ensaio para o ambicioso “Imagem e Palavra”, cuja as inúmeras imagens fragmentadas na tela formam, talvez, uma ideia sobre os seus pensamentos, ou então, nós mesmos é que temos o dever de elabora-la uma vez que testemunhamos elas.
Com a narração off vinda do próprio cineasta, o filme fala de tudo um pouco, desde a história da humanidade, arte, religião e, logicamente, o próprio cinema. Tudo moldado com imagens que ele vai jogando ao longo do tempo, criando assim um mosaico de luzes e cores e das quais muitos não irão compreender num primeiro momento. O caso que não há uma explicação plausível sobre o que é visto na tela, mas cabe nós mesmos expressarmos os nossos próprios sentimentos com cada imagem que vemos na tela.
Pelas entrelinhas, é notório que Godard perdeu qualquer esperança com relação ao cinema tradicional, principalmente vindo dos EUA, de criar algo no mínimo original em tempos contemporâneos. Se as tecnologias de hoje, como o já citado 3D, se tornaram novidades já ultrapassadas, cabe os realizadores, talvez, voltarem ao passado e resgatar o que havia dado certo. Se o filme "O Artista" (2011), de Michel Hazanavicius, sintetiza o desejo por parte do público em revisitar o passado, Godard opina em usar diversas imagens de épocas diferentes para criar uma nova linguagem pela comunicação visual.
Se por um lado é fácil acusa-lo de pretensioso, do outro, é louvável ver um veterano como ele em tentar criar uma nova luz no universo cinematográfico hoje, cujo o público está cada vez mais cansado de efeitos visuais mirabolantes, porém, na maioria dispensáveis. Em tempos em que cada vez mais se torna rara a originalidade nas narrativas cinematográficas, cabe então imagens entrelaçadas umas às outras para se criar a sensação de dúvida quando assistimos elas. Infelizmente para uma geração atual movida somente de imagens aceleradas, o filme atrairá mais aqueles fãs de carteirinha do cineasta e indo ao cinema sabendo muito bem o que esperar da obra.
"Imagem e Palavra" é a síntese sobre os pensamentos de um cineasta com relação as imagens das mais diversas áreas e nascendo assim algo difícil de se explicar em uma primeira visita.  



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segunda-feira, 18 de março de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'O Rei de Roma' - A Piada do Capitalismo

Sinopse: Tempesta é um focado e carismático homem de negócios. Depois de uma negociação dar errado, ele é pego pela polícia e condenado a um ano de prisão domiciliar. Agora, precisa fazer qualquer coisa para voltar a trabalhar normalmente.

Após o filme "Meu irmão é filho único" (2007) o cineasta Daniele Luchetti decide desacelerar, adotando mais sarcasmo em situações, por vezes, absurdas em "O rei de Roma". Tragado numa realidade consumida pelo capitalismo desenfreado, Numa Tempesta (Marco Giallini) vive à parte, numa espécie de realidade paralela que lhe isola de todo e qualquer contato com o mundo em sua volta.
Indo por esse pensamento, é como se fosse o Arthur ( Dudley Moore, no cinema), só que, em nada, inocente. Ambicioso, ao ser colocado em xeque pela justiça, por tributos sonegados, ele é capaz de deixar os advogados, no meio do Cazaquistão, onde busca implantar uma cidade. O ator Marco Giallini acerta no alvo, em repassar uma empáfia distante de qualquer empatia. E é justo esta qualidade requisitada quando, no lugar da prisão, ele é acionado para cumprir uma pena alternativa junto a serviços sociais da cidade.
Colocado em meio à turma que traz o exemplar pai de família Bruno (Elio Germano), o idoso Boccuccia (Franco Boccuccia) e o safo Grego (Marcello Fonte, de Dogman), Tempesta terá que se ajustar como um operário de um abrigo com gente que, a princípio, ele sempre ignorou. Eleonora Danco (Angela), responsável pelos desvalidos, será o ponto de equilíbrio para as insanidades praticadas pelo magnata.
Um dos maiores achados do filme está na pesquisa das estudantes de psicologia, dispostas à prostituição para se aproximarem do objeto de estudo. Mandos e desmandos insanos, à base do capital, e uma justiça bastante volúvel (e corruptível) trazem maior familiaridade com o público brasileiro. Divertido e com um humor nonsense, o filme não tem grandes voos, mas nos diverti na medida do possível. 


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Cine Curiosidade: Cris Lopes passa Carnaval no Brasil depois de 10 anos sambando em outros carnavais fora do país, curte show do Rara Estima no Galpão 58

Atriz segue em 2019 com sua campanha internacional de conscientização de adultos para preservação psicológica das crianças no tema sobre violência doméstica

Cris Lopes que tem sambado fora do Brasil em outros carnavais pelo mundo há mais de 10 anos, a atriz poliglota saiu da tv brasileira em 2010 para estrelar no cinema, destacando-se com filmes que atuou com indicações e premiações "Melhor Atriz", percorrendo mais de 20 festivais de cinema no Brasil e no exterior além de frequentar e filmar em estúdios na Europa (Inglaterra, França, Itália, Marrocos) e festivais com projetos na Argentina.

Convidada especial do badalado Galpão 58, localizado no município turístico de São Miguel Arcanjo em SãoPaulo, pelos donos da casa Alessandro Lopes, Edson Ivasaki e Eliana Ivasaki, a atriz marcou presença com o Diretor de Cinema Rodney Borges e amigos: o fotógrafo Eigi Iwasaki, a produtora de eventos e assessora de comunicação e marketing Eliana Lopes e o Dr. José Antonio Moura Lopes, a cantora Fabiana Moreira e a amiga Luciana Kodawara para curtir o show da nova sensação do momento, o grupo Rara Estima que agitou o baile de carnaval com repertório de sambas tradicionais do carnaval brasileiro.
A atriz internacional Cris Lopes vai atuar em 3 longa-metragens nacionais e já iniciou as filmagens no Brasil. Cris Lopes também está a frente de festivais de cinema com oficinas para crianças iniciando neste semestre o projeto em cidades do interior do estado de São Paulo. Cris dará continuidade em 2019 a sua campanha internacional de conscientização de adultos para preservação psicológica das crianças no tema sobre violência doméstica com eventos nacionais e internacionais exibindo o filme que protagonizou uma mulher agredida pelo marido "Miguel" na presença do filho, que já recebeu prêmio Menção Honrosa Melhor Atriz.
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CRÉDITO FOTOS: Eigi Iwasaki
Divulgação: Brasil/Portugal/Argentina/Canadá/USA/Japão: IMPRENSA CL: (5511) 3582.7654/3835.7205  Entrevistas WHATSAPP: +5511 99653.0651                                              email: imprensacl@terra.com.br 

sexta-feira, 15 de março de 2019

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 14 A 20 DE MARÇO 2019

PROGRAMAÇÃO DE 14 A 20 DE MARÇO 2019
SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES
SALA 1 / PAULO AMORIM

14h – NORMANDIA NUA
(Normandie Nue - França, 2018, 110min). Direção de Philippe Le Guay, com François Cluzet, Toby Jones. Mares Filmes, 14 anos. Comédia dramática.
Sinopse: O prefeito da pequena cidade de Mêle sur Sarthe, na Normandia francesa, busca maneiras de ajudar os agricultores da região, que sofrem com a crise econômica. Quando o famoso fotógrafo norte-americano Blake Newman passa pela cidade, surge a ideia de realizar um grande nu coletivo como forma de protesto.
* Não haverá sessões nos dias 19 e 20 (terça e quarta-feira)

16h – GUERRA FRIA
(Zimna Wojna - Polônia/França, 2018, 90min). Direção de Pawel Pawlikowski, com Joanna Kulig e Tomasz Kot. Califórnia Filmes, 14 anos. Drama.
SinopseNo período da Guerra Fria, nos anos 1950, uma jovem cantora e um pianista poloneses se apaixonam. Mas a Polônia stalinista tolhe as liberdades dos dois amantes e a única solução pode ser o exílio na Europa ocidental. O filme foi um dos cinco indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

17h40 – A ESPOSA
(The Wife - Suécia/Estados Unidos, 2018, 100min). Direção de Björn Runge, com Glenn Close e Jonathan Pryce. Pandora Filmes, 12 anos. Drama.
Sinopse: Joan Castleman é casada há 40 anos com um escritor famoso, que acaba de ser indicado para receber o Prêmio Nobel de Literatura. Mas o marido de Joan também é um homem controlador e dependente, que nunca reconheceu os talentos da esposa. Glenn Close foi indicada ao Oscar de melhor atriz por sua atuação.

19h40 – YOMEDINNE – EM BUSCA DE UM LAR
(Yomedinne - Egito/Áustria, 2019, 95min). Direção de A. B. Shawky, com Rady Gamal, Ahmed Abdelhafiz. Imovision, 14 anos. Drama.
SinopseBeshay, que carrega no corpo as marcas da lepra, se junta a um menino negro e órfão para realizar um sonho: reencontrar sua família. O filme foi indicado pelo Egito para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. 

SALA 2 / EDUARDO HIRTZ
Obs.: A sala Eduardo Hirtz está fechada para manutenção.

SALA 3 / NORBERTO LUBISCO
15h – TITO E OS PÁSSAROS
(Brasil, 2018, 75min). Direção de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto. Elo Filmes, Livre. Animação.
SinopseInspirado no traço das pinturas impressionistas, a história gira em torno de Tito, um garoto de dez anos que vive com a mãe. Junto com seus amigos e com o auxílio de uma máquina deixada por seu pai, Tito vai ajudar o mundo a enfrentar uma epidemia de medo. O filme, premiado em festivais internacionais, foi um dos pré-selecionados ao Oscar de melhor animação.
16h30 – A CASA DE VERANEIO
(Les Estivants - França, 2018, 130min). Direção de Valeria Bruni Tedeschi, com Valeria Bruni Tedeschi, Pierre Arditi, Valeria Golino. Imovision, 14 anos. Comédia dramática.
SinopseAnna e sua família estão de férias, em uma linda casa no litoral da França. Apesar da linda paisagem, a convivência de todos - incluindo os empregados - acaba trazendo à tona segredos do passado e questões mal resolvidas.

19h – MOSTRA ST. PATRICK´S DAY IN PORTO ALEGRE
Programa em comemoração ao Dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda. Meia entrada para todos. Dia 12/03 – EM NOME DO PAI, com Daniel Day-Lewis
Dia 13/03 – MAUDIE: SUA VIDA, SUA ARTE, com Ethan Hawke e Sally Hawkins
Dia 14/03 – O GUARDA, com Brendan Gleeson e Don Cheadle
Dia 15/03 – MICHAEL INSIDE, com Dafhyd Flynn
Dia 16/03 – THE DRUMMER AND THE KEEPER, com Dermot Murphy
Dia 17/03 – THE CAMINO VOYAGE, de Donal O´Ceilleachair

19h – AS FILHAS DO FOGO

(Las Hijas del Fuego - Argentina, 2018, 110min). Direção de Albertina Carri, com Cristina Banegas, Sofía Gala, Erica Rivas. Vitrine Filmes, 18 anos. Drama erótico.
Sinopse: A partir da Terra do Fogo, três mulheres viajam pela Argentina com o objetivo descobrir novas formas de prazer e relacionamento - bem longe dos homens.
* Sessões de pré-estreia no dias 19 e 20 (terça e quarta)

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PREÇOS DOS INGRESSOS:
TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).
SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).
CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.
*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.
A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos.
Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelo telefone (51) 3226-5787.

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quinta-feira, 14 de março de 2019

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (14/03/19)

ELEGIA DE UM CRIME

Sinopse: Em fevereiro de 2011, a mãe do diretor Cristiano Burlan foi assassinada em Uberlândia pelo parceiro. Isabel Burlan da Silva teve sua trajetória marcada pela violência e pela pobreza, assim como todo o resto da família. 


IMAGEM E PALAVRA

Sinopse: Godard parte de montagens de imagens para refletir sobre aspectos do cinema e do mundo. Colando cenas de filmes, de reportagens, de vídeos caseiros e mesmo de desenhos, o cineasta aborda as funções do tempo e do espaço.

MAL NOSSO

Sinopse: A história de Arthur, um exorcista. Charles, um serial killer, o encontra pela internet e contrata seus serviços para proteger sua filha Michele de uma possessão demoníaca.

MALIGNO

Sinopse: Preocupada com o repentino comportamento estranho e violento de seu filho, Sarah inicia uma investigação por conta própria para entender o que está acontecendo.

O PARQUE DOS SONHOS

Sinopse: A jovem e sonhadora June encontra escondido na floresta um parque de diversões chamado Wonderland, que é cheio de passeios e animais que falam. O único problema é que o lugar está confuso e desorganizado.

SOBRE RODAS

Sinopse: Lucas, 13 anos, passa a depender de uma cadeira de rodas após sofrer um acidente. Laís, 12 anos, ajuda sua mãe na barraca de café da manhã, numa parada de caminhões, na pequena cidade em que vivem. 

SUPREMA

Sinopse: Ruth Bader Ginsburg foi nomeada para o Supremo Tribunal norte-americano no ano de 1993 pelo presidente Bill Clinton e, assim, tornou-se a segunda juíza mulher dos EUA, depois de Sandra Day O’Connor. 

UM AMOR INESPERADO

Sinopse: ​Um casal que está prestes a mudar para sempre o rumo de suas vidas. Unidos há mais de 25 anos, Marcos e Ana se questionam profundamente sobre o amor, a natureza do desejo e a fidelidade. Assim, atravessam uma crise existencial que acaba levando-os à separação. 



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Cine Dica: Cinema da América Latinal (14 a 24 de março)

DESTAQUES DO CINEMA LATINO-AMERICANO EM EXIBIÇÃO NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS
As Filhas do Fogo

A mostra Cinema da América Latina apresenta um panorama da produção latino-americana com doze filmes inéditos em Porto Alegre. De 14 a 24 de março, o público da Cinemateca Capitólio Petrobras tem a chance de conhecer instigantes histórias contemporâneas realizadas em nove países – Brasil, Colômbia, Argentina, Uruguai, Bolívia, Peru, Chile, México e República Dominicana – de realizadoras e realizadores como Mariano Llinás, Federico Veiroj, Beatriz Seigner, Dominga Sotomayor, Julio Hernández Cordón, Nelson Carlos de Los Santos Ária e Albertina Carri. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
A seleção conta com sessão comentada com a presença da diretora de As Filhas do Fogo, Albertina Carri, no domingo, 17 de março, e com a produção La Flor, do argentino Mariano Llinás, rodada durante dez anos e com duração de 14 horas, que será exibida em três sessões nos dias 23 e 24 de março. A sessão de abertura, na quinta-feira, 14 de março, às 20h, apresenta a produção mexicana Compra-me um Revolver, de Julio Hernández Cordón, exibida com destaque na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes de 2018.
A mostra Cinema da América Latina é a primeira atividade do projeto Cinemateca Capitólio Petrobras – programação especial 2019.  Durante os meses de março a novembro, a Cinemateca Capitólio Petrobras promoverá uma programação especial com 26 atividades com patrocínio master da Petrobras através da Lei Rouanet/Governo Federal e cooperação cultural da Fundacine – Fundação Cinema RS e Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal da Cultura.

FILMES

La Flor
Argentina, 2018, 868 minutos
Direção: Mariano Llinás
Seis histórias, quatro delas sem final, uma com final e uma sexta que apresenta desfecho, mas não um começo. Passeando por uma diversidade de gêneros, como horror B, espionagem e romance musical, essas épicas histórias se expandem através de três continentes e acompanham as quatro atrizes Pilar Gamboa, Elisa Carricajo, Laura Paredes e Valeria Correa através de dez anos.

Tarde Para Morrer Jovem
(Tarde para Morir Joven)
Chile/Brasil/Argentina/Holanda/Catar, 2018, 100 minutos
Direção: Dominga Sotomayor
No verão de 1990, a democracia volta ao Chile. Em uma cidade isolada, Sofía, Lucas e Clara se preparam para o Ano Novo, enquanto lidam com seus primeiros medos e amores. Apesar de estarem longe dos perigos da cidade grande, estão perto dos da floresta.

Los Silencios
Colômbia/Brasil/França, 2018, 90 minutos
Direção: Beatriz Seigner
Amparo é mãe de dois filhos pequenos e está fugindo dos conflitos armados da Colômbia. Na tríplice fronteira do país com o Peru e o Brasil, ela e os meninos se abrigam em uma pequena ilha com casas de palafita no Rio Amazonas. No local, eles encontram o pai, que supostamente estava morto.

Compra-me um Revolver
(Cómprame un Revólver)
México, 2018, 84 minutos
Direção: Julio Hernández Cordón
Em um mundo cheio de violência, onde as mulheres se prostituem e são mortas, uma garota usa uma máscara do Hulk para ajudar o pai a cuidar de um campo de beisebol abandonado, onde os traficantes jogam.

Retablo
Peru/Alemanha/Noruega, 2017, 100 minutos
Direção: Alvaro Delgado Aparicio
Segundo Paucar é um menino de 14 anos que quer se tornar o melhor montador de caixas de brinquedo, os “retablos”, como seu pai Noé, para manter o legado da família.

Cocote
República Dominicana/Argentina/Alemanha/Qatar, 2017, 106 minutos
Direção: Nelson Carlos De Los Santos Aria
Christian Alberto é evangélico e trabalha como jardineiro em uma propriedade rica em Santo Domingo. Quando seu pai é assassinado, ele acaba tendo que voltar ao interior, onde passou sua infância, para acompanhar o funeral.

Belmonte
Uruguai/Espanha/México, 2018, 75 minutos
Direção: Federico Veiroj
Javier Belmonte (Gonzalo Delgado) é um pintor cujo trabalho é sensual, fantástico, por vezes repleto de cor, mas sempre com um senso de melancolia. Quando tem que se preparar para uma exposição no Museu Nacional de Montivideo, ele se percebe muito mais interessado em sua pequena filha, Celeste.

Algo Queima
(Algo Quema)
Bolívia, 2018, 77 minutos
Direção: Mauricio Ovano, Bolívia
Um filme sobre as imagens infinitas do meu avô, gravadas durante o seu governo militar na Bolívia, durante a década de 1960. A versão familiar é confrontada com a história familiar: o massacre dos mineiros, a nacionalização do petróleo, o assassinato de Che Guevara. Toda vez que eu paro para olhar uma imagem com mais profundidade, algo queima dentro de mim.

As Filhas do Fogo
(Las Hijas del Fuego)
Argentina, 2018, 110 minutos
Direção: Albertina Carri
Insatisfeitas com suas próprias vidas, três jovens mulheres independentes se encontram por acaso, bem longes de suas casas, e começam a se relacionar de maneira poliamorosa. Quando percebem que estão livres daquilo que acreditam ser regras sociais possessivas, elas decidem formar um grupo cujo propósito é libertar outras mulheres que estejam passando pelos mesmos problemas. O filme contém cenas de sexo e não é recomendado para menores de 18 anos.

Vermelho Sol
(Rojo)
Argentina/Brasil/França/Alemanha/Holanda, 2018, 110 minutos
Direção: Benjamín Naishtat
Claudio é um advogado de meia idade que vive uma vida calma e confortável com sua esposa em uma pequena cidade da Argentina da década de 1970. Quando um detetive particular aparece na sua cidade determinado em localizar um estranho com quem ele brigou meses atrás em um restaurante, seu mundo é virado de cabeça para baixo.

Wiñaypacha
Peru, 2018, 87 minutos
Direção: Óscar Catacora
Enquanto espera ansiosamente por um resgate divino, um casal de idosos com cerca de 80 anos tenta sobreviver em um local remoto nos Andes, no Peru.

O Silêncio é um Corpo que Cai
(El silencio es un cuerpo que cae)
Argentina, 2018, 75 minutos
Direção: Agustina Comedi
Agustina encontra os vídeos que seu pai gravou antes do acidente que lhe tirou a vida. Sua pesquisa revelará uma história repleta de questões sobre desejo, sexualidade, família e liberdade.

GRADE DE HORÁRIOS
CINEMA DA AMÉRICA LATINA

14 de março
20h - COMPRA-ME UM REVOLVER
15 de março
20h – LOS SILENCIOS

16 de março
16h – O SILÊNCIO É UM CORPO QUE CAI
18h – TARDE PARA MORRER JOVEM
20h – VERMELHO SOL

17 de março
16h – ALGO QUEIMA
18h – AS FILHAS DO FOGO + debate com Albertina Carri

19 de março
20h – WIÑAYPACHA
20 de março
20h - RETABLO

21 de março
19h - O SILÊNCIO É UM CORPO QUE CAI
20h30 - BELMONTE

22 de março
19h – ALGO QUEIMA
20h30 - COCOTE

23 de março
14h – LA FLOR – PARTE 1
19h – LA FLOR – PARTE 2
24 de março
14h - BELMONTE
16h - LA FLOR – PARTE 3

A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras – programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Raiva" - O Inferno Real

Sinopse:  Nos remotos campos do Baixo Alentejo, no sul de Portugal, a miséria e a fome assolam a população. Quando dois violentos assassinatos acontecem em uma só noite, um mistério toma o lugar: qual poderia ser a origem desses crimes? 

O Cinema Novo dos anos 60 serviu para mostrar a verdadeira cara do Brasil daqueles tempos, onde a realidade plástica dos estúdios ficava em segundo plano. "Vidas Secas" (1963), por exemplo, foi uma das produções mais corajosas da época, ao retratar o inferno na terra dominada pela seca e a fome. Ao assistir ao filme "Raiva" não havia como deixar de me lembrar do clássico de Nelson Pereira dos Santos, mas possuindo também uma identidade própria e bem corajosa.
Dirigido pelo português Sérgio Tréfaut, o filme começa com um verdadeiro massacre, moldada com muita violência e sangue. Aparentemente, duas famílias se digladiam por motivos ainda obscuros para aqueles que assistem e culminando em uma inevitável tragédia. A trama volta no tempo e testemunhamos aos poucos o que levaram ambos os lados ao tal conflito.
As comparações com o clássico “Vidas Secas” é aceitável até certo ponto, pois aqui o inimigo implacável não é somente a seca e a fome, como também as ambições daqueles que almejam possuir lucro daqueles que possuem tão pouco. Há aqui o velho duelo entre as classes, mais precisamente os que são da "Casa Grande" contra aqueles que eles consideram como minorias. Qualquer semelhança com o Brasil atual não é mera coincidência, mesmo quando a trama se passe em outros tempos de Portugal.
Aliás, é preciso reconhecer que o maior inimigo que os protagonistas enfrentam seja também o próprio cenário em que eles moram. Seca, fome, além de um ambiente pessimista e que deixaria qualquer pessoa na maior melancolia. Não me surpreenderia também se o cineasta havia se inspirado no surpreendente "O Cavalo de Turim" (2011), de  Béla Tarr, onde em ambos os casos eles  possuem uma belíssima fotografia em preto e branco e que sintetizam uma realidade opressora e sem nenhum brilho.
Embora todos já saibam como a trama irá se encerrar devido ao seu impactante prólogo, o filme ainda nos reserva inúmeras supressas, seja pelas atitudes imprevisíveis dos protagonistas, ou pelos momentos em que o filme se envereda para o gênero terror psicológico. A realidade, portanto, pode ser muito mais implacável do que qualquer monstro vindo de algum livro de contos de fadas, pois as vezes eles se encontram perto de nós muito mais do que a gente imagina. "Raiva" nos mostra como a realidade pode ser implacável e moldando as formas de comportamento do ser humano perante os horrores do mundo.


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