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Quem sou eu
- Marcelo Castro Moraes
- Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
- Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
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terça-feira, 1 de outubro de 2013
Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: O Grande Gatsby
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Cine Dica: O melhor do nosso cinema: CHEIRO DO RALO
LOURENÇO: FAZ QUE NEM A MERDA VOLTE DEPOIS.
Sinopse: Lourenço
(Selton Mello) é o dono de uma loja que compra objetos usados. Aos poucos ele
desenvolve um jogo com seus clientes, trocando a frieza pelo prazer que sente
ao explorá-los, já que sempre estão em sérias dificuldades financeiras. Ao
mesmo tempo Lourenço passa a ver as pessoas como se estivessem à venda,
identificando-as através de uma característica ou um objeto que lhe é
oferecido. Incomodado com o permanente e fedorento cheiro do ralo que existe em
sua loja, Lourenço vê seu mundo ruir quando é obrigado a se relacionar com uma
das pessoas que julgava controlar.
De uma vez por todas
o cinema brasileiro provou que não deve nada a produções americanas e que às
vezes o próprio cinema americano nos deve um filme com uma historia de
qualidade, mesmo gastando todos os rios de dinheiro que obtém. Mas eis que um
pequeno filme feito na raça surpreende muita gente, inclusive eu que me pego uma
vez ou outra vendo e revendo essa pequena obra, que para mim é um grande clássico
moderno. O Cheiro do Ralo é um fascinante estudo sobre as relações de poder
entre quem tem e quem não tem: sedução, taras, fantasias, desejos, amor, dependência,
cinismo e insegurança.
Tudo isso embalado, com
um dos roteiros mais inteligentes dos últimos anos, levado às telas pelo
diretor Heitor Dhalia (diretor de “Nina”) e por uma interpretação magistral de
Selton Mello. Ele é o filme, apesar de interpretar um sujeito que está longe de
ser um ser humano exemplar (muito pelo contrário), sua entrega ao personagem é
tão completa que conseguimos entende-lo e, até mesmo em alguns momentos
assustadores, nos identificarmos com ele. Selton é Lourenço, um cara solitário
e cínico que dirige uma decadente loja de penhores, como se fosse um executivo
de uma grande empresa.
Ele tem uma
secretária, que faz a triagem dos clientes, um segurança (interpretado por
Lourenço Mutarelli, autor do livro em que o filme foi baseado) e Lourenço, que
se senta atrás de uma mesa para receber vendedores o dia inteiro. Os clientes
trazem toda espécie de lixo para tentar vender para Lourenço, cujos critérios
para a compra variam: ele paga apenas 30 reais por um faqueiro de prata e
oferece no máximo 100 reais por um violino Stradivarius, mas gasta 400 reais em
um olho de vidro sem valor.
Lourenço tinha uma
noiva (Fabiana Guglielmetti) com quem rompe faltando pouco para o casamento.
Lourenço:
“eu não tenho nada pra te oferecer, e você não tem nada pra me oferecer”.
A
mulher, inconformada, passa a fazer ameaças e a persegui-lo.
Lourenço: “toda
mulher é igual”, pois se você “se você bobear, os convites vão para a gráfica”.
Falando
em mulher, há garçonete do bar onde
Lourenço vai comer quase todos os dias. Ela tem um nome impronunciável.
“Lourenço:
uma mistura do nome do pai, da mãe e de alguma celebridade”.
E ele está
apaixonado por ela. Melhor dizendo,
Lourenço está mesmo apaixonado é pela “bunda” dela. Ele fica no balcão fingindo
ler algum romance policial enquanto espera ansioso, que a moça se vire e mostre
o corpo para ele.
“Lourenço: se a comida daqui fosse boa, seria então o paraíso”.
A
garçonete (interpretada por Paula Braun) começa a gostar da atenção e entra no
jogo de sedução de Lourenço até que um dia, inevitavelmente, ele acaba falando
mais do que devia e o “clima” termina. Por fim, há o bendito cheiro do ralo.
Pacientemente,
Lourenço explica para cada cliente que entra na loja, que o cheiro não vem
dele, mas sim do ralo do banheiro, que está com algum problema. Até que um dia,
um cliente, comenta que, já que Lourenço é o único a usar o banheiro, o cheiro
só pode vir dele. Ele culpa o cheiro pelo seu mau humor, por seu cinismo, por
sua vida. Ao invés de consertar o banheiro, ele tenta primeiro simplesmente
cimentar o ralo, mas o encanamento parece estar conspirando contra ele.
“Lourenço:
esses canos não são o que parecem, sendo que é por ai que eles nos observam”.
Não é um filme fácil:
o personagem é asqueroso e o roteiro é tão direto e cínico quanto ele. A
sucessão de personagens bizarros (que funcionam como se o filme fosse composto
por uma série de curtas metragens) trás de tudo, mas no fundo o que se vê é uma
relação de poder. Os vendedores estão lá porque precisam de dinheiro e alguns
(como uma drogada que sustenta o vício vendendo coisas roubadas) fazem qualquer
coisa por um pouco de dinheiro.
Lourenço tem que
tocar o negócio, mas, antes de tudo, precisa ter uma relação de dominação com
todos à sua volta. Por vezes o cliente é mais forte e ele se deixa dominar. Ele
fala de um “pai” que nunca conheceu e que ele tenta montar através de pedaços
como o olho de vidro e uma perna mecânica.
Ele é estranhamente
sedutor em um momento, para no seguinte se revelar um completo crápula. Suas falas
são diretas, cínicas e, por isso mesmo, engraçada por sua franqueza. A garçonete é muito mais do que um traseiro
bonito. Ela sabe do poder de sedução que tem, mas qual é o limite entre o
charme e a vulgaridade? Ela diz a Lourenço que estaria disposta a se mostrar
para ele de graça, mas que ele estragou tudo quando disse que queria pagar pra
ver. Por outro lado, quando precisa de dinheiro, ela vai procurá-lo. O que
Lourenço parece (ou não quer) entender, é que tudo é válido desde que seja
consensual, mas isso atrapalharia o jogo de poder dele. Ou seja, tudo tem seu
preço.
Feito em um esquema
de trocas e parcerias, o filme foi produzido por pouco mais de 300 mil reais,
mas parece muito mais caro. A direção de arte é muito boa e ele tem um ar
atemporal que lembra os filmes dos irmãos Cohen (Barton Fink, A Roda da
Fortuna). A edição dá um show à parte, com cortes muito interessantes nas cenas
de transição, quando vemos Selton Mello andando pelas ruas da Mooca, onde foi
rodado o filme.
O elenco é composto
por uma série de atores pouco conhecidos, mas muito bons e algumas
participações especiais, como Alice Braga na lanchonete, Tiazinha na TV e Paulo
César Peréio como uma voz ao telefone. O esquema de filmagem de “guerrilha” foi
necessário porque os temas “pouco atraentes” do roteiro não conseguiram trazer
investidores.
Um filme que mistura
de tudo um pouco, desde o drama a maior comédia de humor negro.
Indispensável.
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Cine Dica: Sala P. F. Gastal apresenta Juventude em Fúria
JUVENTUDE
EM FÚRIA INVADE A SALA P. F. GASTAL
De 1º a 9 de outubro
a Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro reúne na mostra Juventude em Fúria
filmes que exploram diversas facetas da rebeldia e da inquietação juvenil.
Platão dizia que “de todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil
de domar”, e o cinema foi pródigo em retratar este período da vida marcado pelo
inconformismo, pela experimentação, e por arroubos de paixão e violência, onde
imperam a transgressão e o desafio as autoridades.
A mostra faz um breve
panorama cinematográfico do furor juvenil reunindo obras de diversas épocas,
como Juventude Transviada (1955), de Nicholas Ray e Sementes da Violência
(1955), de Richard Brooks, retratos seminais sobre a delinquência e a rebeldia
dos jovens nos anos 1950, e obras de culto, como os violentos Laranja Mecânica
(1971), de Stanley Kubrick, Warriors - Os Selvagens da Noite (1979), de Walter
Hill, e Quadrophenia (1979), de Franc Roddam, baseado no álbum homônimo da
banda de rock inglesa The Who. A irreverência, tendo o rock como força motriz,
está presente nos escrachados Cry-Baby (1990), de John Waters, Rock’n’Roll High
School (1979), de Allan Arkush e Joe Dante, e na insana comédia apocalíptica
Gas! (1970), de Roger Corman. A crueldade e a inocência se chocam em obras como
O Senhor das Moscas (1990), de Harry Hook, Terra de Ninguém (1973), de Terrence
Malick e na bizarra visão da juventude americana vista em Gummo - Vida Sem
Destino (1997), de Harmony Korine. Já o diretor Nagisa Oshima, falecido no
início deste ano, apresenta um feroz retrato da juventude japonesa pós-guerra
em O Túmulo do Sol (1960), filme que marcou a sua estreia no cinema.
A mostra Juventude em Fúria tem o apoio da
distribuidora MPLC e da locadora E o Vídeo Levou.
Mais informações e
horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.
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sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Cine Dicas: Estreias do final de semana (27/09/13)
Aconteceu em
Saint-Tropez
Sinopse: O enterro
da mulher de Zef (Eric Elmosnino) caiu bem no dia do casamento da filha de
Ronie (Kad Merad) e isso só faz piorar a conturbada relação dos dois irmãos.
Afinal, a dupla vive em conflito pelas questões que envolvem o trabalho,
mulheres, música e religião. Em comum, eles têm o velho pai com Alzheimer (Ivry
Gitlis) e as filhas de cada um, Noga (Lou de Laâge) e Melita (Clara Ponsot),
que se adoram. Entre Londres, Paris, Saint-Tropez e Nova York, brigas,
confrontos e traições fazem explodir a harmonia familiar. Porém, graças a esses
conflitos, uma reconciliação caótica e inesperada fará surgir uma grande e
complicada história de amor.
A Última Estação
Sinopse: 1950. O jovem libanês
Tarik deixa sua cidade natal em busca de uma vida melhor no Brasil. Ao chegar
no porto de Santos ele se desentende com o irmão de uma garota síria com a qual
estava flertando e, na briga, cai no mar. Ele é salvo por Ali, outro jovem
libanês. Só que, ao passar pela imigração, Ali fica detido pela polícia e eles
se separam. Décadas mais tarde, já idoso, Tárik (Mounir Maasri) resolve partir
em busca de Ali para pedir-lhe perdão. Em seu jornada ele tem a companhia da
filha, que se recusa a seguir os ideais religiosos e de comportamento pregados
pelo pai.
O Verão do Skylab
Sinopse: Durante o
aniversário de uma bisavó, toda a família se reúne na Bretanha. A festa marca o
encontro entre as pessoas mais diferentes, que não se encontravam há anos,
incluindo o tio traumatizado pelas experiências na guerra, a garota
pré-adolescente que espera encontrar o primeiro amor, a tia que não suporta
mais o imenso apetite sexual do marido, o tio de esquerda e um outro, de
direita, o adolescente que deseja ser considerado adulto e mesmo um avô com
tendências suicidas. Enquanto isso, a televisão anuncia a passagem do Skylab
nos céus, um enorme satélite que pode se chocar com a Terra.
Uma Primavera com
Minha Mãe
Sinopse: Aos 48 anos
de idade Alain Evrard tem que voltar a morar com sua mãe. No passado os dois
tinham uma relação complicada. Alain viveu a maior parte do tempo afastado
dela. A convivência não será fácil mas a descoberta de que sua mãe tem um tumor
o fará repensar a sua relação com ela.
Sinopse: Após ser
roubado, o traficante de meia tigela David Clark (Jason Sudeikis) é obrigado
por seu chefe, Brad Gurdlinger (Ed Helms), a viajar até o México para fechar
uma negociação envolvendo um grande carregamento de maconha. Para tanto David
precisa formar uma família de mentira e com isso convida a stripper Rose
O'Reilly (Jennifer Aniston) para ser sua falsa esposa. A delinquente Casey
(Emma Roberts) e o virgem Kenny (Will Poulter) logo entram no plano e juntos eles
formam os Miller, que aparentemente estariam fazendo uma pacata viagem rumo ao
México a bordo do trailer da família. Entretanto, ao longo do caminho os
antigos hábitos voltam à tona e nem tudo sai como o planejado.
R.I.P.D. - Agentes do Além
Sinopse: Nick Walker (Ryan
Reynolds) é um policial que morreu recentemente. Para sua surpresa, sua alma
foi enviada para o Departamento Descanse em Paz, uma espécie de agência que
trabalha às escondidas na Terra. Devido à sua experiência, Nick logo é enviado
de volta à Terra para trabalhar ao lado do veterano Roy Pulsipher (Jeff
Bridges). Juntos, eles precisam encontrar o assassino de Nick.
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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Faroeste Caboclo
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quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Segredos de Sangue
"AS VEZES PRECISAMOS FAZER COISAS RUINS PARA NÃO FAZERMOS COISAS PIORES"
India Stoker
Sinopse: No dia do
aniversário de 18 anos de India Stoker (Mia Wasikowska), seu pai sofre um
acidente de carro e morre. A convivência desta garota tímida com a sua mãe
(Nicole Kidman) torna-se ainda mais problemática, fato agravado pela visita dos
parentes durante o funeral. Entre os familiares presentes, está o tio Charlie
(Matthew Goode), um aventureiro que passou a vida inteira entre as cidades da
Europa, sem dar sinal de vida. India nunca soube da existência desse homem, mas
logo a sua presença traz à tona o sombrio passado da família Stoker.
Na
maioria das vezes, um diretor estrangeiro de grande prestigio em seu país de
origem, acaba não tendo uma estréia satisfatória quando filma pela primeira vez
em território americano. Felizmente esse não é o caso do sul coreano Park Chan-wook,
cineasta consagrado graças a sua “trilogia da vingança”, conhecida
principalmente pelo filme do meio, Old Boy, que fez o mundo ter um olhar mais
atento, não somente pelo cineasta como também dos filmes que vinham de lá. O
resultado final em território gringo não é só satisfatório, como também
surpreende ao criar um ótimo filme, com uma trama que não trás muitas
novidades.
Escrito pelo ator Wentworth Miller (da série de TV Prison Break)
a historia poderia ser filmada por qualquer um, mas que acabaria correndo o risco de ter um resultado pra lá de
desastroso. Porém, Park Cahn Wook injeta ao máximo originalidade no modo em que
é conduzido essa trama, começando na forma em que ele filma: sua câmera esta
sempre acompanhando os protagonistas, assim como também ela própria apresenta a
trama para o espectador(por vezes em simetria), sem que alguém fale sobre o que esta
acontecendo.
O inicio do filme, já
da uma pista do que virá a seguir, pois tudo começa com a morte do patriarca da
família. Habilidoso como ninguém, o cineasta somente apresenta sons do tal acidente,
enquanto apresenta os demais personagens e as letras dos créditos iniciais vão
surgindo em lugares pouco convencionais. Imediatamente surge Charlie (Matthew
Goode, de Watchmen) que se diz irmão do falecido e que aos poucos vai se
infiltrando na forma de sedução, nas vidas da mãe e filha, que são
interpretadas por Nicole Kidman e Mia Waskowska (Alice no País das Maravilhas).
Basicamente o filme é
voltado somente nesta trindade, cheios de ambigüidade, onde aos poucos se é
descascado quem são eles realmente por dentro e por fora. India, aliás, é a
personagem mais complexa, pois se isola dentro de sua mente cheia de mistério e
fazendo com que ela não tenha uma relação muito amistosa com a mãe, sendo que
essa ultima não se mostra muita afetada pela morte do marido e começa há ter
suas atenções voltadas para Charlie. Interessante é a forma como esse
personagem se infiltra na vida das duas, de uma forma sedutora, perigosa e que faz
principalmente India descobrir coisas de si própria que antes desconhecida.
Além da ótima direção
autoral que Wook passa para nos, o filme também ganha pontos graças ao ótimo desempenho
dos três astros principais, ao começar Mia
Wasikowska: consagrada no filme de Tim Burton, Wasikowska a
principio vivia sofrendo criticas devido a suas atuações por vezes inexpressivas.
Mas bastou atuar em filmes de qualidade, em que desafiassem o seu modo de
interpretar, que fez com que ela chegasse aqui surpreendendo com sua personagem
Stoker, que chega há ser mais assustadora do que seu próprio tio. Isso se deve
graças à frieza que ela passa em seu rosto e fazendo com que tenhamos um grau
cada vez mais elevado de tensão no decorrer do filme.
O mesmo vale pelo ótimo
desempenho de Matthew Goode, que embora já desde o começo seu personagem não
esconde que é um louco com segundas intenções, é graças à ótima interpretação
do ator que faz com que o personagem se torne mais interessante do que tem a
oferecer. Nicole Kidman por sua vez quase é eclipsada pelo desempenho dos seus
parceiros de cena. Porém, sua personagem realmente cresce no ato final da trama,
onde ela bota para fora tudo que sente pela filha, num momento de desabafo e
sinceridade crua.
Embora a origem da
historia no qual move todos os personagens da trama possa soar um tanto que previsível,
o ato final felizmente nos entrega momentos com que faz que a gente se encolhe
na poltrona, esperando pelo pior e faz com que a gente enxergue os melhores
momentos de Park Chan-wook quando
apresentou a sua "trilogia da vingança" para o mundo. Um começo bem promissor
para esse genial cineasta, num país que cada vez menos se está valorizando a
visão autoral dos diretores que querem passar algo de original para o
espectador que assiste.
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Cine Dica: ?POR QUE VOCÊ PARTIU?? tem pré-estreia neste sábado, dia 28, às 21h, no CineBancários
POR QUE
VOCÊ PARTIU?”
Documentário
que conta a história de seis importantes Chefs franceses estreia em Porto
Alegre
Pré-estreia
– 28 de setembro, sábado, às 21h
no
CineBancários
(General
Câmara, 424 – Centro)
O CineBancários
exibe, no dia 28 de setembro, sábado, às 21h, “Por que você partiu?” do diretor
francês Eric Belhassen. O documentário reúne, pela primeira vez, seis dos mais
destacados Chefs franceses que atuam no Brasil: Erick Jacquin (La Brasserie
Erick Jacquin), Alain Uzan (Restaurante Avek), Emmanuel Bassoleil (Restaurante
Skye), Frédéric Monnier (Brasserie Rosário), Laurent Suaudeau (Escola de Arte
Culinária Laurent) e Roland Villard (Hotel Sofitel).
Por que você partiu? é a pergunta que permite
ao diretor Eric Belhassen transformar os Chefs em personagens. Para ir além das
respostas “oficiais”, o realizador viaja até a França em busca das origens de
seus personagens e de respostas mais profundas.
Ele percorre mais de 2000 km em uma espécie de
road movie pelas regiões mais gastronômicas da França, onde reencontra os
familiares e histórias do passado que ajudam a entender as razões que levaram
esses franceses a deixarem seu país em busca de uma nova vida no Brasil.
Tanto para os chefs que partiram quanto para
as famílias que ficaram, a separação é tema central do filme: a separação da
família, da pátria e da sua cultura. As razões dos seus exílios, mesmo se
diferentes para cada um, se conectam todas ao exílio do próprio autor do filme,
que se questiona sobre seu próprio partir, e os motivos que o levaram a deixar
a França, 15 anos atrás.
Essa primeira obra do diretor Eric Belhassen
foi selecionada no Festival do Rio, na categoria Panorama mundial, e foi
convidada para abertura do 30th Miami International Film Festival, na categoria
culinária.
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