O que seriam de nossos heróis sem
os seus vilões, que por vezes roubam a cena em determinadas HQ. No cinema não é
muito diferente e os produtores e diretores sempre procuram um bom ator para
passar algo de desafiador na tela, que por vezes nos encanta. Pensando nisso, solto
abaixo os dez melhores vilões das HQ transportados para o cinema em minha
opinião.
CORINGA (Heath
Ledger)
Não tem pra ninguém e durante
muito tempo será assim. Ledger não só nos brindou com a melhor encarnação do
Coringa no cinema, como também é um dos melhores vilões da historia do cinema
recente. Se inspirando nas melhores HQ do personagem (Piada Mortal e asilo
arkham) e outros vilões do cinema (como Alex de Laranja Mecânica), Ledger cria
um Coringa que lembra muito sua contra parte da HQ, mas que ao mesmo tempo possui
uma originalidade fresca e que nos impressiona a cada momento que ele surge em
cena em Cavaleiro das Trevas.
MAGNETO (Ian McKellen e Michael Fassbender)
Erik Lehnsherr / Magneto é
um personagem tão complexo do universo X, que foi preciso não de um, mas dois
grandes interpretes para dar uma vida digna no cinema. Na trilogia iniciada em
2000, Eric ganha corpo e elegância através de Ian McKellen, que soube passar a
determinação e persistência do personagem em querer salvar a sua raça mutante,
nem que para isso tenha que exterminar os humanos. Já no passado (X-Men:
Primeira Classe) conhecemos mais a fundo a tragédia grega que o personagem passou
durante a segunda guerra e seu desejo de vingança ganha proporções arrasadoras
na pele do versátil Michael Fassbender (Chame).
LOKI
(Tom Hiddleston)
Muitos consideram o primeiro
filme de Thor como o pior da primeira leva de filmes da Marvel comandada pela própria
editora. Se for realmente o caso, não
deixa de ser irônico então sair daquele filme, um dos vilões mais imprevisíveis,
carismáticos, traiçoeiros e carentes dos últimos tempos. Na primeira aventura solo
do herói, Tom Hiddleston roubava a cena toda vez que surgia, mas foi em
Vingadores que o astro ficou mais a vontade e explorando cada vez mais e mais
as camadas que o personagem guardava dentro de si.
No ultimo filme (Mundo Sombrio)
Tom Hiddleston é realmente o grande astro da produção, tanto que o final se
encerra com ele e deixando mais perguntas do que respostas sobre qual será a próxima
artimanha do personagem.
Dr David Banner (Nick Nolte)
Nas HQ, Bruce Banner havia sido
espancando quando criança pelo seu próprio pai, fazendo com que isso trouxesse conseqüências
no futuro e gerando então duas personalidades do personagem quando está
transformado (Hulk verde e cinza). Essa historia se fortaleceu mais nos anos 90
nas mãos do roteirista Peter David e isso serviu de inspiração para o filme de
2003, em que o maior inimigo do herói era o seu próprio pai. Não porque espancava
o herói quando ele era pequeno, mas
porque ele mesmo o criou para ser o gigante esmeralda.
Nick Nolte soube dosar os momentos de
loucura e culpa que o personagem sente, passando então um lado muito complexo e
difícil de se analisar numa primeira olhada. O seu desabafo durante a conversa
com Betty Ross (Jennifer Connelly), que ao mesmo tempo surgem cenas do trauma
de infância do pequeno Bruce Banner, está entre os melhores momentos de todo o
filme.
Duas
Caras (Aaron Eckhart)
Duas caras sempre foi um dos
vilões mais trágicos da imensa galeria de vilões do homem morcego e levá-lo
para o cinema precisava de um tratamento especial. Em Cavaleiro das Trevas, o
vemos ainda como promotor público, interpretado por Aaron Eckhart (O Amor
Acontece), mas que gradualmente assistimos a sua queda em meio ao caos que a
cidade sofre nas mãos do Coringa. Aaron Eckhart pode até ter ficado meio que eclipsado
devido à estupenda interpretação de Heath Ledger, mas o seu desempenho foi
digno de nota e trouxe de volta a dignidade que o personagem havia perdido no horrível
Batman Eternamente quando foi interpretado por um surtado Tommy Lee Jones.
Roark
Junior (Nick Stahl)
“Asqueroso” é o melhor termo
para definir o que é esse personagem saído da cabeça de Frank Miller. Vilão do
arco Assassino Amarelo de Sin City, Roark Junior captura, estupra, espanca e
assassina meninas inocentes e sai ileso por ser filho de um político corrupto.
Para o cinema, a caracterização do personagem é idêntica e ganhou vida na
interpretação de Nick Stahl (Entre Quatro Paredes).
Sebastian
Shaw (Kevin Bacon)
Shaw nunca foi um grande
vilão do universo X, mesmo tendo participado de uma das sagas mais importantes
das HQ que foi Fenix. Mas em X-Men: Primeira Classe ele ganha uma nova roupagem
e uma importância maior, pois acaba se tornando uma espécie de criador de
Magneto durante a segunda guerra. Kevin Bacon já havia demonstrado seus dotes de
um ser perverso em O Homem Sem Sombra, mas aqui ele se sai muito melhor e
criando uma personalidade superior do personagem se comparado com a sua contra
parte da HQ.
Doutor
Octopus (Alfred Molina)
De um vilão megalomaníaco,
Doutor Octopus foi ganhando mais complexidade nas HQ, ao ponto de conhecermos até
mesmo suas frustrações e amores perdidos. Para o cinema, muito disso foi levado
e muito bem aproveitado na pele de Alfred Molina (Magnólia), que surge como um
cientista e espécie de modelo para Peter Parker seguir. A sua queda e a cena de
horror que comete contra os médicos em um hospital é digna de nota. Assim como
o seu confronto contra o herói em cima de um trem, que entrou para á historia
entre as melhores cenas de ação do cinema.
Pingüim
(Danny DeVito)
Por enquanto, a melhor versão
do Pingüim para o cinema ainda continua pertencente à visão pessoal que Tim
Burton havia criado para o personagem em 1992. Embora com uma origem bizarra (abandonado
pelos pais e criado por Pingüins!) o personagem ganha uma versão que lembra o
vilão do clássico do filme expressionista O Gabinete do Dr. Galigari e uma
personalidade sarcástica criada pelo próprio Danny DeVito, em sua melhor interpretação
na carreira.
General
Zod (Michael Shannon)
Embora ainda goste muito de Terence
Stamp interpretando o personagem nos filmes estrelados por Christopher Reeve, foi
no recente O Homem de aço que ele ganha uma personalidade melhor construída.
Aqui ele não quer somente conquistar, mas também tentar manter vivo Krypton
custe o que custa, mesmo que para isso destrua a terra, pois foi destinado a
fazer. Michael Shannon (O Abrigo) se sai muito bem ao passar toda a obstinação
e fúria que o personagem passa e explodem na tela. Principalmente no ato final
onde acontece uma das maiores super brigas do cinema recente.