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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Cine dica: Em Cartaz: Xingu Cariri Caruaru Carioca



Sinopse: Em busca de suas origens musicais e as raízes das flautas, Carlos Malta é um dos músicos que se reúnem para conversar e tocar juntos os sons tradicionais das "culturas populares" e "cultura pop". Um encontro entre mundos diversos e que se complementam, uma mostra de que tudo está sempre em movimento e um registro da capacidade criativa da música contemporânea, sempre em transformação.

Em todo governo ilegítimo que se preze não há uma preocupação em manter as raízes do passado, mas sim destruí-lo, para que possa então se criar algo novo e gerar algum lucro para os poderosos. Felizmente ainda há bons samaritanos de maior ou menor grau, que se prezam em pregar a preservação, não somente das florestas e de seus velhos habitantes indígenas, como também da sua cultura e que da qual nos influência até hoje. Em Xingu Cariri Caruaru Carioca há um calor de resistência em se manter essas raízes, mas ao mesmo tempo, com a ambição de apresentar para as novas gerações e das quais desconhecem as verdadeiras origens culturais do nosso Brasil.
Dirigido por Beth Formaggini (Uma Família Ilustre), o documentário acompanha os passos do cantor Carlos Malta, que decide ir à busca das raízes da nossa música vinda, por exemplo, das flautas. O objetivo é reunir veteranos da cultura da música tradicional e reuni-las com os aspirantes da musica pop atual. O resultado é uma cruzada da qual se revela o melhor de nossa cultura e da qual não pode ser esquecida. 
De uma viagem que passou pelo Xingu (MT), Cariri (CE), Caruaru (PE) e terminou na desembocadura do Rio Carioca (RJ), deixando então os momentos  musicais inesquecíveis. Sem protocolos, o documentário une diferentes raízes musicais para criar novas ramificações na árvore musical brasileira. Além disso, Carlos Malta passa um frescor de humanidade ao longo do percurso, nos passando o ar de boa praça e ao mesmo tempo um amor incondicional pela música e pelo desejo de querer nos passar o melhor dela.
Existem momentos extremamente tocantes, como quando Malta conhece ou revê velhos flautistas, onde cada um deles conta as suas longas histórias e que serviram a música boa parte de suas vidas. Porém, o momento mais sublime é quando ele revê uma velha amiga, da qual mal consegue tocar a sua flauta novamente, mas Malta persiste e ela então consegue num momento em que o cantor só acompanha e deixando-a ela soltar uma bela música. Um momento simples, mas que corresponde com a obra com um todo.
Com um final que é um verdadeiro encontrão no RJ, onde a música de ontem e hoje se misturam numa única só, Xingu Cariri Caruaru Carioca é uma carta de amor para aqueles que preservam a verdadeira arte e as raízes da nossa música nacional.  
Onde assistir: Cinebancários. Rua General da Câmara  424, centro de Porto Alegre. Horários: 15h e 19h.

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Cine Dica: FIRST STEPS AO REDOR DO MUNDO NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS



 Valentina

A partir de sexta-feira, 27 de outubro, o Goethe-Institut Porto Alegre promove na Cinemateca Capitólio Petrobras a mostra First Steps ao redor do mundo, com exibições gratuitas que destacam os proeminentes talentos formados nas escolas de cinema da Alemanha, Áustria e Suíça.

FIRST STEPS

Todos os anos, em setembro, o prêmio First Steps apresenta em Berlim os proeminentes talentos que se formam nas escolas de cinema da Alemanha, Áustria e Suíça. Os sete filmes do programa "First Steps ao redor do mundo" foram nomeados e/ou premiados em 2016 e são apresentados com o apoio e a colaboração do Goethe-Institut. Os prêmios são concedidos a um curta, um média e um longa-metragem, um documentário, um filme comercial, um(a) jovem produtor(a), um(a) jovem diretor(a). A seleção apresentada na Cinemateca Capitólio Petrobras é composta por sete filmes em três dias de programação, que mostra alguns dos principais elementos da estética dos jovens cineastas da Alemanha, Áustria e Suíça.

27 de outubro | sexta-feira | 18h: Moonjourney + House Without Roof
28 de outubro | Sábado | 16h: The Bleak Farm + Valentina
29 de outubro | Domingo | 16h: Toys In The Attic + The Metamorphosis + Henry

FILMES

Moonjourney

Direção: Chiara Grabmayer | 3min
University of Television and Film Munich
Na Síria, um jovem pai leva sua filha em uma "viagem à lua" - o esconderijo de refugiados em um transporte de petróleo torna-se um foguete espacial, o deserto se transforma em um planeta desconhecido e o mar Mediterrâneo é espaço sideral – até chegar a realidade.

House Without Roof

Direção: Soleen Yusef | 117min
Film Academy Baden-Württemberg Ludwigsburg
Alan, Jan e Liya nasceram no Curdistão iraquiano, mas cresceram na Alemanha. A morte de sua mãe leva-os a uma odisseia curda que apresenta-lhes diversos conflitos. O filme é a primeira produção internacional filmada na região do Curdistão desde a violenta disputa entre milícias islâmicas radicais iniciada em 2014.

The Bleak Farm

Direção: Christian Zipfel | 30min
Internationale Filmschule Köln
Westphalia, Alemanha, 1873: Saques e assassinatos colocam a existência da fazenda de Hans em jogo. O fazendeiro deve defender sua filha e seus bens contra a natureza e o homem. Começa uma luta entre a vida e a morte.

Valentina

Direção: Maximilian Feldmann, Luise Schröder | 51min
Film Academy Baden-Württemberg Ludwigsburg
Skopje, Macedonia. Valentina, de dez anos, nos convida a conhecer sua família. Juntos, eles vivem em uma degradada barraca nos arredores de um bairro cigano. Ainda assim, o filme é tão animado quanto sua heroína itinerante.

Toys In The Attic
Direção: Beatrice Baumann | 5min
Film University Babelsberg
Vídeoclipe de animação para música da banda Omnia: separados pelo tempo, um homem idoso caminha para um antigo sótão, que paralelamente é explorado por uma menina.
Os brinquedos antigos observam enquanto histórias de duas vidas distintas se desenrolam.


The Metamorphosis

Direção: Igor Plischke | 30min
Universität Stuttgart
Gregor Samsa é um jovem atraente e bem sucedido, que trabalha em uma start-up em Berlim. Sua rotina diária tem uma sincronia perfeita, mas sob a superfície, sua vida e sua confiança estão se esvaindo lentamente. Um novo movimento para a famosa novela de Franz Kafka.
 
Henry

Direção: Philipp Fussenegger | 53min
Academy of Media Arts Cologne
Henry, um estudante talentoso mas socialmente inepto, chega a um internato dedicado ao ensino da música. Seu fascínio pelo Órgão se transforma em paixão frenética e um meio de escapar do bullying dos colegas.
  
GRADE DE HORÁRIOS
26 a 29 de outubro de 2017
 
26 de outubro (quinta-feira)
15h - A Era da Escuridão
17h30 - Certo Agora, Errado Antes
20h - Lançamento do curta-metragem Saúde
 
27 de outubro (sexta-feira)
15h30 Invasão Zumbi
18h - Moonjourney + House Without Roof (First Steps)
20h - Os Abas Largas (Dia Mundial da Preservação Audiovisual)


28 de outubro (sábado)
16h - The Bleak Farm + Valentina (First Steps)
18h - Na Praia à Noite Sozinha
20h – Técnica de um Delator

29 de outubro (domingo)
16h - Toys In The Attic + The Metamorphosis + Henry (First Steps)
18h - Na Praia à Noite Sozinha
20h – Bob, o Jogador

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Bom Comportamento



Sinopse: Connie (Robert Pattinson) e o irmão Nik (Ben Safdie) assaltam um banco. Na fuga, Nika acaba sendo preso. Agora, Constantine enfrenta muitos perigos e arrisca a vida em suas várias tentativas desesperadas para tirar o irmão da prisão.

 
Muitos consideram o movimento A Nova Hollywood (1967 – 1980) como o melhor período do cinema norte americano, pois além de surgir uma nova leva de cineastas talentosos, esses mesmos decidiram sair dos estúdios, filmarem na rua e retratar a realidade nua e crua de uma América abatida daquele tempo. Já os anos noventa, embalado com o surgimento de Quentin Tarantino, o cinema independente americano surgi como uma moda em que se gastava pouco, mas se criava alguns filmes criativos e bem anti- hollywoodianos. Bom Comportamento vem de uma nova leva de filmes dos quais nos lembra esses dois períodos distintos e por isso mesmo soa tão precioso. 
Dirigido por Ben Safdie (Amor, Drogas e Nova York) e Joshua Safdie, o filme acompanha a tentativa de assalto dos irmãos Connie (Robert Pattinson) e Nick (o diretor Ben Safdie), mas que dá tudo errado durante o procedimento. Durante a fuga, Nick acaba ficando para trás, é preso e internado num hospital. Certa noite, Connie decide invadir o hospital, para tirar o seu irmão de lá, mas mal sabendo que isso é o principio de uma noite desajustada e sem fim.
O filme já começa sublime, onde a câmera simplesmente se cola no rosto de Nick (Saldie), registrando todas suas reações durante uma sessão psiquiátrica. Na medida em que a sessão fica mais tensa, de acordo com cada pergunta vinda do psiquiatra, a trilha sonora eletrônica pesada faz com que um momento simples se torne algo angustiante. Logo em seguida surge então Connie (Pattinson), tirando o seu irmão do local e a câmera então segue colada neles do começo ao fim.
Esses minutos iniciais já dão uma dica do que veremos no decorrer do filme, pois embora aparente ser uma trama simples, os cineastas fazem questão de criar um filme que nos passe uma sensação orgânica, nada artificial e essencialmente humana. Ao mesmo tempo é um dos mais belos jogos de montagem que eu vi nesses últimos tempos, pois as cenas são dinâmicas nervosas e extremamente contagiantes. Além disso, a sua trilha sonora eletrônica jamais abandona os nossos ouvidos, pois além de criar uma tensão mesmo nos momentos mais simplórios, ela cria uma identidade própria para o filme do começo ao fim.
Com a câmera sempre em cima dos seus protagonistas, os cineastas fazem questão de extrair a verdadeira natureza de cada um dos seus personagens e nos passando então uma ideia do dia a dia de cada um deles. No momento em que a missão de resgate de Connie dá tudo errado, ele dá de encontro com personagens humildes durante o seu percurso, sem muitas expectativas e que convivem numa realidade suburbana pouco convidativa. Algo similar do que era visto em títulos dos anos setenta como, por exemplo, Táxi Drive, onde retratava uma Nova York nua, crua e perigosa.
Isso se cria então uma oportunidade de extrair o potencial de cada um dos atores envolvidos e provando que sempre há algum talento escondido. Robert Pattinson, por exemplo, sempre carregou uma cruz por ter participado da saga Crepúsculo, mas aqui ele prova que as suas limitações ficaram no passado e nos brindando com o melhor desempenho de sua carreira. O mesmo vale para o desempenho em cena de Ben Safdie que, embora boa parte do filme esteja atrás das câmeras dirigindo, seus momentos em cena são extremamente tocantes, principalmente em seus derradeiros minutos finais. 
Com participações ilustres de Jennifer Jason Leigh e Barkhad abdi (Capitão Phillips), Bom Comportamento é um belo exemplo cinematográfico, do qual ecoa o melhor do cinema do passado e sintetizando o potencial dessa arte a ser melhor explorada em nosso presente.    

Onde assistir: Guion Center: Rua. Gen. Lima e Silva,  Porto Alegre. Horários: 15h e 20h15.  

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