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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Martin Eden'

Sinopse: Martin Eden é um escritor que entra em conflito com a burguesia. Encarando o novo, ele se apaixona e descobre como autores são vistos na sociedade aristocrática, enquanto se questiona sobre sua própria natureza como criador.

Em tempos em que a sociedade vive uma determinada depressão cabe alguns darem o bom exemplo de sobrevivência através do conhecimento, ou seja, através da leitura para abrir as nossas mentes como um todo. O problema é o homem que questiona versus a classe burguesa, que ainda sente o gosto dos tempos em que eram escravocratas. "Martin Eden" fala sobre tempos longínquos, mas cujo tema sobre luta entre as classes em meio a crises políticas e guerras perduram até mesmo nos dias atuais em que vivemos.
Dirigido por Pietro Marcello, o filme conta a história Martin Eden (Luca Marinelli), um jovem escritor de baixa renda que entra em conflito com a burguesia. Encarando um novo mundo, ele se apaixona e descobre como escritores são vistos em uma sociedade aristocrática. Se sentindo deslocado de tudo que faz parte de sua essência, o rapaz percebe que não há como voltar para o que costumava ser. Enquanto tenta publicar alguma obra de grande sucesso, Martin se questiona sobre o mercado literário, a sociedade e sua própria natureza como criador.
Se inspirando no melhor do cinema político italiano, Pietro Marcello surpreende ao nos apresentar o seu filme, ao criar uma fotografia e edição de arte que remete os filmes dos anos sessenta e setenta daquele país. Ao mesmo tempo, há momentos em que a obra relembra o melhor do Neorrealismo italiano, onde vemos uma Itália em frangalhos e mantendo o que tem em meio aos escombros de um país pós guerra. É nesse cenário que encontramos Martin Eden, pessoa sonhadora, que sonha ganhar a vida como escritor, mas tendo que encarar uma realidade opressora e nenhum pouco acolhedora.
Interpretado com intensidade surpreendente pelo ator Luca Marinelli, Martin Eden é uma pessoa deslocada de sua própria realidade, onde tenta se encaixar nela com algo que ele se sinta vivo que é através de sua escrita, mas mal sabendo o preço que isso acarretará ao longo da vida. Em meio a guerra entre capitalismo e socialismo, Eden tenta de todas as formas em ser humanista acima de tudo, mas não escolhendo exatamente um lado deste conflito. Martin Eden, portanto, se torna uma espécie de entidade da qual o seu próprio corpo não suporta e fazendo com que tenhamos uma leve certeza do que irá acontecer em seguida.
Embora o filme agilize um pouco em seu ato final ao mostrar o protagonista no ponto em que ele queria se encontrar, o filme não falha em seu discurso e tão pouco se torna envelhecido se for comparado com os dilemas políticos atuais em que estamos convivendo. Em sua reta final, Martin Eden se torna uma espécie de figura cansada em meio esses atritos de classes e deixando somente os seus pensamentos para a posteridade. O que lhe fez sobreviver e deixar algo para ser lembrado foi a sua principal arma que era os seus textos, sendo algo funciona até hoje para aqueles que se prezam em pôr a escrita em prática, mesmo quando o mundo lhe fecha as portas.
Baseado no livro de Jack London, "Martin Eden" é sobre a resistência do homem através do uso da escrita em meio a uma guerra entre as classes que, infelizmente, nunca termina.    
 
Onde assistir: Disponível no NOW. 

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quarta-feira, 8 de julho de 2020

Cine Dica: Live Seriada 4 - François Truffaut Revisitado


LIVE SERIADA #4 
“FRANÇOIS TRUFFAUT REVISITADO” 
Série especial de Lives que vai revisar a filmografia do cineasta francês. 
Todos os filmes do realizador serão analisados pela curadora de cinema e pesquisadora da obra de Truffaut, TÂNIA CARDOSO. 

PARTICIPE. É GRÁTIS. ACESSO LIVRE. 

Live Seriada #4 
"FRANÇOIS TRUFFAUT REVISITADO" com TÂNIA CARDOSO 
* Filme: "JULES E JIM - UMA MULHER PARA DOIS" 
* Quando: Sexta-feira - Dia 10/ Julho 
* Horário: 20 horas 
* Onde: Instagram - @cardoso.taniac 

terça-feira, 7 de julho de 2020

Cine Dica: Quando as autoridades abrirem os cinemas: Como o setor está se preparando

Bom dia, tudo bem?

Esperamos que você e sua família estejam bem!

Desde abril, pessoas voluntárias da indústria do cinema se uniram em uma causa única, para preparar a retomada dos cinemas no Brasil quando for o momento certo, seguindo os protocolos de segurança e bem-estar. Abaixo enviamos o primeiro release para divulgação e o primeiro material da campanha #JuntosPeloCinema.

 

Campanha #JuntosPeloCinema une setor
e lança site e primeiro vídeo,
enquanto as salas ainda estão fechadas

Por mais de três meses, profissionais se uniram para colaborar num projeto que apoia as empresas na preparação para o momento em que as salas de cinema vierem a reabrir


Pela primeira vez no mercado brasileiro, exibidores, distribuidores, produtores, criativos e parceiros da indústria estão envolvidos em um projeto único com o intuito de preparar e implementar a retomada do cinema no Brasil, num movimento chamado  #JuntosPeloCinema. É uma ação inédita que, respeitando a individualidade de cada empresa e mantendo a livre concorrência, busca ações para manter acesa a magia do cinema. Colaborando desde final de março, o grupo de profissionais voluntários envolvidos no projeto tem como meta retomar o diálogo entre a experiência da sala de cinema e o público, de agora até o momento de reabertura das salas pelas autoridades, respeitando os protocolos aplicáveis de segurança e bem-estar já determinados ou em elaboração pelos governos locais.

A ideia nasceu dos profissionais que atuam no meio audiovisual visando auxiliar o segmento de mercado de exibição no Brasil a reencontrar seu público. As ações concretas são mediadas pela Flix Media, empresa especializada em comercialização de espaços publicitários no cinema. Conforme o time da Flix comunicava a ideia da campanha #JuntosPeloCinema, diferentes profissionais e mais players aderiam ao projeto. Neste momento, o que importa é uma coisa: relembrar a experiência incomparável da exibição nas salas de cinema. Esse esforço coletivo e pro bono de mais de 200 profissionais do mercado em prol do cinema é fundado no propósito de oferecer um ambiente de segurança e bem-estar para o público e de preservar milhares de empregos ligados à indústria cinematográfica, do set de filmagem à sala de exibição.

Como resultado, o movimento faz grandes entregas: uma campanha de comunicação que visa fortalecer o vínculo entre o cinema e o seu público. Um estudo sobre os protocolos de segurança e bem-estar desenvolvidos por governos e autoridades de saúde dá apoio, especialmente, aos pequenos e médios exibidores para que possam reabrir as salas com pleno atendimento às diretrizes de biossegurança que são determinadas pelos governos. E o Festival De Volta Para O Cinema, que dará as boas-vindas para o público quando as salas reabrirem.

Na primeira fase da campanha – ainda com as salas sem atividades de exibição -, mais de 300 veículos de mídia abrem espaço em suas programações para divulgar um vídeo que reforça os laços do público com o cinema. O vídeo, concebido pela agência e produtora La Unión, estreia hojeassista aqui. A campanha se inicia agora e segue pelas próximas semanas. Para download da logo do movimento, clique aqui. Para acessar o site do movimentohttps://www.juntospelocinema.com.br/.

Na segunda fase, um pouco antes da data de reabertura das salas ao público – que é determinada pelas autoridades -, se inicia a comunicação sobre os novos procedimentos que acompanham toda a jornada do espectador dentro do cinema. Serão oferecidos aos exibidores materiais que explicam os protocolos elaborados pelos governos locais - eles variam de cidade para cidade ou de estado para estado. Para esta etapa, tem sido fundamental a participação de entidades do setor como a Federação Nacional das Empresas Exibidoras de Cinema (Feneec), os sindicatos estaduais, seus associados e a Associação Brasileira de Multiplex (Abraplex). Eles acompanham a divulgação das diretrizes das autoridades competentes e estão orientando a aplicação dos protocolos.

E quando as salas de cinemas abrirem? O movimento #JuntosPeloCinema ainda irá ajudar a esclarecer as possíveis dúvidas dos espectadores, comunicará os filmes em cartaz ou a estrear e oferecerá um conteúdo muito especial: o Festival De Volta para o Cinema, idealizado pelo crítico, curador e apresentador Érico Borgo em parceria com distribuidores e exibidores, um projeto único na história do nosso cinema.

O Festival está programado para estrear junto com a reabertura das salas. Distribuidores nacionais e estrangeiros conseguiram os direitos e as cópias digitais de filmes que emocionaram os brasileiros. São clássicos, sucessos de bilheteria e crítica que integrarão com as estreias a programação de filmes nas duas primeiras semanas após a abertura. Uma pesquisa de opinião realizada pelo movimento apontou o interesse do moviegoer em rever filmes que marcaram a história do cinema.

Entre os parceiros que estão abrindo espaço para a divulgação dos materiais estão AdoroCinema, Adsmovil, AXN, Buzzfeed, Canal Brasil, Canal Like, Cineclick, Cinepop, Elemídia, Eletromídia, Facebook, Flix Media, Folha de S.Paulo, FSign, Gameloft, Globo através da Globo Filmes, Google, Ingresso.com, JCDecaux, Megapix, MPV7, O Globo, Omelete, OTIMA, Portal Hugo Gloss, Preshow, Primepass, Rádio JB FM, Rádio Metropolitana, Rede Mix de Rádio, RedeTV!, SBT, Seedtag, Sony Channel, Spotify, Tastemade, Telecine, TV BANDEIRANTES, UOL, Veja Rio, Veja São Paulo, Velox Tickets, Viacom/CBS, Waze, Webedia. Apoio Institucional: Academia Brasileira de Cinema, Ancine, Ministério do Turismo e RioFilme.

Depoimentos:

“#Juntospelocinema. Um movimento de união de todo mercado, inédito, colaborativo e fundamental para garantir a volta da magia do cinema às nossas vidas, de maneira organizada e segura. Acreditamos na experiência irreplicável e transformadora que vivemos nos cinemas, nos unimos em torno disto.”

Adriana Cacace, diretora geral da Flix Media Latam

 

“Cada ida ao cinema é um evento. A sala escura, a tela grande, o som fazendo estremecer a cadeira... No cinema, você não só assiste ao filme, você o vivencia. O movimento #JuntosPeloCinema quer garantir que essa experiência única retorne com conforto e segurança para a vida do público.”

André Sala, diretor geral da Sony Pictures Brasil e VP sênior de distribuição na América Latina

 

“No escurinho do cinema,

O coração dispara, quando pega na mão.

Quase explode, no primeiro beijo,

No escurinho do cinema.

Lágrimas rolam, emoção desenfreada.

Doces lembranças,

Do fundo do coração.

Volta cinema.”

Caio Silva, Diretor da Abraplex

 

“A Paramount Pictures acredita na experiência do cinema e orgulha-se em fazer parte desta iniciativa de todo o mercado para uma retomada de atividades segura e responsável. O cinema faz parte da nossa vida, tem um papel importante na nossa cultura e assim como nós vai se adaptar aos novos tempos, cumprindo o seu papel de trazer informação, emoção e esperança para seus espectadores.”

Cesar Silva, VP & Diretor Geral da Paramount Pictures Brasil

 

“O cinema sempre fez parte da minha vida - e no âmbito profissional foi graças a essa paixão que consegui muito do que conquistei. Fazer parte desse movimento único na história, o #JuntosPeloCinema, e auxiliar no retorno do público a essa experiência sem igual através do Festival De Volta Para o Cinema é uma honra que carregarei para sempre.”

Érico Borgo, crítico, curador e apresentador

 

“Acreditamos que a experiência do cinema é única e insuperável. Estamos vivendo um período único na História, mas acreditamos que o papel social dessa experiência será ainda mais relevante. Como empresa atuante principalmente na produção nacional, nossos projetos são desenvolvidos por centenas de mãos trabalhadoras e dedicadas em transmitir nossa cultura para as grandes telas do mundo inteiro. Essa campanha mostra a força e união do nosso setor e é um enorme orgulho fazer parte dela.”

Gabriel Gurman, CEO da Galeria Distribuidora  

“Na Warner Bros. Pictures, nós acreditamos no poder das histórias, e não há lugar melhor para contá-las do que nos cinemas. Estamos muito orgulhosos em participar do projeto #JuntosPeloCinema, para que a magia do cinema finalmente retorne e continue a encantar todos os brasileiros, como fazemos há quase 100 anos.”           
Hernán Viviano, Diretor Geral da Warner Bros. Pictures Brasil

“O Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Estado do Rio de Janeiro está empenhado em unir e fortalecer o mercado, de modo a concretizar um projeto de reabertura das salas que seja sólido, seguro e promissor. A experiência dentro de um cinema é única graças à tela grande e à magia proporcionada por filmes criados especialmente para este momento. Ele é e sempre será o local onde os sonhos se tornam realidade.”

Gilberto Leal, Presidente do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Estado do Rio de Janeiro

 

“A Paris Filmes estará sempre ao lado do cinema, com a qualidade da imagem nas telas grandes e o som imersivo e se orgulha em fazer parte desta iniciativa da união de todo o mercado cinematográfico em parceria com outros grandes profissionais, para uma retomada com segurança, a fim de receber muito bem nossos espectadores, e voltar a encantar, divertir e emocionar a todos com a experiência única do cinema”.

Jorge Assumpção, diretor da Divisão de Cinema da Paris Filmes

 

“Acreditamos desde o início na iniciativa. Apenas em uma sala de cinema se vive a experiência do cinema, é hora de começarmos a voltar com muita segurança e a Campanha e o Festival terão um papel importante nessa retomada.”

Juliano Russo, diretor de Marketing, Comercial e A&B da Cinépolis

 

“A UCI Cinemas tem seus clientes como foco principal e, em primeiro lugar, preza por sua saúde. Em todo o país, estamos trabalhando para garantir a reabertura das nossas salas de cinema e voltar a proporcionar ao público a experiência única que é assistir aos filmes e as grandes estreias na tela gigante, com a maior segurança possível.”

Monica Portella, diretora de marketing UCI Cinemas.

 

“O Kinoplex acredita no cinema há mais de cem anos e estamos seguros de que a união de nossa indústria, que constrói tantas histórias e ilumina a vida do seu público, vai nos permitir ultrapassar mais esse desafio. Com muita segurança e responsabilidade, estaremos prontos para receber nosso público, que de frente à tela gigante poderá viajar por universos repletos de aventura, magia e emoção, algo que só o cinema pode proporcionar.”

Patrícia Cotta, Gerente Nacional de Marketing da Kinoplex

 

O amor pelo cinema juntou pela primeira vez os protagonistas da distribuição, da exibição e de conteúdo, brilhantemente conectados pela Flix Media e agências que doaram seu tempo e talento para a concepção e planejamento do movimento e campanha para reabertura dos cinemas da melhor forma possível. Evoluímos como indústria, como profissionais e reafirmamos que o cinema é uma experiência única, inigualável e Universal!”

Patricia Kamitsuji, Diretora Geral da Universal Pictures no Brasil

 

“Tão inédito quanto o momento que passamos, é o movimento de união e convergência dos agentes do setor, visando à retomada de suas atividades. O cinema é uma arte que encanta, emociona, diverte e educa há mais de cem anos, sendo imprescindível e insubstituível como prática social e de cidadania.”

Paulo Celso Lui, Presidente do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas no Estado de São Paulo

 

“É em momentos tão difíceis como o que estamos vivenciando que percebemos a força e a união do nosso setor para a superação dos grandes obstáculos. Estamos ansiosos para voltarmos a proporcionar a magia do cinema aos nossos espectadores, e estamos trabalhando para que isto ocorra com a maior brevidade possível. As pessoas estão querendo muito retornar aos pequenos prazeres da vida, à confraternização com os amigos, o barzinho de chope, o jogo do time do seu coração e aquele cineminha com uma gostosa pipoca. Curtir a vida como antes – Breve em um cinema perto de você.”

Ricardo Difini Leite, Presidente da FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras)

 

“Nós da Cinesystem, temos o maior orgulho de participar ativamente deste projeto de retomada, que será um marco no segmento de cinemas. Estamos vendo a sinergia, a riqueza de ideias e o trabalho altamente qualificado vindo de diversos profissionais do setor, de uma forma única e emocionante. Em breve, a magia do cinema vai voltar em grande estilo e o consumidor vai vivenciar a Experiência que só o cinema proporciona." 

Sherlon Adley, Diretor Comercial & Marketing da Cinesystem

 

“Dá um enorme orgulho trabalhar ao lado de tantos colegas de indústria com um objetivo em comum, em um movimento único no mundo. Nem mesmo os melhores roteiristas poderiam escrever uma saída tão grandiosa para uma crise com tantos superlativos. O Festival De Volta Para o Cinema é o maior festival de cinema do mundo e coroa o trabalho de centenas de profissionais que amam o cinema. Assim como todo fã lembra da primeira vez que foi ao cinema, seguramente a primeira sessão da retomada será uma recordação pra toda vida.”

Vinícius Pagin, diretor de Programação da Cinemark.


 

Ficamos à disposição para mais informações!

 

Fique bem!

 

Bjs, Lisi

 

Fonte: Espaço Z. 

segunda-feira, 6 de julho de 2020

LUTO: Ennio Morricone: 1928 - 2020


O mestre  Ennio Morricone, maestro e compositor de trilhas sonoras que entraram para a história do cinema, escreveu o próprio obituário, segundo revelou seu advogado e amigo Giorgio Assuma para a imprensa italiana.  Nesta segunda-feira, na Itália. Ele estava internado há alguns dias em uma clínica em Roma após sofrer uma queda e fraturar o fêmur. Segundo Assuma, o maestro queria escrever sobre sobre si e sua morte em primeira pessoa.
No texto, Morricone se despede de sua esposa, Maria Travia, de seus filhos, netos, amigos e do diretor de cinema Giuseppe Tornatore e declara seu amor.

Leia, abaixo, o obituário escrito por Morricone:

"Ennio Morricone está morto. Anuncio a todos os amigos que sempre estiveram próximos de mim e também aos que estão um pouco distantes e os saúdo com muito carinho.
Impossível nomear a todos. Mas uma lembrança especial vai para Peppuccio e Roberta, amigos fraternos muito presentes nos últimos anos de nossa vida. Há apenas uma razão que me leva a cumprimentar todos assim e a ter um funeral privado: não quero incomodá-los.
Saúdo calorosamente Inês, Laura, Sara, Enzo e Norbert por terem compartilhado grande parte da minha vida comigo e com minha família. Quero lembrar com carinho as minhas irmãs Adriana, Maria, Franca e seus entes queridos e que elas saibam o quanto eu as amava.
Uma saudação completa, intensa e profunda aos meus filhos Marco, Alessandra, Andrea, Giovanni, minha nora Monica e aos meus netos Francesca, Valentina, Francesco e Luca. Espero que eles entendam o quanto eu os amava.
Por último mas não menos importante (Maria). Renovo a você o extraordinário amor que nos uniu e que lamento abandonar. Para você, o adeus mais doloroso."

Entre as mais de 500 trilhas sonoras para cinema e televisão em seu currículo, há composições para filmes como "Três Homens em Conflito", "A Missão", "Era uma Vez na América", "Os intocáveis", "Cinema Paradiso", entre outros. Ao longo da carreira, Ennio ganhou dois Oscars e dezenas de outros prêmios, incluindo Globos de Ouro, Grammys e BAFTAs.

Confira neste video as melhores trilhas sonoras desse inesquecível gênio do cinema e que ficará guardado para sempre em nossos corações cinéfilos por toda a vida.   

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sexta-feira, 3 de julho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: ‘Poderia me Perdoar?’

Sinopse: Uma escritora de biografias de celebridades não consegue mais ser publicada pois seu estilo saiu de moda. Para voltar às graças do público, ela começa a falsificar cartas de famosos.

A vida de um grande talento transita por momentos em que ele colhe os seus frutos como também tem que enfrentar os seus inúmeros percalços. Alguns trabalham em outros empregos para obter algum sustento, enquanto a sua verdadeira vocação acaba se tornando aos poucos um hobby indispensável. “Poderia Me Perdoar?” explora os fracassos de uma grande escritora, cuja a sua cruzada é redescobrir o seu dom na escrita de uma forma inusitada.
Dirigido por Marielle Heller, do filme “Caçada Mortal” (2014), o filme conta a história da jornalista Lee Israel (Melissa McCarthy) de “Missão Madrinha de Casamento” (2011), que sofre com problemas financeiros e não consegue a inspiração para criar um novo livro. Certo dia ela encontra a carta de uma personalidade falecida e decide forja-la para vender em troca de um valor alto. Com ajuda do seu amigo Jack Rock (Richard E. Grant) de “Logan” (2017), ela começa a ganhar bastante dinheiro mas, paga um preço muito alto durante o percurso.
Embora o filme possua uma temática diferente, não tem como a gente deixar de compará-lo com a série mais do que cultuada “Breaking Bad”, já que em ambos os casos são sobre dois grandes talentos em suas profissões, mas que se veem presos em suas escolhas e na luta para dar a volta por cima. Raramente ficamos julgando as ações de Lee, já que no seu mundo particular ela se vê em ruínas e sem muitas expectativas. Uma vez que ela começa a cometer crimes quase imperceptíveis, ela começa também a voltar a sentir gosto pelo que faz e reacendendo um fogo a muito tempo esquecido.
O filme fala sobre os grandes talentos que a gente encontra durante a vida, mas que, infelizmente, damos pouco crédito a elas. Jack Rock, por exemplo, é um desses talentos cujo próprio corpo não lhe suporta gerando posteriormente sérias consequências. Richard E. Grant dá um verdadeiro show com o seu personagem e coloca o filme no bolso sempre que aparece.
Revelada para o mundo através das comédias de sucesso, Melissa McCarthy vem desempenhando uma carreira curiosa, onde a sua transição de atriz comediante para papéis mais desafiadores vem atraindo a atenção daqueles que a assistem. Talvez a sua personagem Lee Israel venha a ser um dos seus melhores papéis até aqui, já que é uma personagem que se apresenta para nós de uma forma pouco sociável, mas que aos poucos se revela um ser desconstruído através dos seus próprios erros e do seu entorno implacável. Não há como não se emocionar em duas cenas cruciais da trama, uma que acontece em seu apartamento e outra na reta final, onde ela faz um discurso lúcido, diante do precipício que ela mesmo criou.
Com uma belíssima reconstituição da época dos anos 90, “Poderia me Perdoar?” é sobre grandes talentos presos em suas próprias bolhas e os caminhos imprevisíveis pelos quais enveredam.

Onde Assistir: Google Play Filmes.  

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quinta-feira, 2 de julho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: ‘O Chão sob os meus pés’

Sinopse: Aos 30 anos de idade, Lola (Valerie Pachner) controla sua vida pessoal com a mesma eficiência implacável que usa para otimizar os lucros em seu trabalho como consultora de negócios de alta potência. Ninguém sabe sobre a história de doença mental de sua irmã mais velha, Conny (Pia Hierzegger), ou de sua família.

Devido as inúmeras situações complexas que acontecem em nosso mundo real isso faz com que os realizadores fiquem atraídos cada vez mais por esses tempos atuais para buscar inspiração na realização dos seus filmes.  Em um mundo em que tudo é movido para obter lucro, por exemplo, é notório que isso acabe gerando ideias em que se explore os limites do ser humano perante situações em que sua mente, por vezes, fragmentada acabe se tornando o seu principal inimigo. "O Chão Sob os Meus Pés" explora mais ou menos isso, onde pessoas são movidas para obter os seus tão sonhados sonhos, mas não escapando das consequências durante esse percurso.
Dirigido por Marie Kreutzer, o filme conta a história de Lola (Valerie Pachner). Aos trinta anos de idade, ela controla sua vida pessoal com a mesma eficiência implacável que usa para otimizar os lucros em seu trabalho como consultora de negócios de alta potência. Ninguém sabe sobre a história de doença mental de sua irmã mais velha, Conny (Pia Hierzegger), ou de sua família. Mas quando um evento trágico força Conny de volta a sua vida, o domínio de Lola pela realidade parece desaparecer.
O primeiro ato do longa mostra uma apresentação gradual de sua protagonista e fazendo a gente se perguntar qual é sua real natureza dentro da história. Na medida em que a trama avança, constatamos que ela possui problemas familiares, mas ficamos na dúvida se esses problemas se restringem somente a sua irmã ou algo a mais vindo dela. Por conta disso, os realizadores nos colocam na dúvida sobre o que acontece na história, mas até certo ponto.
Infelizmente o filme se perde um pouco com relação a que tipo de gênero ele pertence e isso acontece um pouco principalmente em seu primeiro ato. É nele, por exemplo, que sentimos que o filme irá se enveredar por uma espécie de suspense psicológico, já que a protagonista sofre por estar, ou não, sendo perseguida pela sua própria irmã que está internada dentro do sanatório. Porém, o filme muda de tom e se torna um drama psicológico e como se aquele suspense jamais tivesse existido.
Se por um lado isso possa parecer um ato falho, do outro, isso é contornado quando constatamos que os roteiristas começam a explorar os males de uma mente prejudicada e de como ela pode afetar a pessoa e seu próximo. Ao mesmo tempo, o filme explora as consequências da pessoa presa as engrenagens do capitalismo, onde a própria deseja chegar ao ponto mais alto, mas correndo sério risco de fazer um grande estrago consigo própria. Isso acaba se tornando ainda mais verossímil graças ao desempenho de Valerie Pachner como Lola, pois sua personagem mantém a imagem de total controle, mas não escondendo em seu olhar uma certa confusão mental pronta para explodir devido aos problemas pessoais vindos de sua irmã.
Falando nela, Pia Hierzegger rouba a cena mesmo nos poucos momentos que surge na tela e fazendo de sua personagem e Lola se tornarem dois lados da mesma moeda. Quando as duas se encontram se percebe um jogo de persuasão uma contra a outra e fazendo a gente se perguntar sobre quem quer dominar quem nessa história. Ao final dela, constatamos que ambas acabam se tornando vítimas de suas próprias escolhas ao longo da vida, sendo que a própria Lola terá que conviver com as cicatrizes que obteve ao querer chegar a um poder que, talvez, não pudesse exatamente controlar.
"O Chão sob os meus pés" fala sobre os desafios de adquirir bons status ao longo da vida, mas pagando um alto preço ao longo dessa jornada. 

Onde assistir: Em breve no Now.  

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quarta-feira, 1 de julho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'My Happy Family'

Sinopse: My Happy Family conta a história de uma senhora de 52 anos, a Manana, professora, que mora na mesma casa que a família toda dela, pais, marido, filhos, e decide, repentinamente se mudar e morar sozinha. A decisão vai chocar sua família, até por ser uma família mais tradicional e patriarcal georgiana.

Mais uma ótima dica internacional para ser vista e revista pela Netflix. A obra escancara os dilemas que as mulheres passam em uma sociedade patriarcal com intensidade e com ótimos toques de humor. Embora se passe na Georgia, o longa dirigido por Nana Ekvtimishvili e Simon Groß possui uma trama universal ao colocar na mesa tabus reconhecíveis ao universo da mulher, colocando para fora a realidade de uma mulher depressiva perante uma realidade que ela decide virar a mesa e com um belo olhar crítico sobre a vida dela.
Com roteiro assinado pela própria Nana Ekvtimishvili, "My Happy Family" nos desvenda de forma gradual os atritos da sua curiosa protagonista. Ao contrário da sua enorme família, Manana se expressa através do seu olhar e dos seus gestos que falam como um todo. Além do incrível desempenho Ia Shugliashvili, principalmente por retratar a coragem de uma mulher disposta a romper os laços de um conservadorismo vindo de sua própria família, os realizadores propõe ao fazer um profundo estudo sobre aquela realidade. Em um retrato natural, Nana e Simon são eficazes ao traduzir o complexo dia a dia da protagonista, ao estabelecer a penosa relação entre ela e sua família, usando este quadro como ponto de ignição para que possamos entender os seus dilemas mais profundos. Embora opte por não explicitar os sentimentos da protagonista, o enredo é delicado ao expor a sua solidão, a sua falta de voz e a sua inércia dentro desta família que se encontra sempre em movimento. de forma dinâmica, os cineastas permitem que o cinéfio entenda as motivações por detrás de tamanha mudanças de atitudes, transformando o envolvente primeiro ato da trama na melhor parte do filme. Sem dar muitos detalhes, mas o embate da protagonista com os seus pais principalmente, nos rendem momentos de puro humor, pois há situações que a gente assiste e se identifica e fazendo desses momentos preciosos durante a sessão.
"My Happy Family" é um filme universal, que fala sobre família, tradições e até que ponto os laços de sangue podem moldar a vida de uma pessoa ao longo de sua história.  


Onde Assistir: Netflix 

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